Por Nelson Rodrigues Filho - Via rede Democrática -
Ufa! Mais uma dessas e tem gente morrendo por aí. A Copa do Mundo abriu
espaços para muita gente. E não faltam observações as mais
estapafúrdias, além dos excelentes comentários feitos por jornalistas e
por ex-jogadores. Em boa hora, eles chegaram com suas experiência de
anos nos gramados e em momentos de decisão.
A mídia, no entanto, está condenando o
choro de alguns jogadores, como se fosse alguma novidade. Os
entrevistados quase são obrigados a concordar que há um exagerado
descontrole emocional e daí as lágrimas.
Carlos Alberto Torres acha que o
“problema” que nunca viu é coisa para psicólogo curar. De repente, vira
uma doença para os nossos jornalistas de plantão, os que estão
visivelmente incomodados com o choro.
O Torres nunca viu, mas nunca passou por uma Copa no Brasil e nem participou de um estádio cantando, na capela, o resto do hino.
Neymar foi flagrado chorando depois do jogo em que ele fez o decisivo pênalti. Quase um crime.
Se nosso astro deixasse de jogar, de
enfrentar o turbilhão de faltas que ele sofre, muitas das quais
executadas na vã tentativa de amendrontrá-lo, então o choro depois do
jogo ou ao cantar o hino com o público, seria algo ruim.
Ao contrário, entre outras qualidades,
como o especial talento, velocidade e outras, está a de enfrentar seus
algozes com coragem. Muitas esses adversários contam com o beneplácito
de juízes achando que ele se joga demais. Se não se protegesse já
estaria, há muito, no estaleiro.
Chorem, se emocionem, jogadores. E vão
para o campo coma disposição que demonstraram na prorrogação, apesar de
uma segunda etapa toda do Chile que teve contra si a performance do
Júlio César e a sorte com que nos brindou o Sobrenatural de Almeida.
Meu Velho gostava de dizer, uma de suas
maravilhosas criações, que, sem sorte, o sujeito atravessa a rua e é
atropelado por uma carrocinha de chica-bon. E a sorte nos bafejou, muito
mesmo.
O Sobrenatural de Almeida, desta vez, optou por vestir a amarelinha. Nos apoiou, descaradamente.
Ele, o responsável direta pelas bolas nas traves.
A sorte é fundamental na vida. Seja qual
for sua vestimenta, o destino, por exemplo, é uma delas. Porém, nada
que fuja ao “Sobrenatural de Almeida”.
O problema do emocional não é o choro e sim a violência de jogadores que não choraram, o que aumenta minha estranheza.
O Fernadinho, logo no início, fez uma
falta que, pelo menos, o cartão amarelo deveria ter tomado. Luiz
Gustavo já está fora da próxima partida contra a Colômbia.
- O “É Campeão” um bom programa da Sport
TV, passou pela mordida sem discutir a punição da Fifa, que incluiu não
permitir, nem ao menos, que o Luiz Soares pudesse ficar no Brasil, em
nenhuma dependência dos estádios, entre outras coisas.
Estranha esta autoridade que passa por cima de tudo em um país.
Por preferência do Felipão abandonamos o meio-campo desde a convocação.
O Chile não foi diferente dos nossos
outros adversários, incluindo, neste rol, o fraco Camarões que nos deu
um tremendo calor a partir do domínio do meio-campo.
Faltou o gol do Neymar. Numa jogada que
ele começou no meio do campo com um belo lançamento e que, em altíssima
velocidade, foi receber o cruzamento, ele cabeceou muitíssimo bem, no
canto oposto goleiro, mas aí a sorte favoreceu nosso adversário com a
bola resvalando num zagueiro, desviando do gol.
Temos que melhorar muito a partir de mexidas no meio-campo. Paulinho pode voltar mas, o Hernane deveria ter sua vez.