1.7.14

NÃO PASSA DE HOJE

CARLOS CHAGAS -

Conforme a lei eleitoral, não pode passar de hoje o anúncio, pelos tucanos, de quem será o copiloto de Aécio Neves. Aliás, já deveria ter sido escolhido há algum tempo o candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador de Minas. Cresciam, ontem, as ações do senador Aloísio Nunes, ainda que a sombra de José Serra se mantivesse à vista, até ele decidir sair candidato à Câmara Federal.

Para os adversários a demora indica indecisão, para os correligionários, excesso de opções e cautela na espera de novas adesões no quadro partidário. De qualquer forma, não deixa de ser perigoso deixar para a hora final as decisões cruciais. Está na lembrança de todos o fiasco que foi a escolha do vice do próprio José Serra, em 2010, também deixada para os últimos dias do prazo. Surgiu um desconhecido Índio da Costa, do DEM, que nem um voto a mais agregou ao candidato do PSDB, o próprio José Serra. Não será o caso, agora, tendo em vista as qualidades dos dois cogitados. Ficou mais distante a hipótese de um terceiro, no caso Tasso Jereissati, cuja vantagem seria não ser paulista, mas cearense. De qualquer forma, o dia tem que ser hoje, se não foi às últimas horas de ontem.

Com Michel Temer e Marina Silva, os outros dois candidatos parecem bem abastecidos de vices. Falta mesmo Aécio Neves, pois tanto a presidente Dilma quanto Eduardo Campos já evoluem acompanhados nessa pré-campanha. No passado, desde a República Velha, os vices costumavam exprimir mais problemas do que soluções, para os titulares. De Floriano Peixoto a Manoel Vitorino, de Café Filho a Itamar Franco, exigiram atenção redobrada por parte de Deodoro da Fonseca, Prudente de Moraes, Getúlio Vargas e Fernando Collor, mas a partir de Marco Maciel, com Fernando Henrique, Jose Alencar,com Lula e agora Michel Temer, com Dilma Rousseff, presidentes e vices vem tocando de ouvido.

No que se refere a Eduardo Campos, nem tanto, na possibilidade dele ser eleito, pois Marina Silva dispõe não apenas de voo próprio, mas de concepções distintas e até conflitantes com o cabeça de chapa. O mesmo aconteceria com Aécio Neves caso a escolha recaísse em José Serra.

Mesmo com as atenções nacionais voltadas para a copa do mundo, será bom ficarmos atentos ao anúncio de hoje, que salvo engano ou milagre, deixará de consolidar a aliança do café com leite, ou seja, de Minas com São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do país. 

ATÉ AQUI, TUDO BEM 

É conhecida a história do cidadão que caiu do vigésimo andar de um edifício e, quando passava pelo décimo, comentou que “até aqui, tudo bem”. Apesar da redução significativa de seus índices de preferência nas pesquisas eleitorais, Dilma continua em primeiro lugar. Há que aguardar os números das novas consultas populares, uma delas prevista para esta semana. Até aqui, tudo bem, ou seja, mesmo com a previsão de segundo turno, a presidente mantém a reeleição. Depois…