31.8.16

SENADO APROVA IMPEACHMENT, CASSA O MANDATO DE DILMA ROUSSEFF E MANTÉM OS DIREITOS POLÍTICOS

REDAÇÃO -


O Senado cassou nesta quarta-feira (31) o mandato de um presidente da República pela segunda vez em 24 anos. Por 61 votos a 20, os senadores aprovaram o processo de impeachment de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita para o Palácio do Planalto, em 2010, e reeleita em outubro de 2014 com 54 milhões de votos.

Afastada da Presidência desde 12 de maio, Dilma será substituída em definitivo por seu vice, Michel Temer (PMDB), que ocupava o Palácio do Planalto de maneira interina desde a suspensão da petista. Os parlamentares concluíram que a petista cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas pedaladas fiscais e ao editar decretos orçamentários suplementares sem a autorização do Congresso em 2015. Dilma nega ter cometido crime e acusa o seu antigo vice e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de tramarem um “golpe” com setores da oposição e da mídia para tirá-la do cargo.

Os senadores também decidiram em nova votação que Dilma está habilitada para exercer funções públicas nos próximos oito anos. Apesar de decidir pelo impeachment da agora ex-presidente da República, o Senado manteve os direitos políticos da petista, em votação realizada na tarde desta quarta-feira (31). O resultado da votação foi de 42 votos a favor da cassação e 36 contra, com três abstenções. Para que Dilma ficasse inelegível por oito anos, seria necessário que dois terços (54) dos senadores votassem pela inabilitação.

Este foi o sexto e derradeiro dia do julgamento, iniciado no último dia 25 com o depoimento das testemunhas de acusação e defesa. Anteontem, a própria presidente afastada compareceu ao Senado para se defender. Fez um discurso por mais de 30 minutos e respondeu a perguntas dos senadores durante 14 horas de muita resistência.