CONHEÇA OS PRINCIPAIS EXPERIMENTOS MACABROS COM SERES HUMANOS REALIZADOS PELOS EUA
ILUSKA LOPES -
Câmaras de gás, experimentos com seres humanos, infecção de pessoas de outras raças com doenças perigosas. Coisa de filme de terror? Também. Mas esses filmes podem ter se inspirado em experiências reais. Quer ver? Então confira a nossa lista com as experiências científicas mais macabras já feitas pelos EUA. Parecem métodos empregados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas são alguns dos experimentos realizados pelos governos daquele país imperialista ao longo da história.
MKULTRA, Subprojeto 68
MKULTRA foi um projeto da CIA que buscava encontrar maneiras de controlar a mente, contratando para isso o doutor Donald Ewen Cameron, para que comandasse os experimentos.
Nas operações do Subprojeto 68, o doutor submetia os pacientes de seu Instituto Memorial Allen em Montreal com depressão bipolar ou transtornos de ansiedade a uma "terapia" que lhes deixou sérios danos e alterou suas vidas de forma irreparável.
Assim, entre 1957 e 1964, Cameron submeteu seus pacientes a uma terapia que ultrapassava entre 30 e 40 vezes as normas estabelecidas. Induzia os seus pacientes a estado de coma com drogas durante meses e reproduzia fitas com declarações simples ou ruídos repetitivos por muitas vezes. As vítimas esqueceram como falar, esqueceram-se de seus pais e sofreram amnésia grave.
Os experimentos foram realizados em cidadãos canadenses, provavelmente porque a CIA considerava muito arriscado realizar essas práticas em estadunidenses.
Para conseguir que o objetivo continuasse a ser financiado, Cameron envolveu crianças nos experimentos, induzindo em uma ocasião um menino a manter relações sexuais com um alto funcionário governamental, para depois utilizar a gravação desta cena em chantagens.
Soldados em câmaras de gás mostarda
À medida que se intensificava a investigação de armas químicas nos anos 40 e para provar a eficácia das armas e métodos de defesa, o Governo dos Estados Unidos não vacilou na hora de envolver militares em seus experimentos, durante os quais utilizava gás mostarda e outros produtos químicos que deixavam queimaduras na pele e destruíam os pulmões dos soldados, que nem sequer sabiam que faziam parte do experimento.
Em uma prática que evoca as imagens da Alemanha nazista, prendiam os soldados em câmaras de gás para testar máscaras antigás e roupas de proteção.
Entre os agentes utilizados se encontrava a lewisita, composto que facilmente penetra a roupa e inclusive a borracha e que, ao ter contato com a pele, imediatamente provoca uma dor extrema, queimação, inchaço e erupção cutânea. A inalação do gás provoca sensação de ardor nos pulmões, espirros, vômitos e edema pulmonar.
A respeito do gás mostarda, seus efeitos são assintomáticos até aproximadamente 24 horas depois da exposição, e seus efeitos primários incluem queimaduras graves que se convertem, com o tempo, em ampolas cheias de líquido amarelo. O gás mostarda tem propriedades mutagênicas e cancerígenas que custaram a vida de muitas pessoas expostas.
Imunidade para o monstro da cirurgia
Alguns dos experimentos mais cruéis com humanos durante a Segunda Guerra Mundial foram realizados pela Unidade 731 japonesa a mando do comandante Shiro Ishii.
Em tais experimentos, perpetrados em nome da investigação biológica, extremidades de corpos humanos foram amputadas e depois costuradas em outras partes do corpo; as extremidades das vítimas foram congeladas e voltaram a se descongelar, resultando em gangrena; diversas bactérias e doenças foram injetadas em prisioneiros para estudar seus efeitos, etc.
Após a Segunda Guerra Mundial, Ishii foi preso, mas nunca chegou a pagar por seus crimes, já que o general estadunidense Douglas MacArthur lhe concedeu a imunidade em troca de informação bacteriológica obtida por meio desses experimentos macabros.
Pulverização de cidades com agentes químicos
Para investigar os possíveis efeitos de um ataque químico, as Forças Armadas dos Estados Unidos e a CIA realizaram uma série de simulações de ataques químicos e biológicos contra várias cidades estadunidenses em meados do século passado, entre eles os seguintes:
A CIA dispersou o vírus de pertússis na baía de Tampa, usando barcos. Como consequência, iniciou uma epidemia que deixou 12 mortos.
A Marinha de guerra arrasou São Francisco com bactérias patógenas. Muitos cidadãos sofreram pneumonia.
O Exército soltou milhões de mosquitos portadores da febre amarela e dengue sobre Savannah, no estado da Geórgia, e Avon Park, Flórida. O enxame provocou muitos problemas respiratórios e febre tifoide aos cidadãos, e algumas crianças nasceram mortas.
Após os ataques, às zonas afetadas chegavam militares disfarçados de trabalhadores sanitários, com a intenção secreta de estudar os efeitos a longo prazo de todas as doenças enquanto ajudavam às vítimas.
Infecção de guatemaltecos com doenças venéreas
Nos anos 40 milhares de guatemaltecos foram infectados com sífilis, gonorreia e cancroide sem seu conhecimento, como parte de uma série de experimentos dirigidos pelo médico estadunidense John Cutler e destinados a averiguar se a penicilina poderia ser usada "para prevenir doenças de transmissão sexual".
Para realizar seus experimentos, o Governo dos EUA enviou prostitutas sifilíticas aos presos, doentes mentais e soldados da Guatemala. Se alguém conseguisse evitar a infecção, a doença lhe era inoculada. Uma vez infectadas, algumas vítimas eram tratadas com penicilina e outras não, para estudar as diferentes reações. Cerca de um terço das vítimas não recebeu penicilina. Mais de 80 "participantes" no experimento morreram.
Experimentos secretos para estudar os efeitos da bomba atômica
Em um programa secreto para estudar o efeito de elementos radioativos, o Governo dos EUA injetava nos seus "participantes" substâncias altamente tóxicas como plutônio.
Estes experimentos incluíam a injeção de miligramas de plutônio em soldados durante o projeto Oak Ridge, e injeções posteriores a três pacientes do Hospital de Chicago. Dos 18 pacientes que foram utilizados para o experimento, só cinco viveram mais de vinte anos depois da injeção.
Além do plutônio, também foram realizados experimentos com urânio. Assim, entre 1946 e 1947, o doutor William Sweet injetou urânio em 11 pacientes do hospital de Massachusetts, com financiamento do Projeto Manhattan.
Injeções de "agente laranja" nos presos
Além de usar amplamente o "agente laranja" como esfoliante durante a Guerra do Vietnã (o que produziu várias doenças e mutações genéticas nas gerações seguintes), o Governo dos Estados Unidos provou o perigoso produto tóxico em presos voluntários de uma prisão da Filadélfia, alegando ser uma "investigação dermatológica".
Os experimentos, realizados entre 1951 e 1974, foram encabeçados pelo doutor Albert Kligman. Os presos eram pagos para permitir a aplicação de injeções de dioxina, um dos componentes do "agente laranja". Entre os efeitos sofridos pelos presos estão as erupções (cloracne) nas bochechas, atrás das orelhas, axilas e virilha.
Operação "Paperclip"
A denominada "Operação Paperclip" remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando a derrota do Terceiro Reich já aparecia no horizonte. A CIA, sem o conhecimento nem a aprovação do Departamento de Estado, levou aos EUA, junto com suas famílias, mais de 700 cientistas nazistas especializados em foguetes, armas químicas e experimentos médicos.
Para limpar seu nome e possibilitar sua entrada nos EUA, numerosos documentos foram reescritos, e grande parte da informação relacionada com a operação ainda está guardada em segredo absoluto.
Infecção de portorriquenhos com câncer
Em 1931, o doutor Cornelius Rhoads recebeu o financiamento do Instituto Rockefeller para realizar uma série de experimentos em Porto Rico. Durante a investigação, Rhoads infectou centenas de cidadãos portorriquenhos com células cancerígenas. Treze deles morreram.
Em novembro de 1931, em uma carta a seu companheiro de Boston, descrevia os portorriquenhos como "a raça mais suja, mais preguiçosa, mais degenerada e mais desonesta que já habitou o planeta".
"Eu fiz o melhor que pude para adiantar o processo [de extermínio da população] matando oito e levando o câncer a muitos mais. Este último não causou mortes ainda... A questão da consideração pelo bem-estar dos pacientes não tem papel algum aqui – de fato, todos os médicos se deleitam no abuso e tortura desses infelizes sujeitos", escreveu na carta.
Tratamento de câncer com doses extremas de radiação
Entre 1960 e 1971, Eugene Saenger, radiologista da Universidade de Cincinnati (Ohio, EUA), executou um experimento que consistia em expor 88 pacientes com câncer, pobres e em sua maioria negros, a radiações em todo o corpo. As vítimas não preencheram nenhum formulário de consentimento, nem foram informados de que o Pentágono financiava o estudo. Simplesmente foram informados que receberiam um tratamento que poderia lhes ajudar.
Em uma hora receberam o equivalente a cerca de 20.000 radiografias, sofrendo no resultado náuseas, vômitos, dor de estômago severa, perda do apetite e confusão mental. Um relatório de 1972 concluiu que até um quarto dos pacientes morreram por causa da radiação.
LSD
Entre os anos de 1953 e 1964, a CIA realizou experimentos nos quais forneciam a milhares de civis e militares estadunidenses a droga alucinógena LSD e outras substâncias sem que os pacientes soubessem.
Prostitutas pagas pela CIA atraíam os clientes aos bordéis, onde estes eram tratados com LSD e outras substâncias, e depois monitorados através de espelhos falsos.
Outros experimentos ocorreram em praias, bares e restaurantes onde os agentes supostamente colocaram as drogas nas bebidas dos clientes.
Algumas das vítimas que participaram dos testes sofreram convulsões e paranoia, enquanto outros morreram.
Projeto 4.1
O Projeto 4.1 foi um estudo médico realizado nos nativos das Ilhas Marshall, que em 1952 foram expostos à chuva radioativa após um teste nuclear na ilha de Bikini.
Ao invés de informar os residentes da ilha de sua exposição e de tratá-los enquanto eram estudados, os EUA preferiram simplesmente esperar e ver os resultados da exposição. Depois da primeira década, a quantidade de crianças com câncer de tireoide cresceu significativamente acima dos índices normais. Em 1974, quase um terço dos habitantes da ilha havia desenvolvido tumores.
Experimento Tuskegee
Em 1932, médicos financiados pelo Governo dos EUA realizaram em Tuskegee, Alabama, um experimento que tinha como objetivo estudar a progressão natural da sífilis sem ajuda de tratamento. Ao longo de 40 anos, 399 pacientes sifilíticos, a maioria negros, pobres e analfabetos, acreditaram que estavam sendo beneficiados por assistência médica estatal gratuita, enquanto que, na realidade, não recebiam tratamento algum e nem sequer sabiam que tinham sífilis. Ao mesmo tempo, os médicos seguiam controlando seu estado de saúde para ver se ocorria algum caso de autocura da doença.
Ao final do estudo, apenas 74 doentes seguiam com vida, enquanto que 28 pacientes morreram diretamente por causa da sífilis, outros 100 morreram por causa de complicações relacionadas com a doença, 40 esposas de pacientes foram infectadas e 19 crianças nasceram com sífilis congênita.
*Com informações do portal globalconflict.ru
ILUSKA LOPES -
Câmaras de gás, experimentos com seres humanos, infecção de pessoas de outras raças com doenças perigosas. Coisa de filme de terror? Também. Mas esses filmes podem ter se inspirado em experiências reais. Quer ver? Então confira a nossa lista com as experiências científicas mais macabras já feitas pelos EUA. Parecem métodos empregados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas são alguns dos experimentos realizados pelos governos daquele país imperialista ao longo da história.
Câmaras de gás, experimentos com seres humanos, infecção de pessoas de outras raças com doenças perigosas. Coisa de filme de terror? Também. Mas esses filmes podem ter se inspirado em experiências reais. Quer ver? Então confira a nossa lista com as experiências científicas mais macabras já feitas pelos EUA. Parecem métodos empregados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas são alguns dos experimentos realizados pelos governos daquele país imperialista ao longo da história.
MKULTRA, Subprojeto 68
MKULTRA foi um projeto da CIA que buscava encontrar maneiras de controlar a mente, contratando para isso o doutor Donald Ewen Cameron, para que comandasse os experimentos.
Nas operações do Subprojeto 68, o doutor submetia os pacientes de seu Instituto Memorial Allen em Montreal com depressão bipolar ou transtornos de ansiedade a uma "terapia" que lhes deixou sérios danos e alterou suas vidas de forma irreparável.
Assim, entre 1957 e 1964, Cameron submeteu seus pacientes a uma terapia que ultrapassava entre 30 e 40 vezes as normas estabelecidas. Induzia os seus pacientes a estado de coma com drogas durante meses e reproduzia fitas com declarações simples ou ruídos repetitivos por muitas vezes. As vítimas esqueceram como falar, esqueceram-se de seus pais e sofreram amnésia grave.
Os experimentos foram realizados em cidadãos canadenses, provavelmente porque a CIA considerava muito arriscado realizar essas práticas em estadunidenses.
Para conseguir que o objetivo continuasse a ser financiado, Cameron envolveu crianças nos experimentos, induzindo em uma ocasião um menino a manter relações sexuais com um alto funcionário governamental, para depois utilizar a gravação desta cena em chantagens.
Soldados em câmaras de gás mostarda
À medida que se intensificava a investigação de armas químicas nos anos 40 e para provar a eficácia das armas e métodos de defesa, o Governo dos Estados Unidos não vacilou na hora de envolver militares em seus experimentos, durante os quais utilizava gás mostarda e outros produtos químicos que deixavam queimaduras na pele e destruíam os pulmões dos soldados, que nem sequer sabiam que faziam parte do experimento.
Em uma prática que evoca as imagens da Alemanha nazista, prendiam os soldados em câmaras de gás para testar máscaras antigás e roupas de proteção.
Entre os agentes utilizados se encontrava a lewisita, composto que facilmente penetra a roupa e inclusive a borracha e que, ao ter contato com a pele, imediatamente provoca uma dor extrema, queimação, inchaço e erupção cutânea. A inalação do gás provoca sensação de ardor nos pulmões, espirros, vômitos e edema pulmonar.
A respeito do gás mostarda, seus efeitos são assintomáticos até aproximadamente 24 horas depois da exposição, e seus efeitos primários incluem queimaduras graves que se convertem, com o tempo, em ampolas cheias de líquido amarelo. O gás mostarda tem propriedades mutagênicas e cancerígenas que custaram a vida de muitas pessoas expostas.
Imunidade para o monstro da cirurgia
Alguns dos experimentos mais cruéis com humanos durante a Segunda Guerra Mundial foram realizados pela Unidade 731 japonesa a mando do comandante Shiro Ishii.
Em tais experimentos, perpetrados em nome da investigação biológica, extremidades de corpos humanos foram amputadas e depois costuradas em outras partes do corpo; as extremidades das vítimas foram congeladas e voltaram a se descongelar, resultando em gangrena; diversas bactérias e doenças foram injetadas em prisioneiros para estudar seus efeitos, etc.
Após a Segunda Guerra Mundial, Ishii foi preso, mas nunca chegou a pagar por seus crimes, já que o general estadunidense Douglas MacArthur lhe concedeu a imunidade em troca de informação bacteriológica obtida por meio desses experimentos macabros.
Pulverização de cidades com agentes químicos
Para investigar os possíveis efeitos de um ataque químico, as Forças Armadas dos Estados Unidos e a CIA realizaram uma série de simulações de ataques químicos e biológicos contra várias cidades estadunidenses em meados do século passado, entre eles os seguintes:
A CIA dispersou o vírus de pertússis na baía de Tampa, usando barcos. Como consequência, iniciou uma epidemia que deixou 12 mortos.
A Marinha de guerra arrasou São Francisco com bactérias patógenas. Muitos cidadãos sofreram pneumonia.
O Exército soltou milhões de mosquitos portadores da febre amarela e dengue sobre Savannah, no estado da Geórgia, e Avon Park, Flórida. O enxame provocou muitos problemas respiratórios e febre tifoide aos cidadãos, e algumas crianças nasceram mortas.
Após os ataques, às zonas afetadas chegavam militares disfarçados de trabalhadores sanitários, com a intenção secreta de estudar os efeitos a longo prazo de todas as doenças enquanto ajudavam às vítimas.
Infecção de guatemaltecos com doenças venéreas
Nos anos 40 milhares de guatemaltecos foram infectados com sífilis, gonorreia e cancroide sem seu conhecimento, como parte de uma série de experimentos dirigidos pelo médico estadunidense John Cutler e destinados a averiguar se a penicilina poderia ser usada "para prevenir doenças de transmissão sexual".
Para realizar seus experimentos, o Governo dos EUA enviou prostitutas sifilíticas aos presos, doentes mentais e soldados da Guatemala. Se alguém conseguisse evitar a infecção, a doença lhe era inoculada. Uma vez infectadas, algumas vítimas eram tratadas com penicilina e outras não, para estudar as diferentes reações. Cerca de um terço das vítimas não recebeu penicilina. Mais de 80 "participantes" no experimento morreram.
Experimentos secretos para estudar os efeitos da bomba atômica
Em um programa secreto para estudar o efeito de elementos radioativos, o Governo dos EUA injetava nos seus "participantes" substâncias altamente tóxicas como plutônio.
Estes experimentos incluíam a injeção de miligramas de plutônio em soldados durante o projeto Oak Ridge, e injeções posteriores a três pacientes do Hospital de Chicago. Dos 18 pacientes que foram utilizados para o experimento, só cinco viveram mais de vinte anos depois da injeção.
Além do plutônio, também foram realizados experimentos com urânio. Assim, entre 1946 e 1947, o doutor William Sweet injetou urânio em 11 pacientes do hospital de Massachusetts, com financiamento do Projeto Manhattan.
Injeções de "agente laranja" nos presos
Além de usar amplamente o "agente laranja" como esfoliante durante a Guerra do Vietnã (o que produziu várias doenças e mutações genéticas nas gerações seguintes), o Governo dos Estados Unidos provou o perigoso produto tóxico em presos voluntários de uma prisão da Filadélfia, alegando ser uma "investigação dermatológica".
Os experimentos, realizados entre 1951 e 1974, foram encabeçados pelo doutor Albert Kligman. Os presos eram pagos para permitir a aplicação de injeções de dioxina, um dos componentes do "agente laranja". Entre os efeitos sofridos pelos presos estão as erupções (cloracne) nas bochechas, atrás das orelhas, axilas e virilha.
Operação "Paperclip"
A denominada "Operação Paperclip" remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando a derrota do Terceiro Reich já aparecia no horizonte. A CIA, sem o conhecimento nem a aprovação do Departamento de Estado, levou aos EUA, junto com suas famílias, mais de 700 cientistas nazistas especializados em foguetes, armas químicas e experimentos médicos.
Para limpar seu nome e possibilitar sua entrada nos EUA, numerosos documentos foram reescritos, e grande parte da informação relacionada com a operação ainda está guardada em segredo absoluto.
Infecção de portorriquenhos com câncer
Em 1931, o doutor Cornelius Rhoads recebeu o financiamento do Instituto Rockefeller para realizar uma série de experimentos em Porto Rico. Durante a investigação, Rhoads infectou centenas de cidadãos portorriquenhos com células cancerígenas. Treze deles morreram.
Em novembro de 1931, em uma carta a seu companheiro de Boston, descrevia os portorriquenhos como "a raça mais suja, mais preguiçosa, mais degenerada e mais desonesta que já habitou o planeta".
"Eu fiz o melhor que pude para adiantar o processo [de extermínio da população] matando oito e levando o câncer a muitos mais. Este último não causou mortes ainda... A questão da consideração pelo bem-estar dos pacientes não tem papel algum aqui – de fato, todos os médicos se deleitam no abuso e tortura desses infelizes sujeitos", escreveu na carta.
Tratamento de câncer com doses extremas de radiação
Entre 1960 e 1971, Eugene Saenger, radiologista da Universidade de Cincinnati (Ohio, EUA), executou um experimento que consistia em expor 88 pacientes com câncer, pobres e em sua maioria negros, a radiações em todo o corpo. As vítimas não preencheram nenhum formulário de consentimento, nem foram informados de que o Pentágono financiava o estudo. Simplesmente foram informados que receberiam um tratamento que poderia lhes ajudar.
Em uma hora receberam o equivalente a cerca de 20.000 radiografias, sofrendo no resultado náuseas, vômitos, dor de estômago severa, perda do apetite e confusão mental. Um relatório de 1972 concluiu que até um quarto dos pacientes morreram por causa da radiação.
LSD
Entre os anos de 1953 e 1964, a CIA realizou experimentos nos quais forneciam a milhares de civis e militares estadunidenses a droga alucinógena LSD e outras substâncias sem que os pacientes soubessem.
Prostitutas pagas pela CIA atraíam os clientes aos bordéis, onde estes eram tratados com LSD e outras substâncias, e depois monitorados através de espelhos falsos.
Outros experimentos ocorreram em praias, bares e restaurantes onde os agentes supostamente colocaram as drogas nas bebidas dos clientes.
Algumas das vítimas que participaram dos testes sofreram convulsões e paranoia, enquanto outros morreram.
Projeto 4.1
O Projeto 4.1 foi um estudo médico realizado nos nativos das Ilhas Marshall, que em 1952 foram expostos à chuva radioativa após um teste nuclear na ilha de Bikini.
Ao invés de informar os residentes da ilha de sua exposição e de tratá-los enquanto eram estudados, os EUA preferiram simplesmente esperar e ver os resultados da exposição. Depois da primeira década, a quantidade de crianças com câncer de tireoide cresceu significativamente acima dos índices normais. Em 1974, quase um terço dos habitantes da ilha havia desenvolvido tumores.
Experimento Tuskegee
Em 1932, médicos financiados pelo Governo dos EUA realizaram em Tuskegee, Alabama, um experimento que tinha como objetivo estudar a progressão natural da sífilis sem ajuda de tratamento. Ao longo de 40 anos, 399 pacientes sifilíticos, a maioria negros, pobres e analfabetos, acreditaram que estavam sendo beneficiados por assistência médica estatal gratuita, enquanto que, na realidade, não recebiam tratamento algum e nem sequer sabiam que tinham sífilis. Ao mesmo tempo, os médicos seguiam controlando seu estado de saúde para ver se ocorria algum caso de autocura da doença.
Ao final do estudo, apenas 74 doentes seguiam com vida, enquanto que 28 pacientes morreram diretamente por causa da sífilis, outros 100 morreram por causa de complicações relacionadas com a doença, 40 esposas de pacientes foram infectadas e 19 crianças nasceram com sífilis congênita.
*Com informações do portal globalconflict.ru
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SHIGENOBU E MEINHOF: a luta armada socialista-comunista e suas lições para a divagante esquerda contemporânea
Por Alessandra Scangarelli Brites
"Eu
e alguns colegas chegamos à conclusão de que a violência neste país era
inevitável. Seria errado e irrealista para os líderes africanos continuarem a
pregar a paz e a não-violência numa altura em que o governo atendeu às nossas
exigências pacíficas com força. Foi somente quando tudo mais falhou, quando
todos os canais de protesto pacífico nos foram barrados, que a decisão foi
tomada para embarcar em formas violentas de luta política” – declarou Nelson
Mandela durante a abertura de sua defesa no julgamento de Rivonia, em 20 de
abril de 1964.
A
realidade muitas vezes pode ser difícil em demasia para uma geração de jovens
que poucas provações teve de enfrentar enquanto vivos e, talvez por esta razão,
julga-se facilmente e se critica aqueles que acabam fazendo escolhas um tanto
polêmicas, como o uso da violência, em nome da liberdade, da igualdade e outras
razões que tornam a vida em sociedade viável. Engana-se quem acha que a
não-violência é sempre o caminho a ser seguido. Não, em diversas vezes, ela foi
o único recurso capaz de pôr fim a uma situação muito mais cruel, desumana e
indigna como a que geraram regimes como o Nazismo e o Apartheid e todos os
governos imperialistas e coloniais.
Tornou-se
comum a diversos engajamentos mundiais atuais, de esquerda ou não, condenar
ações de gerações do passado, em especial também de comunistas e socialistas da
“velha guarda”, sem antes terem o conhecimento histórico e a compreensão das
dificuldades e opressão pelos quais passaram diversos líderes anteriormente. Eles
apontam para Mahatma Ghandi como um exemplo, mas esquecem que o movimento pela
independência da Índia iniciou décadas antes e contou com a resiliência de
pessoas como Mangal Pandey, que pegou em armas em 1857, dando início a uma
série de revoltas armadas que iriam aos poucos, ao longo do tempo, fomentar um
ambiente para que a Índia posteriormente, em 1947, conseguisse a independência.
Deve-se ainda lembrar que Ghandi promoveu a desobediência total, que em si,
pode ser considerada perturbadora à ordem desejada do opressor.
Para
Che Guevara, em muitas de suas frases, um revolucionário é guiado por
sentimentos de amor. Dizia ele: “Acima de tudo procurem sentir no mais profundo
de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte
do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário”. Como Che Guevara,
ao longo dos séculos, diversas figuras de diferentes nacionalidades foram
capazes de deixarem sua casa para unirem-se na luta de uma causa. Assim,
ocorreu com o italiano Giuseppe Garibaldi, durante o século XIX, ou com Ernest
Hemingway, durante a Guerra Civil Espanhola do século XX, e tantos outros, sem
a mesma fama, que se uniram aos socialistas espanhóis na tentativa de barrar o
generalíssimo fascista Franco. Se em vida, eles foram bem-sucedidos ou não,
pouco interessa. A questão que se faz essencial aqui é analisar suas atitudes,
o porquê de suas escolhas, quais foram as causas pelos quais muito escolheram a
luta armada e que ensinamentos eles nos trazem hoje.
As
causas
Os
diversos movimentos armados de inclinação esquerdista são oriundos de gerações
que nasceram, ou foram criados em um ambiente muito opressor, de duas
sucessivas gerações, cujos valores e atitudes resultaram em duas grandes
guerras mundiais. Do final do século XIX até meados do século XX, o mundo, do
ocidente ao oriente, observava uma profunda transformação na estrutura de poder
internacional, com a total derrocada da aristocracia como classe dominante,
para a consolidação da burguesia como nova condutora dos rumos políticos,
econômicos e sociais que o Globo tomaria. É importante lembrar que o burguês é
o indivíduo que não possui sangue nobre, tendo atingido status com o seu
trabalho, ou com a exploração do mão-de-obra alheia. Mesmo sendo desprezada por
décadas, a burguesia conviveu e financiou por longo tempo os luxos das nobrezas
e das monarquias, no intuito de aos poucos ter proximidade com o poder e, quem
sabe, fazer parte deste grupo seleto. Na base desta pirâmide está a classe
trabalhadora, cujo destino está desde já estabelecido para que siga sustentando
aristocratas e burgueses, abdicando de sua liberdade e melhores condições de
vida.
Na
Primeira Guerra Mundial, travada, na realidade, entre parentes reais que
desejavam expandir os seus domínios sobre o mundo (Alemanha contestava que
também tinha direitos a obter colônias, em um mundo divido principalmente entre
inglese e franceses. Assim também reclamavam os EUA e o Japão). Contudo,
imperadores, reis e rainhas após levarem o mundo a uma mortandade tamanha, finalmente,
entraram em total desgraça. Subiu ao poder o burguês, mas que logo se deparou
com a contestação de seus subalternos por melhores condições de vida e que
reivindicavam um outro mundo, sem classes. É preciso salientar que falamos de
uma época em que empresários abertamente debatiam quantas horas uma criança de
10 anos, ou mais deveria trabalhar, operando uma máquina. Alguns apontavam para
16h, outros achavam que menos seria melhor. A vitória dos socialistas
anti-imperialistas na Rússia, que definitivamente aniquilaram a família real
daquele país, é um dos vários motivos importantes que originaram a Segunda
Guerra Mundial. Com a vitória da União Soviética sobre 80% das forças nazistas
alocadas a leste da Europa, e sua colaboração aos movimentos e guerrilhas
comunistas e socialistas existentes em vários países da Ásia, auxiliando na
expulsão dos japoneses dos territórios antes invadidos e desmantelamento do
império japonês.
Com
uma ampla rede de espiões e agentes, Stalin descobre um plano dos Estados Unidos
para atacar o território soviético com várias bombas nucleares e promover uma
aniquilação da URSS, como ocorrera em tempos recentes com o Japão. Por estas e
outras, que os soviéticos prontamente desenvolveram o seu sistema próprio de
bombas nucleares, promovendo um equilíbrio de poder bélico e trazendo uma nova
conjuntura política para o mundo. No entanto, os norte-americanos passaram ao
status de potência através da acumulação de ouro e outras riquezas de uma
Europa em guerra, que pagava por armamentos e comida com suas reservas de
barras douradas. O mundo do pós-Segunda Guerra tem os EUA substituindo a
Inglaterra e a França como líder do mundo ocidental, invocando o fim do
imperialismo tradicional, juntamente com a URSS, mas ao mesmo tempo dando início
a uma outra forma de influência e exercício de poder sobre outros países.
Contudo, o objetivo de ser líder supremo do mundo é barrado com a existência de
um bloco socialista e comunista.
Ao
mesmo tempo, um terceiro mundo, colonizado em especial por europeus durante
décadas, levanta-se sedento por autonomia. Trata-se de algo novo que pegou
tanto EUA, quanto União Soviética de surpresas, os fazendo procurar respostas e
novas formas de adaptação para este novo cenário internacional que começava a
ser desenhado: o de uma África, Ásia e Oriente Médio independentes. O quadro
político geral caracterizou-se entre o apoio soviético a forças nacionalistas e
anti-imperialistas, mas de inclinação socialista, e dos EUA aliando-se a
nacionalista capitalistas que mantinham estreito relacionamento com antigas
forças conservadoras, não muito propensas a garantir uma distribuição de seus
recursos com os mais pobres de cada país em questão.
São
muitos os exemplos, mas pode-se salientar aqui o movimento impulsionado por Ho
Chi Minh que almejava reunificar o Vietnã e lutar pela independência. Contudo,
seus compatriotas do sul, ainda que pudessem compartilhar uma ideia de
autonomia, mantinham uma visão de estreitos laços de submissão tanto com
franceses, quanto com norte-americanos, que aos olhos do líder socialista era
algo inviável. Na África do Sul, já independente, Nelson Mandela liderava uma
guerrilha recente antiapartheid, apoiada apenas por Cuba e União Soviética, com
recursos de todos os tipos. Tratou-se de um período em que europeus e
norte-americanos acusavam Mandela de terrorismo e confabulavam sem problema
algum com um sistema político racista e de estreito relacionamento com as
antigas forças imperialistas.
Durante
estas guerras travadas no terceiro mundo, a Europa Ocidental, assim como a
Alemanha Ocidental e o Japão passaram a apoiar e a serem aliados dos Estados
Unidos e suas ações pelo Globo. As gerações que nasceram, ou cresceram durante
a Segunda Guerra, tendo uma real experiência de vivenciar um conflito de
tamanha proporção, já não suportavam mais esta situação de constante violência
por poder e acumulação de riquezas. Neste cenário, é que os movimentos de
extrema-esquerda surgem no seio das sociedades capitalista, trazendo grande
contestação e enfrentando, ainda que de forma, às vezes, bastante ingênua estas
estruturas centenárias de poder.
SHIGENOBU e MEINHOF no documentário “Filhas da Revolução” e suas contribuições para a
luta armada internacional
Na
Alemanha Ocidental surge o grupo Fração do Exército Vermelho (RAF), ou
popularmente conhecido como grupo Baader-Meinhof, em parte fundado e criado por
uma mulher Ulrike Meinhof e por Andreas Baader. No Japão, uma estudante, filha
de um seguidor da extrema-direita imperialista japonesa, Fusako Shigenobu entra
para movimentos estudantis e após funda o Exército Vermelho Japonês. Ambos os
grupos, incentivados pelos acontecimentos no terceiro mundo, em especial por
Cuba de Fidel Castro e Che Guevara, iriam promover diversas ações armadas,
visando derrubar o governo de seus países e implementar um sistema socialista.
Iriam também lutar lado a lado de causas que ultrapassavam as suas fronteiras,
como foi o caso dos japoneses que estiveram ao lado dos palestinos, agrupados
na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), em fronts de batalha
contra Israel. O caráter contestador das ideias socialistas e comunistas, que
advoga em prol do empoderamento feminino, tendo a URSS fornecido iguais poderes
às mulheres nas forças armadas e na sociedade civil em 1917, pode explicar em
parte a atuação feminina nestes grupos de esquerda.
Neste
quadro de acontecimentos históricos, um filme que pode servir de fonte de
estudo: o documentário “Filhos da Revolução” (2011), dirigido pelo
irlandês Shane O'Sullivan. Esta produção aborda as trajetórias
de Ulrike Meinhof e Fusako Shigenobu, através do olhar de suas filhas. Com
depoimentos de figuras históricas importantes como a de Leila Khaled,
integrante da FPLP. Fusako nasceu em Tokyo, em 1945, sendo testemunha de um
Japão que se recuperava dos destroços da guerra e que se via em forte domínio
dos Estados Unidos. Seu pai era professor e tornou-se também um major do
Exército Imperial Japonês despachado para Manchukuo, um estado fantoche do
Japão implantado na China, que recebera o apoio da elite pertencente à dinastia
Qing chinesa, derrubada posteriormente pelos comunistas. O governo foi abolido
com o fim da guerra em 1945.
A
jovem Fusako cresceu neste ambiente familiar, tornando-se bacharel em economia
política e em história pela Universidade Meiji. Através do movimento estudantil
que protestava contra o aumento das mensalidades chegou ao ativismo esquerdista
geral dos anos 1960. Ao fundar o Exército Vermelho do Japão com Tsuyoshi
Okudaira foi ao Oriente Médio para criar filiais internacionais do grupo, em
1971. Os conflitos internos levaram à divisão do Exército Vermelho e parte dele
uniu-se à Esquerda Revolucionária Maoista do Partido Comunista Japonês, criando
o Exército Vermelho Unido. A líder revolucionária permaneceria 30 anos no
Oriente Médio. Ela resguardava a visão de que era necessária uma Solidariedade
Revolucionária Internacional, na qual se fazia fundamental a cooperação dos
movimentos revolucionários mundiais e sua conduta conjunta direcionada a uma
revolução socialista global. Fusako dedicou boa parte de sua luta à causa
palestina no Líbano.
Ao
integrar a luta da PFLP, em vários de seus livros comentou: "o propósito
desta missão era consolidar a aliança revolucionária internacional contra os
imperialistas do mundo". Fusako foi presa em 2000 e condenada a 20 anos de
prisão em 8 de março de 2006, sob as acusações de uso de passaporte
falsificado, ajuda aos membros do Exército Vermelho Japonês na obtenção de passaporte
falso e tentativa de homicídio involuntário, planejando e comandando a ocupação
e tomada de reféns na embaixada francesa em Haia, na Holanda, em 1974. Fusako
declarou-se culpada das duas primeiras acusações. Entre as testemunhas que
apareceram em sua corte para a defesa estava Leila Khaled, conhecida pelo
sequestro de 1969 do vôo 840 da TWA, e membro do Conselho Nacional Palestino.
Mesmo
sem provas conclusivas sobre o envolvimento de Fusako na ocupação armada da
embaixada que resultou no ferimento de dois policiais, ou na intenção de
tentativa de homicídio, o juiz condenou-a por possível conspiração com membros
do seu grupo para ocupar o local. Ela vive hoje na prisão Médica de Hachiōji,
após ter retirado um câncer intestinal. Sua filha, fruto de um relacionamento
com um libanês, Mei Shigenobu é uma jornalista no Japão dedicada à apoiar a
causa da mãe. Em seu livro “Decidi dar à luz a você sob uma macieira”, único
livro que não versa sobre o processo revolucionário, Fusako fala sobre a
maternidade e o relacionamento com a filha, que teve uma criação atípica, na
clandestinidade de quem luta junto aos pais em um movimento revolucionário.
Diferentemente
de Fusako, Meinhof teve uma vida familiar bastante conturbada. Ela nasceu em
Oldemburgo em 1934. Ainda bastante jovem perdeu pai e mãe, diagnosticados com
câncer. Após completar o secundário, mergulhou nos estudos
de filosofia, sociologia, pedagogia, literatura e língua
alemã em Marburg, onde se envolveu em movimentos reformistas
universitários. Em 1957, ao conhecer o marxista espanhol Manuel
Sacristán, entrou para a União Socialista Alemã de Estudantes, que era
contrária à política de rearmamento do Bundeswehr e da propostas de
construir um sistema armamentista nuclear proposto pelo governo de Konrad
Adenauer.
Em
1958, Meinhof filiou-se ao Partido Comunista da Alemanha – ilegal na
época- e integrou o grupo de colaboradores da revista Konkret, de linha
política esquerdista e independente. Com o editor da revista, Klaus Rainer Röhl
teve duas filhas gêmeas, Regina e Bettina. Em 1962, durante sua gravidez, foi
diagnosticada com um tumor cerebral, mas decidiu realizar uma operação
após o parto, temendo afetar o desenvolvimento das filhas. Assim, há quem
argumente, em uma clara tentativa de reduzir o papel opressor do governo alemão
ocidental, que sua radicalização tenha começado a partir deste incidente
pessoal. Porém, a dura repressão do governo alemão a manifestações de
estudantes, resultando na morte de Rudi Dutschke, seu amigo próximo, também são
elementos que provavelmente explicam a mudança de atitude de Meinhof que de
reformista passou a revolucionária.
Ela
participou de várias ações do grupo. De roubos a banco a atentados à bomba, e
foi a responsável pela produção intelectual e disseminação das ideias da RAF,
escrevendo manifestos e tratados. Em 1 de junho de 1972, foi presa, em uma
série de atuações da polícia alemã ocidental. Após dois anos de audiências,
Meinhof, já então na prisão de segurança máxima, junto com os outros líderes da
RAF, recebeu a condenação sozinha de oito anos de reclusão na tentativa de
libertar Andreas Baader, em 1970, que fora preso antes dela. Em agosto de 1975,
foi acusada junto com Baader, Ensslin e Raspe por 4 homicídios, 54 tentativas
de homicídio e formação de organização criminosa.
Entretanto,
foi encontrada morta em sua cela, enforcada por uma toalha, cena que gera
dúvidas até hoje sobre a possibilidade de homicídio, e não de suicídio como
constatava no laudo oficial das autoridades. Meinhof escolheu o caminho da
revolução sem arrependimentos e deixou tal mensagem clara inclusive a sua mãe
adotiva Renate Riemeck, uma ativista cristã fervorosa pela paz, que em carta
tentou argumentar com a filha que desistisse da luta armada. Meinhof reescreveu
a carta a partir da posição de uma mãe escrava que pede à filha para abdicar do
direito de lutar pela liberdade e contentar-se em ser uma obediente e exemplar
escrava. Foi o último contato que ela teria com a família, após decidir romper
todos os laços com o passado.
As
filhas de líderes revolucionárias e a nova conjuntura internacional
Diferentemente
de Mei Shigenobu, uma das filhas de Meinhof, Bettina Röhl, que aceitou
participar do documentário, parece ter uma grande revolta contra as atitudes
pouco afetuosas e maternais da mãe. Assim como todos os entrevistados, ela
condena as ações da líder da RAF, assim como a ideia ufanista que muitos da
sociedade alemã ainda resguardam do já não existente grupo revolucionário. As
diferentes e profundas perspectivas das duas descendentes de líderes
revolucionárias presentes neste documentário auxiliam na constatação de dois
cenários. Para além da clara constatação de que Ulrike Meinhof tenha decidido
colocar a luta revolucionária acima de tudo, abandonando as filhas, algo que
seria aceitável para homens, mas ainda não o é para as mulheres, está o grande
ativismo neoliberal alemão atual, que após a unificação tenta realizar um
revisionismo histórico impondo uma visão bastante parcial e pouco
contextualizada sobre os movimentos armados de esquerda da Alemanha.
Tal
atuação anticomunista e socialista foi intensificada com o desmantelamento da
União Soviética. As ações atingiram até um nível físico cruel, pois Meinhof
chegou a ter o cérebro retirado por inteiro para estudo, mesmo sem o
consentimento da família. Contudo, ainda que o cenário anticomunista esteja
posto, o vácuo ideológico dele originado, somado a não inclinação dos alemães
ocidentais neoliberais em pagar e apoiar a integração total de seus
compatriotas do oriente, percebe-se que o país ainda possui um longo caminho
para uma unificação plena, no que diz respeito a questões culturais, sociais e
econômicas. Portanto, a uma tendência das regiões mais deprimidas
economicamente do leste a apoiar movimentos extremistas neonazistas, algo
bastante próximo que se observa em toda a Europa.
Já
no país natal de Fusako, o Partido Comunista Japonês, fundado em 1922, vem
experimentando um acentuado aumento no seu número de filiados nos últimos anos.
Os japoneses inseridos em um contexto turbulento como o asiático; em que o
poder norte-americano vem sofrendo declínio acentuado e a presença cada vez
mais atuante de outros atores como a China, o Vietnã, a Coreia do Norte vem
crescendo, cria-se um novo cenário para grandes transformações futuras que
possam surgir internamente desta sociedade tão arraigada ao conservadorismo e
tradições. Somado à experiência de movimentos revolucionários em andamento nas
Filipinas, no Laos, na Indonésia e até na própria Índia e as consequências
provenientes das crises econômicas e políticas que o Japão vem experienciando,
as transformações possíveis de uma população que sofre com uma cultura rígida
de horas de trabalho, pode ser terreno fértil para diversas iniciativas
progressistas se assim for aproveitado pelas lideranças locais.
O
Partido Comunista Japonês hoje é um dos principais partidos com esta inclinação
política no mundo, e um dos quatro mais significativos dentro do
Japão, possui entre 320 a 415 mil membros. Sua nova
estratégia baseada na construção de uma sociedade democrática, abandonando o
militarismo, também pode ser um fator que tenha promovido a imagem junto à uma
nação que absorveu que a escravidão pacífica é melhor que qualquer
guerra. O partido visa pôr fim ao tratado de cooperação militar
mútua entre o Japão e os Estados Unidos e desmantelar todas as bases militares
dos EUA presentes no país. Deseja que o Japão assuma uma posição neutra e
não-alinhada; e defende que as disputas internacionais sejam resolvidas por
meios pacíficos, com negociação e diplomacia. Acreditam que é preciso parar de
centrar as relações diplomáticas no G8 e nos EUA e dar mais ênfase à ideia de
integração regional. Sobre a Segunda Guerra Mundial e o passado colonial, o
Partido Comunista acredita ser necessária um resgate da memória e propagar mais
desculpas pelas ações do Japão no passado. Vale lembrar que os comunistas foram
declarados ilegais em 1930, por se oporem à invasão da China e à
participação do país na guerra.
As
lições para a esquerda atual: frágil e sem rumo
Por
fim, o filme “Filhos da Revolução”, apesar de estabelecer quadros bem definidos
de Europa e Ásia através do olhar destas jovens jornalistas, não chega a
grandes conclusões, nem defende um lado, ou outro. O que se percebe é que a
visão de ambas as jornalistas, cujas vidas estão fortemente ligadas às
histórias extraordinárias de suas mães, fazem parte de embate ideológico que
não acabou com o fim da Guerra Fria, mas tomou novas formas mais sofisticadas,
difícil de serem percebidas e compreendidas para a maioria menos desinformada e
intelectualizada. O revisionismo de uma falsa esquerda travou um combate
bastante duro, mas talvez não tão eficaz como se pensa, pois, ao levar a
Alemanha para um extremo direitista pode estar criando terreno bastante
frutífero para futuros combatentes socialistas.
É
importante ainda lembrar que apesar da escolha alemã em liderar uma União
Europeia com políticas bastante neoliberais e desumanas, resultando em uma
Europa cada vez mais avessa ao poder deste país, o Estado alemão toma medidas
que vão em direção contrária, com um teor bastante socialista como a
universalização da educação universitária, realizada nos últimos anos. Assim,
no quadro geral, ainda que o mundo atual demande outras formas de resistência e
combate ao imperialismo e as injustiças sociais, nada seria possível sem ações
anteriores extremas de quem abdicou de tudo, escolhendo um caminho duro de luta
e morte, em favor do bem de todos.
Afinal,
nem todas as mortes provocadas por todos os movimentos de extrema-esquerda ao
redor do mundo e durante os anos de União Soviética é capaz de ultrapassar a
faixa de mortos que o sistema capitalista atual gera a cada ano, direta ou
indiretamente. A fome é uma das principais causa de morte no mundo segundo a
ONU e somente no ano passado 820 milhões de pessoas encontravam-se em condições
extremas. Neste ano de 2019, a Oxfam registrou que apenas 26 pessoas no
mundo têm a mesma fortuna que as 3,8 bilhões mais pobres. Este e outros
elementos, o revisionismo histórico de esquerda e seus grupos de poder, muitas
vezes vacilantes para alinharem-se com quadros neoliberais, parece
desconsiderar cada vez mais, perdendo força e seu propósito de existência.
Como Fusako Shigenobu expressou em um trecho, publicado
pelo Japan Times, de uma de suas muitas cartas escritas
da prisão, salientando que apesar de não ter arrependimentos sobre suas crenças
políticas, ela admite que muitas de suas ações possam ter contribuído para a apatia
dos japoneses e de muitos esquerdistas pelo mundo atualmente. Contudo, segue a
afirmar: "o mundo está tornando-se cada vez mais homogêneo", disse
ela. "Você poderia dizer que o mundo está maduro para a revolução, em termos
materiais. Enquanto a humanidade continuar a ser negada, a revolução humanista
global certamente ocorrerá em uma geração futura. Eu brindarei a isso na vida
após a morte".
***
"Eu e alguns colegas chegamos à conclusão de que a violência neste país era inevitável. Seria errado e irrealista para os líderes africanos continuarem a pregar a paz e a não-violência numa altura em que o governo atendeu às nossas exigências pacíficas com força. Foi somente quando tudo mais falhou, quando todos os canais de protesto pacífico nos foram barrados, que a decisão foi tomada para embarcar em formas violentas de luta política” – declarou Nelson Mandela durante a abertura de sua defesa no julgamento de Rivonia, em 20 de abril de 1964.
SHIGENOBU E MEINHOF: a luta armada socialista-comunista e suas lições para a divagante esquerda contemporânea
Por Alessandra Scangarelli Brites
"Eu e alguns colegas chegamos à conclusão de que a violência neste país era inevitável. Seria errado e irrealista para os líderes africanos continuarem a pregar a paz e a não-violência numa altura em que o governo atendeu às nossas exigências pacíficas com força. Foi somente quando tudo mais falhou, quando todos os canais de protesto pacífico nos foram barrados, que a decisão foi tomada para embarcar em formas violentas de luta política” – declarou Nelson Mandela durante a abertura de sua defesa no julgamento de Rivonia, em 20 de abril de 1964.
A
realidade muitas vezes pode ser difícil em demasia para uma geração de jovens
que poucas provações teve de enfrentar enquanto vivos e, talvez por esta razão,
julga-se facilmente e se critica aqueles que acabam fazendo escolhas um tanto
polêmicas, como o uso da violência, em nome da liberdade, da igualdade e outras
razões que tornam a vida em sociedade viável. Engana-se quem acha que a
não-violência é sempre o caminho a ser seguido. Não, em diversas vezes, ela foi
o único recurso capaz de pôr fim a uma situação muito mais cruel, desumana e
indigna como a que geraram regimes como o Nazismo e o Apartheid e todos os
governos imperialistas e coloniais.
Tornou-se
comum a diversos engajamentos mundiais atuais, de esquerda ou não, condenar
ações de gerações do passado, em especial também de comunistas e socialistas da
“velha guarda”, sem antes terem o conhecimento histórico e a compreensão das
dificuldades e opressão pelos quais passaram diversos líderes anteriormente. Eles
apontam para Mahatma Ghandi como um exemplo, mas esquecem que o movimento pela
independência da Índia iniciou décadas antes e contou com a resiliência de
pessoas como Mangal Pandey, que pegou em armas em 1857, dando início a uma
série de revoltas armadas que iriam aos poucos, ao longo do tempo, fomentar um
ambiente para que a Índia posteriormente, em 1947, conseguisse a independência.
Deve-se ainda lembrar que Ghandi promoveu a desobediência total, que em si,
pode ser considerada perturbadora à ordem desejada do opressor.
Para
Che Guevara, em muitas de suas frases, um revolucionário é guiado por
sentimentos de amor. Dizia ele: “Acima de tudo procurem sentir no mais profundo
de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte
do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário”. Como Che Guevara,
ao longo dos séculos, diversas figuras de diferentes nacionalidades foram
capazes de deixarem sua casa para unirem-se na luta de uma causa. Assim,
ocorreu com o italiano Giuseppe Garibaldi, durante o século XIX, ou com Ernest
Hemingway, durante a Guerra Civil Espanhola do século XX, e tantos outros, sem
a mesma fama, que se uniram aos socialistas espanhóis na tentativa de barrar o
generalíssimo fascista Franco. Se em vida, eles foram bem-sucedidos ou não,
pouco interessa. A questão que se faz essencial aqui é analisar suas atitudes,
o porquê de suas escolhas, quais foram as causas pelos quais muito escolheram a
luta armada e que ensinamentos eles nos trazem hoje.
As
causas
Os
diversos movimentos armados de inclinação esquerdista são oriundos de gerações
que nasceram, ou foram criados em um ambiente muito opressor, de duas
sucessivas gerações, cujos valores e atitudes resultaram em duas grandes
guerras mundiais. Do final do século XIX até meados do século XX, o mundo, do
ocidente ao oriente, observava uma profunda transformação na estrutura de poder
internacional, com a total derrocada da aristocracia como classe dominante,
para a consolidação da burguesia como nova condutora dos rumos políticos,
econômicos e sociais que o Globo tomaria. É importante lembrar que o burguês é
o indivíduo que não possui sangue nobre, tendo atingido status com o seu
trabalho, ou com a exploração do mão-de-obra alheia. Mesmo sendo desprezada por
décadas, a burguesia conviveu e financiou por longo tempo os luxos das nobrezas
e das monarquias, no intuito de aos poucos ter proximidade com o poder e, quem
sabe, fazer parte deste grupo seleto. Na base desta pirâmide está a classe
trabalhadora, cujo destino está desde já estabelecido para que siga sustentando
aristocratas e burgueses, abdicando de sua liberdade e melhores condições de
vida.
Na
Primeira Guerra Mundial, travada, na realidade, entre parentes reais que
desejavam expandir os seus domínios sobre o mundo (Alemanha contestava que
também tinha direitos a obter colônias, em um mundo divido principalmente entre
inglese e franceses. Assim também reclamavam os EUA e o Japão). Contudo,
imperadores, reis e rainhas após levarem o mundo a uma mortandade tamanha, finalmente,
entraram em total desgraça. Subiu ao poder o burguês, mas que logo se deparou
com a contestação de seus subalternos por melhores condições de vida e que
reivindicavam um outro mundo, sem classes. É preciso salientar que falamos de
uma época em que empresários abertamente debatiam quantas horas uma criança de
10 anos, ou mais deveria trabalhar, operando uma máquina. Alguns apontavam para
16h, outros achavam que menos seria melhor. A vitória dos socialistas
anti-imperialistas na Rússia, que definitivamente aniquilaram a família real
daquele país, é um dos vários motivos importantes que originaram a Segunda
Guerra Mundial. Com a vitória da União Soviética sobre 80% das forças nazistas
alocadas a leste da Europa, e sua colaboração aos movimentos e guerrilhas
comunistas e socialistas existentes em vários países da Ásia, auxiliando na
expulsão dos japoneses dos territórios antes invadidos e desmantelamento do
império japonês.
Com
uma ampla rede de espiões e agentes, Stalin descobre um plano dos Estados Unidos
para atacar o território soviético com várias bombas nucleares e promover uma
aniquilação da URSS, como ocorrera em tempos recentes com o Japão. Por estas e
outras, que os soviéticos prontamente desenvolveram o seu sistema próprio de
bombas nucleares, promovendo um equilíbrio de poder bélico e trazendo uma nova
conjuntura política para o mundo. No entanto, os norte-americanos passaram ao
status de potência através da acumulação de ouro e outras riquezas de uma
Europa em guerra, que pagava por armamentos e comida com suas reservas de
barras douradas. O mundo do pós-Segunda Guerra tem os EUA substituindo a
Inglaterra e a França como líder do mundo ocidental, invocando o fim do
imperialismo tradicional, juntamente com a URSS, mas ao mesmo tempo dando início
a uma outra forma de influência e exercício de poder sobre outros países.
Contudo, o objetivo de ser líder supremo do mundo é barrado com a existência de
um bloco socialista e comunista.
Ao
mesmo tempo, um terceiro mundo, colonizado em especial por europeus durante
décadas, levanta-se sedento por autonomia. Trata-se de algo novo que pegou
tanto EUA, quanto União Soviética de surpresas, os fazendo procurar respostas e
novas formas de adaptação para este novo cenário internacional que começava a
ser desenhado: o de uma África, Ásia e Oriente Médio independentes. O quadro
político geral caracterizou-se entre o apoio soviético a forças nacionalistas e
anti-imperialistas, mas de inclinação socialista, e dos EUA aliando-se a
nacionalista capitalistas que mantinham estreito relacionamento com antigas
forças conservadoras, não muito propensas a garantir uma distribuição de seus
recursos com os mais pobres de cada país em questão.
São
muitos os exemplos, mas pode-se salientar aqui o movimento impulsionado por Ho
Chi Minh que almejava reunificar o Vietnã e lutar pela independência. Contudo,
seus compatriotas do sul, ainda que pudessem compartilhar uma ideia de
autonomia, mantinham uma visão de estreitos laços de submissão tanto com
franceses, quanto com norte-americanos, que aos olhos do líder socialista era
algo inviável. Na África do Sul, já independente, Nelson Mandela liderava uma
guerrilha recente antiapartheid, apoiada apenas por Cuba e União Soviética, com
recursos de todos os tipos. Tratou-se de um período em que europeus e
norte-americanos acusavam Mandela de terrorismo e confabulavam sem problema
algum com um sistema político racista e de estreito relacionamento com as
antigas forças imperialistas.
Durante
estas guerras travadas no terceiro mundo, a Europa Ocidental, assim como a
Alemanha Ocidental e o Japão passaram a apoiar e a serem aliados dos Estados
Unidos e suas ações pelo Globo. As gerações que nasceram, ou cresceram durante
a Segunda Guerra, tendo uma real experiência de vivenciar um conflito de
tamanha proporção, já não suportavam mais esta situação de constante violência
por poder e acumulação de riquezas. Neste cenário, é que os movimentos de
extrema-esquerda surgem no seio das sociedades capitalista, trazendo grande
contestação e enfrentando, ainda que de forma, às vezes, bastante ingênua estas
estruturas centenárias de poder.
SHIGENOBU e MEINHOF no documentário “Filhas da Revolução” e suas contribuições para a
luta armada internacional
Na
Alemanha Ocidental surge o grupo Fração do Exército Vermelho (RAF), ou
popularmente conhecido como grupo Baader-Meinhof, em parte fundado e criado por
uma mulher Ulrike Meinhof e por Andreas Baader. No Japão, uma estudante, filha
de um seguidor da extrema-direita imperialista japonesa, Fusako Shigenobu entra
para movimentos estudantis e após funda o Exército Vermelho Japonês. Ambos os
grupos, incentivados pelos acontecimentos no terceiro mundo, em especial por
Cuba de Fidel Castro e Che Guevara, iriam promover diversas ações armadas,
visando derrubar o governo de seus países e implementar um sistema socialista.
Iriam também lutar lado a lado de causas que ultrapassavam as suas fronteiras,
como foi o caso dos japoneses que estiveram ao lado dos palestinos, agrupados
na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), em fronts de batalha
contra Israel. O caráter contestador das ideias socialistas e comunistas, que
advoga em prol do empoderamento feminino, tendo a URSS fornecido iguais poderes
às mulheres nas forças armadas e na sociedade civil em 1917, pode explicar em
parte a atuação feminina nestes grupos de esquerda.
Neste
quadro de acontecimentos históricos, um filme que pode servir de fonte de
estudo: o documentário “Filhos da Revolução” (2011), dirigido pelo
irlandês Shane O'Sullivan. Esta produção aborda as trajetórias
de Ulrike Meinhof e Fusako Shigenobu, através do olhar de suas filhas. Com
depoimentos de figuras históricas importantes como a de Leila Khaled,
integrante da FPLP. Fusako nasceu em Tokyo, em 1945, sendo testemunha de um
Japão que se recuperava dos destroços da guerra e que se via em forte domínio
dos Estados Unidos. Seu pai era professor e tornou-se também um major do
Exército Imperial Japonês despachado para Manchukuo, um estado fantoche do
Japão implantado na China, que recebera o apoio da elite pertencente à dinastia
Qing chinesa, derrubada posteriormente pelos comunistas. O governo foi abolido
com o fim da guerra em 1945.
A
jovem Fusako cresceu neste ambiente familiar, tornando-se bacharel em economia
política e em história pela Universidade Meiji. Através do movimento estudantil
que protestava contra o aumento das mensalidades chegou ao ativismo esquerdista
geral dos anos 1960. Ao fundar o Exército Vermelho do Japão com Tsuyoshi
Okudaira foi ao Oriente Médio para criar filiais internacionais do grupo, em
1971. Os conflitos internos levaram à divisão do Exército Vermelho e parte dele
uniu-se à Esquerda Revolucionária Maoista do Partido Comunista Japonês, criando
o Exército Vermelho Unido. A líder revolucionária permaneceria 30 anos no
Oriente Médio. Ela resguardava a visão de que era necessária uma Solidariedade
Revolucionária Internacional, na qual se fazia fundamental a cooperação dos
movimentos revolucionários mundiais e sua conduta conjunta direcionada a uma
revolução socialista global. Fusako dedicou boa parte de sua luta à causa
palestina no Líbano.
Ao
integrar a luta da PFLP, em vários de seus livros comentou: "o propósito
desta missão era consolidar a aliança revolucionária internacional contra os
imperialistas do mundo". Fusako foi presa em 2000 e condenada a 20 anos de
prisão em 8 de março de 2006, sob as acusações de uso de passaporte
falsificado, ajuda aos membros do Exército Vermelho Japonês na obtenção de passaporte
falso e tentativa de homicídio involuntário, planejando e comandando a ocupação
e tomada de reféns na embaixada francesa em Haia, na Holanda, em 1974. Fusako
declarou-se culpada das duas primeiras acusações. Entre as testemunhas que
apareceram em sua corte para a defesa estava Leila Khaled, conhecida pelo
sequestro de 1969 do vôo 840 da TWA, e membro do Conselho Nacional Palestino.
Mesmo
sem provas conclusivas sobre o envolvimento de Fusako na ocupação armada da
embaixada que resultou no ferimento de dois policiais, ou na intenção de
tentativa de homicídio, o juiz condenou-a por possível conspiração com membros
do seu grupo para ocupar o local. Ela vive hoje na prisão Médica de Hachiōji,
após ter retirado um câncer intestinal. Sua filha, fruto de um relacionamento
com um libanês, Mei Shigenobu é uma jornalista no Japão dedicada à apoiar a
causa da mãe. Em seu livro “Decidi dar à luz a você sob uma macieira”, único
livro que não versa sobre o processo revolucionário, Fusako fala sobre a
maternidade e o relacionamento com a filha, que teve uma criação atípica, na
clandestinidade de quem luta junto aos pais em um movimento revolucionário.
Diferentemente
de Fusako, Meinhof teve uma vida familiar bastante conturbada. Ela nasceu em
Oldemburgo em 1934. Ainda bastante jovem perdeu pai e mãe, diagnosticados com
câncer. Após completar o secundário, mergulhou nos estudos
de filosofia, sociologia, pedagogia, literatura e língua
alemã em Marburg, onde se envolveu em movimentos reformistas
universitários. Em 1957, ao conhecer o marxista espanhol Manuel
Sacristán, entrou para a União Socialista Alemã de Estudantes, que era
contrária à política de rearmamento do Bundeswehr e da propostas de
construir um sistema armamentista nuclear proposto pelo governo de Konrad
Adenauer.
Em
1958, Meinhof filiou-se ao Partido Comunista da Alemanha – ilegal na
época- e integrou o grupo de colaboradores da revista Konkret, de linha
política esquerdista e independente. Com o editor da revista, Klaus Rainer Röhl
teve duas filhas gêmeas, Regina e Bettina. Em 1962, durante sua gravidez, foi
diagnosticada com um tumor cerebral, mas decidiu realizar uma operação
após o parto, temendo afetar o desenvolvimento das filhas. Assim, há quem
argumente, em uma clara tentativa de reduzir o papel opressor do governo alemão
ocidental, que sua radicalização tenha começado a partir deste incidente
pessoal. Porém, a dura repressão do governo alemão a manifestações de
estudantes, resultando na morte de Rudi Dutschke, seu amigo próximo, também são
elementos que provavelmente explicam a mudança de atitude de Meinhof que de
reformista passou a revolucionária.
Ela
participou de várias ações do grupo. De roubos a banco a atentados à bomba, e
foi a responsável pela produção intelectual e disseminação das ideias da RAF,
escrevendo manifestos e tratados. Em 1 de junho de 1972, foi presa, em uma
série de atuações da polícia alemã ocidental. Após dois anos de audiências,
Meinhof, já então na prisão de segurança máxima, junto com os outros líderes da
RAF, recebeu a condenação sozinha de oito anos de reclusão na tentativa de
libertar Andreas Baader, em 1970, que fora preso antes dela. Em agosto de 1975,
foi acusada junto com Baader, Ensslin e Raspe por 4 homicídios, 54 tentativas
de homicídio e formação de organização criminosa.
Entretanto,
foi encontrada morta em sua cela, enforcada por uma toalha, cena que gera
dúvidas até hoje sobre a possibilidade de homicídio, e não de suicídio como
constatava no laudo oficial das autoridades. Meinhof escolheu o caminho da
revolução sem arrependimentos e deixou tal mensagem clara inclusive a sua mãe
adotiva Renate Riemeck, uma ativista cristã fervorosa pela paz, que em carta
tentou argumentar com a filha que desistisse da luta armada. Meinhof reescreveu
a carta a partir da posição de uma mãe escrava que pede à filha para abdicar do
direito de lutar pela liberdade e contentar-se em ser uma obediente e exemplar
escrava. Foi o último contato que ela teria com a família, após decidir romper
todos os laços com o passado.
As
filhas de líderes revolucionárias e a nova conjuntura internacional
Diferentemente
de Mei Shigenobu, uma das filhas de Meinhof, Bettina Röhl, que aceitou
participar do documentário, parece ter uma grande revolta contra as atitudes
pouco afetuosas e maternais da mãe. Assim como todos os entrevistados, ela
condena as ações da líder da RAF, assim como a ideia ufanista que muitos da
sociedade alemã ainda resguardam do já não existente grupo revolucionário. As
diferentes e profundas perspectivas das duas descendentes de líderes
revolucionárias presentes neste documentário auxiliam na constatação de dois
cenários. Para além da clara constatação de que Ulrike Meinhof tenha decidido
colocar a luta revolucionária acima de tudo, abandonando as filhas, algo que
seria aceitável para homens, mas ainda não o é para as mulheres, está o grande
ativismo neoliberal alemão atual, que após a unificação tenta realizar um
revisionismo histórico impondo uma visão bastante parcial e pouco
contextualizada sobre os movimentos armados de esquerda da Alemanha.
Tal
atuação anticomunista e socialista foi intensificada com o desmantelamento da
União Soviética. As ações atingiram até um nível físico cruel, pois Meinhof
chegou a ter o cérebro retirado por inteiro para estudo, mesmo sem o
consentimento da família. Contudo, ainda que o cenário anticomunista esteja
posto, o vácuo ideológico dele originado, somado a não inclinação dos alemães
ocidentais neoliberais em pagar e apoiar a integração total de seus
compatriotas do oriente, percebe-se que o país ainda possui um longo caminho
para uma unificação plena, no que diz respeito a questões culturais, sociais e
econômicas. Portanto, a uma tendência das regiões mais deprimidas
economicamente do leste a apoiar movimentos extremistas neonazistas, algo
bastante próximo que se observa em toda a Europa.
Já
no país natal de Fusako, o Partido Comunista Japonês, fundado em 1922, vem
experimentando um acentuado aumento no seu número de filiados nos últimos anos.
Os japoneses inseridos em um contexto turbulento como o asiático; em que o
poder norte-americano vem sofrendo declínio acentuado e a presença cada vez
mais atuante de outros atores como a China, o Vietnã, a Coreia do Norte vem
crescendo, cria-se um novo cenário para grandes transformações futuras que
possam surgir internamente desta sociedade tão arraigada ao conservadorismo e
tradições. Somado à experiência de movimentos revolucionários em andamento nas
Filipinas, no Laos, na Indonésia e até na própria Índia e as consequências
provenientes das crises econômicas e políticas que o Japão vem experienciando,
as transformações possíveis de uma população que sofre com uma cultura rígida
de horas de trabalho, pode ser terreno fértil para diversas iniciativas
progressistas se assim for aproveitado pelas lideranças locais.
O
Partido Comunista Japonês hoje é um dos principais partidos com esta inclinação
política no mundo, e um dos quatro mais significativos dentro do
Japão, possui entre 320 a 415 mil membros. Sua nova
estratégia baseada na construção de uma sociedade democrática, abandonando o
militarismo, também pode ser um fator que tenha promovido a imagem junto à uma
nação que absorveu que a escravidão pacífica é melhor que qualquer
guerra. O partido visa pôr fim ao tratado de cooperação militar
mútua entre o Japão e os Estados Unidos e desmantelar todas as bases militares
dos EUA presentes no país. Deseja que o Japão assuma uma posição neutra e
não-alinhada; e defende que as disputas internacionais sejam resolvidas por
meios pacíficos, com negociação e diplomacia. Acreditam que é preciso parar de
centrar as relações diplomáticas no G8 e nos EUA e dar mais ênfase à ideia de
integração regional. Sobre a Segunda Guerra Mundial e o passado colonial, o
Partido Comunista acredita ser necessária um resgate da memória e propagar mais
desculpas pelas ações do Japão no passado. Vale lembrar que os comunistas foram
declarados ilegais em 1930, por se oporem à invasão da China e à
participação do país na guerra.
As
lições para a esquerda atual: frágil e sem rumo
Por
fim, o filme “Filhos da Revolução”, apesar de estabelecer quadros bem definidos
de Europa e Ásia através do olhar destas jovens jornalistas, não chega a
grandes conclusões, nem defende um lado, ou outro. O que se percebe é que a
visão de ambas as jornalistas, cujas vidas estão fortemente ligadas às
histórias extraordinárias de suas mães, fazem parte de embate ideológico que
não acabou com o fim da Guerra Fria, mas tomou novas formas mais sofisticadas,
difícil de serem percebidas e compreendidas para a maioria menos desinformada e
intelectualizada. O revisionismo de uma falsa esquerda travou um combate
bastante duro, mas talvez não tão eficaz como se pensa, pois, ao levar a
Alemanha para um extremo direitista pode estar criando terreno bastante
frutífero para futuros combatentes socialistas.
É
importante ainda lembrar que apesar da escolha alemã em liderar uma União
Europeia com políticas bastante neoliberais e desumanas, resultando em uma
Europa cada vez mais avessa ao poder deste país, o Estado alemão toma medidas
que vão em direção contrária, com um teor bastante socialista como a
universalização da educação universitária, realizada nos últimos anos. Assim,
no quadro geral, ainda que o mundo atual demande outras formas de resistência e
combate ao imperialismo e as injustiças sociais, nada seria possível sem ações
anteriores extremas de quem abdicou de tudo, escolhendo um caminho duro de luta
e morte, em favor do bem de todos.
Afinal,
nem todas as mortes provocadas por todos os movimentos de extrema-esquerda ao
redor do mundo e durante os anos de União Soviética é capaz de ultrapassar a
faixa de mortos que o sistema capitalista atual gera a cada ano, direta ou
indiretamente. A fome é uma das principais causa de morte no mundo segundo a
ONU e somente no ano passado 820 milhões de pessoas encontravam-se em condições
extremas. Neste ano de 2019, a Oxfam registrou que apenas 26 pessoas no
mundo têm a mesma fortuna que as 3,8 bilhões mais pobres. Este e outros
elementos, o revisionismo histórico de esquerda e seus grupos de poder, muitas
vezes vacilantes para alinharem-se com quadros neoliberais, parece
desconsiderar cada vez mais, perdendo força e seu propósito de existência.
Como Fusako Shigenobu expressou em um trecho, publicado
pelo Japan Times, de uma de suas muitas cartas escritas
da prisão, salientando que apesar de não ter arrependimentos sobre suas crenças
políticas, ela admite que muitas de suas ações possam ter contribuído para a apatia
dos japoneses e de muitos esquerdistas pelo mundo atualmente. Contudo, segue a
afirmar: "o mundo está tornando-se cada vez mais homogêneo", disse
ela. "Você poderia dizer que o mundo está maduro para a revolução, em termos
materiais. Enquanto a humanidade continuar a ser negada, a revolução humanista
global certamente ocorrerá em uma geração futura. Eu brindarei a isso na vida
após a morte".
***
***
LUCAS RUBIO-
LUCAS RUBIO-
O líder da Coreia do Norte se dirigiu ao mundo nesse 1º de janeiro de 2019 e o que ele disse chama a atenção.
KIM JONG UN, o Máximo Dirigente da República Popular Democrática da Coreia, a Coreia do Norte, pronunciou nas primeiras horas de 2019 uma mensagem de ano novo que foi transmitida em toda a cadeia nacional de rádio e TV da Coreia.
KIM JONG UN faz, todos os anos, esse tradicional pronunciamento. As palavras e direções dadas nesse discurso geralmente norteiam toda a vida e atividade política, econômica, social e militar da Coreia do Norte durante o ano. Por isso, saber o que ele disse e analisar suas palavras é muito importante, o que faz com que o discurso seja sempre muito esperado pelos analistas internacionais.
Esse ano KIM JONG UN inovou muito na maneira com a qual se dirigiu aos coreanos e ao mundo. Geralmente, a mensagem de ano novo na TV começa a ser transmitida com o líder posicionado em um púlpito, onde realiza seu discurso. Esse ano, porém, o vídeo da mensagem de ano novo começa com KIM JONG UN caminhando ao lado de sua irmã, Kim Yo Jong, membro do alto escaldão do Partido do Trabalho da Coreia, ao longo de espaços do prédio sede do Partido, acompanhado também de duas outras autoridades nacionais. Em seguida, KIM JONG UN chega a uma sala e senta-se em uma poltrona posicionada na frente de dois grandes retratos dos antigos líderes da Coreia - KIM IL SUNG e KIM JONG IL. Atrás de si também há uma bandeira da RPD da Coreia e do Partido do Trabalho da Coreia.
Mas, o que KIM JONG UN disse?
No começo da mensagem, ele estendeu saudações cordiais aos habitantes de todo o país, aos oficiais e soldados do Exército Popular da Coreia, aos compatriotas sul-coreanos e em ultramar e expressou seus desejos de que os chefes-de-Estado e amigos de todos os países do mundo tenham êxitos em seus trabalhos.
Mencionou que 2018 foi um ano histórico em que, graças à linha independente e à decisão estratégica do Partido do Trabalho da Coreia, se registraram grandes mudanças na situação interna e externa e a Coreia entrou em uma nova etapa da construção socialista.
Continuou dizendo que nesse novo ano, se apresentam as tarefas de luta para expandir as perspectivas de situar o país na nova etapa da construção socialista ao ampliar e consolidar a capacidade de desenvolvimento independente do país.
KIM JONG UN definiu «Abramos um novo caminho de avanço na construção socialista, erguendo a bandeira do apoio em nossas próprias forças!» como a nova consígnia revolucionária sob a qual deve marcar adiante o povo coreano.
"Temos que proporcionar um auge revolucionário em todos os setores da construção socialista tomando a autoconfiança como fórmula de prosperidade", disse KIM JONG UN, dizendo também que "É necessário alcançar com êxito as metas estratégicas para o desenvolvimento da economia nacional e avançar rumo à nova etapa de crescimento da base da capacidade técnica e de recursos próprios e de elevada capacidade e disposição revolucionária de todo o povo".
Ele também ressaltou a importância de multiplicar, por todos os meios, as forças ideo-políticas do Estado Socialista da Coreia. Instruiu a dar um bom impulso na construção da cultura socialista e consolidar o poder da defesa nacional.
Recordou que o ano passado foi um momento comovente onde se produziram mudanças dramáticas nunca antes vistas antes na história da divisão nacional de mais de 70 anos. KIM JONG UN advogou pelo maior avanço na luta para desenvolver as relações intercoreanas e alcançar a paz, prosperidade e a reunificação da pátria no novo ano de 2019, com base nos valiosos sucessos do ano passado, que foi coroado com acontecimentos sem precedentes.
Indicou que toda a nação deve levantar em alto espírito o slogan revolucionário «Abramos uma nova era dourada para a paz, prosperidade e reunificação da Península Coreana, implementando cabalmente as históricas Declarações Norte-Sul!».
Ratificou a firme vontade da Coreia do Norte de eliminar pela raiz as hostis relações militares entre ambas as partes coreanas e converter a Península Coreana em uma zona de paz duradoura e sólida. "É preciso ampliar e desenvolver completamente a cooperação e o intercâmbio entre o Norte e o Sul para consolidar a reconciliação e a unidade da nação e fazê-la se beneficiar realmente desse melhoramento de relações", destacou o líder coreano.
Advertiu que não se deve perdoar nunca a intervenção e o intrometimento das forças exteriores que impedem o avanço rumo à reconciliação, a unidade e a reunificação da nação coreana, uma vez que essas interferências buscam sujeitar as relações Norte-Sul aos seus gostos e interesses.
KIM JONG UN relembrou que no ano passado de 2018, o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo da RPDC realizaram esforços responsáveis por defender a paz e a segurança do mundo e por ampliar e fortalecer a amizade com vários países.
O Máximo Dirigente também sublinhou que o histórico primeiro encontro e as conversações na cúpula Estados Unidos e Coreia do Norte, realizadas em Singapura, mudaram dramaticamente as relações bilaterais mais hostis de nosso planeta e fizeram um grande aporte para a preservação da paz e segurança na Coreia e na região.
"Como foi declarado na Declaração Conjunta RPDC-EUA, em 12 de junho, nosso Partido e o Governo da RPDC têm a invariável posição de estabelecer novos vínculos entre os dois países conforme a demanda do novo século, implantar na Península Coreana um sistema de paz permanente e duradoura e avançar na desnuclearização completa, a qual também é minha firme vontade", disse KIM JONG UN.
Prosseguiu dizendo que a RPDC não tem intenções de ater-se ao passado hostil das relações com os Estados Unidos e está disposta a marchar para o fortalecimento de novos vínculos conforme a aspiração dos povos de ambos os países e aos requisitos da época em desenvolvimento que busca pôr o quanto antes um ponto final nos antecedentes desagradáveis.
"Como mostra a situação atual de vínculos entre o Norte e o Sul da Coreia, que alcançaram um rápido avanço no ano passado, não há nada impossível se se toma a decisão de fazer", afirmou.
Continuou seu discurso, enquanto a TV mostrava imagens e fotografias dos encontros dele com Donald Trump e Moon Jae In (presidente da Coreia do Sul). Disse ainda que ambas as partes coreanas alcançarão, sem falta, o resultado de benefício mútuo se apresentarem propostas imparciais e se assumirem a correta posição sobre as negociações e se possuírem a vontade de resolver o problema tendo o princípio de reconhecer e respeitar a outra parte, deixando com magnanimidade suas insistências inveteradas.
"Estou pronto para voltar a conversar com o presidente dos EUA a qualquer momento e procurarei obter sem falta o resultado que será aplaudido pela sociedade internacional", declarou KIM JONG UN.
"Se os EUA não cumprem o compromisso assumido diante dos olhos do mundo e tratam de obrigar alguma coisa de modo unilateral, interpretando mal a paciência do nosso povo, se obstinando com suas sanções e pressões contra a RPD da Coreia, nos veremos obrigados a buscar uma nova via para defender a soberania nacional e os máximos interesses do nosso Estado, que é alcançar a paz e estabilidade na Península", disse decisivamente o líder coreano.
KIM JONG UN, já no fim de sua declaração, assinalou que os países vizinhos e a comunidade internacional deverão apoiar os esforços sinceros da Coreia do Norte em impulsionar o desenvolvimento positivo da situação na Península Coreana e em lutar contra todos os atos que desafiam e destroem a paz, contrariando a justiça.
Por fim, o Máximo Dirigente do país reafirmou que, segundo o ideal da independência, paz e amizade, o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo norte-coreano seguirão consolidando a unidade e a cooperação com os países socialistas e também desenvolverão relações com todos os outros países que tratam a Coreia de maneira amistosa.
Em sua revolucionária declaração de ano novo, que durou cerca de meia hora, KIM JONG UN reafirmou o caminho do desenvolvimento socialista na Coreia do Norte e também reafirmou mais um ano de esforços em busca da paz na Coreia.
Situação diferente da de 2017, ano em que Trump assumiu a presidência dos EUA com promessas de cercar a Coreia e "resolver o problema" com todas as forças, KIM JONG UN fez um discurso que conclamava o povo coreano a se levantar para defender a todo custo a integridade da Coreia. O resultado foi um conturbado ano de testes de mísseis balísticos, inclusive o primeiro intercontinental da Coreia, exercícios militares e detonações atômicas. Já no seu discurso de 2018, KIM JONG UN redesenhou as atividades da Coreia do Norte, uma vez que, segundo ele, o país já havia conseguido alcançar a plenitude de seu programa balístico e nuclear. O resultado de suas declarações mais brandas foi um ano de extrema mudança das relações com a Coreia do Sul e com os EUA: a Coreia do Norte participou de maneira incrível dos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados no Sul da Coreia e KIM JONG UN em pessoa foi à Coreia do Sul e se encontrou com o líder sul-coreano, Moon Jae In, em uma histórica visita. KIM JONG UN também visitou a China, em sua primeira visita internacional, e em junho encontrou-se com Donald Trump, na histórica e memorável cúpula entre os dois países.
Parece que nesse ano a Coreia quer acelerar ainda mais um programa que ela defende desde sua fundação, em 1948: paz, independência, desenvolvimento econômico socialista e diplomacia!
Veja a declaração completa de KIM JONG UN em coreano:
(Com informações de KCNA - tradução e comentários Lucas Rubio)
***
O líder da Coreia do Norte se dirigiu ao mundo nesse 1º de janeiro de 2019 e o que ele disse chama a atenção.
KIM JONG UN, o Máximo Dirigente da República Popular Democrática da Coreia, a Coreia do Norte, pronunciou nas primeiras horas de 2019 uma mensagem de ano novo que foi transmitida em toda a cadeia nacional de rádio e TV da Coreia.
KIM JONG UN faz, todos os anos, esse tradicional pronunciamento. As palavras e direções dadas nesse discurso geralmente norteiam toda a vida e atividade política, econômica, social e militar da Coreia do Norte durante o ano. Por isso, saber o que ele disse e analisar suas palavras é muito importante, o que faz com que o discurso seja sempre muito esperado pelos analistas internacionais.
Esse ano KIM JONG UN inovou muito na maneira com a qual se dirigiu aos coreanos e ao mundo. Geralmente, a mensagem de ano novo na TV começa a ser transmitida com o líder posicionado em um púlpito, onde realiza seu discurso. Esse ano, porém, o vídeo da mensagem de ano novo começa com KIM JONG UN caminhando ao lado de sua irmã, Kim Yo Jong, membro do alto escaldão do Partido do Trabalho da Coreia, ao longo de espaços do prédio sede do Partido, acompanhado também de duas outras autoridades nacionais. Em seguida, KIM JONG UN chega a uma sala e senta-se em uma poltrona posicionada na frente de dois grandes retratos dos antigos líderes da Coreia - KIM IL SUNG e KIM JONG IL. Atrás de si também há uma bandeira da RPD da Coreia e do Partido do Trabalho da Coreia.
Mas, o que KIM JONG UN disse?
No começo da mensagem, ele estendeu saudações cordiais aos habitantes de todo o país, aos oficiais e soldados do Exército Popular da Coreia, aos compatriotas sul-coreanos e em ultramar e expressou seus desejos de que os chefes-de-Estado e amigos de todos os países do mundo tenham êxitos em seus trabalhos.
Mencionou que 2018 foi um ano histórico em que, graças à linha independente e à decisão estratégica do Partido do Trabalho da Coreia, se registraram grandes mudanças na situação interna e externa e a Coreia entrou em uma nova etapa da construção socialista.
Continuou dizendo que nesse novo ano, se apresentam as tarefas de luta para expandir as perspectivas de situar o país na nova etapa da construção socialista ao ampliar e consolidar a capacidade de desenvolvimento independente do país.
KIM JONG UN definiu «Abramos um novo caminho de avanço na construção socialista, erguendo a bandeira do apoio em nossas próprias forças!» como a nova consígnia revolucionária sob a qual deve marcar adiante o povo coreano.
"Temos que proporcionar um auge revolucionário em todos os setores da construção socialista tomando a autoconfiança como fórmula de prosperidade", disse KIM JONG UN, dizendo também que "É necessário alcançar com êxito as metas estratégicas para o desenvolvimento da economia nacional e avançar rumo à nova etapa de crescimento da base da capacidade técnica e de recursos próprios e de elevada capacidade e disposição revolucionária de todo o povo".
Ele também ressaltou a importância de multiplicar, por todos os meios, as forças ideo-políticas do Estado Socialista da Coreia. Instruiu a dar um bom impulso na construção da cultura socialista e consolidar o poder da defesa nacional.
Recordou que o ano passado foi um momento comovente onde se produziram mudanças dramáticas nunca antes vistas antes na história da divisão nacional de mais de 70 anos. KIM JONG UN advogou pelo maior avanço na luta para desenvolver as relações intercoreanas e alcançar a paz, prosperidade e a reunificação da pátria no novo ano de 2019, com base nos valiosos sucessos do ano passado, que foi coroado com acontecimentos sem precedentes.
Indicou que toda a nação deve levantar em alto espírito o slogan revolucionário «Abramos uma nova era dourada para a paz, prosperidade e reunificação da Península Coreana, implementando cabalmente as históricas Declarações Norte-Sul!».
Ratificou a firme vontade da Coreia do Norte de eliminar pela raiz as hostis relações militares entre ambas as partes coreanas e converter a Península Coreana em uma zona de paz duradoura e sólida. "É preciso ampliar e desenvolver completamente a cooperação e o intercâmbio entre o Norte e o Sul para consolidar a reconciliação e a unidade da nação e fazê-la se beneficiar realmente desse melhoramento de relações", destacou o líder coreano.
Advertiu que não se deve perdoar nunca a intervenção e o intrometimento das forças exteriores que impedem o avanço rumo à reconciliação, a unidade e a reunificação da nação coreana, uma vez que essas interferências buscam sujeitar as relações Norte-Sul aos seus gostos e interesses.
KIM JONG UN relembrou que no ano passado de 2018, o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo da RPDC realizaram esforços responsáveis por defender a paz e a segurança do mundo e por ampliar e fortalecer a amizade com vários países.
O Máximo Dirigente também sublinhou que o histórico primeiro encontro e as conversações na cúpula Estados Unidos e Coreia do Norte, realizadas em Singapura, mudaram dramaticamente as relações bilaterais mais hostis de nosso planeta e fizeram um grande aporte para a preservação da paz e segurança na Coreia e na região.
"Como foi declarado na Declaração Conjunta RPDC-EUA, em 12 de junho, nosso Partido e o Governo da RPDC têm a invariável posição de estabelecer novos vínculos entre os dois países conforme a demanda do novo século, implantar na Península Coreana um sistema de paz permanente e duradoura e avançar na desnuclearização completa, a qual também é minha firme vontade", disse KIM JONG UN.
Prosseguiu dizendo que a RPDC não tem intenções de ater-se ao passado hostil das relações com os Estados Unidos e está disposta a marchar para o fortalecimento de novos vínculos conforme a aspiração dos povos de ambos os países e aos requisitos da época em desenvolvimento que busca pôr o quanto antes um ponto final nos antecedentes desagradáveis.
"Como mostra a situação atual de vínculos entre o Norte e o Sul da Coreia, que alcançaram um rápido avanço no ano passado, não há nada impossível se se toma a decisão de fazer", afirmou.
Continuou seu discurso, enquanto a TV mostrava imagens e fotografias dos encontros dele com Donald Trump e Moon Jae In (presidente da Coreia do Sul). Disse ainda que ambas as partes coreanas alcançarão, sem falta, o resultado de benefício mútuo se apresentarem propostas imparciais e se assumirem a correta posição sobre as negociações e se possuírem a vontade de resolver o problema tendo o princípio de reconhecer e respeitar a outra parte, deixando com magnanimidade suas insistências inveteradas.
"Estou pronto para voltar a conversar com o presidente dos EUA a qualquer momento e procurarei obter sem falta o resultado que será aplaudido pela sociedade internacional", declarou KIM JONG UN.
"Se os EUA não cumprem o compromisso assumido diante dos olhos do mundo e tratam de obrigar alguma coisa de modo unilateral, interpretando mal a paciência do nosso povo, se obstinando com suas sanções e pressões contra a RPD da Coreia, nos veremos obrigados a buscar uma nova via para defender a soberania nacional e os máximos interesses do nosso Estado, que é alcançar a paz e estabilidade na Península", disse decisivamente o líder coreano.
KIM JONG UN, já no fim de sua declaração, assinalou que os países vizinhos e a comunidade internacional deverão apoiar os esforços sinceros da Coreia do Norte em impulsionar o desenvolvimento positivo da situação na Península Coreana e em lutar contra todos os atos que desafiam e destroem a paz, contrariando a justiça.
Por fim, o Máximo Dirigente do país reafirmou que, segundo o ideal da independência, paz e amizade, o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo norte-coreano seguirão consolidando a unidade e a cooperação com os países socialistas e também desenvolverão relações com todos os outros países que tratam a Coreia de maneira amistosa.
Em sua revolucionária declaração de ano novo, que durou cerca de meia hora, KIM JONG UN reafirmou o caminho do desenvolvimento socialista na Coreia do Norte e também reafirmou mais um ano de esforços em busca da paz na Coreia.
Situação diferente da de 2017, ano em que Trump assumiu a presidência dos EUA com promessas de cercar a Coreia e "resolver o problema" com todas as forças, KIM JONG UN fez um discurso que conclamava o povo coreano a se levantar para defender a todo custo a integridade da Coreia. O resultado foi um conturbado ano de testes de mísseis balísticos, inclusive o primeiro intercontinental da Coreia, exercícios militares e detonações atômicas. Já no seu discurso de 2018, KIM JONG UN redesenhou as atividades da Coreia do Norte, uma vez que, segundo ele, o país já havia conseguido alcançar a plenitude de seu programa balístico e nuclear. O resultado de suas declarações mais brandas foi um ano de extrema mudança das relações com a Coreia do Sul e com os EUA: a Coreia do Norte participou de maneira incrível dos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados no Sul da Coreia e KIM JONG UN em pessoa foi à Coreia do Sul e se encontrou com o líder sul-coreano, Moon Jae In, em uma histórica visita. KIM JONG UN também visitou a China, em sua primeira visita internacional, e em junho encontrou-se com Donald Trump, na histórica e memorável cúpula entre os dois países.
Parece que nesse ano a Coreia quer acelerar ainda mais um programa que ela defende desde sua fundação, em 1948: paz, independência, desenvolvimento econômico socialista e diplomacia!
Veja a declaração completa de KIM JONG UN em coreano:
(Com informações de KCNA - tradução e comentários Lucas Rubio)
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"Fomos tratados como verdadeiros chefes de Estado."
Por Marcos Fantini, Via VICE
Por Marcos Fantini, Via VICE
No dia 21 de setembro de 2017, Kim Jong-un, o líder supremo da República Popular Democrática da Coreia, fez uma das primeiras declarações em resposta às constantes ameaças de Donald Trump a respeito do programa nuclear do país. No texto, Kim enfatizava a falta de preparo do presidente dos Estados Unidos em lidar com a tensão crescente na região e o comparava a um "cão covarde".
A declaração teria sido divulgada e noticiada aqui no Brasil como qualquer outra do âmbito das relações exteriores, não fosse um porém. No mesmo dia, minutos após a divulgação do discurso pela mídia estatal norte-coreana, o texto foi traduzido na íntegra, direto do coreano para o português. Não por alguma editoria de jornal focada em cobrir o assunto, nem por acadêmicos aprofundados na língua coreana ou nos conflitos da península, mas por um grupo de cinco jovens, entre os 19 e 24 anos de idade, que compõem o Centro de Estudos da Política Songun (CEPS).
Postado na página de Facebook do grupo, o texto foi a primeira publicação do discurso em língua portuguesa. Foi também um trampolim, já que era a primeira vez que a proposta encabeçada por esses jovens simpatizantes do regime comunista coreano recebia alguma atenção positiva.
No dia 21 de setembro de 2017, Kim Jong-un, o líder supremo da República Popular Democrática da Coreia, fez uma das primeiras declarações em resposta às constantes ameaças de Donald Trump a respeito do programa nuclear do país. No texto, Kim enfatizava a falta de preparo do presidente dos Estados Unidos em lidar com a tensão crescente na região e o comparava a um "cão covarde".
A declaração teria sido divulgada e noticiada aqui no Brasil como qualquer outra do âmbito das relações exteriores, não fosse um porém. No mesmo dia, minutos após a divulgação do discurso pela mídia estatal norte-coreana, o texto foi traduzido na íntegra, direto do coreano para o português. Não por alguma editoria de jornal focada em cobrir o assunto, nem por acadêmicos aprofundados na língua coreana ou nos conflitos da península, mas por um grupo de cinco jovens, entre os 19 e 24 anos de idade, que compõem o Centro de Estudos da Política Songun (CEPS).
Postado na página de Facebook do grupo, o texto foi a primeira publicação do discurso em língua portuguesa. Foi também um trampolim, já que era a primeira vez que a proposta encabeçada por esses jovens simpatizantes do regime comunista coreano recebia alguma atenção positiva.
O menino da Coreia
O interesse no tema surgiu por causa da cobertura da mídia tradicional que, segundo eles, aborda o país de maneira fantasiosa e desrespeitosa, como um "inferno na Terra governado por uma dinastia louca e habitada por milhões de famintos que vivem na era da pedra lascada", diz Lucas Rubio, 21, fundador e presidente do CEPS.
Estudante de letras com ênfase em russo na UFRJ, ele divide as atividades do grupo com o trabalho formal enquanto coordenador do Núcleo de Política Internacional da Tribuna da Imprensa Sindical no Rio de Janeiro. Sua jornada de imersão no regime norte-coreano começou pelo finado Orkut e em blogs como o Solidariedade à Coreia Popular.
A morte de Kim Jong Il, em 2011, foi um divisor de águas na vida de Lucas. "Na época, eu estava começando a ter contato com experiências socialistas do século 20 e não conhecia nada da Coreia", fala. "Todo o alarde midiático com a morte do líder me assustou bastante e acabei tendo uma imagem ruim do país. Mesmo assim, aquilo parecia tão caricato que me chamou a atenção para a temática. Foi então que comecei um verdadeiro mergulho de imersão em estudos sobre a Coreia do Norte."
Desde então, ele tem dedicado sua vida a se aprofundar no tema e difundir a palavra da ideologia Juche, vertente do comunismo próprio do sudeste asiático, criada por Kim Il-sung após a guerra da separação das Coreias. O estudante diz, inclusive, que é conhecido como "o menino da Coreia do Norte" na última escola em que estudou e também na faculdade. Nesses sete anos de trabalho de difusão e produção incessante de textos pró-ditadura, Lucas foi agraciado com os prêmios de "Destaque Sindical" e "Destaque Liberdade de Imprensa", ambos iniciativa da OAB-RJ.
Os membros do grupo se dividem pelo Rio de Janeiro e São Paulo, e mantém atividades como a manutenção de suas páginas e blogs com o intuito de trazer a perspectiva pessoal de norte-coreanos, assim como traduzir livros, notícias, músicas e vídeos por lá produzidos para a língua portuguesa.
O interesse no tema surgiu por causa da cobertura da mídia tradicional que, segundo eles, aborda o país de maneira fantasiosa e desrespeitosa, como um "inferno na Terra governado por uma dinastia louca e habitada por milhões de famintos que vivem na era da pedra lascada", diz Lucas Rubio, 21, fundador e presidente do CEPS.
Estudante de letras com ênfase em russo na UFRJ, ele divide as atividades do grupo com o trabalho formal enquanto coordenador do Núcleo de Política Internacional da Tribuna da Imprensa Sindical no Rio de Janeiro. Sua jornada de imersão no regime norte-coreano começou pelo finado Orkut e em blogs como o Solidariedade à Coreia Popular.
A morte de Kim Jong Il, em 2011, foi um divisor de águas na vida de Lucas. "Na época, eu estava começando a ter contato com experiências socialistas do século 20 e não conhecia nada da Coreia", fala. "Todo o alarde midiático com a morte do líder me assustou bastante e acabei tendo uma imagem ruim do país. Mesmo assim, aquilo parecia tão caricato que me chamou a atenção para a temática. Foi então que comecei um verdadeiro mergulho de imersão em estudos sobre a Coreia do Norte."
Desde então, ele tem dedicado sua vida a se aprofundar no tema e difundir a palavra da ideologia Juche, vertente do comunismo próprio do sudeste asiático, criada por Kim Il-sung após a guerra da separação das Coreias. O estudante diz, inclusive, que é conhecido como "o menino da Coreia do Norte" na última escola em que estudou e também na faculdade. Nesses sete anos de trabalho de difusão e produção incessante de textos pró-ditadura, Lucas foi agraciado com os prêmios de "Destaque Sindical" e "Destaque Liberdade de Imprensa", ambos iniciativa da OAB-RJ.
Os membros do grupo se dividem pelo Rio de Janeiro e São Paulo, e mantém atividades como a manutenção de suas páginas e blogs com o intuito de trazer a perspectiva pessoal de norte-coreanos, assim como traduzir livros, notícias, músicas e vídeos por lá produzidos para a língua portuguesa.
"Evento na UERJ apoia a ditadura da Coreia do Norte"
O CEPS foi fundado no final de 2016 com incentivo da Embaixada da República Popular Democrática da Coreia e seu funcionário de mais alto escalão, o embaixador Ri Hwa Gun. Em um evento inaugural na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o grupo reuniu mais de 70 pessoas interessadas no regime norte-coreano. A ideia inicial era divulgar um "lado positivo" do governo ditatorial. Entretanto, o evento sofreu represálias de alunos que não viam com bons olhos as pretensões do CEPS de “desmentir as farsas da mídia ocidental” e apoiar a “luta anti-imperialista do povo coreano”, pontua Lucas. O que resultou em diversos ataques feitos pela internet – majoritariamente de grupos de direita – aos membros.
Na época, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (ambos do PSL), mostrou indignação nas redes sociais, dizendo que a UERJ estava promovendo um evento em apoio à ditadura da Coreia.
Apesar das dificuldades, o evento foi o suficiente para que o grupo chamasse a atenção do governo norte-coreano, que divulgou o acontecimento em seus principais canais de notícias na internet e passou também a noticiar para o povo coreano até mesmo pequenas ações do CEPS.
Os números de engajamento online do CEPS, apesar de modestos, têm apresentado crescimento constante, principalmente após o "furo" de tradução feito em 2017. Sobre o período de negociações do encontro de Singapura realizado no final do ano passado, Lucas conta: “Por vezes éramos os primeiros a noticiar uma atividade militar da Coreia, como um teste de míssil, de maneira bem detalhada.”
Hoje, as páginas administradas pelo grupo já somam quase 50 mil curtidas, sendo elas "O Outro Lado da Coreia do Norte", "Coreia do Norte em Foco", "A Verdadeira Coreia Popular" e "Centro de Estudos da Política Songun - Brasil".
O CEPS foi fundado no final de 2016 com incentivo da Embaixada da República Popular Democrática da Coreia e seu funcionário de mais alto escalão, o embaixador Ri Hwa Gun. Em um evento inaugural na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o grupo reuniu mais de 70 pessoas interessadas no regime norte-coreano. A ideia inicial era divulgar um "lado positivo" do governo ditatorial. Entretanto, o evento sofreu represálias de alunos que não viam com bons olhos as pretensões do CEPS de “desmentir as farsas da mídia ocidental” e apoiar a “luta anti-imperialista do povo coreano”, pontua Lucas. O que resultou em diversos ataques feitos pela internet – majoritariamente de grupos de direita – aos membros.
Na época, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (ambos do PSL), mostrou indignação nas redes sociais, dizendo que a UERJ estava promovendo um evento em apoio à ditadura da Coreia.
Apesar das dificuldades, o evento foi o suficiente para que o grupo chamasse a atenção do governo norte-coreano, que divulgou o acontecimento em seus principais canais de notícias na internet e passou também a noticiar para o povo coreano até mesmo pequenas ações do CEPS.
Os números de engajamento online do CEPS, apesar de modestos, têm apresentado crescimento constante, principalmente após o "furo" de tradução feito em 2017. Sobre o período de negociações do encontro de Singapura realizado no final do ano passado, Lucas conta: “Por vezes éramos os primeiros a noticiar uma atividade militar da Coreia, como um teste de míssil, de maneira bem detalhada.”
Hoje, as páginas administradas pelo grupo já somam quase 50 mil curtidas, sendo elas "O Outro Lado da Coreia do Norte", "Coreia do Norte em Foco", "A Verdadeira Coreia Popular" e "Centro de Estudos da Política Songun - Brasil".
A viagem para a Coreia
A jornada de Lucas rendeu frutos além das premiações. Este ano, a convite do governo norte-coreano e da Academia Coreana de Cientistas Sociais, ele fez uma viagem oficial ao país junto do seu "camarada", como ele mesmo diz, Lenan Cunha, membro do CEPS e responsável por boa parte das publicações traduzidas diretamente do coreano.
O convite não veio por acaso. Em 2018, a Coreia do Norte comemora os 70 anos da instauração do governo socialista no país. Em 1910, o território foi ocupado pelos japoneses e, com a derrota da Segunda Guerra, foi dividido entre soviéticos e americanos. A parte posicionada acima da linha imaginária da divisão ficou a cargo da União Soviética. Já os coreanos que viviam abaixo da linha passaram para as mãos dos norte-americanos. Apenas em 1948 foram instaurados os novos governos independentes.
Com a instauração do governo revolucionário de Kim Il-sung – que detém até hoje o cargo de presidente eterno da Coreia do Norte – e da ideologia Juche, criada por ele, o país assumiu um socialismo de viés militarista que preza pela independência bélica como forma de subsistência.
A ideologia Juche é vista por Lucas e seus colegas de CEPS como vital e coerente devido às "constantes ameaças" sofridas pelo país, tendo o ciclo de desenvolvimento militar como garantia de defesa ampla que a Coreia deve atingir antes de focar esforços para as demais questões internas.
Durante os 10 dias que estiveram lá, os dois ficaram hospedados no hotel Koryo, que possui construção monumental usada principalmente por turistas chineses em viagens a trabalho. O hotel também é conhecido por ser estratégico, tendo seu acesso de entrada e saída controlados por guardas do governo. Frequentemente criticado por jornalistas que passam por lá, as restrições e vigilância não parecem ter incomodado os membros da comissão brasileira.
"Sofri vários julgamentos, hostilidades, problemas e dificuldades ao longo desses 10 anos de interesse na Coreia e estar ali em Pyongyang, ainda mais em circunstâncias tão especiais, foi surreal", rememora Lucas. Ele e Lenan estiveram acompanhados das demais delegações vindas de diversos países, como Suécia e Inglaterra. Com 19 e 21 anos, respectivamente, além de serem os únicos brasileiros presentes, os dois eram também os mais jovens a participar do Seminário Internacional da Ideia Juche nos 70 anos de fundação da Pátria Socialista, possivelmente a data mais importante para o regime.
A jornada de Lucas rendeu frutos além das premiações. Este ano, a convite do governo norte-coreano e da Academia Coreana de Cientistas Sociais, ele fez uma viagem oficial ao país junto do seu "camarada", como ele mesmo diz, Lenan Cunha, membro do CEPS e responsável por boa parte das publicações traduzidas diretamente do coreano.
O convite não veio por acaso. Em 2018, a Coreia do Norte comemora os 70 anos da instauração do governo socialista no país. Em 1910, o território foi ocupado pelos japoneses e, com a derrota da Segunda Guerra, foi dividido entre soviéticos e americanos. A parte posicionada acima da linha imaginária da divisão ficou a cargo da União Soviética. Já os coreanos que viviam abaixo da linha passaram para as mãos dos norte-americanos. Apenas em 1948 foram instaurados os novos governos independentes.
Com a instauração do governo revolucionário de Kim Il-sung – que detém até hoje o cargo de presidente eterno da Coreia do Norte – e da ideologia Juche, criada por ele, o país assumiu um socialismo de viés militarista que preza pela independência bélica como forma de subsistência.
A ideologia Juche é vista por Lucas e seus colegas de CEPS como vital e coerente devido às "constantes ameaças" sofridas pelo país, tendo o ciclo de desenvolvimento militar como garantia de defesa ampla que a Coreia deve atingir antes de focar esforços para as demais questões internas.
Durante os 10 dias que estiveram lá, os dois ficaram hospedados no hotel Koryo, que possui construção monumental usada principalmente por turistas chineses em viagens a trabalho. O hotel também é conhecido por ser estratégico, tendo seu acesso de entrada e saída controlados por guardas do governo. Frequentemente criticado por jornalistas que passam por lá, as restrições e vigilância não parecem ter incomodado os membros da comissão brasileira.
"Sofri vários julgamentos, hostilidades, problemas e dificuldades ao longo desses 10 anos de interesse na Coreia e estar ali em Pyongyang, ainda mais em circunstâncias tão especiais, foi surreal", rememora Lucas. Ele e Lenan estiveram acompanhados das demais delegações vindas de diversos países, como Suécia e Inglaterra. Com 19 e 21 anos, respectivamente, além de serem os únicos brasileiros presentes, os dois eram também os mais jovens a participar do Seminário Internacional da Ideia Juche nos 70 anos de fundação da Pátria Socialista, possivelmente a data mais importante para o regime.
"Fomos tratados como verdadeiros chefes de Estado"
Lucas não poupa elogios ao país, mantendo sua posição de que a cobertura tradicional da mídia distorce as informações sobre a Coreia a fim de manter a hegemonia de uma agenda capitalista anti-socialista. Ele diz ter visto muita ordem, limpeza e harmonia na capital Pyongyang. "A cidade é muito verde, a todo momento bate uma brisa fresca, não há odores ruins, há poucos carros e bastante transporte público."
Segundo o próprio, a experiência da viagem foi a realização de um sonho. Lá, ele recebeu uma insígnia condecorativa de nível oficial com os rostos dos dirigentes Kim Il-sung e Kim Jong-il. Distintivos como esses só estão disponíveis aos membros do partido comunista coreano e são diferentes das utilizadas pelos cidadãos comuns e civis da Coreia do Norte. Aqui no Brasil, o estudante usa o broche em suas suas roupas do dia a dia. "Em toda nossa viagem fomos tratados como verdadeiros chefes de Estado", ele relembra.
A viagem foi um marco para o CEPS. Após o retorno ao Brasil, Lucas foi agraciado com mais um prêmio "Destaque Liberdade de Imprensa" na OAB-RJ pela produção de um diário de viagem. O trabalho continha textos quase institucionais a favor do regime de Kim Jong-un e foi tido como um contraponto às matérias produzidas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que esteve na Coreia do Norte no mesmo período.
Houve também uma segunda viagem, mais curta, desta vez para a Venezuela. O convite foi realizado pelo Instituto Latino-Americano de Estudos da Ideia Juche, onde Lucas participou, sozinho, como delegado oficial do Brasil no Seminário Latino-Americano pela Paz e Independência do Mundo, entre os dias 4 e 7 de outubro, em Caracas, capital do país.
A viagem a Venezuela durante o período eleitoral foi um dos fatores pelos quais o CEPS não esteve presente durante as eleições no Brasil e não se posicionou oficialmente, apesar de Lucas e outros membros terem publicado em suas redes pessoais conteúdos contrários à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência – a quem o estudante se refere como "um militar tosco de má reputação até mesmo no Exército Brasileiro; que promove um culto ao fetichismo belicista inútil e que não resolve nada".
Apesar do sucesso institucional e do reconhecimento de organizações de Estado, Lucas relata já ter sido alvo de difamação e de grupos de direita que planejavam “lhe dar uma lição”, mas segundo o estudante, o CEPS não tem intenções de parar suas atividades devido a eleição de um presidente que se aproveitou abertamente de uma caça ideológica à esquerda para se promover. Apesar de também se utilizar de estratégias e posicionamentos que tem por objetivo tirar a legitimidade da mídia tradicional e de veículos de comunicação formais, o CEPS se enxerga como oposição e faz planos para a divulgação da ideologia Juche. "Esperaremos esse turbulento momento [no Brasil] passar para abordar de forma mais profissional, e agora com materiais e experiências próprias, esse tema."
Lucas não poupa elogios ao país, mantendo sua posição de que a cobertura tradicional da mídia distorce as informações sobre a Coreia a fim de manter a hegemonia de uma agenda capitalista anti-socialista. Ele diz ter visto muita ordem, limpeza e harmonia na capital Pyongyang. "A cidade é muito verde, a todo momento bate uma brisa fresca, não há odores ruins, há poucos carros e bastante transporte público."
Segundo o próprio, a experiência da viagem foi a realização de um sonho. Lá, ele recebeu uma insígnia condecorativa de nível oficial com os rostos dos dirigentes Kim Il-sung e Kim Jong-il. Distintivos como esses só estão disponíveis aos membros do partido comunista coreano e são diferentes das utilizadas pelos cidadãos comuns e civis da Coreia do Norte. Aqui no Brasil, o estudante usa o broche em suas suas roupas do dia a dia. "Em toda nossa viagem fomos tratados como verdadeiros chefes de Estado", ele relembra.
A viagem foi um marco para o CEPS. Após o retorno ao Brasil, Lucas foi agraciado com mais um prêmio "Destaque Liberdade de Imprensa" na OAB-RJ pela produção de um diário de viagem. O trabalho continha textos quase institucionais a favor do regime de Kim Jong-un e foi tido como um contraponto às matérias produzidas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que esteve na Coreia do Norte no mesmo período.
Houve também uma segunda viagem, mais curta, desta vez para a Venezuela. O convite foi realizado pelo Instituto Latino-Americano de Estudos da Ideia Juche, onde Lucas participou, sozinho, como delegado oficial do Brasil no Seminário Latino-Americano pela Paz e Independência do Mundo, entre os dias 4 e 7 de outubro, em Caracas, capital do país.
A viagem a Venezuela durante o período eleitoral foi um dos fatores pelos quais o CEPS não esteve presente durante as eleições no Brasil e não se posicionou oficialmente, apesar de Lucas e outros membros terem publicado em suas redes pessoais conteúdos contrários à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência – a quem o estudante se refere como "um militar tosco de má reputação até mesmo no Exército Brasileiro; que promove um culto ao fetichismo belicista inútil e que não resolve nada".
Apesar do sucesso institucional e do reconhecimento de organizações de Estado, Lucas relata já ter sido alvo de difamação e de grupos de direita que planejavam “lhe dar uma lição”, mas segundo o estudante, o CEPS não tem intenções de parar suas atividades devido a eleição de um presidente que se aproveitou abertamente de uma caça ideológica à esquerda para se promover. Apesar de também se utilizar de estratégias e posicionamentos que tem por objetivo tirar a legitimidade da mídia tradicional e de veículos de comunicação formais, o CEPS se enxerga como oposição e faz planos para a divulgação da ideologia Juche. "Esperaremos esse turbulento momento [no Brasil] passar para abordar de forma mais profissional, e agora com materiais e experiências próprias, esse tema."
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* Jornalista (PUCRS), roteirista, pesquisadora e tradutora. Editora da Revista InterTelas. Especialista em Politica Internacional (PUCRS) e Mestre em Estudos Estratégicos Internacionais (UFRGS). Foco de análise e atuação: relações internacionais e economia do audiovisual russo e asiático.
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* Jornalista (PUCRS), roteirista, pesquisadora e tradutora. Editora da Revista InterTelas. Especialista em Politica Internacional (PUCRS) e Mestre em Estudos Estratégicos Internacionais (UFRGS). Foco de análise e atuação: relações internacionais e economia do audiovisual russo e asiático.
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ISRAEL, ENTRE O SIONISMO E O IMPERIALISMO
Nas últimas semanas temos assistido uma escalada de violência produzida por Israel contra os seus vizinhos. Desde o início do ano, os israelenses já bombardearam várias cidades sírias, tendo como alvo instalações militares e de infraestruturas, causando a morte de centenas de pessoas e gerando grandes prejuízos econômicos. Essa escalada militar israelense coincide com o avanço do exército sírio para retomar o controle do país, onde tem tido grandes êxitos. Os ataques israelenses em flagrante violação da soberania síria, têm a justificativa de Tel Aviv em estar combatendo bases iranianas em território sírio.
É obvio que essa simples justificativa não dá conta do que realmente está por trás dessas ações. As ações que Israel vem empreendendo contra a Palestina também fazem parte do mesmo contexto. O avanço dos assentamentos israelenses em território palestino, a fixação de Jerusalém (Al Quds) como capital e o assassinato de mais de 60 palestinos no último dia 14 de maio, também não pode ser justificado como uma simples ação de defesa. Todas essas práticas, aliadas a negativa de Israel em voltar para as suas fronteiras de 1947/48 resultam em uma política imperialista. Não à toa, Israel é constantemente criticado pela comunidade internacional, incluso a ONU, pelo uso excessivo da força contra os palestinos e pela usurpação de terras estrangeiras.
Nos últimos anos Israel tem tido êxito em se impor no contexto do Oriente Médio, em parceria com a OTAN e servindo como uma espécie de “linha auxiliar” na luta ocidental pelo petróleo árabe. Israel tem podido se expandir graças a eliminação paulatina de seus inimigos históricos, primeiro Saddan Hussein e depois Muammar Al Gaddafi, em paralelo ao enfraquecimento dos movimentos de resistência palestinos e por último à guerra na Síria, embora o fortalecimento do Irã e do Hazbolah sejam contrapontos. As últimas ações bélicas israelenses têm recebido um respaldo anglo-estadunidense hámuito não visto. A administração Trump, a OTAN e chegando até a Arábia Saudita, onde o príncipeherdeiro Mohamad Bin Salman, tem feito declarações elogiosas a Israel, têm sido os maiores parceiros de Israel em sua sanha imperialista.
As diferenças étnicas e religiosas que já pautaram o debate sobre a existência do Estado de Israel, hoje parecem superadas pela dinâmica geopolítica imposta pela OTAN no Oriente Médio em virtude do petróleo. Isto é, um Israel que respeitasse as fronteiras de 1947/48 e abandonasse o terrorismo de Estado, provavelmente seria bem aceita pelos seus vizinhos árabes. Podendo gozar de relações se não fraternas, mas respeitosas, dentro de uma conjuntura de paz coletiva, já que o novo terrorismo (Novo Califado) parece ter como inimigo principal os estados seculares árabes e não mais os judeus como em tempos remotos.
A agenda reacionária que o sionismo tem imposto ao Estado de Israel não tem sido positiva para que a concórdia se estabeleça na região, basta vermos que mesmo depois de anos de ações militares israelense no Líbano, o Hezbolah sagrou-se vencedor das eleições nesse ano, sendo assim, o radicalismo está ganhando corpo como ação reversa ao intervencionismo israelense. O mesmo acontece junto aos palestinos, que cada vez estão mais descrentes com Israel, veem a linguagem militar como única saída. A constante repressão à Palestina não tem nada haver com ações de segurança preventiva, pelo contrário, faz parte da movimentação sionista para estabelecer a “Grande Israel”, plano de expansão territorial e de extinção de etnias, dentro do contexto racista.
O Plano Yinon tem por consigna o expansionismo sionista sobre o Oriente Médio, seguindo suas escrituras sagradas a fim de edificar a “Grande Israel”. Tal plano remete ao nome do ex-assessor de Ariel Sharon, o diplomata Odeb Yinon, autor dessa teoria no final da década de 1970. Para tanto, Israel tem apoiado cabalmente o plano de “balcanização” da Síria e do Iraque, assim como, ajudado as forças curdas na sua luta contra a Turquia, Síria e Iraque. Conforme as forças sírias avançam sobre as áreas controladas pelos terroristas, mais armas de origem israelense têm sido encontradas, principalmente ao sul de Damasco onde operava a Frente Al Nusra, evidenciando o apoio israelense ao projeto de destruição do Estado sírio.
Israel, por seus interesses políticos e econômicos, tem participado há muito tempo dessa espécie de “internacional do terror”, não à toa esteve livre dos ataques terroristas que vitimaram várias capitais europeias e asiáticas e os Estados Unidos. Os ataques à Síria feitos por Israel, justamente quando o governo Bashar Al Assad parece encontrar o caminho da vitória podem ser encarados como parte do apoio israelense aos terroristas, que tem dificultado o estabelecimento da paz na Síria e no Iraque. A aproximação de Israel e Arábia Saudita, também evidencia um cenário de “paz de compromisso”, onde o apoio aos movimentos terroristas necessariamente farão parte da base desse relacionamento.
O cenário de paz a curto e médio prazo no Oriente Médio é remoto, a estabilidade da Síria levainvariavelmente à estabilidade do Iraque. A Turquia tenta se impor por fora do contexto da OTAN e o Irã se tornará decisivo no Líbano e na Palestina. Israel, se continuar com o seu expansionismo, não alcançará a tão merecida paz, nem tão pouco permitirá que o Oriente Médio a tenha. Os movimentos terroristas que desestabilizam a região são artificiais, são fabricados em Washington e em Londres, por isso não serão um fator determinante por mais tempo. Israel precisa rever os seus conceitos, pois um pan-arabismo mais consequente pode surgir na região e se transformar de fato em uma ameaça àexistência de seu Estado. As guerras do Afeganistão e Iêmen são os próximos desafios da OTAN, que cada vez mais é posta em xeque pela Rússia e China.
*João Claudio Platenik Pitillo é professor de História licenciado pela UERJ, mestre em História Comparada pela UFRJ, doutorando em História Social pela UNIRIO e colaborador da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical. Como membro do NUCLEAS-UERJ (Núcleo de Estudos das Américas) pesquisa os processos revolucionários latino-americanos do século XX a partir do conceito de “Nacionalismo Revolucionário”. No âmbito das Relações Internacionais estuda o advento do “Terrorismo Global” e o surgimento do “Novo Califado”. Como especialista em Segunda Guerra Mundial pesquisa e escreve sobre o Exército Vermelho e a importância da Frente Leste para o contexto geral da Guerra.
Nas últimas semanas temos assistido uma escalada de violência produzida por Israel contra os seus vizinhos. Desde o início do ano, os israelenses já bombardearam várias cidades sírias, tendo como alvo instalações militares e de infraestruturas, causando a morte de centenas de pessoas e gerando grandes prejuízos econômicos. Essa escalada militar israelense coincide com o avanço do exército sírio para retomar o controle do país, onde tem tido grandes êxitos. Os ataques israelenses em flagrante violação da soberania síria, têm a justificativa de Tel Aviv em estar combatendo bases iranianas em território sírio.
É obvio que essa simples justificativa não dá conta do que realmente está por trás dessas ações. As ações que Israel vem empreendendo contra a Palestina também fazem parte do mesmo contexto. O avanço dos assentamentos israelenses em território palestino, a fixação de Jerusalém (Al Quds) como capital e o assassinato de mais de 60 palestinos no último dia 14 de maio, também não pode ser justificado como uma simples ação de defesa. Todas essas práticas, aliadas a negativa de Israel em voltar para as suas fronteiras de 1947/48 resultam em uma política imperialista. Não à toa, Israel é constantemente criticado pela comunidade internacional, incluso a ONU, pelo uso excessivo da força contra os palestinos e pela usurpação de terras estrangeiras.
Nos últimos anos Israel tem tido êxito em se impor no contexto do Oriente Médio, em parceria com a OTAN e servindo como uma espécie de “linha auxiliar” na luta ocidental pelo petróleo árabe. Israel tem podido se expandir graças a eliminação paulatina de seus inimigos históricos, primeiro Saddan Hussein e depois Muammar Al Gaddafi, em paralelo ao enfraquecimento dos movimentos de resistência palestinos e por último à guerra na Síria, embora o fortalecimento do Irã e do Hazbolah sejam contrapontos. As últimas ações bélicas israelenses têm recebido um respaldo anglo-estadunidense hámuito não visto. A administração Trump, a OTAN e chegando até a Arábia Saudita, onde o príncipeherdeiro Mohamad Bin Salman, tem feito declarações elogiosas a Israel, têm sido os maiores parceiros de Israel em sua sanha imperialista.
As diferenças étnicas e religiosas que já pautaram o debate sobre a existência do Estado de Israel, hoje parecem superadas pela dinâmica geopolítica imposta pela OTAN no Oriente Médio em virtude do petróleo. Isto é, um Israel que respeitasse as fronteiras de 1947/48 e abandonasse o terrorismo de Estado, provavelmente seria bem aceita pelos seus vizinhos árabes. Podendo gozar de relações se não fraternas, mas respeitosas, dentro de uma conjuntura de paz coletiva, já que o novo terrorismo (Novo Califado) parece ter como inimigo principal os estados seculares árabes e não mais os judeus como em tempos remotos.
A agenda reacionária que o sionismo tem imposto ao Estado de Israel não tem sido positiva para que a concórdia se estabeleça na região, basta vermos que mesmo depois de anos de ações militares israelense no Líbano, o Hezbolah sagrou-se vencedor das eleições nesse ano, sendo assim, o radicalismo está ganhando corpo como ação reversa ao intervencionismo israelense. O mesmo acontece junto aos palestinos, que cada vez estão mais descrentes com Israel, veem a linguagem militar como única saída. A constante repressão à Palestina não tem nada haver com ações de segurança preventiva, pelo contrário, faz parte da movimentação sionista para estabelecer a “Grande Israel”, plano de expansão territorial e de extinção de etnias, dentro do contexto racista.
O Plano Yinon tem por consigna o expansionismo sionista sobre o Oriente Médio, seguindo suas escrituras sagradas a fim de edificar a “Grande Israel”. Tal plano remete ao nome do ex-assessor de Ariel Sharon, o diplomata Odeb Yinon, autor dessa teoria no final da década de 1970. Para tanto, Israel tem apoiado cabalmente o plano de “balcanização” da Síria e do Iraque, assim como, ajudado as forças curdas na sua luta contra a Turquia, Síria e Iraque. Conforme as forças sírias avançam sobre as áreas controladas pelos terroristas, mais armas de origem israelense têm sido encontradas, principalmente ao sul de Damasco onde operava a Frente Al Nusra, evidenciando o apoio israelense ao projeto de destruição do Estado sírio.
Israel, por seus interesses políticos e econômicos, tem participado há muito tempo dessa espécie de “internacional do terror”, não à toa esteve livre dos ataques terroristas que vitimaram várias capitais europeias e asiáticas e os Estados Unidos. Os ataques à Síria feitos por Israel, justamente quando o governo Bashar Al Assad parece encontrar o caminho da vitória podem ser encarados como parte do apoio israelense aos terroristas, que tem dificultado o estabelecimento da paz na Síria e no Iraque. A aproximação de Israel e Arábia Saudita, também evidencia um cenário de “paz de compromisso”, onde o apoio aos movimentos terroristas necessariamente farão parte da base desse relacionamento.
O cenário de paz a curto e médio prazo no Oriente Médio é remoto, a estabilidade da Síria levainvariavelmente à estabilidade do Iraque. A Turquia tenta se impor por fora do contexto da OTAN e o Irã se tornará decisivo no Líbano e na Palestina. Israel, se continuar com o seu expansionismo, não alcançará a tão merecida paz, nem tão pouco permitirá que o Oriente Médio a tenha. Os movimentos terroristas que desestabilizam a região são artificiais, são fabricados em Washington e em Londres, por isso não serão um fator determinante por mais tempo. Israel precisa rever os seus conceitos, pois um pan-arabismo mais consequente pode surgir na região e se transformar de fato em uma ameaça àexistência de seu Estado. As guerras do Afeganistão e Iêmen são os próximos desafios da OTAN, que cada vez mais é posta em xeque pela Rússia e China.
*João Claudio Platenik Pitillo é professor de História licenciado pela UERJ, mestre em História Comparada pela UFRJ, doutorando em História Social pela UNIRIO e colaborador da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical. Como membro do NUCLEAS-UERJ (Núcleo de Estudos das Américas) pesquisa os processos revolucionários latino-americanos do século XX a partir do conceito de “Nacionalismo Revolucionário”. No âmbito das Relações Internacionais estuda o advento do “Terrorismo Global” e o surgimento do “Novo Califado”. Como especialista em Segunda Guerra Mundial pesquisa e escreve sobre o Exército Vermelho e a importância da Frente Leste para o contexto geral da Guerra.
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AS CONSPIRAÇÕES DA MÍDIA NOS GOLPES DE ESTADO QUE SE MULTIPLICAM PELO PLANETA FOI O TEMA DO “JORNALISMO DE GUERRA” NA OAB/RJ
ANDRÉ MOREAU -
Daniel Mazola, Edgar González, André Moreau e Aleksei Smetnev/ Fotos: Iluska Lopes.
Os golpes de estado, promovidos no Brasil (2016) e na Venezuela (2002), através de tramas entre os Estados Unidos a oligarquia e setores do judiciário locais, foi um dos temas levantados pelo jornalista que assina este artigo, no evento “Jornalismo de Guerra” (11), realizado pelo Jornalista e Editor do site Tribuna da Imprensa Sindical, Daniel Mazola e pelo Advogado Aderson Bussinger, Diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da OAB/RJ, no auditório do Salão Nobre da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), que leva o nome do eterno Coordenador de Direitos Humanos do IDEA, o Advogado e Jornalista, Modesto da Silveira.
O Advogado e Presidente do Centro de Documentação e Pesquisa (CDP) da OAB/RJ, Aderson Bussinger, abriu os trabalhos lembrando que o evento se tratava de um antigo projeto sobre os impactos das noticias falsas no dia-a-dia dos povos, dentre os quais, Brasil e Venezuela. “A Venezuela está sob ataque e a mídia faz parte dessa beligerância. Aqui ocorre o mesmo. A grande imprensa está pautada por interesses políticos hegemônicos desde 1964, pratica a opressão em vez de comunicação. Chega até a pautar o STF. A prisão de Lula é um exemplo disso”.
O Jornalista Daniel Mazola, falou da ameaça com base nas novas mentiras forjadas pelos Estados Unidos, sobre o envenenamento de dezenas de pessoas, visando justificar o ataque à Síria. Em seguida cumprimentou o Adido Comercial da Rússia, Aleksei S.Smetnev e falou sobre a conspiração da Inglaterra, juntamente com a França e os EUA, contra o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, destacando: “(...) o Presidente Putin tem, com a sua sabedoria, contido essa onda de violência imperialista”, acentuou Mazola que falaria sobre o “Jornalismo de Guerra”, ao longo dos séculos, mas preferiu dar ao evento a dinâmica exigida diante dos fatos novos e passou a palavra para o Cônsul Edgar González Marín, que propôs antes de começar o debate, assistir o curta-metragem “El Secuestro de un Presidente”, sobre o golpe de estado de 2002.
Público atento com participação ativa no debate, não faltaram intervenções da platéia
O Médico González Marín, falou sobre a sistematização da pós-verdade que embasa todos esses conflitos, ressaltando em seguida a importância de eventos como “Jornalismo de Guerra”, para ajudar a divulgar o jornalismo de transformação social, produzido na Venezuela.
O Adido Comercial Russo, Aleksei S.Smetnev, criticou a nefasta campanha, com base em mentiras, das agências internacionais de notícias contra o Presidente Vladimir Putin, recém eleito para um novo mandato com um percentual superior a 72% dos votos.
A Consulesa Adjunta da República Bolivariana da Venezuela, Merli Vanegas, que antes de vir para o Brasil representava a Venezuela na Líbia, lembrou do papel do jornalismo ocidental deturpando fatos para satanizar Muammar Khadafi, visando convencer a opinião pública, a apoiar a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que acabou depredando e dividindo, aquele país, para pilhar suas riquezas naturais, além de provocar o assassinato do dirigente Muammar Khadafi.
O Pesquisador do Nucleas UERJ, João Cláudio Platenik Pitillo, traçou de forma resumida o processo de manipulações ao longo da história. Falou do “Jornalismo de Guerra” que vem atingindo a Venezuela e que passou a ser usado contra a Rússia. Pitillo, ressaltou os impactos dessa guerra vividos hoje no Brasil com a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Jornalista e Cineasta, Diretor do IDEA, André Moreau chamou a atenção dos presentes, para a correlação de forças nessa ação golpista que começou a ser tramada com a importação da “Teoria do Domínio do Fato”, para o ordenamento jurídico brasileiro. Lembrando que o Sr. Carlos Lacerda, recebeu 7 milhões de dólares, para apoiar a máquina de moer mentes do Departamento de Propaganda e Cinema do IPES (62-64), dirigida pelo Sr. Irineu Marinho, que satanizou Jango, na promoção do golpe empresarial/militar de 1º de abril de 1964. Lembrou que a única forma de resistir a tais ações de manipulação, é aprender com a história de países que regularam os veículos de radiodifusão de massas, assim como fez o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, o Comandante Hugo Chávez, na Constituinte votada pelo povo, depois do golpe de 2002.
Solange Rodrigues, coordenadora de Filosofia do IDEA
A Jornalista e Escritora, Coordenadora de Filosofia do IDEA, Solange Rodrigues, lembrou das lutas dos companheiros do IDEA, programa de TV há 11 anos no ar, no Canal Universitário de Niterói. Solange disse que não ter apoio financeiro, pode ser sinônimo de autonomia, para lembrar da revelação sobre o plano do Comando Sul dos Estados Unidos de invadir a Venezuela e assassinar o Presidente Nicolás Maduro, feita no IDEA, na presença do Cônsul Edgar e da Consulesa Merli.
O Médico e Jornalista, Coordenador para Assuntos da América Latina do IDEA, Rucdy Cabrera, lembrou das conspirações do Sr. Luiz Almagro, no comando da Organização dos Estados Americanos (OEA), que se colocou como um “lacaio” abastecendo o “Jornalismo de Guerra”, falsificando a história naquele “Ministério das Colônias”, a partir das manobras que promoveram representantes de países dominados pelo Império que repetiam mentiras e acusavam o Presidente Nicolás Maduro, de ser ditador.
Rucdy Cabrera, coordenador para Assuntos da América Latina do IDEA
O Jornalista e Escritor Mário Augusto Jakobskind, falou sobre a importância da história para compreendermos o que ocorre hoje. Lembrou das conspirações de O Globo em todos os golpes de estado no Brasil. Falou do papel da atual direção da Associação Brasileira de Imprensa, presidida pelo Sr. Domingos Meirelles, que mais uma vez se posicionou em apoio a entidades patronais que apoiaram as medidas inconstitucionais que levaram o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão. Referindo-se ao filme “A Confesión de Parte”, de Rafael Ortega, Jokobskind falou da sua importância, para que possamos saber os fins da lei que propõe anistiar os crimes cometidos por opositores do governo Nicolás Maduro durante as Guarimbas (manifestações que deixaram dezenas de mortos na Venezuela), projeto que em 2016, foi rejeitado pelo Tribunal Superior da Venezuela.
O General de Brigada e Presidente da Casa da América Latina, Bolívar Meirelles, lembrou que essa história de satanizações através dos meios de comunicação conservadores contra líderes de esquerda, ou progressistas, é mais antiga do que o Brasil e citou como exemplo do processo em curso hoje, as ameaças dos Estados Unidos de acirrar os ataques contra a Síria com base nessa falsificação de que teriam atingido a sua própria gente com armas químicas, a mesma coisa que fizeram para invadir o Iraque e arrancar a cabeça de Saddam Hussein.
Paulo Gomes Neto, jornalista e diretor de Formação e Capacitação da TV Comunitária do Rio de Janeiro (TVC – Rio, canal 6 da NET)
O Jornalista e Diretor de Formação e Capacitação da TVC – Rio, Paulo Gomes, falou da importância do evento “Jornalismo de Guerra”, para esclarecer o que realmente está por trás da narrativa de ódio travestida de “anti-corrupção”, que gerou o clima de terror, para derrubar a Presidenta Dilma Rousseff e para prender o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No final do evento "Jornalismo de Guerra" foi lido o seguinte manifesto:
NOTA DO ACAMPAMENTO LULA LIVRE
Sobre o ofício e as declarações do sindicato dos delegados da Polícia Federal, as organizações à frente do acampamento Lula Livre, instalado nas imediações da Superintendência da Polícia Federal, afirmam que:
Seguimos em resistência no acampamento, exigindo a liberdade para o ex-presidente Lula. E estaremos onde se mantiver a condenação injusta e sem provas, no contexto de nossa resistência pacífica.
O tema dos moradores está sendo usado com má-fé, por pessoas e grupos que querem desviar o tema central, que é o arbítrio da prisão de Lula.
No que se refere ao acampamento, estamos instalados pacificamente em área pública. É notória a recepção dos moradores, que ajudam diariamente com água, energia elétrica, rede de internet. Muitos participam das atividades do acampamento, prestigiam nossas cozinhas e espaços culturais. A cada dia a imprensa presente pode verificar a melhoria na organização. A relação também é boa com o comércio.
Cumprimos os acordos coletivos de silêncio depois das 22h às 7h. Cerca de 80 pessoas da equipe de limpeza recolhem o lixo e fazem a limpeza todas as manhãs. E estamos sempre apontando melhorias na estrutura de banheiros.
Realizamos uma carta aos moradores, onde reafirmamos nosso pedido de desculpas pelo transtorno, mas não somos responsáveis pelas violações, pela violência de sábado, esta sim precipitada pela Polícia Federal, nem pela arbitrariedades que estão sendo cometidas contra Presidente Lula.
Atenciosamente,
Curitiba, 11 de abril de 2018
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Leia também:
ANDRÉ MOREAU -
Daniel Mazola, Edgar González, André Moreau e Aleksei Smetnev/ Fotos: Iluska Lopes. |
Os golpes de estado, promovidos no Brasil (2016) e na Venezuela (2002), através de tramas entre os Estados Unidos a oligarquia e setores do judiciário locais, foi um dos temas levantados pelo jornalista que assina este artigo, no evento “Jornalismo de Guerra” (11), realizado pelo Jornalista e Editor do site Tribuna da Imprensa Sindical, Daniel Mazola e pelo Advogado Aderson Bussinger, Diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da OAB/RJ, no auditório do Salão Nobre da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), que leva o nome do eterno Coordenador de Direitos Humanos do IDEA, o Advogado e Jornalista, Modesto da Silveira.
O Advogado e Presidente do Centro de Documentação e Pesquisa (CDP) da OAB/RJ, Aderson Bussinger, abriu os trabalhos lembrando que o evento se tratava de um antigo projeto sobre os impactos das noticias falsas no dia-a-dia dos povos, dentre os quais, Brasil e Venezuela. “A Venezuela está sob ataque e a mídia faz parte dessa beligerância. Aqui ocorre o mesmo. A grande imprensa está pautada por interesses políticos hegemônicos desde 1964, pratica a opressão em vez de comunicação. Chega até a pautar o STF. A prisão de Lula é um exemplo disso”.
O Jornalista Daniel Mazola, falou da ameaça com base nas novas mentiras forjadas pelos Estados Unidos, sobre o envenenamento de dezenas de pessoas, visando justificar o ataque à Síria. Em seguida cumprimentou o Adido Comercial da Rússia, Aleksei S.Smetnev e falou sobre a conspiração da Inglaterra, juntamente com a França e os EUA, contra o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, destacando: “(...) o Presidente Putin tem, com a sua sabedoria, contido essa onda de violência imperialista”, acentuou Mazola que falaria sobre o “Jornalismo de Guerra”, ao longo dos séculos, mas preferiu dar ao evento a dinâmica exigida diante dos fatos novos e passou a palavra para o Cônsul Edgar González Marín, que propôs antes de começar o debate, assistir o curta-metragem “El Secuestro de un Presidente”, sobre o golpe de estado de 2002.
Público atento com participação ativa no debate, não faltaram intervenções da platéia |
O Adido Comercial Russo, Aleksei S.Smetnev, criticou a nefasta campanha, com base em mentiras, das agências internacionais de notícias contra o Presidente Vladimir Putin, recém eleito para um novo mandato com um percentual superior a 72% dos votos.
A Consulesa Adjunta da República Bolivariana da Venezuela, Merli Vanegas, que antes de vir para o Brasil representava a Venezuela na Líbia, lembrou do papel do jornalismo ocidental deturpando fatos para satanizar Muammar Khadafi, visando convencer a opinião pública, a apoiar a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que acabou depredando e dividindo, aquele país, para pilhar suas riquezas naturais, além de provocar o assassinato do dirigente Muammar Khadafi.
O Pesquisador do Nucleas UERJ, João Cláudio Platenik Pitillo, traçou de forma resumida o processo de manipulações ao longo da história. Falou do “Jornalismo de Guerra” que vem atingindo a Venezuela e que passou a ser usado contra a Rússia. Pitillo, ressaltou os impactos dessa guerra vividos hoje no Brasil com a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Jornalista e Cineasta, Diretor do IDEA, André Moreau chamou a atenção dos presentes, para a correlação de forças nessa ação golpista que começou a ser tramada com a importação da “Teoria do Domínio do Fato”, para o ordenamento jurídico brasileiro. Lembrando que o Sr. Carlos Lacerda, recebeu 7 milhões de dólares, para apoiar a máquina de moer mentes do Departamento de Propaganda e Cinema do IPES (62-64), dirigida pelo Sr. Irineu Marinho, que satanizou Jango, na promoção do golpe empresarial/militar de 1º de abril de 1964. Lembrou que a única forma de resistir a tais ações de manipulação, é aprender com a história de países que regularam os veículos de radiodifusão de massas, assim como fez o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, o Comandante Hugo Chávez, na Constituinte votada pelo povo, depois do golpe de 2002.
Solange Rodrigues, coordenadora de Filosofia do IDEA |
A Jornalista e Escritora, Coordenadora de Filosofia do IDEA, Solange Rodrigues, lembrou das lutas dos companheiros do IDEA, programa de TV há 11 anos no ar, no Canal Universitário de Niterói. Solange disse que não ter apoio financeiro, pode ser sinônimo de autonomia, para lembrar da revelação sobre o plano do Comando Sul dos Estados Unidos de invadir a Venezuela e assassinar o Presidente Nicolás Maduro, feita no IDEA, na presença do Cônsul Edgar e da Consulesa Merli.
O Médico e Jornalista, Coordenador para Assuntos da América Latina do IDEA, Rucdy Cabrera, lembrou das conspirações do Sr. Luiz Almagro, no comando da Organização dos Estados Americanos (OEA), que se colocou como um “lacaio” abastecendo o “Jornalismo de Guerra”, falsificando a história naquele “Ministério das Colônias”, a partir das manobras que promoveram representantes de países dominados pelo Império que repetiam mentiras e acusavam o Presidente Nicolás Maduro, de ser ditador.
Rucdy Cabrera, coordenador para Assuntos da América Latina do IDEA |
O Jornalista e Escritor Mário Augusto Jakobskind, falou sobre a importância da história para compreendermos o que ocorre hoje. Lembrou das conspirações de O Globo em todos os golpes de estado no Brasil. Falou do papel da atual direção da Associação Brasileira de Imprensa, presidida pelo Sr. Domingos Meirelles, que mais uma vez se posicionou em apoio a entidades patronais que apoiaram as medidas inconstitucionais que levaram o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão. Referindo-se ao filme “A Confesión de Parte”, de Rafael Ortega, Jokobskind falou da sua importância, para que possamos saber os fins da lei que propõe anistiar os crimes cometidos por opositores do governo Nicolás Maduro durante as Guarimbas (manifestações que deixaram dezenas de mortos na Venezuela), projeto que em 2016, foi rejeitado pelo Tribunal Superior da Venezuela.
O General de Brigada e Presidente da Casa da América Latina, Bolívar Meirelles, lembrou que essa história de satanizações através dos meios de comunicação conservadores contra líderes de esquerda, ou progressistas, é mais antiga do que o Brasil e citou como exemplo do processo em curso hoje, as ameaças dos Estados Unidos de acirrar os ataques contra a Síria com base nessa falsificação de que teriam atingido a sua própria gente com armas químicas, a mesma coisa que fizeram para invadir o Iraque e arrancar a cabeça de Saddam Hussein.
Paulo Gomes Neto, jornalista e diretor de Formação e Capacitação da TV Comunitária do Rio de Janeiro (TVC – Rio, canal 6 da NET) |
O Jornalista e Diretor de Formação e Capacitação da TVC – Rio, Paulo Gomes, falou da importância do evento “Jornalismo de Guerra”, para esclarecer o que realmente está por trás da narrativa de ódio travestida de “anti-corrupção”, que gerou o clima de terror, para derrubar a Presidenta Dilma Rousseff e para prender o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No final do evento "Jornalismo de Guerra" foi lido o seguinte manifesto:
NOTA DO ACAMPAMENTO LULA LIVRE
Sobre o ofício e as declarações do sindicato dos delegados da Polícia Federal, as organizações à frente do acampamento Lula Livre, instalado nas imediações da Superintendência da Polícia Federal, afirmam que:
Seguimos em resistência no acampamento, exigindo a liberdade para o ex-presidente Lula. E estaremos onde se mantiver a condenação injusta e sem provas, no contexto de nossa resistência pacífica.
O tema dos moradores está sendo usado com má-fé, por pessoas e grupos que querem desviar o tema central, que é o arbítrio da prisão de Lula.
No que se refere ao acampamento, estamos instalados pacificamente em área pública. É notória a recepção dos moradores, que ajudam diariamente com água, energia elétrica, rede de internet. Muitos participam das atividades do acampamento, prestigiam nossas cozinhas e espaços culturais. A cada dia a imprensa presente pode verificar a melhoria na organização. A relação também é boa com o comércio.
Cumprimos os acordos coletivos de silêncio depois das 22h às 7h. Cerca de 80 pessoas da equipe de limpeza recolhem o lixo e fazem a limpeza todas as manhãs. E estamos sempre apontando melhorias na estrutura de banheiros.
Realizamos uma carta aos moradores, onde reafirmamos nosso pedido de desculpas pelo transtorno, mas não somos responsáveis pelas violações, pela violência de sábado, esta sim precipitada pela Polícia Federal, nem pela arbitrariedades que estão sendo cometidas contra Presidente Lula.
Atenciosamente,
Curitiba, 11 de abril de 2018
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MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND - Em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa da OAB-RJ, TRIBUNA DA IMPRENSA SINDICAL promoveu neste dia 11, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Rio de Janeiro, o evento “Jornalismo de Guerra”, com a presença de representantes da República Bolivariana da Venezuela e da Federação da Rússia. Daniel Mazola, Edgar González, André Moreau e Aleksei Smetnev/ Fotos: Iluska Lopes. Jornalismo...
ESPECIALISTAS SE REÚNEM NA OAB PARA DISCUTIR A MANIPULAÇÃO DE INFORMAÇÕES PELA MÍDIA
Via CONSULADO DA VENEZUELA RJ - A los 16 años del golpe de estado en contra del presidente Chávez, especialistas se reúnen en la OAB para discutir la manipulación de la información por los medios de comunicación. A los 16 años del golpe de estado en contra del presidente Chávez, se llevó a cabo este jueves 11.04 en la Orden de los Abogados de Brasil (OAB), en la ciudad de Río de Janeiro, Brasil, el evento Periodismo de Guerra, organizado...
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DEBATE PÕE EM XEQUE COBERTURA JORNALÍSTICA DE CONFLITOS POLÍTICOS
Por CLARA PASSI - Via OAB/RJ - João Claudio Pitillo, Aderson Bussinger, Daniel Mazola, Edgar González Marín, André Moreau e Aleksei Smetnev / Foto: OAB-RJ. O Centro de Documentação e Pesquisa (CDP) da OAB/RJ, em parceria com o site Tribuna da Imprensa Sindical, promoveu o debate Jornalismo de Guerra para discutir sobre como os conflitos políticos na Venezuela e em países como Bolívia, Rússia, China e Cuba são abordados de forma...
Por CLARA PASSI - Via OAB/RJ - João Claudio Pitillo, Aderson Bussinger, Daniel Mazola, Edgar González Marín, André Moreau e Aleksei Smetnev / Foto: OAB-RJ. O Centro de Documentação e Pesquisa (CDP) da OAB/RJ, em parceria com o site Tribuna da Imprensa Sindical, promoveu o debate Jornalismo de Guerra para discutir sobre como os conflitos políticos na Venezuela e em países como Bolívia, Rússia, China e Cuba são abordados de forma...
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O DIA DO SOL - 106 ANOS DE KIM IL SUNG
KIM IL SUNG nasceu num vilarejo de Pyongyang, na Coreia, e sua família tradicionalmente já se envolvia em temas da vida do país. O pequeno KIM IL SUNG nasceu com o nome de Kim Song Ju na Coreia ocupada pelo Japão, que havia anexado e invadido a nação em 1910. Seu pai falece quando ele ainda era muito jovem. De herança, ganha, no leito de morte do pai, duas pistolas e a missão de lutar contra o imperialismo japonês que promovia os piores massacres e destruições na Coreia.
Ele entra em contato com o marxismo ainda no início da adolescência e se encanta com a vitória da Revolução Russa. Com apenas 14 anos, KIM IL SUNG funda um movimento de libertação nacional na Coreia e sai de casa rumo à luta armada para expulsar os invasores japoneses. O movimento liderado por ele começa a tomar força e voluntários de todo o país começam a ingressar no Exército Popular Revolucionário da Coreia. É então que a figura de KIM IL SUNG começa a ser um alvo para os ocupantes japoneses; ele se vê obrigado a se recolher, junto com seu Exército, para trás do Monte Paektu, no extremo norte da Coreia, na Manchúria chinesa. De lá, o Exército Popular Revolucionário irá, em 1945, também com o comando do General KIM IL SUNG, liberar toda a Península Coreana da invasão do Japão. Na mesma época, KIM IL SUNG constitui uma bela família: casa-se com KIM JONG SUK e tem seu primeiro filho - KIM JONG IL - que um dia assumirá o comando do país.
Em 1948, KIM IL SUNG torna-se o líder do país e funda a República Popular Democrática da Coreia, localizada ao Norte da Península e de orientação comunista, uma vez que, em 1945, os Estados Unidos, visando destruir a autonomia e experiência socialista coreana, invade metade da nação e cria um Estado fantoche e vassalo no Sul.
Em 1950, planejando concretizar seus planos de ocupação total da Coreia, os Estados Unidos iniciam a Guerra da Coreia, a qual os coreanos chamam de Guerra de Libertação Nacional. KIM IL SUNG, mais uma vez, lidera o povo coreano numa gigantesca mobilização nacional contra o imperialismo americano. Por diversas vezes no andamento da guerra, KIM IL SUNG ocupa e liberta totalmente a Coreia. Em 1953, após equilibrar forças na parte central da Península, KIM IL SUNG vence os Estados Unidos, que se veem obrigados a assinar um armistício admitindo que não eram capazes de levar aquela guerra adiante nem vencer o Exército Popular liderado pelo povo. É a primeira derrota militar dos Estados Unidos, apenas 7 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, e KIM IL SUNG sai triunfante do conflito.
Após isso, nas décadas que se seguem, KIM IL SUNG se concentrou em transformar a Coreia do Norte num dos países mais industrializados, modernos, alfabetizados e desenvolvidos do mundo. A reconstrução do pós-guerra vira uma grande campanha nacional de construção socialista. Os níveis de vida da população gradualmente aumentam ao ponto de, na década de 1980, a economia e índice de desenvolvimento da Coreia do Norte serem muito maiores que os da Coreia do Sul.
Em 1994, o Grande Líder KIM IL SUNG faleceu, trazendo ao povo coreano uma dor nunca antes sentida. É então que KIM IL SUNG se torna uma figura lendária e ganha o título de Presidente Eterno - foi ele quem libertou o país do imperialismo japonês e depois do imperialismo americano e também foi ele quem construiu um país próspero, socialista e independente.
Vale lembrar que KIM IL SUNG sempre caminhou ao lado de seu povo e também dos demais povos do mundo. É o mentor da Ideia Juche - a adaptação coreana do comunismo que se apoia unicamente nas forças do povo e acredita que ele é o dono do mundo. KIM IL SUNG prestou solidariedade diplomática e material às lutas de libertação nacional anti-coloniais na África, América Latina e Ásia. Foi um grande amigo dos povos do mundo, figura de inspiração para outros líderes e símbolo de autonomia, convicção e paixão cega pelo povo. Suas inúmeras obras estão hoje traduzidas em vários idiomas do mundo e é tema de estudos há décadas em todos os continentes. É um dos autores mais traduzidos e lidos do mundo.
KIM IL SUNG foi um dos maiores estadistas de todos os tempos e está eternamente gravado no panteão de grandes seres humanos que trazem esperanças à Humanidade de que um mundo novo, popular e livre é possível! Vindo de um meio humilde, alcançou a notoriedade nacional ao liderar seu povo em momentos decisivos e chegou à eternidade.
GLÓRIAS AO PRESIDENTE KIM IL SUNG - O SOL DA COREIA!
MANSE!!!
* Lucas Rubio, Presidente do Centro de Estudos da Política Songun - Brasil
KIM IL SUNG nasceu num vilarejo de Pyongyang, na Coreia, e sua família tradicionalmente já se envolvia em temas da vida do país. O pequeno KIM IL SUNG nasceu com o nome de Kim Song Ju na Coreia ocupada pelo Japão, que havia anexado e invadido a nação em 1910. Seu pai falece quando ele ainda era muito jovem. De herança, ganha, no leito de morte do pai, duas pistolas e a missão de lutar contra o imperialismo japonês que promovia os piores massacres e destruições na Coreia.
Ele entra em contato com o marxismo ainda no início da adolescência e se encanta com a vitória da Revolução Russa. Com apenas 14 anos, KIM IL SUNG funda um movimento de libertação nacional na Coreia e sai de casa rumo à luta armada para expulsar os invasores japoneses. O movimento liderado por ele começa a tomar força e voluntários de todo o país começam a ingressar no Exército Popular Revolucionário da Coreia. É então que a figura de KIM IL SUNG começa a ser um alvo para os ocupantes japoneses; ele se vê obrigado a se recolher, junto com seu Exército, para trás do Monte Paektu, no extremo norte da Coreia, na Manchúria chinesa. De lá, o Exército Popular Revolucionário irá, em 1945, também com o comando do General KIM IL SUNG, liberar toda a Península Coreana da invasão do Japão. Na mesma época, KIM IL SUNG constitui uma bela família: casa-se com KIM JONG SUK e tem seu primeiro filho - KIM JONG IL - que um dia assumirá o comando do país.
Em 1948, KIM IL SUNG torna-se o líder do país e funda a República Popular Democrática da Coreia, localizada ao Norte da Península e de orientação comunista, uma vez que, em 1945, os Estados Unidos, visando destruir a autonomia e experiência socialista coreana, invade metade da nação e cria um Estado fantoche e vassalo no Sul.
Em 1950, planejando concretizar seus planos de ocupação total da Coreia, os Estados Unidos iniciam a Guerra da Coreia, a qual os coreanos chamam de Guerra de Libertação Nacional. KIM IL SUNG, mais uma vez, lidera o povo coreano numa gigantesca mobilização nacional contra o imperialismo americano. Por diversas vezes no andamento da guerra, KIM IL SUNG ocupa e liberta totalmente a Coreia. Em 1953, após equilibrar forças na parte central da Península, KIM IL SUNG vence os Estados Unidos, que se veem obrigados a assinar um armistício admitindo que não eram capazes de levar aquela guerra adiante nem vencer o Exército Popular liderado pelo povo. É a primeira derrota militar dos Estados Unidos, apenas 7 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, e KIM IL SUNG sai triunfante do conflito.
Após isso, nas décadas que se seguem, KIM IL SUNG se concentrou em transformar a Coreia do Norte num dos países mais industrializados, modernos, alfabetizados e desenvolvidos do mundo. A reconstrução do pós-guerra vira uma grande campanha nacional de construção socialista. Os níveis de vida da população gradualmente aumentam ao ponto de, na década de 1980, a economia e índice de desenvolvimento da Coreia do Norte serem muito maiores que os da Coreia do Sul.
Em 1994, o Grande Líder KIM IL SUNG faleceu, trazendo ao povo coreano uma dor nunca antes sentida. É então que KIM IL SUNG se torna uma figura lendária e ganha o título de Presidente Eterno - foi ele quem libertou o país do imperialismo japonês e depois do imperialismo americano e também foi ele quem construiu um país próspero, socialista e independente.
Vale lembrar que KIM IL SUNG sempre caminhou ao lado de seu povo e também dos demais povos do mundo. É o mentor da Ideia Juche - a adaptação coreana do comunismo que se apoia unicamente nas forças do povo e acredita que ele é o dono do mundo. KIM IL SUNG prestou solidariedade diplomática e material às lutas de libertação nacional anti-coloniais na África, América Latina e Ásia. Foi um grande amigo dos povos do mundo, figura de inspiração para outros líderes e símbolo de autonomia, convicção e paixão cega pelo povo. Suas inúmeras obras estão hoje traduzidas em vários idiomas do mundo e é tema de estudos há décadas em todos os continentes. É um dos autores mais traduzidos e lidos do mundo.
KIM IL SUNG foi um dos maiores estadistas de todos os tempos e está eternamente gravado no panteão de grandes seres humanos que trazem esperanças à Humanidade de que um mundo novo, popular e livre é possível! Vindo de um meio humilde, alcançou a notoriedade nacional ao liderar seu povo em momentos decisivos e chegou à eternidade.
GLÓRIAS AO PRESIDENTE KIM IL SUNG - O SOL DA COREIA!
MANSE!!!
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REGIME DE DONALD TRUMP ATACA FEROZMENTE O GOVERNO DA REPÚBLICA ÁRABE DA SÍRIA
Por André Moreau*
Os regimes genocidas dos Estados Unidos, Inglaterra e França, lançam duras investidas contra a República Árabe da Síria, porque não se conformaram por não terem enforcado o líder do governo Bachar el-Assad, assim como fizeram no Iraque, com a prisão, tortura, enforcamento e decapitação de Saddam Hussein.
Bulgaria "EEUU traslada Equipamiento Militar a Turquía para una Posible Invasión Militar en Siria"
Bombardeio em Damasco, capital da Síria
O regime dos EUA apontou suas armas para a Síria novamente (14), na tentativa de derrubar o governo Bachar el-Assad mesmo que para isso os estadunidenses, ingleses e francese tenham que atingir soldados russos em missão de paz e cometer um genocídio contra a população síria que pode desencadear a III Guerra Mundial.
EEUU y la OTAN comienzan a bombardear SIRIA 14 Abril 2018
SIRIA - Misiles de EEUU alcanzan el centro de Investigación Científica en Damasco 14 Abril 2018
A escalada de terrorismo dos estadunidenses e ingleses, contou com o ensinamento de Joseph Goebbels, fartamente usado pela imprensa colaboracionista “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, para gerar o conflito e deflagrar a guerra.
Ataque químico desmentido por personagens do filme repercutido como verdade repetidamente
A história começou na Inglaterra, a partir da mentira de que o ex-agente russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, haviam sido envenenados com o uso do agente Novichok, criado na União Soviética.
A repetição de mentiras avançou com a produção do filme curta-metragem, sobre o ataque com armas químicas em Douma, que vem sendo investigado pelo serviço de inteligência russa, que já ouviu personagens do filme: dois agentes de saúde, além de pacientes, que falaram sobre as mentiras embasadas com imagens de criança e adultos enfermos, molhados e tratadas pelos agentes de saúde como se tivessem sido envenenadas.
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1- GENERAL RUSSO GARANTE: RÚSSIA PODE RESPONDER MILITARMENTE SE EUA ATACAREM A SÍRIA; 2- LEMBRANÇAS DE UM GOLPE: A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA [VÍDEO]
REDAÇÃO - O chefe do Comitê de Defesa da Duma (Parlamento russo) e ex-comandante das tropas aerotransportadas russas disse que Moscou tomará todas as medidas, incluindo as militares, em resposta a um possível ataque dos EUA às forças do governo na Síria. Vladimir Shamanov. "A política de duplo padrão ultrapassou todos os limites possíveis. Neste momento, o partido [Rússia pró-Putin] Rússia Unida deve declarar responsavelmente que vamos...
REDAÇÃO - O chefe do Comitê de Defesa da Duma (Parlamento russo) e ex-comandante das tropas aerotransportadas russas disse que Moscou tomará todas as medidas, incluindo as militares, em resposta a um possível ataque dos EUA às forças do governo na Síria. Vladimir Shamanov. "A política de duplo padrão ultrapassou todos os limites possíveis. Neste momento, o partido [Rússia pró-Putin] Rússia Unida deve declarar responsavelmente que vamos...
1- 'GARRAS' DOS ESTADOS UNIDOS ESTÃO POR TRÁS DAS AÇÕES CONTRA LULA, DIZ NICOLÁS MADURO; 2- CAFETÃO QUE IDOLATRA MORO E CARMINHA OFERECE RECOMPENSA SE LULA FOR MORTO NA PRISÃO [VÍDEO]
REDAÇÃO - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que as "garras" dos Estados Unidos estão por trás da ordem de detenção do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. "É o império tentando com suas garras controlar e dominar outra vez a América Latina […] o que estão fazendo a Lula aumentará a consciência, a luta do Brasil e a força do que vai ser […] uma nova onda de povos livres", disse Maduro em um discurso...
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‘VELAS LATINOAMÉRICA 2018’ ENCERRA ETAPA RIO COM FESTA VENEZUELANA NO NAVIO-ESCOLA ‘SIMON BOLÍVAR’
DANIEL MAZOLA - Cônsul Geral da Venezuela no Rio de Janeiro, Edgar Gonzalez e os jornalistas Daniel Mazola e Eduardo Banks/ Fotos: Iluska Lopes. Dia 25 de março atracaram no Píer Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, seis navios veleiros estrangeiros, além do brasileiro Cisne Branco, todos participantes do evento ‘Velas Latinoamérica 2018’. A festa de despedida do navio venezuelano ‘Simon Bolívar’ ocorreu ontem (31), os anfitriões foram...
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1- DONALD TRUMP PROÍBE TRANSAÇÕES EM CRIPTOMOEDA DA VENEZUELA; 2- REVELADO POSSÍVEL MÉTODO DE ENVENENAMENTO DO EX-ESPIÃO RUSSO SKRIPAL
REDAÇÃO - O Governo de Nicólas Maduro responde e promete "mais revolução" contra sanções norte-americanas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ontem (19) uma ordem executiva que proíbe às empresas e aos cidadãos norte-americanos ou estrangeiros radicados no país realizar transações em qualquer tipo de moeda digital emitida pelo seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro. A proibição tem lugar numa altura em que o Governo venezuelano...
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1- REPRESENTANTE DO ACNUR AVALIA QUE OS MIGRANTES VENEZUELANOS NÃO SÃO REFUGIADOS; 2- EMBAIXADA RUSSA NOS EUA REFUTA ENVOLVIMENTO EM ENVENENAMENTO
REDAÇÃO - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na Venezuela, Roberto Mier, esclareceu nesta segunda-feira (12) que os migrantes da nação sul-americana não são refugiados, nem a agência os descreveu como tais. A agência reiterou a solidariedade da Venezuela em lidar com migrantes colombianos e pessoas que fogem do conflito interno. Roberto Mier mostrou sua preocupação com a xenofobia e a discriminação...
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REDAÇÃO - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na Venezuela, Roberto Mier, esclareceu nesta segunda-feira (12) que os migrantes da nação sul-americana não são refugiados, nem a agência os descreveu como tais. A agência reiterou a solidariedade da Venezuela em lidar com migrantes colombianos e pessoas que fogem do conflito interno. Roberto Mier mostrou sua preocupação com a xenofobia e a discriminação...
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KIM JONG UN VISITA A CHINA
O líder da República Popular Democrática da Coreia, KIM JONG UN, realizou entre os dias 25 e 28 de março de 2018 a sua primeira visita ao exterior. O destino foi a República Popular da China, país vizinho que mantém uma longa tradição de amizade e cooperação. A visita extraoficial do líder coreano, que foi acompanhado por sua esposa, Ri Sol Ju, foi um convite do Presidente Xi Jinping, Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e Presidente da RPC e da Comissão Militar Central.
O Marechal KIM JONG UN partiu de Pyongyang, capital da Coreia, a bordo de um trem especial, no dia 25 de março. Atravessou a fronteira entre China e RPDC e chegou à cidade chinesa de Dandong, onde foi recebido por altos funcionários do PCCh, como Sang Tao, chefe do Departamento de Relações Internacionais do CC do PCCh e Li Jinjun, Embaixador da China na RPDC. KIM JONG UN agradeceu a Song Tao por ter ido até a cidade fronteiriça, tão distante da capital chinesa, para recebê-lo. Song Tao deu calorosas boas vindas ao líder coreano e sua esposa e disse que veio pessoalmente recepcionar o líder em nome de Xi Jinping.
No dia 26 de março, o Marechal KIM JONG UN chegou, também de trem, à estação ferroviária central de Beijing, na cidade capital da China. Em Beijing, também foi recebido por importantes autoridades, como Wang Huning, membro do Comitê Permanente do Bureau Político e membro do Comitê Central do PCCh, além de outras personalidades, como Ding Xuexiang. Da estação de trem, KIM JONG UN e Ri Sol Ju, a primeira-dama da RPDC, tomaram um carro e seguiram em uma grande comitiva até a Casa de Hóspedes de Diaoyutai, escoltada por 21 motocicletas. A comitiva atravessou a capital chinesa atraindo atenções.
Depois disso, a comitiva seguiu para o Grande Palácio do Povo, no coração da China, na Praça Tiananmen, onde o Marechal KIM JONG UN se encontrou pela primeira vez como Presidente chinês Xi Jinping, que o recebeu com um caloroso aperto de mãos. A primeira-dama da China, Peng Liyuan, também estava presente. Xi Jinping deu boas-vindas ao líder coreano em sua primeira viagem ao estrangeiro. KIM JONG UN agradeceu pela esmerada atenção e recepção. Depois de se fotografarem, os líderes da China e Coreia subiram numa tribuna e então foram executados os hinos nacionais das duas Repúblicas Populares. Depois, foi realizada uma solenidade militar e os líderes passaram em revista às tropas do Exército Popular de Libertação da China.
Em seguida, os líderes se dirigiram à sala de conferências onde tiveram início conversações bilaterais. Os comandantes dos dois partidos e países trocaram opiniões sobre importantes assuntos, incluindo as longas relações de amizade entre a China e RPDC e a situação da Península Coreana.
KIM JONG UN afirmou que o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo da RPDC mantém a firme decisão de continuar a valorosa tradição de amizade entre ambos os países, preparada e fortalecida pelos líderes das gerações anteriores; ele também disse que é necessário levar essa amizade à novas etapas de nossa época. O Marechal disse que esse importante encontro deveria estreitar o intercâmbio de opiniões estratégicas e a cooperação tática para consolidar a ajuda bilateral. Ele também manifestou a esperança que o PCCh faça uma correta liderança do povo chinês e que alcance grandes êxitos no cumprimento da causa da construção de uma potência socialista moderna e que se realize o sonho do "grande renascimento da nação chinesa".
Depois dele, o Presidente Xi Jinping discursou, dando boas vindas ao Máximo Dirigente pela sua visita. Ele enfatizou que apreciar, continuar e desenvolver incessantemente a amizade entre a China e a Coreia, estabelecida pelos antigos líderes no curso da contribuição mútua para o avanço vitorioso da causa socialista e da nobre amizade revolucionária, é a opção e vontade estratégica e firme do partido e do Governo da China. Ressaltou que as recentes mudanças positivas ocorridas na Península Coreana são os frutos das decisões táticas de KIM JONG UN e do Governo da Coreia.
Xi Jinping disse que sob o governo de KIM JONG UN, o PTC alcançará novos êxitos em continuar conduzindo o povo coreano ao desenvolvimento da economia e da melhora das condições de vida.
KIM JONG UN, ao final da conversa, convidou o Presidente Xi para uma visita à RPDC e o líder chinês aceitou com prazer a proposta.
Depois do diálogo, o Presidente Xi Jinping e sua senhora Peng Liyuan presenteram KIM JONG UN e sua esposa com lembranças especiais. Depois, os líderes se dirigiram para um dos salões do Grande Palácio do Povo, onde o Presidente Xi ofereceu um generoso banquete.
Antes da refeição, os participantes puderam ver uma apresentação em vídeo que mostrava imagens históricas das visitas anteriores dos líderes coreanos KIM IL SUNG e KIM JONG IL, que foram recebidos pelas antigas lideranças chinesas MAO ZEDONG, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin, Hu Jintao e outros veteranos. As imagens deixaram claro aos presentes que a China e a RPDC possuem uma longa trajetória de amizade e cooperação forjada em épocas difíceis de luta anti-imperialista e durante o auge da Revolução.
Depois, KIM JONG UN e Xi Jinping discursaram. O líder coreano mais uma vez agradeceu todo o cuidado, atenção e tratamento das autoridades chinesas e disse que era natural que sua primeira viagem fosse para a China. Ele também expressou seu desejo que as resoluções das recentes conferências do Partido Comunista da China sejam levadas adiante e congratulou Xi Jinping por sua reeleição.
"O povo coreano e chinês, que vêm se ajudando mutuamente e dedicando seu sangue e vida para a luta conjunta ao longo do tempo, experimentaram ao longo disso que os seus destinos são inseparáveis e que sabem muito bem que é valioso o ambiente de paz e estabilidade na região e que isso foi muito caro para ser conquistado e defendido", disse KIM JONG UN em relação à luta de ambos os países na década de 1940 contra a invasão japonesa e depois da cooperação mútua na Guerra da Coreia de 1950-1953.
O Presidente chinês também discursou. Durante sua fala, lembrou que o Presidente KIM IL SUNG, durante sua vida, visitou a China mais de 40 vezes e que tinha uma amizade muito especial com o Presidente MAO ZEDONG e o Primeiro-Ministro Zhou Enlai. Também recordou que o Dirigente KIM JONG IL visitou a China algumas vezes e disse que a atual visita do Marechal KIM JONG UN é uma demonstração da continuidade da amizade entre os dois países.
"Estou convencido de que, qualquer que seja a situação internacional e regional, ambas as partes procurarão a felicidade dos nossos países e de seus povos, tomando o controle da atual situação mundial e realizando visitas de alto nível, aprofundando a comunicação estratégica e o intercâmbio."
Uma apresentação artística foi cuidadosamente preparada e executada pelos anfitriões chineses enquanto os participantes banqueteavam. Depois da apresentação, KIM JONG UN e sua esposa entregaram flores aos artistas em sinal de agradecimento. Toda a cerimônia ocorreu em clima de camaradagem, amizade e alegria.
No dia seguinte, dia 27 de março, KIM JONG UN se dirigiu à Academia Nacional da Ciências da China, onde foi conduzido por várias exposições sobre tecnologias industriais e de geração de energia. Acompanhado por guias que explicavam e apresentavam novas soluções tecnológicas, KIM JONG UN apreciou o avanço técnico dos chineses e até mesmo interagiu com um robô. Ao final da visita à Academia, o Marechal escreveu uma mensagem, que dizia: "Pude conhecer o grande poderio da China, grande país vizinho. Se alcançarão os melhores êxitos da ciência sob a sábia direção do Partido Comunista da China."
Depois disso, o Marechal e sua esposa foram para o palácio de Yangyuanzhai, onde foram recebidos novamente pelo Presidente Xi Jinping e sua senhora. Os líderes passearam pelo belíssimo jardim do palácio, em estilo milenar chinês; o palácio foi construído em 1773 para ser a morada especial do Imperador Qianlong, da dinastia Tsing, e é um lugar significativo: foi nesse lugar que KIM IL SUNG se encontrou com MAO ZEDONG pela primeira vez na década de 1950.
KIM JONG UN e Xi Jinping conversaram mais uma vez, se fotografaram e depois almoçaram. Após isso, o casal coreano entregou presentes aos anfitriões.
No fim, Xi Jinping e sua esposa, Peng Liyuan, se despediram de KIM JONG UN e Ri Sol Ju, que saíram de carro rumo à estação de trem. Na estação, autoridades chinesas se despediram dos coreanos, que pegaram um trem até Dandong, onde foi feita uma parada. Depois, KIM JONG UN e sua comitiva seguiram de volta para a Coreia.
Você pode ver um documentário produzido pela TV Central da Coreia que mostra todas as filmagens da visita de KIM JONG UN à China:
Essa visita relâmpago de KIM JONG UN à China, completamente inesperada, é parte de uma série de movimentações diplomáticas da Coreia do Norte. Essas ações diplomáticas são a sequência das movimentações militares muito intensas do ano passado, que prepararam o terreno e o psicológico dos líderes mundiais para a mensagem de que a Coreia do Norte não pode ser destruída e que resoluções hostis não dão certo nem surtem efeito.
Se em 2017 KIM JONG UN mostrou ao mundo um cardápio de armas poderosas, muitas delas capazes de atingirem os Estados Unidos, esse ano o líder coreano quer dar uma aula de diplomacia, começando com a interação com a Coreia do Sul, seguindo para a China e, muito em breve, com os próprios Estados Unidos.
A ida da RPDC à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Pyeongchang e a retomada do diálogo entre as partes mostra que, à nível regional, a Coreia do Norte consolidou sua posição, uma vez que a própria Coreia do Sul notou que não há outro caminho para a resolução da situação que não meios pacíficos. Depois, o Norte partiu para resolver os assuntos com seu maior parceiro comercial e grande potência global, a China. Assim, KIM JONG UN mostra que a RPDC está disposta a continuar a amizade de décadas de décadas dentre os dois governos, ressaltando, principalmente para os EUA, que a China não saiu da jogada. Vale lembrar que recentemente a China aderiu às sanções econômicas contra a Coreia. Mas a China tem um discurso muito dual. Então, pelo que parece, KIM JONG UN pretende mostrar aos próprios chineses que sufocar a RPDC não vai dar certo. O discurso dos mandatários de ambas as partes, durante a visita, foi sempre centrado em amizade, cooperação, intercâmbio. Isso nos dá uma pista sobre o que pode acontecer com a relação entre China e Coreia: reaproximação e, quem sabe, o levantamento de algumas sanções.
Nos EUA, a visita de KIM JONG UN soou muito bem para Trump, que correu para o Twitter, no qual passa mais tempo do que em seu próprio escritório presidencial, para dizer que está "muito ansioso" para o encontro dele com KIM JONG UN, encontro esse que provavelmente ocorrerá em maio desse ano e que é resultado das conversações, em Pyongyang, entre KIM JONG UN e uma delegação sul-coreana enviada em caráter especial.
Ao se aproximar da China, a Coreia 'cola' num amigo poderoso: a China corresponde à grande parcela do comércio mundial, principalmente dos EUA. Sendo assim, os EUA escutam a China com atenção, afinal, ninguém quer se indispôr com o gigante asiático, muito embora ambos os países possuam suas divergências e concorrências irreconciliáveis.
Agora, é esperar o tempo passar para ver o que ocorrerá.
* Lucas Rubio, presidente do Centro de Estudos da Política Songun - Brasil, colaborador do site TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical / Imagens: Agência da RPDC.
***
O líder da República Popular Democrática da Coreia, KIM JONG UN, realizou entre os dias 25 e 28 de março de 2018 a sua primeira visita ao exterior. O destino foi a República Popular da China, país vizinho que mantém uma longa tradição de amizade e cooperação. A visita extraoficial do líder coreano, que foi acompanhado por sua esposa, Ri Sol Ju, foi um convite do Presidente Xi Jinping, Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e Presidente da RPC e da Comissão Militar Central.
O Marechal KIM JONG UN partiu de Pyongyang, capital da Coreia, a bordo de um trem especial, no dia 25 de março. Atravessou a fronteira entre China e RPDC e chegou à cidade chinesa de Dandong, onde foi recebido por altos funcionários do PCCh, como Sang Tao, chefe do Departamento de Relações Internacionais do CC do PCCh e Li Jinjun, Embaixador da China na RPDC. KIM JONG UN agradeceu a Song Tao por ter ido até a cidade fronteiriça, tão distante da capital chinesa, para recebê-lo. Song Tao deu calorosas boas vindas ao líder coreano e sua esposa e disse que veio pessoalmente recepcionar o líder em nome de Xi Jinping.
No dia 26 de março, o Marechal KIM JONG UN chegou, também de trem, à estação ferroviária central de Beijing, na cidade capital da China. Em Beijing, também foi recebido por importantes autoridades, como Wang Huning, membro do Comitê Permanente do Bureau Político e membro do Comitê Central do PCCh, além de outras personalidades, como Ding Xuexiang. Da estação de trem, KIM JONG UN e Ri Sol Ju, a primeira-dama da RPDC, tomaram um carro e seguiram em uma grande comitiva até a Casa de Hóspedes de Diaoyutai, escoltada por 21 motocicletas. A comitiva atravessou a capital chinesa atraindo atenções.
Depois disso, a comitiva seguiu para o Grande Palácio do Povo, no coração da China, na Praça Tiananmen, onde o Marechal KIM JONG UN se encontrou pela primeira vez como Presidente chinês Xi Jinping, que o recebeu com um caloroso aperto de mãos. A primeira-dama da China, Peng Liyuan, também estava presente. Xi Jinping deu boas-vindas ao líder coreano em sua primeira viagem ao estrangeiro. KIM JONG UN agradeceu pela esmerada atenção e recepção. Depois de se fotografarem, os líderes da China e Coreia subiram numa tribuna e então foram executados os hinos nacionais das duas Repúblicas Populares. Depois, foi realizada uma solenidade militar e os líderes passaram em revista às tropas do Exército Popular de Libertação da China.
Em seguida, os líderes se dirigiram à sala de conferências onde tiveram início conversações bilaterais. Os comandantes dos dois partidos e países trocaram opiniões sobre importantes assuntos, incluindo as longas relações de amizade entre a China e RPDC e a situação da Península Coreana.
KIM JONG UN afirmou que o Partido do Trabalho da Coreia e o Governo da RPDC mantém a firme decisão de continuar a valorosa tradição de amizade entre ambos os países, preparada e fortalecida pelos líderes das gerações anteriores; ele também disse que é necessário levar essa amizade à novas etapas de nossa época. O Marechal disse que esse importante encontro deveria estreitar o intercâmbio de opiniões estratégicas e a cooperação tática para consolidar a ajuda bilateral. Ele também manifestou a esperança que o PCCh faça uma correta liderança do povo chinês e que alcance grandes êxitos no cumprimento da causa da construção de uma potência socialista moderna e que se realize o sonho do "grande renascimento da nação chinesa".
Depois dele, o Presidente Xi Jinping discursou, dando boas vindas ao Máximo Dirigente pela sua visita. Ele enfatizou que apreciar, continuar e desenvolver incessantemente a amizade entre a China e a Coreia, estabelecida pelos antigos líderes no curso da contribuição mútua para o avanço vitorioso da causa socialista e da nobre amizade revolucionária, é a opção e vontade estratégica e firme do partido e do Governo da China. Ressaltou que as recentes mudanças positivas ocorridas na Península Coreana são os frutos das decisões táticas de KIM JONG UN e do Governo da Coreia.
Xi Jinping disse que sob o governo de KIM JONG UN, o PTC alcançará novos êxitos em continuar conduzindo o povo coreano ao desenvolvimento da economia e da melhora das condições de vida.
KIM JONG UN, ao final da conversa, convidou o Presidente Xi para uma visita à RPDC e o líder chinês aceitou com prazer a proposta.
Depois do diálogo, o Presidente Xi Jinping e sua senhora Peng Liyuan presenteram KIM JONG UN e sua esposa com lembranças especiais. Depois, os líderes se dirigiram para um dos salões do Grande Palácio do Povo, onde o Presidente Xi ofereceu um generoso banquete.
Antes da refeição, os participantes puderam ver uma apresentação em vídeo que mostrava imagens históricas das visitas anteriores dos líderes coreanos KIM IL SUNG e KIM JONG IL, que foram recebidos pelas antigas lideranças chinesas MAO ZEDONG, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin, Hu Jintao e outros veteranos. As imagens deixaram claro aos presentes que a China e a RPDC possuem uma longa trajetória de amizade e cooperação forjada em épocas difíceis de luta anti-imperialista e durante o auge da Revolução.
Depois, KIM JONG UN e Xi Jinping discursaram. O líder coreano mais uma vez agradeceu todo o cuidado, atenção e tratamento das autoridades chinesas e disse que era natural que sua primeira viagem fosse para a China. Ele também expressou seu desejo que as resoluções das recentes conferências do Partido Comunista da China sejam levadas adiante e congratulou Xi Jinping por sua reeleição.
"O povo coreano e chinês, que vêm se ajudando mutuamente e dedicando seu sangue e vida para a luta conjunta ao longo do tempo, experimentaram ao longo disso que os seus destinos são inseparáveis e que sabem muito bem que é valioso o ambiente de paz e estabilidade na região e que isso foi muito caro para ser conquistado e defendido", disse KIM JONG UN em relação à luta de ambos os países na década de 1940 contra a invasão japonesa e depois da cooperação mútua na Guerra da Coreia de 1950-1953.
O Presidente chinês também discursou. Durante sua fala, lembrou que o Presidente KIM IL SUNG, durante sua vida, visitou a China mais de 40 vezes e que tinha uma amizade muito especial com o Presidente MAO ZEDONG e o Primeiro-Ministro Zhou Enlai. Também recordou que o Dirigente KIM JONG IL visitou a China algumas vezes e disse que a atual visita do Marechal KIM JONG UN é uma demonstração da continuidade da amizade entre os dois países.
"Estou convencido de que, qualquer que seja a situação internacional e regional, ambas as partes procurarão a felicidade dos nossos países e de seus povos, tomando o controle da atual situação mundial e realizando visitas de alto nível, aprofundando a comunicação estratégica e o intercâmbio."
Uma apresentação artística foi cuidadosamente preparada e executada pelos anfitriões chineses enquanto os participantes banqueteavam. Depois da apresentação, KIM JONG UN e sua esposa entregaram flores aos artistas em sinal de agradecimento. Toda a cerimônia ocorreu em clima de camaradagem, amizade e alegria.
No dia seguinte, dia 27 de março, KIM JONG UN se dirigiu à Academia Nacional da Ciências da China, onde foi conduzido por várias exposições sobre tecnologias industriais e de geração de energia. Acompanhado por guias que explicavam e apresentavam novas soluções tecnológicas, KIM JONG UN apreciou o avanço técnico dos chineses e até mesmo interagiu com um robô. Ao final da visita à Academia, o Marechal escreveu uma mensagem, que dizia: "Pude conhecer o grande poderio da China, grande país vizinho. Se alcançarão os melhores êxitos da ciência sob a sábia direção do Partido Comunista da China."
Depois disso, o Marechal e sua esposa foram para o palácio de Yangyuanzhai, onde foram recebidos novamente pelo Presidente Xi Jinping e sua senhora. Os líderes passearam pelo belíssimo jardim do palácio, em estilo milenar chinês; o palácio foi construído em 1773 para ser a morada especial do Imperador Qianlong, da dinastia Tsing, e é um lugar significativo: foi nesse lugar que KIM IL SUNG se encontrou com MAO ZEDONG pela primeira vez na década de 1950.
KIM JONG UN e Xi Jinping conversaram mais uma vez, se fotografaram e depois almoçaram. Após isso, o casal coreano entregou presentes aos anfitriões.
No fim, Xi Jinping e sua esposa, Peng Liyuan, se despediram de KIM JONG UN e Ri Sol Ju, que saíram de carro rumo à estação de trem. Na estação, autoridades chinesas se despediram dos coreanos, que pegaram um trem até Dandong, onde foi feita uma parada. Depois, KIM JONG UN e sua comitiva seguiram de volta para a Coreia.
Você pode ver um documentário produzido pela TV Central da Coreia que mostra todas as filmagens da visita de KIM JONG UN à China:
Essa visita relâmpago de KIM JONG UN à China, completamente inesperada, é parte de uma série de movimentações diplomáticas da Coreia do Norte. Essas ações diplomáticas são a sequência das movimentações militares muito intensas do ano passado, que prepararam o terreno e o psicológico dos líderes mundiais para a mensagem de que a Coreia do Norte não pode ser destruída e que resoluções hostis não dão certo nem surtem efeito.
Se em 2017 KIM JONG UN mostrou ao mundo um cardápio de armas poderosas, muitas delas capazes de atingirem os Estados Unidos, esse ano o líder coreano quer dar uma aula de diplomacia, começando com a interação com a Coreia do Sul, seguindo para a China e, muito em breve, com os próprios Estados Unidos.
A ida da RPDC à Coreia do Sul para os Jogos Olímpicos de Pyeongchang e a retomada do diálogo entre as partes mostra que, à nível regional, a Coreia do Norte consolidou sua posição, uma vez que a própria Coreia do Sul notou que não há outro caminho para a resolução da situação que não meios pacíficos. Depois, o Norte partiu para resolver os assuntos com seu maior parceiro comercial e grande potência global, a China. Assim, KIM JONG UN mostra que a RPDC está disposta a continuar a amizade de décadas de décadas dentre os dois governos, ressaltando, principalmente para os EUA, que a China não saiu da jogada. Vale lembrar que recentemente a China aderiu às sanções econômicas contra a Coreia. Mas a China tem um discurso muito dual. Então, pelo que parece, KIM JONG UN pretende mostrar aos próprios chineses que sufocar a RPDC não vai dar certo. O discurso dos mandatários de ambas as partes, durante a visita, foi sempre centrado em amizade, cooperação, intercâmbio. Isso nos dá uma pista sobre o que pode acontecer com a relação entre China e Coreia: reaproximação e, quem sabe, o levantamento de algumas sanções.
Nos EUA, a visita de KIM JONG UN soou muito bem para Trump, que correu para o Twitter, no qual passa mais tempo do que em seu próprio escritório presidencial, para dizer que está "muito ansioso" para o encontro dele com KIM JONG UN, encontro esse que provavelmente ocorrerá em maio desse ano e que é resultado das conversações, em Pyongyang, entre KIM JONG UN e uma delegação sul-coreana enviada em caráter especial.
Ao se aproximar da China, a Coreia 'cola' num amigo poderoso: a China corresponde à grande parcela do comércio mundial, principalmente dos EUA. Sendo assim, os EUA escutam a China com atenção, afinal, ninguém quer se indispôr com o gigante asiático, muito embora ambos os países possuam suas divergências e concorrências irreconciliáveis.
Agora, é esperar o tempo passar para ver o que ocorrerá.
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TRUMP SE APRESENTA COMO AVATAR DO DESENVOLVIMENTO
JOSÉ CARLOS DE ASSIS - Donald Trump surgiu no cenário mundial para liquidar, entre outras coisas, com as muralhas do liberalismo comercial. Como meio mundo, tenho grandes restrições a ele em matéria de política interna dos Estados Unidos. Contudo, a sociedade civil norte-americana é suficientemente forte para resistir aos ataques do Presidente. Além disso, não tenho credenciais nem interesse em me meter nessa briga. É no plano da política...
JOSÉ CARLOS DE ASSIS - Donald Trump surgiu no cenário mundial para liquidar, entre outras coisas, com as muralhas do liberalismo comercial. Como meio mundo, tenho grandes restrições a ele em matéria de política interna dos Estados Unidos. Contudo, a sociedade civil norte-americana é suficientemente forte para resistir aos ataques do Presidente. Além disso, não tenho credenciais nem interesse em me meter nessa briga. É no plano da política...
INTERVENÇÃO QUE COMEÇOU HÁ SÉCULOS
Por PEDRO AUGUSTO PINHO - "O dia em que o morro descer e não for carnaval Não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral" (Wilson das Neves) No Brasil e nas nações em geral temos duas histórias: a narrada pelos colonizadores e a vivida pela população. Para que possamos distingui-las claramente, alguns conceitos são necessários. SOBERANIA O mais importante deles é a soberania. O que é ser nação independente? É a que tem soberania. Mas...
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A GUERRA CHEGOU
Por PEDRO AUGUSTO PINHO - O grande pensador contemporâneo Noam Chomsky (foto) esclareceu que temos a ditadura, um governo de exceção, toda vez que o governo controla as pessoas pelos cassetetes ou quando manipula a consciência da população pela propaganda, pela criação de ilusões, e marginalizando o povo em geral, reduzindo-o a alguma forma de apatia. Vivemos neste século XXI sob a tirania da banca, designação que dou ao sistema financeiro...
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RAFAEL CORREA, EX-PRESIDENTE DO EQUADOR, FALA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA MÍDIA NOS GOLPES NA AMÉRICA LATINA
ANDRÉ MOREAU - A traição do Presidente do Equador, Lenin Moreno, atraído pelo canto da sereia - os choques da teoria de Milton Friedman, que vem sendo implantada no Brasil, a partir de delações sem provas, fartamente divulgadas como verdades -, ao contrário de amedrontar, vem mobilizando o ex-Presidente Rafael Correa, na defesa da política de bem estar social, para o seu País e a América Latina. As ações conservadoras financiadas por estrangeiros...
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STALINGRADO, A CIDADE DE AÇO
JOÃO CLAUDIO PITILLO - Stalingrado uma cidade de cerca de 600.000 habitantes as margens do rio Volga1 que em 1942 era símbolo da industrialização soviética e dos planos quinquenais. Tornou-se para os nazistas a porta de entrada do Cáucaso, região rica em gás, minério e petróleo, materiais essências para a máquina de guerra nazista. O domínio do Cáucaso também permitira aos nazistas cercarem Moscou e ligarem-se à Turquia, intimando a mesma...
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ATOS TERRORISTAS DA OPOSIÇÃO VENEZUELANA AUMENTAM DÚVIDAS SOBRE MANOBRAS MILITARES NA AMAZÔNIA
Por MÁRIO A. JAKOBSKIND e ANDRÉ MOREAU - O governo golpista de Michel Temer está anunciando que o Ministro da Defesa, Raul Jungmann participará no dia 17 de novembro do Fórum de Líderes Globais, na capital dos Estados Unidos (EUA). No evento organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), sigla em inglês, Jungmann apresentará a estratégia de defesa do Brasil e os desafios regionais e globais, bem como a atual relação...
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100 ANOS DEPOIS DE HOJE
Por THALES EMMANUEL - Era o ano de 1917. A fome se alastrava na cidade e no campo, mas não para toda gente. Na cidade, as mazelas não atingiam os ricos capitalistas; no campo, a nobreza seguia ostentando o poder sobre as terras e, consequentemente, sobre o trabalho das famílias campesinas, que representavam 80% da população e eram obrigadas, por ordens do czar, a enviar seus filhos para morte no fronte de batalha da Primeira Guerra Mundial. Czar...
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UTOPIAS E DISTOPIAS – O MUNDO PÓS 1990
Por PEDRO AUGUSTO PINHO - O beijo entre os líderes da URSS e da Alemanha Oriental, Brejnev e Honecker. Em 9 de novembro de 1989 foi demolido o Muro de Berlim. A imprensa ocidental saudou esta ocorrência como o fim das guerras, o início do mundo da paz. Também, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, se iniciava o mundo novo, o fim da história, o triunfo do liberalismo, a era do privado, do indivíduo, sobre...
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FALTA DE DIÁLOGO DO GOVERNO DE RAJOY É MARCADO POR AMEAÇAS A EDUCAÇÃO E AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PÚBLICOS DA CATALUNYA
Por ANDRÉ MOREAU - Rajoy saiu da sessão do parlamento aos 38:44 minutos sendo seguida por sua fiel escudeira.(com informações da RT e da TV3, esta atingida pelo Art. 155). Rajoy comparece ante el Congreso en vísperas de la votación del artículo 155. O quadro de manipulações neoliberais é global. Usam jogos de palavras e imagens sobre corrupção e terrorismo que levam até mesmo aqueles que se consideram bem informados, a...
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DIREITA NA VENEZUELA NÃO ACEITA O VEREDICTO DAS URNAS E NO BRASIL FAZEM DE TUDO PARA ENGANAR
MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND - Mais uma vez a oposição venezuelana com o respaldo do governo estadunidense não aceita o resultado das urnas que deu a vitória aos candidatos do PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela). Agora é moda entre grupos de direita não aceitar os resultados das urnas. Nos conglomerados midiáticos que compõem o denominado grupo Diário das Américas o espaço para a oposição venezuelana é total e absoluto em uma demonstração...
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DIANTE DO AUTORITARISMO DO IMPÉRIO ESPANHOL O POVO DA CATALUNYA SE MANTÉM DE PÉ
Por ANDRÉ MOREAU - Foi com um entusiasmo desproporcional que a editoria do JN das Organizações Globo, recortou do noticiário dos principais veículos de comunicação estrangeiros (17), a informação de que por unanimidade o Supremo Tribunal da Espanha havia decido que o Referendo de 1º de outubro, votado pela maioria da população da Catalunya, era inconstitucional. Leia mais em INTERNACIONA...
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CATALUNYA: SEMPRE DE PÉ NUNCA DE JOELHOS
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COMO É BOM SABER TOCAR UM INSTRUMENTO
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Por ANDRÉ MOREAU - “Seguimos um caminho marcado pela vontade do povo (...) que ama as línguas que fala”, lembrou o “Presidente de la Generalitat de Catalunya”, Carlos Puigdemont, em discurso, no qual se dirigiu ao povo digno da “Caltalunya” e respondeu ao rei de “España” Felipe VI que passou a defender publicamente, mas de forma tímida, a ação da Polícia Nacional e da Guarda Civil, mesmo depois de ter visto as cenas de violência brutal, praticadas...
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1- ATAQUE EM LAS VEGAS: O QUE SE SABE SOBRE O MAIS LETAL TIROTEIO DA HISTÓRIA DOS EUA; 2- COREIA SOCIALISTA CONDENA 'ESTRATAGEMA' DE WASHINGTON E SEUL PARA INVADIR O PAÍS
REDAÇÃO - Pelo menos 58 pessoas morreram e ao menos 515 ficaram feridas em um tiroteio durante um show em Las Vegas. Trata-se do mais letal ataque deste tipo na história moderna dos EUA, de acordo com a polícia. Mais de 22 mil estavam no festival no momento dos disparos. Centenas de pessoas fugiram enquanto atirador disparava durante show. INTERNACIONAIS - Um atirador abriu fogo na plateia de um festival de música de dentro do hotel...
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A DEMOCRACIA SEM MÁSCARA
Por ANDRÉ MOREAU - Caminhando pelos corredores do Fórum do Rio de Janeiro, em meio ao acompanhamento de alguns processos, encontrei com um juiz conhecido através de um velho Magistrado que, ao ser questionado sobre o que ele achava dos treinamentos de guerra feitos quase que diariamente nas favelas, em horário escolar, me disse novamente o que um jovem juiz que estudou com o velho Magistrado, já havia me dito: todo ano somos convidados pelo...
Por ANDRÉ MOREAU - Caminhando pelos corredores do Fórum do Rio de Janeiro, em meio ao acompanhamento de alguns processos, encontrei com um juiz conhecido através de um velho Magistrado que, ao ser questionado sobre o que ele achava dos treinamentos de guerra feitos quase que diariamente nas favelas, em horário escolar, me disse novamente o que um jovem juiz que estudou com o velho Magistrado, já havia me dito: todo ano somos convidados pelo...
OLIGARCAS DA SIP QUEREM TRANSFORMAR NEOFASCISTAS FUGITIVOS DA JUSTIÇA VENEZUELANA EM MITOS
Por ANDRÉ MOREAU - A contra ofensiva dos membros da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), não por acaso foi deflagrada após a fuga da ex-Procuradora Geral Luisa Ortega Diaz, com o seu marido, Germán Ferrer da Venezuela para a Colômbia (18), vindos de Aruba. A elaboração da narrativa ocorre paralelamente ao atentado de Barcelona (17) fruto podre das guerras promovidas no Oriente Médio, sob a liderança dos EUA, financiador dos terroristas...
Por ANDRÉ MOREAU - A contra ofensiva dos membros da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), não por acaso foi deflagrada após a fuga da ex-Procuradora Geral Luisa Ortega Diaz, com o seu marido, Germán Ferrer da Venezuela para a Colômbia (18), vindos de Aruba. A elaboração da narrativa ocorre paralelamente ao atentado de Barcelona (17) fruto podre das guerras promovidas no Oriente Médio, sob a liderança dos EUA, financiador dos terroristas...
CUIDADO! UM BUFÃO COMANDA O IMPÉRIO
Por EMIR SADER - Via 247 - Os Estados Unidos sempre tiveram o temor de não conseguir manter duas guerras ao mesmo tempo. No embalo do consenso logrado para invadir e destruir o Afeganistão – bode expiatório dos atentados das Torres Gêmeas, para livrar de responsabilidades a Arábia Saudita, seu aliado carnal –, o governo norte-americano se lançou, esta vez só com a Grã- Bretanha, a invadir e destruir o país da mais antiga civilização do mundo...
Por EMIR SADER - Via 247 - Os Estados Unidos sempre tiveram o temor de não conseguir manter duas guerras ao mesmo tempo. No embalo do consenso logrado para invadir e destruir o Afeganistão – bode expiatório dos atentados das Torres Gêmeas, para livrar de responsabilidades a Arábia Saudita, seu aliado carnal –, o governo norte-americano se lançou, esta vez só com a Grã- Bretanha, a invadir e destruir o país da mais antiga civilização do mundo...
1- CHINA VAI RESPONDER SE EUA ATACAREM COREIA DO NORTE, MAS NÃO SE ACONTECER O OPOSTO. XI JINPING CONVERSOU POR TELEFONE COM TRUMP NESTE SÁBADO; 2- MINISTRO DA DEFESA VENEZUELANO DIZ QUE AMEAÇA MILITAR DE TRUMP É 'LOUCURA'
REDAÇÃO - Editorial de jornal estatal chinês deixa alerta: Pequim deve reagir se EUA atacarem primeiro, mas só nesse caso. Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping. A China lançou um alerta aos Estados Unidos e à Coreia do Norte através de um editorial de um popular jornal chinês: vai ser neutra se a Coreia do Norte lançar primeiro um ataque contra os Estados Unidos, mas irá reagir firmemente no caso de os EUA e a Coreia do Sul "realizarem...
REDAÇÃO - Editorial de jornal estatal chinês deixa alerta: Pequim deve reagir se EUA atacarem primeiro, mas só nesse caso. Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping. A China lançou um alerta aos Estados Unidos e à Coreia do Norte através de um editorial de um popular jornal chinês: vai ser neutra se a Coreia do Norte lançar primeiro um ataque contra os Estados Unidos, mas irá reagir firmemente no caso de os EUA e a Coreia do Sul "realizarem...
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PORQUE O SOCIALISMO?
Por ALBERT EINSTEIN -
Por ALBERT EINSTEIN -
Estudiosos norte-americano acabam de verificar de maneira empírica previsões que Albert Einstein tinha avançado um século atrás, em 1916, sobre a existência de ondas gravitacionais, curvas espaço-tempo geradas por violentos fenomenos do cosmos. Em sua homenagem, nós propomos reler a avaliação realizada em torno de uma outra questão analisada por ele: o socialismo. Eis o artigo escrito em 1949 pelo maior cientista do século XX.
Será aconselhável para quem não é especialista em assuntos economicos e sociais exprimir opiniões sobre a questão do socialismo? Eu penso que sim, por uma série de razões.
Estudiosos norte-americano acabam de verificar de maneira empírica previsões que Albert Einstein tinha avançado um século atrás, em 1916, sobre a existência de ondas gravitacionais, curvas espaço-tempo geradas por violentos fenomenos do cosmos. Em sua homenagem, nós propomos reler a avaliação realizada em torno de uma outra questão analisada por ele: o socialismo. Eis o artigo escrito em 1949 pelo maior cientista do século XX.
Será aconselhável para quem não é especialista em assuntos economicos e sociais exprimir opiniões sobre a questão do socialismo? Eu penso que sim, por uma série de razões.
Consideremos antes de mais a questão sob o ponto de vista do conhecimento científico. Poderá parecer que não há diferenças metodológicas essenciais entre a astronomia e a economia: os cientistas em ambos os campos tentam descobrir leis de aceitação geral para um grupo circunscrito de fenómenos de forma a tornar a interligação destes fenómenos tão claramente compreensível quanto possível. Mas, na realidade, estas diferenças metodológicas existem. A descoberta de leis gerais no campo da economia torna-se difícil pela circunstância de que os fenómenos económicos observados são frequentemente afectados por muitos factores que são muito difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência acumulada desde o início do chamado período civilizado da história humana tem sido – como é bem conhecido – largamente influenciada e limitada por causas que não são, de forma alguma, exclusivamente económicas por natureza. Por exemplo, a maior parte dos principais estados da história ficou a dever a sua existência à conquista. Os povos conquistadores estabeleceram-se, legal e economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Monopolizaram as terras e nomearam um clero de entre as suas próprias fileiras. Os sacerdotes, que controlavam a educação, tornaram a divisão de classes da sociedade numa instituição permanente e criaram um sistema de valores segundo o qual as pessoas se têm guiado desde então, até grande medida de forma inconsciente, no seu comportamento social.
Mas a tradição histórica é, por assim dizer, coisa do passado; em lado nenhum ultrapassámos de facto o que Thorstein Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os factos económicos observáveis pertencem a essa fase e mesmo as leis que podemos deduzir a partir deles não são aplicáveis a outras fases. Uma vez que o verdadeiro objectivo do socialismo é precisamente ultrapassar e ir além da fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência económica no seu actual estado não consegue dar grandes esclarecimentos sobre a sociedade socialista do futuro.
Segundo, o socialismo é dirigido para um fim sócio-ético. A ciência, contudo, não pode criar fins e, muito menos, incuti-los nos seres humanos; quando muito, a ciência pode fornecer os meios para atingir determinados fins. Mas os próprios fins são concebidos por personalidades com ideais éticos elevados e – se estes ideais não nascerem já votados ao insucesso, mas forem vitais e vigorosos – adoptados e transportados por aqueles muitos seres humanos que, semi-inconscientemente, determinam a evolução lenta da sociedade.
Por estas razões, devemos precaver-nos para não sobrestimarmos a ciência e os métodos científicos quando se trata de problemas humanos; e não devemos assumir que os peritos são os únicos que têm o direito a expressarem-se sobre questões que afectam a organização da sociedade.
Inúmeras vozes afirmam desde há algum tempo que a sociedade humana está a passar por uma crise, que a sua estabilidade foi gravemente abalada. É característico desta situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou mesmo hostis em relação ao grupo, pequeno ou grande, a que pertencem. Para ilustrar o meu pensamento, permitam-me que exponha aqui uma experiência pessoal. Falei recentemente com um homem inteligente e cordial sobre a ameaça de outra guerra, que, na minha opinião, colocaria em sério risco a existência da humanidade, e comentei que só uma organização supra-nacional ofereceria protecção contra esse perigo. Imediatamente o meu visitante, muito calma e friamente, disse-me: “Porque se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?”
Tenho a certeza de que há tão pouco tempo como um século atrás ninguém teria feito uma afirmação deste tipo de forma tão leve. É a afirmação de um homem que tentou em vão atingir um equilíbrio interior e que perdeu mais ou menos a esperança de ser bem sucedido. É a expressão de uma solidão e isolamento dolorosos de que sofre tanta gente hoje em dia. Qual é a causa? Haverá uma saída?
É fácil levantar estas questões, mas é difícil responder-lhes com um certo grau de segurança. No entanto, devo tentar o melhor que posso, embora esteja consciente do facto de que os nossos sentimentos e esforços são muitas vezes contraditórios e obscuros e que não podem ser expressos em fórmulas fáceis e simples.
O homem é, simultaneamente, um ser solitário e um ser social. Enquanto ser solitário, tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais, e desenvolver as suas capacidades inatas. Enquanto ser social, procura ganhar o reconhecimento e afeição dos seus semelhantess, partilhar os seus prazeres, confortá-los nas suas tristezas e melhorar as suas condições de vida. Apenas a existência destes esforços diversos e frequentemente conflituosos respondem pelo carácter especial de um ser humano, e a sua combinação específica determina até que ponto um indivíduo pode atingir um equilíbrio interior e pode contribuir para o bem-estar da sociedade. É perfeitamente possível que a força relativa destes dois impulsos seja, no essencial, fixada por herança. Mas a personalidae que finalmente emerge é largamente formada pelo ambinte em que um indivíduo acaba por se descobrir a si próprio durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que cresce, pela tradição dessa sociedade, e pelo apreço por determinados tipos de comportamento. O conceito abstracto de “sociedade” significa para o ser humano individual o conjunto das suas relações directas e indirectas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. O indíviduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, mas depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida foi tornada possível através do trabalho e da concretização dos muitos milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra “sociedade”.
É evidente, portanto, que a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um facto da natureza que não pode ser abolido – tal como no caso das formigas e das abelhas. No entanto, enquanto todo o processo de vida das formigas e abelhas é reduzido ao mais pequeno pormenor por instintos hereditários rígidos, o padrão social e as interrelações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de mudança. A memória, a capacidade de fazer novas combinações, o dom da comunicação oral tornaram possíveis os desenvolvimentos entre os seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimentos manifestam-se nas tradições, instituições e organizações; na literatura; nas obras científicas e de engenharia; nas obras de arte. Isto explica a forma como, num determinado sentido, o homem pode influenciar a sua vida através da sua própria conduta, e como neste processo o pensamento e a vontade conscientes podem desempenhar um papel.
O homem adquire à nascença, através da hereditariedade, uma constituição biológica que devemos considerar fixa ou inalterável, incluindo os desejos naturais que são característicos da espécie humana. Além disso, durante a sua vida, adquire uma constituição cultural que adopta da sociedade através da comunicação e através de muitos outros tipos de influências. É esta constituição cultural que, com a passagem do tempo, está sujeita à mudança e que determina, em larga medida, a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna ensina-nos, através da investigação comparativa das chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode divergir grandemente, dependendo dos padrões culturais dominantes e dos tipos de organização que predominam na sociedade. É nisto que aqueles que lutam por melhorar a sorte do homem podem fundamentar as suas esperanças: os seres humanos não estão condenados, devido à sua constituição biológica, a exterminarem-se uns aos outros ou a ficarem à mercê de um destino cruel e auto-infligido.
Se nos interrogarmos sobre como deveria mudar a estrutura da sociedade e a atitude cultural do homem para tornar a vida humana o mais satisfatória possível, devemos estar permanentemente conscientes do facto de que há determinadas condições que não podemos alterar. Como mencionado anteriormente, a natureza biológica do homem, para todos os objectivos práticos, não está sujeita à mudança. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos criaram condições que vieram para ficar. Em populações com fixação relativamente densa e com bens indispensáveis à sua existência continuada, é absolutamente necessário haver uma extrema divisão do trabalho e um aparelho produtivo altamente centralizado. Já lá vai o tempo – que, olhando para trás, parece ser idílico – em que os indivíduos ou grupos relativamente pequenos podiam ser completamente auto-suficientes. É apenas um pequeno exagero dizer-se que a humanidade constitui, mesmo actualmente, uma comunidade planetária de produção e consumo.
Cheguei agora ao ponto em que vou indicar sucintamente o que para mim constitui a essência da crise do nosso tempo. Diz respeito à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo tornou-se mais consciente do que nunca da sua dependência relativamente à sociedade. Mas ele não sente esta dependência como um bem positivo, como um laço orgânico, como uma força protectora, mas mesmo como uma ameaça aos seus direitos naturais, ou ainda à sua existência económica. Além disso, a sua posição na sociedade é tal que os impulsos egotistas da sua composição estão constantemente a ser acentuados, enquanto os seus impulsos sociais, que são por natureza mais fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, seja qual for a sua posição na sociedade, sofrem este processo de deterioração. Inconscientemente prisioneiros do seu próprio egotismo, sentem-se inseguros, sós, e privados do gozo naïve, simples e não sofisticado da vida. O homem pode encontrar sentido na vida, curta e perigosa como é, apenas dedicando-se à sociedade.
A anarquia económica da sociedade capitalista como existe actualmente é, na minha opinião, a verdadeira origem do mal. Vemos perante nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros lutam incessantemente para despojar os outros dos frutos do seu trabalho colectivo – não pela força, mas, em geral, em conformidade com as regras legalmente estabelecidas. A este respeito, é importante compreender que os meios de produção – ou seja, toda a capacidade produtiva que é necessária para produzir bens de consumo bem como bens de equipamento adicionais – podem ser legalmente, e na sua maior parte são, propriedade privada de indivíduos.
Para simplificar, no debate que se segue, chamo “trabalhadores” a todos aqueles que não partilham a posse dos meios de produção – embora isto não corresponda exactamente à utilização habitual do termo. O detentor dos meios de produção está em posição de comprar a mão-de-obra. Ao utilizar os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. A questão essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que recebe, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas pelas suas necessidades mínimas e pelas exigências dos capitalistas para a mão-de-obra em relação ao número de trabalhadores que concorrem aos empregos. É importante compreender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.
O capital privado tende a concentrar-se em poucas mãos, em parte por causa da concorrência entre os capitalistas e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho encorajam a formação de unidades de produção maiores à custa de outras mais pequenas. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia de capital privado cujo enorme poder não pode ser eficazmente controlado mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é verdade, uma vez que os membros dos órgãos legislativos são escolhidos pelos partidos políticos, largamente financiados ou influenciados pelos capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses das secções sub-privilegidas da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados controlam inevitavelmente, directa ou indirectamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É assim extremamente difícil e mesmo, na maior parte dos casos, completamente impossível, para o cidadão individual, chegar a conclusões objectivas e utilizar inteligentemente os seus direitos políticos.
Assim, a situação predominante numa economia baseada na propriedade privada do capital caracteriza-se por dois principais princípios: primeiro, os meios de produção (capital) são privados e os detentores utilizam-nos como acham adequado; segundo, o contrato de trabalho é livre. Claro que não há tal coisa como uma sociedade capitalista pura neste sentido. É de notar, em particular, que os trabalhadores, através de longas e duras lutas políticas, conseguiram garantir uma forma algo melhorada do “contrato de trabalho livre” para determinadas categorias de trabalhadores. Mas tomada no seu conjunto, a economia actual não difere muito do capitalismo “puro”.
A produção é feita para o lucro e não para o uso. Não há nenhuma disposição em que todos os que possam e queiram trabalhar estejam sempre em posição de encontrar emprego; existe quase sempre um “exército de desempregados. O trabalhador está constantemente com medo de perder o seu emprego. Uma vez que os desempregados e os trabalhadores mal pagos não fornecem um mercado rentável, a produção de bens de consumo é restrita e tem como consequência a miséria. O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego e não no alívio do fardo da carga de trabalho para todos. O motivo lucro, em conjunto com a concorrência entre capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a depressões cada vez mais graves. A concorrência sem limites conduz a um enorme desperdício do trabalho e a esse enfraquecimento consciência social dos indivíduos que mencionei anteriormente.
Considero este enfraquecimento dos indivíduos como o pior mal do capitalismo. Todo o nosso sistema educativo sofre deste mal. É incutida uma atitude exageradamente competitiva no aluno, que é formado para venerar o sucesso de aquisição como preparação para a sua futura carreira.
Estou convencido que só há uma forma de eliminar estes sérios males, nomeadamente através da constituição de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educativo orientado para objectivos sociais. Nesta economia, os meios de produção são detidos pela própria sociedade e são utilizados de forma planeada. Uma economia planeada, que adeque a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre aqueles que podem trabalhar e garantiria o sustento a todos os homens, mulheres e crianças. A educação do indivíduo, além de promover as suas próprias capacidades inatas, tentaria desenvolver nele um sentido de responsabilidade pelo seu semelhante em vez da glorificação do poder e do sucesso na nossa actual sociedade.
No entanto, é necessário lembrar que uma economia planeada não é ainda o socialismo. Uma tal economia planeada pode ser acompanhada pela completa opressão do indivíduo. A concretização do socialismo exige a solução de problemas socio-políticos extremamente difíceis; como é possível, perante a centralização de longo alcance do poder económico e político, evitar a burocracia de se tornar toda-poderosa e vangloriosa? Como podem ser protegidos os direitos do indivíduo e com isso assegurar-se um contrapeso democrático ao poder da burocracia?
A clareza sobre os objectivos e problemas do socialismo é da maior importância na nossa época de transição. Visto que, nas actuais circunstâncias, a discussão livre e sem entraves destes problemas surge sob um tabu poderoso, considero a fundação desta revista como um serviço público importante.
*Texto escrito por Einstein para o lançamento da revista Monthly Review, cujo primeiro número foi publicado em Maio de 1949. Tradução de Anabela Magalhães. Fonte: Resistir.
Consideremos antes de mais a questão sob o ponto de vista do conhecimento científico. Poderá parecer que não há diferenças metodológicas essenciais entre a astronomia e a economia: os cientistas em ambos os campos tentam descobrir leis de aceitação geral para um grupo circunscrito de fenómenos de forma a tornar a interligação destes fenómenos tão claramente compreensível quanto possível. Mas, na realidade, estas diferenças metodológicas existem. A descoberta de leis gerais no campo da economia torna-se difícil pela circunstância de que os fenómenos económicos observados são frequentemente afectados por muitos factores que são muito difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência acumulada desde o início do chamado período civilizado da história humana tem sido – como é bem conhecido – largamente influenciada e limitada por causas que não são, de forma alguma, exclusivamente económicas por natureza. Por exemplo, a maior parte dos principais estados da história ficou a dever a sua existência à conquista. Os povos conquistadores estabeleceram-se, legal e economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Monopolizaram as terras e nomearam um clero de entre as suas próprias fileiras. Os sacerdotes, que controlavam a educação, tornaram a divisão de classes da sociedade numa instituição permanente e criaram um sistema de valores segundo o qual as pessoas se têm guiado desde então, até grande medida de forma inconsciente, no seu comportamento social.
Mas a tradição histórica é, por assim dizer, coisa do passado; em lado nenhum ultrapassámos de facto o que Thorstein Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os factos económicos observáveis pertencem a essa fase e mesmo as leis que podemos deduzir a partir deles não são aplicáveis a outras fases. Uma vez que o verdadeiro objectivo do socialismo é precisamente ultrapassar e ir além da fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência económica no seu actual estado não consegue dar grandes esclarecimentos sobre a sociedade socialista do futuro.
Segundo, o socialismo é dirigido para um fim sócio-ético. A ciência, contudo, não pode criar fins e, muito menos, incuti-los nos seres humanos; quando muito, a ciência pode fornecer os meios para atingir determinados fins. Mas os próprios fins são concebidos por personalidades com ideais éticos elevados e – se estes ideais não nascerem já votados ao insucesso, mas forem vitais e vigorosos – adoptados e transportados por aqueles muitos seres humanos que, semi-inconscientemente, determinam a evolução lenta da sociedade.
Por estas razões, devemos precaver-nos para não sobrestimarmos a ciência e os métodos científicos quando se trata de problemas humanos; e não devemos assumir que os peritos são os únicos que têm o direito a expressarem-se sobre questões que afectam a organização da sociedade.
Inúmeras vozes afirmam desde há algum tempo que a sociedade humana está a passar por uma crise, que a sua estabilidade foi gravemente abalada. É característico desta situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou mesmo hostis em relação ao grupo, pequeno ou grande, a que pertencem. Para ilustrar o meu pensamento, permitam-me que exponha aqui uma experiência pessoal. Falei recentemente com um homem inteligente e cordial sobre a ameaça de outra guerra, que, na minha opinião, colocaria em sério risco a existência da humanidade, e comentei que só uma organização supra-nacional ofereceria protecção contra esse perigo. Imediatamente o meu visitante, muito calma e friamente, disse-me: “Porque se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?”
Tenho a certeza de que há tão pouco tempo como um século atrás ninguém teria feito uma afirmação deste tipo de forma tão leve. É a afirmação de um homem que tentou em vão atingir um equilíbrio interior e que perdeu mais ou menos a esperança de ser bem sucedido. É a expressão de uma solidão e isolamento dolorosos de que sofre tanta gente hoje em dia. Qual é a causa? Haverá uma saída?
É fácil levantar estas questões, mas é difícil responder-lhes com um certo grau de segurança. No entanto, devo tentar o melhor que posso, embora esteja consciente do facto de que os nossos sentimentos e esforços são muitas vezes contraditórios e obscuros e que não podem ser expressos em fórmulas fáceis e simples.
O homem é, simultaneamente, um ser solitário e um ser social. Enquanto ser solitário, tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais, e desenvolver as suas capacidades inatas. Enquanto ser social, procura ganhar o reconhecimento e afeição dos seus semelhantess, partilhar os seus prazeres, confortá-los nas suas tristezas e melhorar as suas condições de vida. Apenas a existência destes esforços diversos e frequentemente conflituosos respondem pelo carácter especial de um ser humano, e a sua combinação específica determina até que ponto um indivíduo pode atingir um equilíbrio interior e pode contribuir para o bem-estar da sociedade. É perfeitamente possível que a força relativa destes dois impulsos seja, no essencial, fixada por herança. Mas a personalidae que finalmente emerge é largamente formada pelo ambinte em que um indivíduo acaba por se descobrir a si próprio durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que cresce, pela tradição dessa sociedade, e pelo apreço por determinados tipos de comportamento. O conceito abstracto de “sociedade” significa para o ser humano individual o conjunto das suas relações directas e indirectas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. O indíviduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, mas depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida foi tornada possível através do trabalho e da concretização dos muitos milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra “sociedade”.
É evidente, portanto, que a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um facto da natureza que não pode ser abolido – tal como no caso das formigas e das abelhas. No entanto, enquanto todo o processo de vida das formigas e abelhas é reduzido ao mais pequeno pormenor por instintos hereditários rígidos, o padrão social e as interrelações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de mudança. A memória, a capacidade de fazer novas combinações, o dom da comunicação oral tornaram possíveis os desenvolvimentos entre os seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimentos manifestam-se nas tradições, instituições e organizações; na literatura; nas obras científicas e de engenharia; nas obras de arte. Isto explica a forma como, num determinado sentido, o homem pode influenciar a sua vida através da sua própria conduta, e como neste processo o pensamento e a vontade conscientes podem desempenhar um papel.
O homem adquire à nascença, através da hereditariedade, uma constituição biológica que devemos considerar fixa ou inalterável, incluindo os desejos naturais que são característicos da espécie humana. Além disso, durante a sua vida, adquire uma constituição cultural que adopta da sociedade através da comunicação e através de muitos outros tipos de influências. É esta constituição cultural que, com a passagem do tempo, está sujeita à mudança e que determina, em larga medida, a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna ensina-nos, através da investigação comparativa das chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode divergir grandemente, dependendo dos padrões culturais dominantes e dos tipos de organização que predominam na sociedade. É nisto que aqueles que lutam por melhorar a sorte do homem podem fundamentar as suas esperanças: os seres humanos não estão condenados, devido à sua constituição biológica, a exterminarem-se uns aos outros ou a ficarem à mercê de um destino cruel e auto-infligido.
Se nos interrogarmos sobre como deveria mudar a estrutura da sociedade e a atitude cultural do homem para tornar a vida humana o mais satisfatória possível, devemos estar permanentemente conscientes do facto de que há determinadas condições que não podemos alterar. Como mencionado anteriormente, a natureza biológica do homem, para todos os objectivos práticos, não está sujeita à mudança. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos criaram condições que vieram para ficar. Em populações com fixação relativamente densa e com bens indispensáveis à sua existência continuada, é absolutamente necessário haver uma extrema divisão do trabalho e um aparelho produtivo altamente centralizado. Já lá vai o tempo – que, olhando para trás, parece ser idílico – em que os indivíduos ou grupos relativamente pequenos podiam ser completamente auto-suficientes. É apenas um pequeno exagero dizer-se que a humanidade constitui, mesmo actualmente, uma comunidade planetária de produção e consumo.
Cheguei agora ao ponto em que vou indicar sucintamente o que para mim constitui a essência da crise do nosso tempo. Diz respeito à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo tornou-se mais consciente do que nunca da sua dependência relativamente à sociedade. Mas ele não sente esta dependência como um bem positivo, como um laço orgânico, como uma força protectora, mas mesmo como uma ameaça aos seus direitos naturais, ou ainda à sua existência económica. Além disso, a sua posição na sociedade é tal que os impulsos egotistas da sua composição estão constantemente a ser acentuados, enquanto os seus impulsos sociais, que são por natureza mais fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, seja qual for a sua posição na sociedade, sofrem este processo de deterioração. Inconscientemente prisioneiros do seu próprio egotismo, sentem-se inseguros, sós, e privados do gozo naïve, simples e não sofisticado da vida. O homem pode encontrar sentido na vida, curta e perigosa como é, apenas dedicando-se à sociedade.
A anarquia económica da sociedade capitalista como existe actualmente é, na minha opinião, a verdadeira origem do mal. Vemos perante nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros lutam incessantemente para despojar os outros dos frutos do seu trabalho colectivo – não pela força, mas, em geral, em conformidade com as regras legalmente estabelecidas. A este respeito, é importante compreender que os meios de produção – ou seja, toda a capacidade produtiva que é necessária para produzir bens de consumo bem como bens de equipamento adicionais – podem ser legalmente, e na sua maior parte são, propriedade privada de indivíduos.
Para simplificar, no debate que se segue, chamo “trabalhadores” a todos aqueles que não partilham a posse dos meios de produção – embora isto não corresponda exactamente à utilização habitual do termo. O detentor dos meios de produção está em posição de comprar a mão-de-obra. Ao utilizar os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. A questão essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que recebe, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas pelas suas necessidades mínimas e pelas exigências dos capitalistas para a mão-de-obra em relação ao número de trabalhadores que concorrem aos empregos. É importante compreender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.
O capital privado tende a concentrar-se em poucas mãos, em parte por causa da concorrência entre os capitalistas e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho encorajam a formação de unidades de produção maiores à custa de outras mais pequenas. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia de capital privado cujo enorme poder não pode ser eficazmente controlado mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é verdade, uma vez que os membros dos órgãos legislativos são escolhidos pelos partidos políticos, largamente financiados ou influenciados pelos capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses das secções sub-privilegidas da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados controlam inevitavelmente, directa ou indirectamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É assim extremamente difícil e mesmo, na maior parte dos casos, completamente impossível, para o cidadão individual, chegar a conclusões objectivas e utilizar inteligentemente os seus direitos políticos.
Assim, a situação predominante numa economia baseada na propriedade privada do capital caracteriza-se por dois principais princípios: primeiro, os meios de produção (capital) são privados e os detentores utilizam-nos como acham adequado; segundo, o contrato de trabalho é livre. Claro que não há tal coisa como uma sociedade capitalista pura neste sentido. É de notar, em particular, que os trabalhadores, através de longas e duras lutas políticas, conseguiram garantir uma forma algo melhorada do “contrato de trabalho livre” para determinadas categorias de trabalhadores. Mas tomada no seu conjunto, a economia actual não difere muito do capitalismo “puro”.
A produção é feita para o lucro e não para o uso. Não há nenhuma disposição em que todos os que possam e queiram trabalhar estejam sempre em posição de encontrar emprego; existe quase sempre um “exército de desempregados. O trabalhador está constantemente com medo de perder o seu emprego. Uma vez que os desempregados e os trabalhadores mal pagos não fornecem um mercado rentável, a produção de bens de consumo é restrita e tem como consequência a miséria. O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego e não no alívio do fardo da carga de trabalho para todos. O motivo lucro, em conjunto com a concorrência entre capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a depressões cada vez mais graves. A concorrência sem limites conduz a um enorme desperdício do trabalho e a esse enfraquecimento consciência social dos indivíduos que mencionei anteriormente.
Considero este enfraquecimento dos indivíduos como o pior mal do capitalismo. Todo o nosso sistema educativo sofre deste mal. É incutida uma atitude exageradamente competitiva no aluno, que é formado para venerar o sucesso de aquisição como preparação para a sua futura carreira.
Estou convencido que só há uma forma de eliminar estes sérios males, nomeadamente através da constituição de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educativo orientado para objectivos sociais. Nesta economia, os meios de produção são detidos pela própria sociedade e são utilizados de forma planeada. Uma economia planeada, que adeque a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre aqueles que podem trabalhar e garantiria o sustento a todos os homens, mulheres e crianças. A educação do indivíduo, além de promover as suas próprias capacidades inatas, tentaria desenvolver nele um sentido de responsabilidade pelo seu semelhante em vez da glorificação do poder e do sucesso na nossa actual sociedade.
No entanto, é necessário lembrar que uma economia planeada não é ainda o socialismo. Uma tal economia planeada pode ser acompanhada pela completa opressão do indivíduo. A concretização do socialismo exige a solução de problemas socio-políticos extremamente difíceis; como é possível, perante a centralização de longo alcance do poder económico e político, evitar a burocracia de se tornar toda-poderosa e vangloriosa? Como podem ser protegidos os direitos do indivíduo e com isso assegurar-se um contrapeso democrático ao poder da burocracia?
A clareza sobre os objectivos e problemas do socialismo é da maior importância na nossa época de transição. Visto que, nas actuais circunstâncias, a discussão livre e sem entraves destes problemas surge sob um tabu poderoso, considero a fundação desta revista como um serviço público importante.
*Texto escrito por Einstein para o lançamento da revista Monthly Review, cujo primeiro número foi publicado em Maio de 1949. Tradução de Anabela Magalhães. Fonte: Resistir.
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TRUMP SE APRESENTA COMO AVATAR DO DESENVOLVIMENTO
JOSÉ CARLOS DE ASSIS -
Donald Trump surgiu no cenário mundial para liquidar, entre outras coisas, com as muralhas do liberalismo comercial. Como meio mundo, tenho grandes restrições a ele em matéria de política interna dos Estados Unidos. Contudo, a sociedade civil norte-americana é suficientemente forte para resistir aos ataques do Presidente. Além disso, não tenho credenciais nem interesse em me meter nessa briga. É no plano da política econômica externa e também da geopolítica que considero Trump uma novidade positiva no cenário mundial.
Os próceres neoliberais achavam que tinham ganho a batalha do livre comércio de forma definitiva. Aquele pessoal elegante de Davos, em seu Forum anual, entendia que para cumprir a agenda do capital especulativo universal bastava convencer os poucos protecionistas que ainda existiam no mundo a se curvarem ao neoliberalismo. Quando falam em reformas estruturais, basicamente querem dizer: estrangulamento do valor trabalho e liberdade plena do comércio. Nada de barreiras quantitativas ou tarifárias. Os países em desenvolvimento que se virem para seguir esse receituário.
Trump era o único estadista no mundo que poderia fazer o trabalho que os países em desenvolvimento, principalmente, rejeitam fazer em benefício próprio. Meteu uma tarifa de importação elevada no aço e no alumínio estrangeiro com um recado bem explícito ao mundo: vou defender a economia e o emprego norte-americanos; que vocês defendam os seus mercados e os seus empregos do mesmo modo. Ao contrário do que se pensa, isso não é prenúncio de guerra. É prenúncio de um reordenamento da economia global.
O Governo Temer abandonou qualquer agenda nacionalista. Entrega tudo. Da Petrobrás fatiada à Eletrobrás. A presunção é que, abrindo o mercado, jorrarão para cá os investimentos estrangeiros. A forma de atrair esses investimentos é dar para eles mais do que pedem. No caso do pré-sal, a proteção tarifária do investimento foi eliminada; são os estrangeiros que se beneficiam de queda da tarifa. Além disso, por inacreditável concessão do Congresso e de Temer, foi dado um perdão em impostos de 1 trilhão de dólares às petroleiras em exercícios futuros.
Era preciso um presidente norte-americano para reverter a marcha do livre comércio no mundo. Todos que acompanham o Forum Econômico Mundial de Davos sabem que o toque essencial de sua agenda é o livre comércio, de que se beneficiam principalmente China, Alemanha e Japão. Nenhum mandatário mundial, individualmente, teria força para mudar o curso desse projeto. Os freqüentadores de Davos, por sua vez, agindo como donos do mundo, há anos vem pautando o livre comércio como objetivo central. Agora alguém com poder real, ancorado na economia física, bate de frente com eles.
Temos um embaixador como diretor-geral da Organização Mundial do Comércio que, nessa altura, deve estar dando voltas em torno de si mesmo como um peru tonto. Quando lutou por sua nomeação o ridicularizei. O que um brasileiro, representante de um país em desenvolvimento incapaz de enfrentar o comércio mundial na área industrial e tecnológica, iria fazer à frente de uma organização livre-cambista? Comentei isso com senadores que o sabatinaram no Senado e eles transmitiram sua resposta: É melhor ficar dentro que fora!
O sentido real do livre-cambismo, em termos contemporâneos, está em dois livros excepcionais, um do coreano Há Joon Chang, “Chutando a escada”, e outro do notável economista argentino Marcelo Gullo. A temática, essencialmente, é a mesma: todos os países que estavam em sua fase de desenvolvimento industrial e tecnológico foram protecionistas; e todos os países que se tornaram plenamente industrializados se tornaram livre-cambistas. Não há exceção. A exceção é o que os países desenvolvidos tentam impor ao Brasil com a parceria de gente como Henrique Meirelles.
À margem das questões tarifárias, os livre cambistas norte-americano conseguiram, manipulando o Judiciário e a Polícia brasileiros, quebrar as maiores empresas de serviços do país. Agora, com préstimos da Polícia Federal, tentam publicamente fazer o mesmo com a maior empresa de carne. O caminho está vago para a entrada das estrangeiras na construção e na exportação de carne. É um negócio do capital financeiro oferecido quase de graça às aves de rapina de Davos. Como último recurso, porém, poderemos ter a figura controversa de Donald Trump a nosso favor.
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JOSÉ CARLOS DE ASSIS -
Donald Trump surgiu no cenário mundial para liquidar, entre outras coisas, com as muralhas do liberalismo comercial. Como meio mundo, tenho grandes restrições a ele em matéria de política interna dos Estados Unidos. Contudo, a sociedade civil norte-americana é suficientemente forte para resistir aos ataques do Presidente. Além disso, não tenho credenciais nem interesse em me meter nessa briga. É no plano da política econômica externa e também da geopolítica que considero Trump uma novidade positiva no cenário mundial.
Os próceres neoliberais achavam que tinham ganho a batalha do livre comércio de forma definitiva. Aquele pessoal elegante de Davos, em seu Forum anual, entendia que para cumprir a agenda do capital especulativo universal bastava convencer os poucos protecionistas que ainda existiam no mundo a se curvarem ao neoliberalismo. Quando falam em reformas estruturais, basicamente querem dizer: estrangulamento do valor trabalho e liberdade plena do comércio. Nada de barreiras quantitativas ou tarifárias. Os países em desenvolvimento que se virem para seguir esse receituário.
Trump era o único estadista no mundo que poderia fazer o trabalho que os países em desenvolvimento, principalmente, rejeitam fazer em benefício próprio. Meteu uma tarifa de importação elevada no aço e no alumínio estrangeiro com um recado bem explícito ao mundo: vou defender a economia e o emprego norte-americanos; que vocês defendam os seus mercados e os seus empregos do mesmo modo. Ao contrário do que se pensa, isso não é prenúncio de guerra. É prenúncio de um reordenamento da economia global.
O Governo Temer abandonou qualquer agenda nacionalista. Entrega tudo. Da Petrobrás fatiada à Eletrobrás. A presunção é que, abrindo o mercado, jorrarão para cá os investimentos estrangeiros. A forma de atrair esses investimentos é dar para eles mais do que pedem. No caso do pré-sal, a proteção tarifária do investimento foi eliminada; são os estrangeiros que se beneficiam de queda da tarifa. Além disso, por inacreditável concessão do Congresso e de Temer, foi dado um perdão em impostos de 1 trilhão de dólares às petroleiras em exercícios futuros.
Era preciso um presidente norte-americano para reverter a marcha do livre comércio no mundo. Todos que acompanham o Forum Econômico Mundial de Davos sabem que o toque essencial de sua agenda é o livre comércio, de que se beneficiam principalmente China, Alemanha e Japão. Nenhum mandatário mundial, individualmente, teria força para mudar o curso desse projeto. Os freqüentadores de Davos, por sua vez, agindo como donos do mundo, há anos vem pautando o livre comércio como objetivo central. Agora alguém com poder real, ancorado na economia física, bate de frente com eles.
Temos um embaixador como diretor-geral da Organização Mundial do Comércio que, nessa altura, deve estar dando voltas em torno de si mesmo como um peru tonto. Quando lutou por sua nomeação o ridicularizei. O que um brasileiro, representante de um país em desenvolvimento incapaz de enfrentar o comércio mundial na área industrial e tecnológica, iria fazer à frente de uma organização livre-cambista? Comentei isso com senadores que o sabatinaram no Senado e eles transmitiram sua resposta: É melhor ficar dentro que fora!
O sentido real do livre-cambismo, em termos contemporâneos, está em dois livros excepcionais, um do coreano Há Joon Chang, “Chutando a escada”, e outro do notável economista argentino Marcelo Gullo. A temática, essencialmente, é a mesma: todos os países que estavam em sua fase de desenvolvimento industrial e tecnológico foram protecionistas; e todos os países que se tornaram plenamente industrializados se tornaram livre-cambistas. Não há exceção. A exceção é o que os países desenvolvidos tentam impor ao Brasil com a parceria de gente como Henrique Meirelles.
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RAFAEL CORREA, EX-PRESIDENTE DO EQUADOR, FALA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA MÍDIA NOS GOLPES NA AMÉRICA LATINA
A traição do Presidente do Equador, Lenin Moreno, atraído pelo canto da sereia - os choques da teoria de Milton Friedman, que vem sendo implantada no Brasil, a partir de delações sem provas, fartamente divulgadas como verdades -, ao contrário de amedrontar, vem mobilizando o ex-Presidente Rafael Correa, na defesa da política de bem estar social, para o seu País e a América Latina.
As ações conservadoras financiadas por estrangeiros que sufocam as economias e não tem limites, são abordadas com profundidade por Correa que lembra a resistência do povo venezuelano, novamente ameaçado por agentes do Comando Sul dos EUA, de invasão armada.
Os trabalhadores brasileiros atingidos por demissões em massa, passaram para o estágio da miséria extrema. O congelamento de gastos sociais e o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho agravaram o quadro das perdas sociais. Faltou, no entanto, o desmonte total da Petrobrás e da Previdência Social, exigências dos oligarcas que comandam o retrocesso.
Os choques midiáticos reacionários que criaram as condições para a imposição do impeachment, sem mérito, em 2016, são operados em todos os países da América Latina sobre duas narrativas principais: a) de desmoralização do “fracassado modelo econômico de esquerda” e; b) anti-corrupção - visando evidenciar “a falta de moral dos governos progressistas”, junto ao judiciário, mesmo sem provas.
Os oligarcas que comandam o bloco da comunicação uniformizada, atentos às denúncias sobre a participação dos membros do judiciário - da justiça mais cara do mundo -, nas conspirações que vem atingindo a Constituição do Brasil desde a AP 470, o chamado “mensalão”, sabem que mantendo o maior país da América Latina desestabilizado, fica mais fácil atingir os vizinhos.
As mobilização que se anunciam contra a “reforma” da Previdência e a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocuparam tanto os senhores da casa grande que eles resolveram repercutir, ao estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, os “penduricalhos” recebidos por juízes e promotores, mas como instrumento de pressão, para cobrar maior agilidade dos servidores públicos - antes tratados como super heróis, o que despertou mais incautos da classe média que ajudaram a difundir a narrativa de ódio.
Obedientes ao plano em curso, todos os oligarcas que detém meios de comunicação passaram a repercutir o fato dos juizes, que teoricamente não poderiam ganhar mais do que o teto de 33,7 mil por mês, estarem recebendo “penduricalhos” que ultrapassam os 100 mil. Ontem (9/2), foi decretada nova prisão de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio e irmão do ex-Ministro José Dirceu.
O ex-Presidente Rafael Correa, é um homem experiente em matéria de ataques midiáticos que estuda o uso de tais ferramentas em mudanças geopolíticas. Ele sabe quem está por trás do golpe de estado que cassou a “Presidenta valente”, Dilma Rousseff e que com a reação das massas os caminhos dos golpistas podem se fechar, assim como foi feito na defesa da Revolução Bolivariana, na Venezuela.
O Equador de Correa enfrentou o que eles chamam de “tempestade perfeita”: queda das exportações; valorização do dólar; choques externos em 2015-2016 que provocaram a queda do barril de petróleo equatoriano para US$ 20 - cifra que não cobre os custos de produção e; terremotos. Paralelamente a queda da moeda colombiana em mais de 70%.
Os retrocessos impostos por Lenin Moreno, na presidência - desde 24 de maio de 2017, junto aos tribunais de arbitragem que obrigaram o governo a pagar mais de 1% do PIB às empresas Oxy e Chevron, seguem a linha da doutrina Lawfare, implantada no Brasil.
Os 2 milhões de pessoas que saíram da linha de pobreza extrema de acordo com texto do ex-presidente Correa, intitulado “Os Desafios Estratégicos da Esquerda Latino-Americana”, publicado na Revista “Le Monde Diplomatique” tem enfrentado uma série de dificuldades: “(...) seus negócios não vão bem, seus filhos tem dificuldade de encontrar trabalho e os salários não aumentam no mesmo ritmo do custo de vida - sentimento do qual se aproveita a mídia, que prefere a manipulação a informação. Uma parte dos meios de comunicação apresenta essa recessão continental como o resultado de nossas opções políticas, e não como um fenômeno ligado às próprias estruturas de nossa economia. Outros sugerem, ao contrário, que poderíamos ter empreendido transformações mais profundas e que dessa forma não teríamos assinado nossa própria condenação. Enquanto reprovam os governos de direita por não terem feito nada, fustigam-nos por não termos feito tudo (...)”
Ao detalhar o “modus operandi” que passou a atingir o Equador, presidido por Moreno, o ex-Presidente Rafael Correa, amplia o quadro das ameaças naturalizadas pelos meios de comunicação conservadores, em diferentes países da região.
“O segundo eixo da crítica aos governos progressistas se dá no plano moral. O tema da corrupção fornece a ferramenta eficaz para fragilizar os processos nacionais populares. Evidentemente o Brasil aparece como exemplo, mas um fenômeno similar se observa atualmente no Equador.
Tudo começa com uma acusação mais espetaculosa do que fundamentada. Depois aparecem os bombardeios midiáticos, que privam a vítima escolhida de seus apoios políticos. A culpabilidade presumida do dirigente perseguido passa então para o segundo plano entre os juízes, suscetíveis à pressão da direita e da mídia: não se trata mais de, para eles, condenar com base em provas que eles teriam identificado, e sim de identificar provas que possam condená-lo.
Quem pode se opor a luta contra a corrupção?
Esse combate é uma de nossas primeiras vitórias no Equador: ao longo dos dez últimos anos, erradicamos a corrupção institucionalizada que havíamos herdado. Mas para a direita, a ‘luta contra a corrupção’ representa hábitos novos de uma mesma preocupação: seja contra o narcotráfico nos anos 1990, seja no caso da guerra contra o comunismo nos anos 1970, trata-se sempre de, na realidade, organizar uma ofensiva política.
Falam em ausência de regulação, permissividade, corrupção sistematizada. Mas que controles autorizam contas secretas em paraísos fiscais, por exemplo? No Equador, os controles são estritos: é preciso declarar a origem de qualquer depósito superior a US$ 10 mil - obrigação que os paraísos fiscais não impõem... O Equador é o primeiro país do mundo a instaurar uma lei proibindo funcionários públicos de estabelecer qualquer tipo de interação privada com os paraísos fiscais.
Para a imprensa, não há dúvida: a corrupção nasce no coração do Estado, do sistema público. Mas a realidade mostra que ela provêm em grande medida do setor privado, como demonstra o escândalo da Odebrecht e este fato, há até pouco tempo, as empresa alemãs tinham isenção fiscal sobre os depósitos ilícitos destinados ao nosso país.
Sem dúvida, a esquerda também sofre o contragolpe paradoxal de suas conquistas. Segundo a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepalc), cerca de 94 milhões de pessoas saíram da pobreza para integrar a classe média durante a última década, em grande parte graças às políticas dos governos de esquerda.
Contudo, entre os 37,5 milhões de pessoas que o Partido dos Trabalhadores (PT) tirou da pobreza, poucos se mobilizaram para apoiar a presidenta Dilma Rousseff quando esta estava ameaçada de destituição. É possível conhecer a prosperidade objetiva e ainda assim se sentir em um estado de pobreza subjetiva: apesar das melhorias no nível de vida, as pessoas continuaram se sentindo pobres, não em relação ao que possuem (ou em relação ao que possuíam antes), mas em relação ao que aspiram.
Não raro, as exigências da nova classe média se revelam não apenas distintas das dos pobres: muitas vezes são antagônicas, alimentadas pelo canto da sereia da direita, pelos meios de comunicação e por estilos de vida imaginados em Nova York. A esquerda sempre lutou contra a corrente, pelo menos no mundo ocidental. Lutará ela contra a natureza humana?
O problema se complica se também forem levados em conta os esforços da direita para forjar uma cultura hegemônica - no sentido gramsciano -, de modo que os desejos da maioria servem aos interesses da direita. Um exemplo dramático: a rejeição da lei sobre sucessão e herança que tentamos instaurar no Equador. Enquanto apenas três em cada mil equatorianos recebem herança e a incidência do novo imposto se daria apenas pelos montantes mais importantes (menos de 0,5% das sucessões, ou 172 pessoas por ano, em uma população de 16 milhões), muitos pobres e grande parte da classe média, se manifestaram contra um dispositivo do qual eles poderiam se beneficiar.
Nossas democracias deveriam ser rebatizadas como “democracias midiatizadas”. A imprensa às vezes desempenha um papel mais importante que os partidos políticos durante os processos eleitorais: convertida em principal força de oposição enquanto a esquerda governa, ela encarna o poder dos conservadores e do setor privado. A imprensa transformou o estado de direito em estado de opinião.
A esquerda também enfrentou o esgotamento do exercício de poder, mesmo que sua passagem tenha sido coroada de sucessos. Nenhum governo pode satisfazer a todos, ainda mais quando a dívida social é tão aguda como no caso do Equador. Recuperar a voz dos mais humildes, dar oportunidade aos mais pobres, direitos aos trabalhadores, dignidade aos camponeses, tirar poder dos bancos, da mídia e dos velhos partidos: tudo isso custou poderosos inimigos, que nos acusaram de “polarizar” o país. Eles esquecem que alcançar metade do que realizamos teria custado uma guerra civil há algumas décadas.
A esquerda que se contenta em representar uma pequena minoria dos eleitores ignora o que implica governar: responder as tempestades econômicas, submeter-se a traições dos que sucumbem à tentação do poder ou do capital etc. Não há dúvida de que um revolucionário não tem o direito de perder a batalha moral. Um governo honesto não é aquele que desconhece casos de corrupção, e sim aquele que luta para erradicá-la. Parte dos militantes sofre ao não perceber essa diferença e se deixa afetar pela desmoralização que satisfaz os adversários.
É preciso sempre demonstrar autocrítica. Mas também precisamos ter confiança em nós mesmos. Os governos progressistas sofrem ataques constantes das elites e dos meios de comunicação, que se baseiam no menor dos equívocos para nos enfraquecer. Por essa razão, o principal desafio estratégico da esquerda latino-americana consiste talvez em se lembrar das contradições e dos erros que fazem parte do processo político: eles não podem conseguir que baixemos a guarda. (Rafael Correa é ex-Presidente da República do Equador, 2007-2017).
Para encerrar somente duas observações: a) o que dizer diante da declaração da Ministra do STF Rosa Weber, ao condenar José Dirceu na AP 470: “Não tenho prova cabal contra Dirceu - mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” e; b) é preciso prender o irmão de José Dirceu, agora, medida que funciona como outro choque, para que a população não fique surpresa com a prisão de todos os condenados em segundo grau, sem provas, em uma nítida violação ao Art. 57 da Constituição da República Federativa do Brasil.
* André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
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Stalingrado, A Cidade de Aço
Por João Claudio Platenik Pitillo
Doutorando em História Social – UNIRIO
Pesquisador NUCLEAS – UERJ
Especialista em Segunda Guerra Mundial
Stalingrado uma cidade de cerca de 600.000 habitantes as margens do rio Volga1 que em 1942 era símbolo da industrialização soviética e dos planos quinquenais. Tornou-se para os nazistas a porta de entrada do Cáucaso, região rica em gás, minério e petróleo, materiais essências para a máquina de guerra nazista. O domínio do Cáucaso também permitira aos nazistas cercarem Moscou e ligarem-se à Turquia, intimando a mesma à se juntar as tropas do Eixo na luta contra a URSS.
A Batalha de Stalingrado desenrolou-se de 17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943, mobilizou mais de 2.000.000 de homens e fazia parte da “Operação Azul”, nome dado pelo Comando nazista às operações na região. A referida Batalha teve início na Curva do Don2 em direção à Stalingrado, a ponta de lança do ataque nazista era o Grupo de Exércitos Sul (que se desdobrou em Grupo de Exércitos A e B), que vinham de uma campanha vitoriosa na Ucrânia. Eles reunião os Exércitos 6o e 17o e o 1o e 4o Panzer.
Os soviéticos combateram as tropas fascistas em um primeiro momento na cidade de Ordjonikidz3, barrando a sua tentativa de avançar mais à leste, com isso o comando nazista deslocou o que tinha de melhor de seus Exércitos para a cidade de Stalingrado, onde as defesas soviéticas eram insipientes. O Exército Vermelho não possuía aviões suficientes e na região de Stalingrado o domínio dos céus era dos nazistas.
Na primeira quinzena de agosto, o 6o Exército nazista forçou a passagem em direção ao sul de Stalingrado, sendo apoiado pelo Exército Panzer do general Hoth. Por volta de 14 de agosto, quase todo o miolo da Curva do Don estava nas mãos dos fascistas, restavam poucas cabeças de pontes soviéticas resistindo.
Na segunda quinzena, os combates chegaram ao clímax na região divisória entre os rios Don e Volga Os nazistas conseguiram atravessar o Volga mais ao norte formando um saliente de cerca de 8 quilômetros, com o apoio de 600 aviões. Sem pânico, os soviéticos recuaram para evitar o cerco e estabilizaram a Frente ao norte, depois de 40.000 mortes civis. 4
Em setembro a situação piorou drasticamente, com o isolamento do 62o Exército Soviético5, que recebeu um novo comandante, o coronel Vasili I. Tchuikov6. O mesmo encontrou as defesas soviéticas em colapso, já com os combates penetrando o perímetro urbano e com as tropas fascistas controlando todos os acessos à cidade. Dessa maneira os fascistas passaram a controlar 90% da cidade no início de novembro de 1943.
No dia 19 de novembro a URSS desencadeou a “Operação Urano”, que visava retomar a cidade de Stalingrado e cercar as forças fascistas pelo sul e norte a partir das estepes, para isso contava com um contingente que foi formado e transportado para Frente de batalha sem que os invasores percebessem, no mais absoluto sigilo.
No dia 24 as forças soviéticas que avançavam pelo norte e sul formaram uma pinça e logo envolveram as tropas nazistas. O bolsão foi formado na cidade de Kalach a 50 km de Stalingrado, mais de 300.000 fascistas foram cercados. Todo o 6o Exército Alemão7, o maior do mundo até aquele momento e em sua companhia o também poderoso 4o Exército Panzer foram imobilizados. Os soviéticos ainda estabeleceram outras faixas de tropas para evitar que alguém fugisse do cerco ou que alguma força pudesse romper o mesmo.
A tentativa de romper o cerco soviético foi tentada algumas vezes, com tudo, não se mostrou eficiente, as forças soviéticas eram mais vigorosas e possuíam melhores equipamentos contra o frio. No dia 16 de dezembro de 1942 os soviéticos desencadearam a “Operação Saturno”, que visava dividir e esmagar o 6o Exército alemão que estava imóvel dentro do bolsão, com êxito os soviéticos empurraram as forças nazistas em direção ao rio Don, onde perderam a mobilidade. Com a retomada dos céus sobre Stalingrado, a Força Aérea Vermelha e a artilharia do Exército Vermelho neutralizaram boa parte do material rodante dos alemães que já estavam ficando sem combustível, impedindo assim fugas e contra-ataques.
A resistência nazista durou pouco, em 2 de fevereiro de 1943 o 6o Exército rendeu-se com seus 22 generais e quase 100.000 homens restantes, que estavam famintos, doentes e desolados. A empáfia nazista no Cáucaso chegou ao fim com a icônica imagem do marechal-de-campo Von Paulus humilhado diante dos soviéticos. A Batalha de Stalingrado foi uma demonstração ao mundo de que a guerra estava mudando de condutor.
Nos 200 dias de batalha em Stalingrado a resistência soviética correu o mundo, a referida cidade ficou conhecida mundialmente como o ponto inicial da vitória soviética, motivou outros povos e serviu de exemplo para a luta contra o fascismo. Ao total o Eixo teve cerca de 850.000 baixas e os soviéticos 1.130.000, mais a população de Stalingrado com cerca 750.000 baixas entre seus habitantes. Como na Batalha de Moscou em 1941, os grandes trunfos soviéticos foram os T-34 e as tropas asiáticas, sendo elas empregas de forma rápida e silenciosa.
As Operações Urano e Saturno dizimaram 5 Exércitos alemães, além de 32 divisões e 3 brigadas, derrotou tropas italianas, romenas, espanholas, húngaras e várias outras nacionalidades que ocupadas pelos nazistas, cederam contingentes contra à URSS. A Batalha de Stalingrado foi um marco para a história no que tange a resistência do povo soviético e a habilidade de seus defensores.
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1 Tem 3688 km de extensão, nasce no planalto de Valdai e deságua no Mar Cáspio.
2 Rio que nasce perto da cidade de Tula e deságua no Mar de Azov, tem 1950 km.
3 Situada na base das cordilheiras do Cáucaso.
4 WERTH, Alexander. A Rússia na Guerra, volumes 1, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966. P. 480.
5 Depois de reforçado, foi elevado a categoria de 8o Exército de Guardas.
6 Marechal da URSS duas vezes condecorado como herói.
7 Ele era o dobro dos demais Exércitos alemães.
A traição do Presidente do Equador, Lenin Moreno, atraído pelo canto da sereia - os choques da teoria de Milton Friedman, que vem sendo implantada no Brasil, a partir de delações sem provas, fartamente divulgadas como verdades -, ao contrário de amedrontar, vem mobilizando o ex-Presidente Rafael Correa, na defesa da política de bem estar social, para o seu País e a América Latina.
As ações conservadoras financiadas por estrangeiros que sufocam as economias e não tem limites, são abordadas com profundidade por Correa que lembra a resistência do povo venezuelano, novamente ameaçado por agentes do Comando Sul dos EUA, de invasão armada.
Os trabalhadores brasileiros atingidos por demissões em massa, passaram para o estágio da miséria extrema. O congelamento de gastos sociais e o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho agravaram o quadro das perdas sociais. Faltou, no entanto, o desmonte total da Petrobrás e da Previdência Social, exigências dos oligarcas que comandam o retrocesso.
Os choques midiáticos reacionários que criaram as condições para a imposição do impeachment, sem mérito, em 2016, são operados em todos os países da América Latina sobre duas narrativas principais: a) de desmoralização do “fracassado modelo econômico de esquerda” e; b) anti-corrupção - visando evidenciar “a falta de moral dos governos progressistas”, junto ao judiciário, mesmo sem provas.
Os oligarcas que comandam o bloco da comunicação uniformizada, atentos às denúncias sobre a participação dos membros do judiciário - da justiça mais cara do mundo -, nas conspirações que vem atingindo a Constituição do Brasil desde a AP 470, o chamado “mensalão”, sabem que mantendo o maior país da América Latina desestabilizado, fica mais fácil atingir os vizinhos.
As mobilização que se anunciam contra a “reforma” da Previdência e a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocuparam tanto os senhores da casa grande que eles resolveram repercutir, ao estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, os “penduricalhos” recebidos por juízes e promotores, mas como instrumento de pressão, para cobrar maior agilidade dos servidores públicos - antes tratados como super heróis, o que despertou mais incautos da classe média que ajudaram a difundir a narrativa de ódio.
Obedientes ao plano em curso, todos os oligarcas que detém meios de comunicação passaram a repercutir o fato dos juizes, que teoricamente não poderiam ganhar mais do que o teto de 33,7 mil por mês, estarem recebendo “penduricalhos” que ultrapassam os 100 mil. Ontem (9/2), foi decretada nova prisão de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio e irmão do ex-Ministro José Dirceu.
O ex-Presidente Rafael Correa, é um homem experiente em matéria de ataques midiáticos que estuda o uso de tais ferramentas em mudanças geopolíticas. Ele sabe quem está por trás do golpe de estado que cassou a “Presidenta valente”, Dilma Rousseff e que com a reação das massas os caminhos dos golpistas podem se fechar, assim como foi feito na defesa da Revolução Bolivariana, na Venezuela.
O Equador de Correa enfrentou o que eles chamam de “tempestade perfeita”: queda das exportações; valorização do dólar; choques externos em 2015-2016 que provocaram a queda do barril de petróleo equatoriano para US$ 20 - cifra que não cobre os custos de produção e; terremotos. Paralelamente a queda da moeda colombiana em mais de 70%.
Os retrocessos impostos por Lenin Moreno, na presidência - desde 24 de maio de 2017, junto aos tribunais de arbitragem que obrigaram o governo a pagar mais de 1% do PIB às empresas Oxy e Chevron, seguem a linha da doutrina Lawfare, implantada no Brasil.
Os 2 milhões de pessoas que saíram da linha de pobreza extrema de acordo com texto do ex-presidente Correa, intitulado “Os Desafios Estratégicos da Esquerda Latino-Americana”, publicado na Revista “Le Monde Diplomatique” tem enfrentado uma série de dificuldades: “(...) seus negócios não vão bem, seus filhos tem dificuldade de encontrar trabalho e os salários não aumentam no mesmo ritmo do custo de vida - sentimento do qual se aproveita a mídia, que prefere a manipulação a informação. Uma parte dos meios de comunicação apresenta essa recessão continental como o resultado de nossas opções políticas, e não como um fenômeno ligado às próprias estruturas de nossa economia. Outros sugerem, ao contrário, que poderíamos ter empreendido transformações mais profundas e que dessa forma não teríamos assinado nossa própria condenação. Enquanto reprovam os governos de direita por não terem feito nada, fustigam-nos por não termos feito tudo (...)”
Ao detalhar o “modus operandi” que passou a atingir o Equador, presidido por Moreno, o ex-Presidente Rafael Correa, amplia o quadro das ameaças naturalizadas pelos meios de comunicação conservadores, em diferentes países da região.
“O segundo eixo da crítica aos governos progressistas se dá no plano moral. O tema da corrupção fornece a ferramenta eficaz para fragilizar os processos nacionais populares. Evidentemente o Brasil aparece como exemplo, mas um fenômeno similar se observa atualmente no Equador.
Tudo começa com uma acusação mais espetaculosa do que fundamentada. Depois aparecem os bombardeios midiáticos, que privam a vítima escolhida de seus apoios políticos. A culpabilidade presumida do dirigente perseguido passa então para o segundo plano entre os juízes, suscetíveis à pressão da direita e da mídia: não se trata mais de, para eles, condenar com base em provas que eles teriam identificado, e sim de identificar provas que possam condená-lo.
Quem pode se opor a luta contra a corrupção?
Esse combate é uma de nossas primeiras vitórias no Equador: ao longo dos dez últimos anos, erradicamos a corrupção institucionalizada que havíamos herdado. Mas para a direita, a ‘luta contra a corrupção’ representa hábitos novos de uma mesma preocupação: seja contra o narcotráfico nos anos 1990, seja no caso da guerra contra o comunismo nos anos 1970, trata-se sempre de, na realidade, organizar uma ofensiva política.
Falam em ausência de regulação, permissividade, corrupção sistematizada. Mas que controles autorizam contas secretas em paraísos fiscais, por exemplo? No Equador, os controles são estritos: é preciso declarar a origem de qualquer depósito superior a US$ 10 mil - obrigação que os paraísos fiscais não impõem... O Equador é o primeiro país do mundo a instaurar uma lei proibindo funcionários públicos de estabelecer qualquer tipo de interação privada com os paraísos fiscais.
Para a imprensa, não há dúvida: a corrupção nasce no coração do Estado, do sistema público. Mas a realidade mostra que ela provêm em grande medida do setor privado, como demonstra o escândalo da Odebrecht e este fato, há até pouco tempo, as empresa alemãs tinham isenção fiscal sobre os depósitos ilícitos destinados ao nosso país.
Sem dúvida, a esquerda também sofre o contragolpe paradoxal de suas conquistas. Segundo a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepalc), cerca de 94 milhões de pessoas saíram da pobreza para integrar a classe média durante a última década, em grande parte graças às políticas dos governos de esquerda.
Contudo, entre os 37,5 milhões de pessoas que o Partido dos Trabalhadores (PT) tirou da pobreza, poucos se mobilizaram para apoiar a presidenta Dilma Rousseff quando esta estava ameaçada de destituição. É possível conhecer a prosperidade objetiva e ainda assim se sentir em um estado de pobreza subjetiva: apesar das melhorias no nível de vida, as pessoas continuaram se sentindo pobres, não em relação ao que possuem (ou em relação ao que possuíam antes), mas em relação ao que aspiram.
Não raro, as exigências da nova classe média se revelam não apenas distintas das dos pobres: muitas vezes são antagônicas, alimentadas pelo canto da sereia da direita, pelos meios de comunicação e por estilos de vida imaginados em Nova York. A esquerda sempre lutou contra a corrente, pelo menos no mundo ocidental. Lutará ela contra a natureza humana?
O problema se complica se também forem levados em conta os esforços da direita para forjar uma cultura hegemônica - no sentido gramsciano -, de modo que os desejos da maioria servem aos interesses da direita. Um exemplo dramático: a rejeição da lei sobre sucessão e herança que tentamos instaurar no Equador. Enquanto apenas três em cada mil equatorianos recebem herança e a incidência do novo imposto se daria apenas pelos montantes mais importantes (menos de 0,5% das sucessões, ou 172 pessoas por ano, em uma população de 16 milhões), muitos pobres e grande parte da classe média, se manifestaram contra um dispositivo do qual eles poderiam se beneficiar.
Nossas democracias deveriam ser rebatizadas como “democracias midiatizadas”. A imprensa às vezes desempenha um papel mais importante que os partidos políticos durante os processos eleitorais: convertida em principal força de oposição enquanto a esquerda governa, ela encarna o poder dos conservadores e do setor privado. A imprensa transformou o estado de direito em estado de opinião.
A esquerda também enfrentou o esgotamento do exercício de poder, mesmo que sua passagem tenha sido coroada de sucessos. Nenhum governo pode satisfazer a todos, ainda mais quando a dívida social é tão aguda como no caso do Equador. Recuperar a voz dos mais humildes, dar oportunidade aos mais pobres, direitos aos trabalhadores, dignidade aos camponeses, tirar poder dos bancos, da mídia e dos velhos partidos: tudo isso custou poderosos inimigos, que nos acusaram de “polarizar” o país. Eles esquecem que alcançar metade do que realizamos teria custado uma guerra civil há algumas décadas.
A esquerda que se contenta em representar uma pequena minoria dos eleitores ignora o que implica governar: responder as tempestades econômicas, submeter-se a traições dos que sucumbem à tentação do poder ou do capital etc. Não há dúvida de que um revolucionário não tem o direito de perder a batalha moral. Um governo honesto não é aquele que desconhece casos de corrupção, e sim aquele que luta para erradicá-la. Parte dos militantes sofre ao não perceber essa diferença e se deixa afetar pela desmoralização que satisfaz os adversários.
É preciso sempre demonstrar autocrítica. Mas também precisamos ter confiança em nós mesmos. Os governos progressistas sofrem ataques constantes das elites e dos meios de comunicação, que se baseiam no menor dos equívocos para nos enfraquecer. Por essa razão, o principal desafio estratégico da esquerda latino-americana consiste talvez em se lembrar das contradições e dos erros que fazem parte do processo político: eles não podem conseguir que baixemos a guarda. (Rafael Correa é ex-Presidente da República do Equador, 2007-2017).
Para encerrar somente duas observações: a) o que dizer diante da declaração da Ministra do STF Rosa Weber, ao condenar José Dirceu na AP 470: “Não tenho prova cabal contra Dirceu - mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” e; b) é preciso prender o irmão de José Dirceu, agora, medida que funciona como outro choque, para que a população não fique surpresa com a prisão de todos os condenados em segundo grau, sem provas, em uma nítida violação ao Art. 57 da Constituição da República Federativa do Brasil.
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Stalingrado, A Cidade de Aço
Por João Claudio Platenik Pitillo
Doutorando em História Social – UNIRIO
Pesquisador NUCLEAS – UERJ
Especialista em Segunda Guerra Mundial
Stalingrado uma cidade de cerca de 600.000 habitantes as margens do rio Volga1 que em 1942 era símbolo da industrialização soviética e dos planos quinquenais. Tornou-se para os nazistas a porta de entrada do Cáucaso, região rica em gás, minério e petróleo, materiais essências para a máquina de guerra nazista. O domínio do Cáucaso também permitira aos nazistas cercarem Moscou e ligarem-se à Turquia, intimando a mesma à se juntar as tropas do Eixo na luta contra a URSS.
A Batalha de Stalingrado desenrolou-se de 17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943, mobilizou mais de 2.000.000 de homens e fazia parte da “Operação Azul”, nome dado pelo Comando nazista às operações na região. A referida Batalha teve início na Curva do Don2 em direção à Stalingrado, a ponta de lança do ataque nazista era o Grupo de Exércitos Sul (que se desdobrou em Grupo de Exércitos A e B), que vinham de uma campanha vitoriosa na Ucrânia. Eles reunião os Exércitos 6o e 17o e o 1o e 4o Panzer.
Os soviéticos combateram as tropas fascistas em um primeiro momento na cidade de Ordjonikidz3, barrando a sua tentativa de avançar mais à leste, com isso o comando nazista deslocou o que tinha de melhor de seus Exércitos para a cidade de Stalingrado, onde as defesas soviéticas eram insipientes. O Exército Vermelho não possuía aviões suficientes e na região de Stalingrado o domínio dos céus era dos nazistas.
Na primeira quinzena de agosto, o 6o Exército nazista forçou a passagem em direção ao sul de Stalingrado, sendo apoiado pelo Exército Panzer do general Hoth. Por volta de 14 de agosto, quase todo o miolo da Curva do Don estava nas mãos dos fascistas, restavam poucas cabeças de pontes soviéticas resistindo.
Na segunda quinzena, os combates chegaram ao clímax na região divisória entre os rios Don e Volga Os nazistas conseguiram atravessar o Volga mais ao norte formando um saliente de cerca de 8 quilômetros, com o apoio de 600 aviões. Sem pânico, os soviéticos recuaram para evitar o cerco e estabilizaram a Frente ao norte, depois de 40.000 mortes civis. 4
Na segunda quinzena, os combates chegaram ao clímax na região divisória entre os rios Don e Volga Os nazistas conseguiram atravessar o Volga mais ao norte formando um saliente de cerca de 8 quilômetros, com o apoio de 600 aviões. Sem pânico, os soviéticos recuaram para evitar o cerco e estabilizaram a Frente ao norte, depois de 40.000 mortes civis. 4
Em setembro a situação piorou drasticamente, com o isolamento do 62o Exército Soviético5, que recebeu um novo comandante, o coronel Vasili I. Tchuikov6. O mesmo encontrou as defesas soviéticas em colapso, já com os combates penetrando o perímetro urbano e com as tropas fascistas controlando todos os acessos à cidade. Dessa maneira os fascistas passaram a controlar 90% da cidade no início de novembro de 1943.
No dia 19 de novembro a URSS desencadeou a “Operação Urano”, que visava retomar a cidade de Stalingrado e cercar as forças fascistas pelo sul e norte a partir das estepes, para isso contava com um contingente que foi formado e transportado para Frente de batalha sem que os invasores percebessem, no mais absoluto sigilo.
No dia 24 as forças soviéticas que avançavam pelo norte e sul formaram uma pinça e logo envolveram as tropas nazistas. O bolsão foi formado na cidade de Kalach a 50 km de Stalingrado, mais de 300.000 fascistas foram cercados. Todo o 6o Exército Alemão7, o maior do mundo até aquele momento e em sua companhia o também poderoso 4o Exército Panzer foram imobilizados. Os soviéticos ainda estabeleceram outras faixas de tropas para evitar que alguém fugisse do cerco ou que alguma força pudesse romper o mesmo.
A tentativa de romper o cerco soviético foi tentada algumas vezes, com tudo, não se mostrou eficiente, as forças soviéticas eram mais vigorosas e possuíam melhores equipamentos contra o frio. No dia 16 de dezembro de 1942 os soviéticos desencadearam a “Operação Saturno”, que visava dividir e esmagar o 6o Exército alemão que estava imóvel dentro do bolsão, com êxito os soviéticos empurraram as forças nazistas em direção ao rio Don, onde perderam a mobilidade. Com a retomada dos céus sobre Stalingrado, a Força Aérea Vermelha e a artilharia do Exército Vermelho neutralizaram boa parte do material rodante dos alemães que já estavam ficando sem combustível, impedindo assim fugas e contra-ataques.
A resistência nazista durou pouco, em 2 de fevereiro de 1943 o 6o Exército rendeu-se com seus 22 generais e quase 100.000 homens restantes, que estavam famintos, doentes e desolados. A empáfia nazista no Cáucaso chegou ao fim com a icônica imagem do marechal-de-campo Von Paulus humilhado diante dos soviéticos. A Batalha de Stalingrado foi uma demonstração ao mundo de que a guerra estava mudando de condutor.
Nos 200 dias de batalha em Stalingrado a resistência soviética correu o mundo, a referida cidade ficou conhecida mundialmente como o ponto inicial da vitória soviética, motivou outros povos e serviu de exemplo para a luta contra o fascismo. Ao total o Eixo teve cerca de 850.000 baixas e os soviéticos 1.130.000, mais a população de Stalingrado com cerca 750.000 baixas entre seus habitantes. Como na Batalha de Moscou em 1941, os grandes trunfos soviéticos foram os T-34 e as tropas asiáticas, sendo elas empregas de forma rápida e silenciosa.
As Operações Urano e Saturno dizimaram 5 Exércitos alemães, além de 32 divisões e 3 brigadas, derrotou tropas italianas, romenas, espanholas, húngaras e várias outras nacionalidades que ocupadas pelos nazistas, cederam contingentes contra à URSS. A Batalha de Stalingrado foi um marco para a história no que tange a resistência do povo soviético e a habilidade de seus defensores.
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1 Tem 3688 km de extensão, nasce no planalto de Valdai e deságua no Mar Cáspio.
2 Rio que nasce perto da cidade de Tula e deságua no Mar de Azov, tem 1950 km.
3 Situada na base das cordilheiras do Cáucaso.
4 WERTH, Alexander. A Rússia na Guerra, volumes 1, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966. P. 480.
5 Depois de reforçado, foi elevado a categoria de 8o Exército de Guardas.
6 Marechal da URSS duas vezes condecorado como herói.
7 Ele era o dobro dos demais Exércitos alemães.
A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE E A NECESSÁRIA RUPTURA COM CAPITALISMO NA VENEZUELA BOLIVARIANA
Desde a eleição de Chávez em 1998, quando se inicia a Revolução Bolivariana, ocorreram vinte e um (21) processos eleitorais[2].
Em 31 de julho de 2017, realizou-se na República Bolivariana da Venezuela a eleição para a Assembleia Nacional Constituinte/ANC. Votaram um total de 8.089.320, ou seja, 41,5% dos eleitores, sendo eleitos 545 constituintes[3], escolhidos entre mais de seis mil candidatos que, não optaram pelo boicote à ANC, de todas as orientações partidárias ou independentes. Mais de um milhão de venezuelanos e venezuelanas participaram da organização de todo esse processo.
Considerando que as eleições não são obrigatórias; que a Venezuela está imersa há alguns anos em uma conjuntura de guerra econômica[4], violência fascista praticada pela oposição[5] e que o imperialismo destina milhões de dólares para influenciar a opinião pública venezuelana[6], as eleições para a ANC demonstraram a vitalidade do projeto histórico bolivariano de transição ao socialismo na Venezuela.
Isso se torna mais surpreendente quando se constata ter sido a maior votação obtida pelo bolivarianismo desde a eleição de Chávez há 18 anos, mesmo com as ameaças e sanções econômicas e políticas por parte do imperialismo estadunidense e seus aliados na Europa e na região[7], que pretendiam amedrontar os venezuelanos e venezuelanas.
Para compreender tal vitalidade, faz-se necessário retroceder no tempo e entender o papel do levante ocorrido em 1989 no processo de construção da consciência crítica do proletariado venezuelano.
Entre 27 de fevereiro e 06 de março de 1989, o exército e a polícia usaram quatro milhões de balas para reprimir o povo que, empobrecido e esfomeado, saiu insurrecionalmente às ruas para reclamar os seus direitos. Esse levante foi uma resposta às políticas antipopulares de austeridade financeira do governo socialdemocrata de Carlos Andrés Pérez, que aumentou a renda per capita do país, ampliando brutalmente, em contrapartida, o desemprego e aprofundando as desigualdades na distribuição da renda. Esse massacre ficou conhecido como El Caracazo[8].
O El Caracazo marca a crise e o declínio da Quarta República[9] e o despertar de um bolivarianismo radical nas classes populares, que desemboca em duas insurreições cívico-militares de jovens oficiais, sob o comando do coronel Hugo Chávez, sufocadas em 1992. Nesse contexto político e social constituiu-se, como instrumento desse bolivarianismo radical, a liderança de Chávez que, com 44 anos, vence as eleições presidenciais realizadas em 6 de dezembro de 1998, com 56% dos votos válidos, iniciando a implementação do bolivarianismo como caminho venezuelano para o socialismo.
A compreensão dessa experiência de fundação e o quanto esse momento histórico contribuiu para a clareza que o bolivarianismo sempre demonstra em suas políticas são fundamentais: a miséria econômica não pode ser derrotada sem que a miséria política seja superada.
Exatamente por essa clareza, os trabalhadores e trabalhadoras sempre foram convocados a protagonizar o processo político de enfrentamento com as classes dominantes e o imperialismo, em todos os seus aspectos, incluído nesse processo a importância estratégica da união cívico-militar[10].
O combate à miséria politica, apesar da guerra econômica em curso, tem apresentado resultados nos campos econômico e social. O índice de 0,767 (2015) posiciona a Venezuela em uma categoria de elevado desenvolvimento humano, na 71ª colocação dentre 188 países. Os dados demonstram que de 1990 a 2015, o IDH da Venezuela aumentou de 0,634 para 0,767, ou seja, um aumento de 20,9%. Nesse período, a expectativa de vida subiu 4,6 anos e os anos de escolaridade média geral aumentaram 3,8 anos. O rendimento nacional bruto per capita aumentou cerca de 5,4%.
Esse protagonismo popular e classista vem se afirmando como o fator que permite a vitalidade e a força da Revolução Bolivariana para enfrentar os obstáculos e desafios que se colocam ao projeto histórico de transição ao socialismo em curso na Venezuela, incluídos os erros e equívocos. Porém, mesmo estando atentos ao alerta de Lenin no sentido de que “aqueles que esperam ver uma revolução social ‘pura’ nunca viverão para vê-la”, essa força e vitalidade oriundas da participação e do protagonismo dos setores populares, por si só, não garantirão a continuidade do processo revolucionário e a superação dos seus limites.
Como destacado anteriormente, o combate à miséria política levado a cabo nos dezoito anos de Revolução Bolivariana tem contribuído para o desenvolvimento da consciência crítica do proletariado, que não está ligado somente às posturas teóricas ou propagandísticas das forças de definição socialista, vinculando-se, fundamentalmente, com a prática, a experiência de luta e com o exercício direto do poder político por parte dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos. Exatamente esse exercício está desmontando o véu que oculta dos trabalhadores e trabalhadoras a necessidade de transformar profundamente as estruturas sociais que os libertem de todas as formas de dominação.
Necessidade de que a ANC aponte a ruptura com o estado capitalista e a democracia burguesa.
Mesmo o programa de libertação nacional - que corresponde ao primeiro momento do caminho ininterrupto ao socialismo - não pode ser aplicado plenamente dentro dos limites das relações de poder do capitalismo dependente venezuelano. Para avançar a Revolução Bolivariana rumo ao socialismo, foi necessário iniciar o processo de modificação das relações de poder por meio das comunas e conselhos comunais[11]; não só porque a luta de libertação nacional e o caminho para o socialismo são um único processo, mas também porque a quebra das relações de dependência impõe a ruptura das relações de poder na qual se articula e se apoia essa dependência.
Alcançar essas características não significa alcançar o socialismo, fruto de um processo longo e complexo no qual está em jogo a combinação de muitos elementos. É preciso assinalar duas questões fundamentais: em geral, a realização do socialismo significa romper com a democracia burguesa, avançando no sentido de uma democracia participativa e protagônica; além disso, em particular, não é possível romper com a democracia burguesa sem superar os limites que lhe impõe o poder do capital estrangeiro e dos grupos nacionais exploradores.
Portanto, para abrir caminho à transformação revolucionária rumo ao socialismo, o bolivarianismo iniciou um processo de superação da democracia burguesa, limitada pelo poder das minorias antinacionais e antipopulares, apontando para uma futura democracia participativa e protagônica, que tenha como base as comunas e os conselhos comunais.
Foram exatamente os primeiros passos da Revolução Bolivariana nesse sentido que acirraram a luta de classe nos últimos anos e a intervenção aberta e violenta do imperialismo estadunidense e seus aliados internos e externos.
As consequências desse acirramento demonstram a necessidade de duas reflexões para a luta bolivariana: em primeiro lugar, a inviabilidade de uma "fase intermediária", durante a qual, sem alterar as relações de poder político do capital, seriam produzidos avanços e transformações na economia e no campo social que permitiriam, de forma gradual, consolidar uma democracia participativa e protagônica, chegando-se à ruptura da dependência. Em outras palavras: esse processo de acirramento deixa claro que para que o programa de libertação nacional da Revolução Bolivariana possa ser aplicado não é suficiente a chegada ao governo ou uma mera troca de regime político. A aplicação de um programa voltado claramente ao rompimento da submissão do país com os interesses internacionais e com os setores dominantes nacionais só é possível se forem rompidos todos os instrumentos econômicos, políticos e ideológicos que articulam essa dependência.
Em segundo, é preciso abandonar a crença em um processo de desenvolvimento capitalista independente e sustentável garantidor de um estado de bem-estar social e conduzido por um pacto de classe com a "burguesia nacional”. O processo de integração internacional, no modelo capitalista, de um país dependente como a Venezuela é um dado absolutamente evidente, que não pode ser deixado de lado em uma análise séria.
No mundo de empresas transnacionais, que produzem, distribuem e extraem benefícios em escala mundial, as possibilidades de desenvolvimento independente e autossustentável dos capitalistas que operam em escala nacional carecem de significação. O horizonte atual das “burguesias nacionais" se limita, em todo caso, a buscar as melhores formas de integração possível dentro das relações de poder que comandam os interesses do capital internacional.
Por tudo isso, a reorganização da sociedade venezuelana, no sentido da libertação nacional rumo ao socialismo, sob as condições da atual conjuntura politica e do poder de estado no capitalismo dependente, tem sido um processo limitado, distorcido e provisório, que se apresenta cotidianamente como a antessala de um confronto iminente. A convocação da ANC surge a partir desse contexto, para que mais uma vez sejam definidos pelo protagonismo popular e classista os avanços necessários ao aprofundamento da Revolução Bolivariana no caminho do socialismo.
Inexiste espaço para ilusões. O interesse estratégico dos inimigos da Revolução Bolivariana é a manutenção do poder por meio de governos eleitos pelo voto ou por qualquer outro meio que possam utilizar. Apostam até mesmo em um processo de “transação”, do qual resultaria a descaracterização dos objetivos e compromissos da Revolução Bolivariana.
A realidade concreta indica duas possibilidades: ou o processo constituinte define soberamente modificações na Constituição Bolivariana de 1999 para iniciar uma transição socialista na Venezuela, ou presenciaremos uma derrota sem precedentes para nossa Pátria Grande, pois a República Bolivariana da Venezuela é a vanguarda objetiva no enfrentamento dos planos imperialistas dos estadunidenses e seus aliados europeus de recolonização de nosso continente.
* Via e-mail. Aurelio Fernandes é membro do Comitê de Solidariedade com a Revolução Bolivariana no Rio de Janeiro, graduado em Licenciatura em História pela UERJ, pós-graduado em História Social pela UFF e Mestre em Ensino de História pela UERJ.
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[2] Na Venezuela há uma democracia multipartidária, na qual qualquer força política pode concorrer aos processos eleitorais; o PSUV, o partido fundado por Chávez, perdeu as últimas eleições legislativas e existem vários departamentos e municípios governados por partidos de oposição.
[3] Desse total, 364 foram eleitos pelos municípios, 79 pelos trabalhadores, 28 por aposentados, 24 pelos Conselhos Comunais, 24 pelos estudantes, 08 por camponeses, 08 por indígenas, 05 por pessoas com deficiência e 05 por empresários. Cerca de 200 dos delegados constituintes são jovens estudantes e trabalhadores.
[4] A guerra econômica executada na Venezuela desde 2013 por parte da direita apoiada pelo governo dos EUA inclui desestabilização, estocamento, especulação e contrabando de extração, tendo como objetivo repetir as circunstâncias que possibilitaram o golpe contra Salvador Allende, no Chile, em 1973, após a direita promover a escassez e a carência da população.
[5] A Venezuela está sendo alvo de atos de ódio, impulsionados por grupos fascistas, dirigidos e instigados pela Mesa de Unidade Democrática opositora. Desde abril passado até fins de julho, 27 pessoas foram queimadas vivas. A maioria morreu. Os sobreviventes testemunharam o desprezo pela vida praticado pelos opositores fascistas. Os agredidos eram funcionários do governo, negros, pobres ou simplesmente acusados de serem chavistas ou simpatizantes do governo bolivariano. A ONU tipifica essas ações brutais como “crimes de ódio”. Tais atos demonstram a natureza fascista da oposição venezuelana, que utiliza todo o tipo de crimes para atingir seus objetivos. Até a embaixada dos EUA em Caracas alertou seus cidadãos sobre o caráter violento dessas manifestações, sugerindo que se mantivessem afastados dos locais onde ocorreram.
[6] https://gz.diarioliberdade.org/america-latina/item/139395-ongs-de-fachada-sao-financiadas-do-exterior-para-promover-intervencao-na-venezuela.html
[7] Artigo do Moon of Alabama, publicado em 28/07/2017, analisa como a mídia norte-americana sugere pistas para uma intervenção militar na Venezuela. A mesma estratégia de “mudança de regime” já foi aplicada em outros países, com o mesmo objetivo: o controle do petróleo e dos recursos naturais do país. https://jornalistaslivres.org/2017/07/contagem-regressiva-para-uma-guerra-dos-eua-contra-venezuela/ Documento do Comando Sul dos Estados Unidos intitulado “Venezuela Freedom 2 – Operation”, no qual se propõem 12 passos para desestabilizar e gerar um final abrupto ao governo do presidente Nicolás Maduro: http://www.patrialatina.com.br/operacao-venezuela-12-passos-para-um-golpe/
[8] http://www.telesurtv.net/telesuragenda/La-masacre-de-El-Caracazo-20150224-0032.html
[9] Entre 1958 e 1998, no período conhecido como Quarta República, vigorou na Venezuela o “Pacto de Punto Fijo”. Assinado em 31/10/1958, após a queda do Pérez Jimenez e antes das eleições marcadas para aquele ano, o referido pacto foi um acordo entre os partidos políticos venezuelanos Ação Democrática (AD), Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (Copei) e União Republicana Democrática (URD) para sustentar a democracia recém-instaurada por meio da participação equitativa de todos os partidos no executivo, excluindo o Partido Comunista da Venezuela, que foi posteriormente perseguido.
[10] No dia 11/04/2002, a direita venezuelana - a mesma aglutinada hoje na opositora MUD, com o apoio explícito do imperialismo estadunidense e dos grandes meios de comunicação nacionais e internacionais -, organizou um golpe de estado. Horas depois, o povo saiu às ruas, enquanto integrantes da Força Armada se rebelavam contra os golpistas. Multidões cercaram os quartéis em toda Venezuela, exigindo um posicionamento dos militares em defesa da Constituição Bolivariana; em Caracas, os trabalhadores e trabalhadoras das favelas desceram os morros e se dirigiram ao Palácio Presidencial de Miraflores, onde receberam o apoio da Guarda de Honra. Ante a exigência de ver Chávez, e sem um verdadeiro apoio militar, os golpistas foram derrotados. Com a derrota dos golpistas, consolidou-se na consciência critica do proletariado a necessidade - sempre defendida por Chávez -, da união cívico-militar. Retrata esse processo o filme “A Revolução nãos será televisionada”: https://www.youtube.com/watch?v=tRypWYgTKuE
[11] As comunas foram criadas para constituírem formas de autogestão produtiva e política pelos trabalhadores organizados. Possuem um aparato institucional próprio e empresas de propriedade comunal, mantidas sob o controle dos trabalhadores associados, sendo os excedentes completamente revertidos em prol da própria comunidade. São experiências ainda incipientes, que revelam imensa pertinência histórica ao instituírem formas de organização política e de propriedade dos meios de produção distintas das dominanteshttp://www.telesurtv.net/opinion/Existen-las-comunas-en-Venezuela-20170215-0027.html
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NEO FASCISTAS QUE IMPLANTAVAM TERROR NA VENEZUELA RESPONDERÃO PELOS SEUS ATOS
Por ANDRÉ MOREAU –
A ex- Procuradora Geral da República, Luisa Ortega Diaz, responderá juridicamente por ações de desestabilização da República Bolivariana da Venezuela, especificamente por estimular publicamente manifestações violentas contra instituições públicas e por manter impunes "guarimbeiros" denunciados.
Destituída da função de procuradora por traição a pátria, pelos membros da Assembléia Nacional Constituinte (ANC), por unanimidade, a Sra. Luisa Ortega Diaz, terá que explicar na justiça, porque usou a máquina pública para beneficiar a oposição em ações criminosas que colocaram em risco a segurança e a vida dos cidadãos venezuelanos.
Dos mais de trinta crimes de ódio denunciados, ocorridos para desestabilizar a Revolução Bolivariana, apenas dois foram investigados por orientação da Sra. Luisa Ortega Diaz que depois de dezoito meses de sua posse, pediu a destituição de Magistrados objetivando favorecer mais ainda a oposição, em nítida violação da Lei Orgânica e da Constituição de 15 de dezembro de 1999.
Imediatamente após a decisão dos membros da ANC, editorias dos meios de comunicação golpistas, voltaram seus holofotes para Luisa Ortega Diaz que passou a acusar, sem provas, o Presidente Nicolás Maduro, de corrupção.
Impunidad del Ministerio Público favoreció crímenes de odio, sostuvo Fiscal de la República
Caracas, 07 de agosto de 2017.- La impunidad del Ministerio Público (MP), mientras estuvo a cargo de Luisa Ortega Díaz, favoreció los crímenes de odio, sostuvo este lunes el Fiscal General de la República Bolivariana de Venezuela, Tarek William Saab.
"¿Qué hizo el Ministerio Público para castigar de manera ejemplar los delitos de odio?", preguntó en una rueda de prensa realizada en la sede del MP, en Caracas, junto con el defensor del Pueblo (e), Alfredo Ruiz, y el Contralor General de la República, Manuel Galindo.
"De pronto, entre abril y parte de agosto, esto ha ocurrido y se ha propagado en Venezuela. La Defensoría tiene contabilizada seis muertos por delitos de odio y aproximadamente 30 heridos", precisó el funcionario.
"Frente a estos casos, el Ministerio Público actuó con impunidad para favorecer estos casos de crímenes de odio. Nunca pudimos escuchar que tipificaran así estos delitos terribles, sino más bien tenemos denuncias de familiares de víctimas que nos han dicho que el Ministerio Público nunca los atendió", rechazó Saab.
Lamentó que la "actitud que tuvo la ex fiscal atentó contra la paz de la República. No me cabe la menor duda. Desde la primera declaración del 31 de marzo del presente año hasta la más reciente que dio, durante los meses de abril, mayo, junio, julio, agosto".
El Fiscal General reiteró: "Estoy totalmente convencido. Cada declaración, incitada no sé por quién, no sólo le causaron un grave daño a la institucionalidad democrática, sino que colocaron en muy grave peligro la paz ciudadana, porque las declaraciones fueron acompañadas por una serie de acciones que se convirtieron en la omisión, en la inacción".
Recordó que cada vez que un agente del Estado ha cometido una violación a derechos humanos, la posición es cero impunidad.
Web: http://www.vtv.gob.ve/
Mas conforme informou o Defensor do Povo, novo Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab: "A credibilidade do Ministério Público, será resgatada".
A frustrada tentativa da Sra. Diaz de fazer na Venezuela o que fizeram no Brasil, contra a Presidenta Dilma Rousseff, afastada por um processo de impeachment, sem mérito, golpe chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das tramas entre membros do Tribunal de Contas da União (TCU), brasileiros orientados por agentes do Fundo Monetário Internacional a usar a denominação "pedaladas", marca a existência de outro plano condor, agora com base em ações jurídicas e parlamentares, respaldadas em narrativas de mentiras repetidas sob orientação das editorias dos veículos de comunicação alinhados ao projeto de dominação do Continente, do Estado norte-americano.
Voltando à Venezuela, agora enquanto a população vive momentos de restauração da ordem e da paz, os "guarimbeiros" protegidos pela Sra Luisa Ortega Diaz, estão sendo detidos no Metrô de Caracas com armas brancas, em flagrante, batendo carteiras, roubando celulares, documentos e dinheiro dos trabalhadores. Tratam-se de quadrilhas de "guarimbeiros" que não eram investigadas, porque serviam à oposição na promoção de terror, para desestabilizar o governo.
Em sua primeira intervenção, o então Defensor do Povo, hoje Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab, disse que o Ministério Público estava dividido por "Chantagens" e assegurou que conta com apoio de todos os trabalhadores daquela casa "desde el más humilde portero hasta el más calificado fiscal".
* André Moreau, é Coordenador-Geral da Pastoral IDEA, Professor, Jornalista, Diretor do DEA, Canal Universitário de Niterói, Unitevê, Universidade Federal Fluminense (UFF).
Desde a eleição de Chávez em 1998, quando se inicia a Revolução Bolivariana, ocorreram vinte e um (21) processos eleitorais[2].
Em 31 de julho de 2017, realizou-se na República Bolivariana da Venezuela a eleição para a Assembleia Nacional Constituinte/ANC. Votaram um total de 8.089.320, ou seja, 41,5% dos eleitores, sendo eleitos 545 constituintes[3], escolhidos entre mais de seis mil candidatos que, não optaram pelo boicote à ANC, de todas as orientações partidárias ou independentes. Mais de um milhão de venezuelanos e venezuelanas participaram da organização de todo esse processo.
Considerando que as eleições não são obrigatórias; que a Venezuela está imersa há alguns anos em uma conjuntura de guerra econômica[4], violência fascista praticada pela oposição[5] e que o imperialismo destina milhões de dólares para influenciar a opinião pública venezuelana[6], as eleições para a ANC demonstraram a vitalidade do projeto histórico bolivariano de transição ao socialismo na Venezuela.
Isso se torna mais surpreendente quando se constata ter sido a maior votação obtida pelo bolivarianismo desde a eleição de Chávez há 18 anos, mesmo com as ameaças e sanções econômicas e políticas por parte do imperialismo estadunidense e seus aliados na Europa e na região[7], que pretendiam amedrontar os venezuelanos e venezuelanas.
Para compreender tal vitalidade, faz-se necessário retroceder no tempo e entender o papel do levante ocorrido em 1989 no processo de construção da consciência crítica do proletariado venezuelano.
Entre 27 de fevereiro e 06 de março de 1989, o exército e a polícia usaram quatro milhões de balas para reprimir o povo que, empobrecido e esfomeado, saiu insurrecionalmente às ruas para reclamar os seus direitos. Esse levante foi uma resposta às políticas antipopulares de austeridade financeira do governo socialdemocrata de Carlos Andrés Pérez, que aumentou a renda per capita do país, ampliando brutalmente, em contrapartida, o desemprego e aprofundando as desigualdades na distribuição da renda. Esse massacre ficou conhecido como El Caracazo[8].
O El Caracazo marca a crise e o declínio da Quarta República[9] e o despertar de um bolivarianismo radical nas classes populares, que desemboca em duas insurreições cívico-militares de jovens oficiais, sob o comando do coronel Hugo Chávez, sufocadas em 1992. Nesse contexto político e social constituiu-se, como instrumento desse bolivarianismo radical, a liderança de Chávez que, com 44 anos, vence as eleições presidenciais realizadas em 6 de dezembro de 1998, com 56% dos votos válidos, iniciando a implementação do bolivarianismo como caminho venezuelano para o socialismo.
A compreensão dessa experiência de fundação e o quanto esse momento histórico contribuiu para a clareza que o bolivarianismo sempre demonstra em suas políticas são fundamentais: a miséria econômica não pode ser derrotada sem que a miséria política seja superada.
Exatamente por essa clareza, os trabalhadores e trabalhadoras sempre foram convocados a protagonizar o processo político de enfrentamento com as classes dominantes e o imperialismo, em todos os seus aspectos, incluído nesse processo a importância estratégica da união cívico-militar[10].
O combate à miséria politica, apesar da guerra econômica em curso, tem apresentado resultados nos campos econômico e social. O índice de 0,767 (2015) posiciona a Venezuela em uma categoria de elevado desenvolvimento humano, na 71ª colocação dentre 188 países. Os dados demonstram que de 1990 a 2015, o IDH da Venezuela aumentou de 0,634 para 0,767, ou seja, um aumento de 20,9%. Nesse período, a expectativa de vida subiu 4,6 anos e os anos de escolaridade média geral aumentaram 3,8 anos. O rendimento nacional bruto per capita aumentou cerca de 5,4%.
Esse protagonismo popular e classista vem se afirmando como o fator que permite a vitalidade e a força da Revolução Bolivariana para enfrentar os obstáculos e desafios que se colocam ao projeto histórico de transição ao socialismo em curso na Venezuela, incluídos os erros e equívocos. Porém, mesmo estando atentos ao alerta de Lenin no sentido de que “aqueles que esperam ver uma revolução social ‘pura’ nunca viverão para vê-la”, essa força e vitalidade oriundas da participação e do protagonismo dos setores populares, por si só, não garantirão a continuidade do processo revolucionário e a superação dos seus limites.
Como destacado anteriormente, o combate à miséria política levado a cabo nos dezoito anos de Revolução Bolivariana tem contribuído para o desenvolvimento da consciência crítica do proletariado, que não está ligado somente às posturas teóricas ou propagandísticas das forças de definição socialista, vinculando-se, fundamentalmente, com a prática, a experiência de luta e com o exercício direto do poder político por parte dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos. Exatamente esse exercício está desmontando o véu que oculta dos trabalhadores e trabalhadoras a necessidade de transformar profundamente as estruturas sociais que os libertem de todas as formas de dominação.
Necessidade de que a ANC aponte a ruptura com o estado capitalista e a democracia burguesa.
Mesmo o programa de libertação nacional - que corresponde ao primeiro momento do caminho ininterrupto ao socialismo - não pode ser aplicado plenamente dentro dos limites das relações de poder do capitalismo dependente venezuelano. Para avançar a Revolução Bolivariana rumo ao socialismo, foi necessário iniciar o processo de modificação das relações de poder por meio das comunas e conselhos comunais[11]; não só porque a luta de libertação nacional e o caminho para o socialismo são um único processo, mas também porque a quebra das relações de dependência impõe a ruptura das relações de poder na qual se articula e se apoia essa dependência.
Alcançar essas características não significa alcançar o socialismo, fruto de um processo longo e complexo no qual está em jogo a combinação de muitos elementos. É preciso assinalar duas questões fundamentais: em geral, a realização do socialismo significa romper com a democracia burguesa, avançando no sentido de uma democracia participativa e protagônica; além disso, em particular, não é possível romper com a democracia burguesa sem superar os limites que lhe impõe o poder do capital estrangeiro e dos grupos nacionais exploradores.
Portanto, para abrir caminho à transformação revolucionária rumo ao socialismo, o bolivarianismo iniciou um processo de superação da democracia burguesa, limitada pelo poder das minorias antinacionais e antipopulares, apontando para uma futura democracia participativa e protagônica, que tenha como base as comunas e os conselhos comunais.
Foram exatamente os primeiros passos da Revolução Bolivariana nesse sentido que acirraram a luta de classe nos últimos anos e a intervenção aberta e violenta do imperialismo estadunidense e seus aliados internos e externos.
As consequências desse acirramento demonstram a necessidade de duas reflexões para a luta bolivariana: em primeiro lugar, a inviabilidade de uma "fase intermediária", durante a qual, sem alterar as relações de poder político do capital, seriam produzidos avanços e transformações na economia e no campo social que permitiriam, de forma gradual, consolidar uma democracia participativa e protagônica, chegando-se à ruptura da dependência. Em outras palavras: esse processo de acirramento deixa claro que para que o programa de libertação nacional da Revolução Bolivariana possa ser aplicado não é suficiente a chegada ao governo ou uma mera troca de regime político. A aplicação de um programa voltado claramente ao rompimento da submissão do país com os interesses internacionais e com os setores dominantes nacionais só é possível se forem rompidos todos os instrumentos econômicos, políticos e ideológicos que articulam essa dependência.
Em segundo, é preciso abandonar a crença em um processo de desenvolvimento capitalista independente e sustentável garantidor de um estado de bem-estar social e conduzido por um pacto de classe com a "burguesia nacional”. O processo de integração internacional, no modelo capitalista, de um país dependente como a Venezuela é um dado absolutamente evidente, que não pode ser deixado de lado em uma análise séria.
No mundo de empresas transnacionais, que produzem, distribuem e extraem benefícios em escala mundial, as possibilidades de desenvolvimento independente e autossustentável dos capitalistas que operam em escala nacional carecem de significação. O horizonte atual das “burguesias nacionais" se limita, em todo caso, a buscar as melhores formas de integração possível dentro das relações de poder que comandam os interesses do capital internacional.
Por tudo isso, a reorganização da sociedade venezuelana, no sentido da libertação nacional rumo ao socialismo, sob as condições da atual conjuntura politica e do poder de estado no capitalismo dependente, tem sido um processo limitado, distorcido e provisório, que se apresenta cotidianamente como a antessala de um confronto iminente. A convocação da ANC surge a partir desse contexto, para que mais uma vez sejam definidos pelo protagonismo popular e classista os avanços necessários ao aprofundamento da Revolução Bolivariana no caminho do socialismo.
Inexiste espaço para ilusões. O interesse estratégico dos inimigos da Revolução Bolivariana é a manutenção do poder por meio de governos eleitos pelo voto ou por qualquer outro meio que possam utilizar. Apostam até mesmo em um processo de “transação”, do qual resultaria a descaracterização dos objetivos e compromissos da Revolução Bolivariana.
A realidade concreta indica duas possibilidades: ou o processo constituinte define soberamente modificações na Constituição Bolivariana de 1999 para iniciar uma transição socialista na Venezuela, ou presenciaremos uma derrota sem precedentes para nossa Pátria Grande, pois a República Bolivariana da Venezuela é a vanguarda objetiva no enfrentamento dos planos imperialistas dos estadunidenses e seus aliados europeus de recolonização de nosso continente.
* Via e-mail. Aurelio Fernandes é membro do Comitê de Solidariedade com a Revolução Bolivariana no Rio de Janeiro, graduado em Licenciatura em História pela UERJ, pós-graduado em História Social pela UFF e Mestre em Ensino de História pela UERJ.
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[2] Na Venezuela há uma democracia multipartidária, na qual qualquer força política pode concorrer aos processos eleitorais; o PSUV, o partido fundado por Chávez, perdeu as últimas eleições legislativas e existem vários departamentos e municípios governados por partidos de oposição.
[3] Desse total, 364 foram eleitos pelos municípios, 79 pelos trabalhadores, 28 por aposentados, 24 pelos Conselhos Comunais, 24 pelos estudantes, 08 por camponeses, 08 por indígenas, 05 por pessoas com deficiência e 05 por empresários. Cerca de 200 dos delegados constituintes são jovens estudantes e trabalhadores.
[4] A guerra econômica executada na Venezuela desde 2013 por parte da direita apoiada pelo governo dos EUA inclui desestabilização, estocamento, especulação e contrabando de extração, tendo como objetivo repetir as circunstâncias que possibilitaram o golpe contra Salvador Allende, no Chile, em 1973, após a direita promover a escassez e a carência da população.
[5] A Venezuela está sendo alvo de atos de ódio, impulsionados por grupos fascistas, dirigidos e instigados pela Mesa de Unidade Democrática opositora. Desde abril passado até fins de julho, 27 pessoas foram queimadas vivas. A maioria morreu. Os sobreviventes testemunharam o desprezo pela vida praticado pelos opositores fascistas. Os agredidos eram funcionários do governo, negros, pobres ou simplesmente acusados de serem chavistas ou simpatizantes do governo bolivariano. A ONU tipifica essas ações brutais como “crimes de ódio”. Tais atos demonstram a natureza fascista da oposição venezuelana, que utiliza todo o tipo de crimes para atingir seus objetivos. Até a embaixada dos EUA em Caracas alertou seus cidadãos sobre o caráter violento dessas manifestações, sugerindo que se mantivessem afastados dos locais onde ocorreram.
[6] https://gz.diarioliberdade.org/america-latina/item/139395-ongs-de-fachada-sao-financiadas-do-exterior-para-promover-intervencao-na-venezuela.html
[7] Artigo do Moon of Alabama, publicado em 28/07/2017, analisa como a mídia norte-americana sugere pistas para uma intervenção militar na Venezuela. A mesma estratégia de “mudança de regime” já foi aplicada em outros países, com o mesmo objetivo: o controle do petróleo e dos recursos naturais do país. https://jornalistaslivres.org/2017/07/contagem-regressiva-para-uma-guerra-dos-eua-contra-venezuela/ Documento do Comando Sul dos Estados Unidos intitulado “Venezuela Freedom 2 – Operation”, no qual se propõem 12 passos para desestabilizar e gerar um final abrupto ao governo do presidente Nicolás Maduro: http://www.patrialatina.com.br/operacao-venezuela-12-passos-para-um-golpe/
[8] http://www.telesurtv.net/telesuragenda/La-masacre-de-El-Caracazo-20150224-0032.html
[9] Entre 1958 e 1998, no período conhecido como Quarta República, vigorou na Venezuela o “Pacto de Punto Fijo”. Assinado em 31/10/1958, após a queda do Pérez Jimenez e antes das eleições marcadas para aquele ano, o referido pacto foi um acordo entre os partidos políticos venezuelanos Ação Democrática (AD), Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (Copei) e União Republicana Democrática (URD) para sustentar a democracia recém-instaurada por meio da participação equitativa de todos os partidos no executivo, excluindo o Partido Comunista da Venezuela, que foi posteriormente perseguido.
[10] No dia 11/04/2002, a direita venezuelana - a mesma aglutinada hoje na opositora MUD, com o apoio explícito do imperialismo estadunidense e dos grandes meios de comunicação nacionais e internacionais -, organizou um golpe de estado. Horas depois, o povo saiu às ruas, enquanto integrantes da Força Armada se rebelavam contra os golpistas. Multidões cercaram os quartéis em toda Venezuela, exigindo um posicionamento dos militares em defesa da Constituição Bolivariana; em Caracas, os trabalhadores e trabalhadoras das favelas desceram os morros e se dirigiram ao Palácio Presidencial de Miraflores, onde receberam o apoio da Guarda de Honra. Ante a exigência de ver Chávez, e sem um verdadeiro apoio militar, os golpistas foram derrotados. Com a derrota dos golpistas, consolidou-se na consciência critica do proletariado a necessidade - sempre defendida por Chávez -, da união cívico-militar. Retrata esse processo o filme “A Revolução nãos será televisionada”: https://www.youtube.com/watch?v=tRypWYgTKuE
[11] As comunas foram criadas para constituírem formas de autogestão produtiva e política pelos trabalhadores organizados. Possuem um aparato institucional próprio e empresas de propriedade comunal, mantidas sob o controle dos trabalhadores associados, sendo os excedentes completamente revertidos em prol da própria comunidade. São experiências ainda incipientes, que revelam imensa pertinência histórica ao instituírem formas de organização política e de propriedade dos meios de produção distintas das dominanteshttp://www.telesurtv.net/opinion/Existen-las-comunas-en-Venezuela-20170215-0027.html
[11] As comunas foram criadas para constituírem formas de autogestão produtiva e política pelos trabalhadores organizados. Possuem um aparato institucional próprio e empresas de propriedade comunal, mantidas sob o controle dos trabalhadores associados, sendo os excedentes completamente revertidos em prol da própria comunidade. São experiências ainda incipientes, que revelam imensa pertinência histórica ao instituírem formas de organização política e de propriedade dos meios de produção distintas das dominanteshttp://www.telesurtv.net/opinion/Existen-las-comunas-en-Venezuela-20170215-0027.html
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NEO FASCISTAS QUE IMPLANTAVAM TERROR NA VENEZUELA RESPONDERÃO PELOS SEUS ATOS
Por ANDRÉ MOREAU –
A ex- Procuradora Geral da República, Luisa Ortega Diaz, responderá juridicamente por ações de desestabilização da República Bolivariana da Venezuela, especificamente por estimular publicamente manifestações violentas contra instituições públicas e por manter impunes "guarimbeiros" denunciados.
Destituída da função de procuradora por traição a pátria, pelos membros da Assembléia Nacional Constituinte (ANC), por unanimidade, a Sra. Luisa Ortega Diaz, terá que explicar na justiça, porque usou a máquina pública para beneficiar a oposição em ações criminosas que colocaram em risco a segurança e a vida dos cidadãos venezuelanos.
Dos mais de trinta crimes de ódio denunciados, ocorridos para desestabilizar a Revolução Bolivariana, apenas dois foram investigados por orientação da Sra. Luisa Ortega Diaz que depois de dezoito meses de sua posse, pediu a destituição de Magistrados objetivando favorecer mais ainda a oposição, em nítida violação da Lei Orgânica e da Constituição de 15 de dezembro de 1999.
Imediatamente após a decisão dos membros da ANC, editorias dos meios de comunicação golpistas, voltaram seus holofotes para Luisa Ortega Diaz que passou a acusar, sem provas, o Presidente Nicolás Maduro, de corrupção.
Impunidad del Ministerio Público favoreció crímenes de odio, sostuvo Fiscal de la República
Caracas, 07 de agosto de 2017.- La impunidad del Ministerio Público (MP), mientras estuvo a cargo de Luisa Ortega Díaz, favoreció los crímenes de odio, sostuvo este lunes el Fiscal General de la República Bolivariana de Venezuela, Tarek William Saab.
"¿Qué hizo el Ministerio Público para castigar de manera ejemplar los delitos de odio?", preguntó en una rueda de prensa realizada en la sede del MP, en Caracas, junto con el defensor del Pueblo (e), Alfredo Ruiz, y el Contralor General de la República, Manuel Galindo.
"De pronto, entre abril y parte de agosto, esto ha ocurrido y se ha propagado en Venezuela. La Defensoría tiene contabilizada seis muertos por delitos de odio y aproximadamente 30 heridos", precisó el funcionario.
"Frente a estos casos, el Ministerio Público actuó con impunidad para favorecer estos casos de crímenes de odio. Nunca pudimos escuchar que tipificaran así estos delitos terribles, sino más bien tenemos denuncias de familiares de víctimas que nos han dicho que el Ministerio Público nunca los atendió", rechazó Saab.
Lamentó que la "actitud que tuvo la ex fiscal atentó contra la paz de la República. No me cabe la menor duda. Desde la primera declaración del 31 de marzo del presente año hasta la más reciente que dio, durante los meses de abril, mayo, junio, julio, agosto".
El Fiscal General reiteró: "Estoy totalmente convencido. Cada declaración, incitada no sé por quién, no sólo le causaron un grave daño a la institucionalidad democrática, sino que colocaron en muy grave peligro la paz ciudadana, porque las declaraciones fueron acompañadas por una serie de acciones que se convirtieron en la omisión, en la inacción".
Recordó que cada vez que un agente del Estado ha cometido una violación a derechos humanos, la posición es cero impunidad.
Web: http://www.vtv.gob.ve/
Mas conforme informou o Defensor do Povo, novo Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab: "A credibilidade do Ministério Público, será resgatada".
A frustrada tentativa da Sra. Diaz de fazer na Venezuela o que fizeram no Brasil, contra a Presidenta Dilma Rousseff, afastada por um processo de impeachment, sem mérito, golpe chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das tramas entre membros do Tribunal de Contas da União (TCU), brasileiros orientados por agentes do Fundo Monetário Internacional a usar a denominação "pedaladas", marca a existência de outro plano condor, agora com base em ações jurídicas e parlamentares, respaldadas em narrativas de mentiras repetidas sob orientação das editorias dos veículos de comunicação alinhados ao projeto de dominação do Continente, do Estado norte-americano.
Voltando à Venezuela, agora enquanto a população vive momentos de restauração da ordem e da paz, os "guarimbeiros" protegidos pela Sra Luisa Ortega Diaz, estão sendo detidos no Metrô de Caracas com armas brancas, em flagrante, batendo carteiras, roubando celulares, documentos e dinheiro dos trabalhadores. Tratam-se de quadrilhas de "guarimbeiros" que não eram investigadas, porque serviam à oposição na promoção de terror, para desestabilizar o governo.
Em sua primeira intervenção, o então Defensor do Povo, hoje Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab, disse que o Ministério Público estava dividido por "Chantagens" e assegurou que conta com apoio de todos os trabalhadores daquela casa "desde el más humilde portero hasta el más calificado fiscal".
* André Moreau, é Coordenador-Geral da Pastoral IDEA, Professor, Jornalista, Diretor do DEA, Canal Universitário de Niterói, Unitevê, Universidade Federal Fluminense (UFF).
Recordó que cada vez que un agente del Estado ha cometido una violación a derechos humanos, la posición es cero impunidad.
Web: http://www.vtv.gob.ve/
Mas conforme informou o Defensor do Povo, novo Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab: "A credibilidade do Ministério Público, será resgatada".
A frustrada tentativa da Sra. Diaz de fazer na Venezuela o que fizeram no Brasil, contra a Presidenta Dilma Rousseff, afastada por um processo de impeachment, sem mérito, golpe chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir das tramas entre membros do Tribunal de Contas da União (TCU), brasileiros orientados por agentes do Fundo Monetário Internacional a usar a denominação "pedaladas", marca a existência de outro plano condor, agora com base em ações jurídicas e parlamentares, respaldadas em narrativas de mentiras repetidas sob orientação das editorias dos veículos de comunicação alinhados ao projeto de dominação do Continente, do Estado norte-americano.
Voltando à Venezuela, agora enquanto a população vive momentos de restauração da ordem e da paz, os "guarimbeiros" protegidos pela Sra Luisa Ortega Diaz, estão sendo detidos no Metrô de Caracas com armas brancas, em flagrante, batendo carteiras, roubando celulares, documentos e dinheiro dos trabalhadores. Tratam-se de quadrilhas de "guarimbeiros" que não eram investigadas, porque serviam à oposição na promoção de terror, para desestabilizar o governo.
Em sua primeira intervenção, o então Defensor do Povo, hoje Procurador Geral da República, Tarek Willian Saab, disse que o Ministério Público estava dividido por "Chantagens" e assegurou que conta com apoio de todos os trabalhadores daquela casa "desde el más humilde portero hasta el más calificado fiscal".
* André Moreau, é Coordenador-Geral da Pastoral IDEA, Professor, Jornalista, Diretor do DEA, Canal Universitário de Niterói, Unitevê, Universidade Federal Fluminense (UFF).
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ENTREGA DE ARMAS A KIEV É DITADA PELA 'NATUREZA MERCANTILISTA' DOS EUA? PUTIN PESCA, SE BRONZEIA E FAZ MERGULHO EM IMAGENS DA TV RUSSA [VÍDEO]
Em uma entrevista ao canal MSNBC, McMaster frisou que os EUA já estão prestando assistência a Kiev. De acordo com o general, não importa qual a forma concreta de ajuda e a Casa Branca está considerando várias variantes.
"A questão consiste em saber qual a forma que a Ucrânia necessita, sendo que esta deve corresponder aos nossos interesses e ao desejo comum de fazer com que a Rússia pare de levar a cabo novas ações para desestabilizar a situação", afirmou.
Segundo observou o militar americano, as ações de Washington devem se basear nas necessidades de Kiev de "impedir invasões ulteriores" do território ucraniano.
Pentágono está pronto para atuar - Mais cedo, o canal NBC News comunicou, citando altos oficiais anônimos, que o Departamento de Defesa dos EUA recomendou oficialmente à Casa Branca a entrega de modernos armamentos antitanque a Kiev. Trata-se dos complexos de mísseis Javelin, no valor total de cerca de US$ 50 milhões.
De acordo com o canal, atualmente as autoridades americanas estão escolhendo em entregar os sistemas diretamente ou envolver alguns mediadores, bem como avaliando se os especialistas americanos serão capazes de treinar os efetivos ucranianos para que estes possam usar os Javelin.
O almirante retirado, ex-comandante em chefe das forças da OTAN na Europa, James Stavridis, chamou os planos do Pentágono de um "passo correto" e vê nesta iniciativa uma influência direta do chefe da entidade militar americana, James Mattis.
Stavridis tem certeza de que as entregas destes complexos "aumentarão as capacidades de contenção da Ucrânia" e "farão os agressores russos pensarem antes de usar suas armas ofensivas".
Antes do NBC News, tais informações foram divulgadas pelo The Wall Street Journal. Suas fontes na esfera militar e diplomática frisavam que os planos do Pentágono teriam sido elaborados em parceria com o Departamento de Estado. Até se comunicava que esta iniciativa poderia não se limitar a complexos de mísseis e seriam possíveis também entregas dos armamentos de defesa antiaérea.
Acredita-se que todas estas medidas "limitarão os riscos de escalada" do conflito em Donbass, deixando Kiev de ser acusada de ações ofensivas. Caso os militares ucranianos utilizem os equipamentos de forma errada, Washington poderá retirá-los em qualquer momento, afirmou o WSJ.
Interesse de uma nação mercantilista - Já faz muito que se travam discussões sobre as entregas de armas americanas à Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, chamou os relatos recentes de "considerações geopolíticas" e frisou que a postura de Moscou quanto a este assunto não mudará.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, tem várias vezes realçado que as entregas de armas a Kiev levariam a uma escalada de conflito no leste da Ucrânia, por isso todos os países, especialmente aqueles que esperam "tomar alguma parte do processo de paz" deveriam evitar provocações.
Os representantes da República Popular de Donetsk (RPD), por sua vez, afirmam que já faz muito que os países da Aliança Atlântica armam os efetivos ucranianos de forma ilegal, mostrando granadas de estilhaço usadas pelos militares ucranianos na região de Avdeevka.
De acordo com o vice-chefe do comando operativo da RPD, Eduard Basurin, estas granadas são produzidas na Bulgária, e, sendo que este país faz parte da OTAN, isto é a prova da ajuda militar ilegal do Ocidente prestada a Kiev.
A Duma de Estado russa, por seu turno, afirmou que, neste sentido, os EUA perseguem objetivos meramente comerciais, ou seja, tentam lucrar com o conflito ucraniano.
"Os americanos, bem como seu presidente, sempre têm sido uma nação mercantilista. Eles fazem tudo exclusivamente em interesse do seu país, mesmo caso isto prejudique os interesses dos outros países. É nada mais que uma tentativa de vender armas sob pretexto inventado de luta contra uma agressão externa", afirmou o primeiro representante adjunto do Comitê de Defesa da Duma de Estado, Aleksandr Sherin, em uma entrevista ao (RT).
O deputado tem certeza de que, caso as entregas sejam acordadas, junto com as armas chegarão à Ucrânia instrutores americanos. E estes instrutores, segundo ele, ganham bastante dinheiro, já que as despesas, na maioria das vezes, são assumidas pela parte receptora.
"Neste caso, com estas entregas, Kiev gastará o dinheiro que deveria alocar à política social", resumiu.
*via Sputnik
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Em uma entrevista ao canal MSNBC, McMaster frisou que os EUA já estão prestando assistência a Kiev. De acordo com o general, não importa qual a forma concreta de ajuda e a Casa Branca está considerando várias variantes.
"A questão consiste em saber qual a forma que a Ucrânia necessita, sendo que esta deve corresponder aos nossos interesses e ao desejo comum de fazer com que a Rússia pare de levar a cabo novas ações para desestabilizar a situação", afirmou.
Segundo observou o militar americano, as ações de Washington devem se basear nas necessidades de Kiev de "impedir invasões ulteriores" do território ucraniano.
Pentágono está pronto para atuar - Mais cedo, o canal NBC News comunicou, citando altos oficiais anônimos, que o Departamento de Defesa dos EUA recomendou oficialmente à Casa Branca a entrega de modernos armamentos antitanque a Kiev. Trata-se dos complexos de mísseis Javelin, no valor total de cerca de US$ 50 milhões.
De acordo com o canal, atualmente as autoridades americanas estão escolhendo em entregar os sistemas diretamente ou envolver alguns mediadores, bem como avaliando se os especialistas americanos serão capazes de treinar os efetivos ucranianos para que estes possam usar os Javelin.
O almirante retirado, ex-comandante em chefe das forças da OTAN na Europa, James Stavridis, chamou os planos do Pentágono de um "passo correto" e vê nesta iniciativa uma influência direta do chefe da entidade militar americana, James Mattis.
Stavridis tem certeza de que as entregas destes complexos "aumentarão as capacidades de contenção da Ucrânia" e "farão os agressores russos pensarem antes de usar suas armas ofensivas".
Antes do NBC News, tais informações foram divulgadas pelo The Wall Street Journal. Suas fontes na esfera militar e diplomática frisavam que os planos do Pentágono teriam sido elaborados em parceria com o Departamento de Estado. Até se comunicava que esta iniciativa poderia não se limitar a complexos de mísseis e seriam possíveis também entregas dos armamentos de defesa antiaérea.
Acredita-se que todas estas medidas "limitarão os riscos de escalada" do conflito em Donbass, deixando Kiev de ser acusada de ações ofensivas. Caso os militares ucranianos utilizem os equipamentos de forma errada, Washington poderá retirá-los em qualquer momento, afirmou o WSJ.
Interesse de uma nação mercantilista - Já faz muito que se travam discussões sobre as entregas de armas americanas à Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, chamou os relatos recentes de "considerações geopolíticas" e frisou que a postura de Moscou quanto a este assunto não mudará.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, tem várias vezes realçado que as entregas de armas a Kiev levariam a uma escalada de conflito no leste da Ucrânia, por isso todos os países, especialmente aqueles que esperam "tomar alguma parte do processo de paz" deveriam evitar provocações.
Os representantes da República Popular de Donetsk (RPD), por sua vez, afirmam que já faz muito que os países da Aliança Atlântica armam os efetivos ucranianos de forma ilegal, mostrando granadas de estilhaço usadas pelos militares ucranianos na região de Avdeevka.
De acordo com o vice-chefe do comando operativo da RPD, Eduard Basurin, estas granadas são produzidas na Bulgária, e, sendo que este país faz parte da OTAN, isto é a prova da ajuda militar ilegal do Ocidente prestada a Kiev.
A Duma de Estado russa, por seu turno, afirmou que, neste sentido, os EUA perseguem objetivos meramente comerciais, ou seja, tentam lucrar com o conflito ucraniano.
"Os americanos, bem como seu presidente, sempre têm sido uma nação mercantilista. Eles fazem tudo exclusivamente em interesse do seu país, mesmo caso isto prejudique os interesses dos outros países. É nada mais que uma tentativa de vender armas sob pretexto inventado de luta contra uma agressão externa", afirmou o primeiro representante adjunto do Comitê de Defesa da Duma de Estado, Aleksandr Sherin, em uma entrevista ao (RT).
O deputado tem certeza de que, caso as entregas sejam acordadas, junto com as armas chegarão à Ucrânia instrutores americanos. E estes instrutores, segundo ele, ganham bastante dinheiro, já que as despesas, na maioria das vezes, são assumidas pela parte receptora.
"Neste caso, com estas entregas, Kiev gastará o dinheiro que deveria alocar à política social", resumiu.
*via Sputnik
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Putin pesca, se bronzeia e faz mergulho em imagens da TV russa
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ENTREVISTA (2º PARTE) –
“A COREIA SOCIALISTA É UMA FACADA
NO CORAÇÃO DO IMPERIALISMO”
LUCAS RUBIO, COORDENADOR
DA POLÍTICA SONGUN-BRASIL [VÍDEO]
ILUSKA LOPES -
ILUSKA LOPES -
Praticando jornalismo de fato, fazendo contrapondo permanente a nefasta mídia hegemônica, hoje publicamos a segunda parte da entrevista com o coordenador do Centro de Estudos da Política Songun no Brasil (CEPS-BR), LUCAS RUBIO, também colaborador da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical. Para os leitores que perderam a primeira parte da entrevista, veja aqui.
Disciplinada, esta sargento orienta o trânsito nas exemplarmente limpas e pacatas ruas coreanas. Estas belas comunistas com frequência atraem a atenção das câmaras ocidentais /Fotos: flickr RPDC.
Quando em terras brasileiras, pesquisamos sobre a Coreia Socialista em sites de busca, é um festival de mentiras, desinformação e preconceitos. Segundo Lucas Rubio, pesquisador da cultura e da doutrina militar da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o país prioriza investimentos nas artes e cultura. “No período da colonização japonesa, os imperialistas tentaram remover a cultura e as tradições coreanas, no inicio da Revolução existiam muitos analfabetos, o regime socialista retomou a cultura coreana e a incentivou na população, tornando isso uma marca, a valorização das artes e culturas regionais nunca mais parou, seguem até hoje”.
O editor Daniel Mazola lembrou que vivemos numa sociedade de consumo, que o capitalismo vende a ‘promessa de felicidade’ em quase todos os produtos da indústria cultural, claro que essa promessa é tão falsa quanto o sorriso de um carrasco ou da promessa de liberdade dada a todos recém-chegados nos campos de extermino nazistas na Segunda Guerra Mundial. Lucas disse que na Coreia Socialista: “a população tem grande nível cultural e acesso as artes, principalmente cinema, teatro e música. Lá as artes servem ao povo, algumas coisas que aqui no ocidente são chamadas de arte e que degradam as pessoas, as mulheres, ou a nação de alguma forma, não ocorrem na Coreia Socialista, que reflete nas artes um extremo respeito às mulheres e a nação (...). Após o expediente nas fábricas, que possuem salas de teatro e tocam músicas, os operários e camponeses tem acesso ao teatro ou cinema (...). Eles têm o costume de realizar festas gigantescas extremamente organizadas como o festival Arirang, que é realizado no maior estádio do mundo (capacidade 150 mil), é o Estádio 1º de Maio, fica na capital Pyongyang. O país possui um dos maiores estúdios de arte do mundo, que produz muitos filmes e desenhos animados. Muitos desses desenhos são vendidos para o Ocidente e acabam não levando a assinatura original. Podemos ver na Europa, vários desenhos de ótima qualidade que foram produzidos na Coreia Socialista e que as pessoas não sabem que vieram de lá”.
Esporte
Nosso colaborador explicou que o incentivo na área dos esportes também é muito forte: “nas escolas, empresas, indústrias e nas faculdades todos tem acesso, é muito grande o incentivo a pratica de esportes. O estado investe em total infraestrutura para que a população usufrua. A seleção feminina de futebol foi campeã por vários anos de campeonatos na Copa Asiática, eles gostam muito de futebol o que gera identificação com os brasileiros (...). Também gostam de vôlei (foto baixo), basquete, natação e são uma potência no tênis de mesa. Na RIO 2016, a norte Coreana Song Kim I foi medalhista de bronze”.
Mulheres
Lucas Rubio fez questão de frisar que o respeito às mulheres e as pessoas mais velhas na Coreia Socialista é essencial, eles não aceitam a degradação da mulher. “As condições são iguais para homens e mulheres, desde 1946 quando foi assinado a Lei de Igualdade pelo presidente KIM IL SUNG. Metade do Exercito Popular da Coreia é composto por mulheres, não existe paralelo no mundo. As mulheres ocupam cargos de comando nas indústrias, fábricas, empresas e também cargos na política, muito diferente daqui, onde poucas mulheres estão na vida pública e, no entanto a maioria da população é de mulheres”.
As mulheres da capital Pyongyang e jovens marinheiras na parada dos 65 anos do Partido dos Trabalhadores da Coréia
Habitação e Transporte
Segundo Lucas, “na Coreia Socialista a falta de habitação é inaceitável. O estado é o responsável, não existe propriedade privada, o setor da construção é um dos mais ativos e que mais se desenvolvem por lá, eles constroem prédios de apartamentos magníficos para os cidadãos, a aparência dos imóveis é de luxo, são distribuídos gratuitamente à população, respeitando alguns critérios (...), as pessoas ganham moradias que sejam bem próximas ao local de trabalho. Os estudantes que saem do campo para estudar em Pyongyang, tem garantido sua moradia, muito diferente daqui por exemplo, as grandes universidades não conseguem acomodar todos os seus alunos que vem de fora da cidade. O metrô em Pyongyang é uma coisa fora do comum, semelhante ao modelo russo, eles possuem grandes obras de artes, estátuas e lustres, justamente para aproximar a arte ao dia-a-dia das pessoas, seus trens são produzidos na Coreia Socialista”.
A capital Pyongyang, foto tirada durante a ultima parada militar
Quando o editor voltou a perguntar sobre assuntos militares, especialidade do entrevistado, ele falou: “Os norte coreanos desenvolveram uma tecnologia muito avançada no campo balístico, que a maiorias dos outros países não possui, como um míssil pequeno de longo alcance. Isso é uma facada no coração do imperialismo, uma nação pequena, tão independente e desenvolvida”.
Seguiremos trazendo informações exclusivas e diferenciadas, desmistificado conceitos e opiniões a respeito da Coreia Socialista. Visite a página flickr da RPDC e vejam milhares de fotos que confirmam a entrevista, essa é a verdadeira Coreia Socialista. Agora, confira na íntegra a segunda parte da entrevista com Lucas Rubio.
***
Praticando jornalismo de fato, fazendo contrapondo permanente a nefasta mídia hegemônica, hoje publicamos a segunda parte da entrevista com o coordenador do Centro de Estudos da Política Songun no Brasil (CEPS-BR), LUCAS RUBIO, também colaborador da TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical. Para os leitores que perderam a primeira parte da entrevista, veja aqui.
Quando em terras brasileiras, pesquisamos sobre a Coreia Socialista em sites de busca, é um festival de mentiras, desinformação e preconceitos. Segundo Lucas Rubio, pesquisador da cultura e da doutrina militar da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o país prioriza investimentos nas artes e cultura. “No período da colonização japonesa, os imperialistas tentaram remover a cultura e as tradições coreanas, no inicio da Revolução existiam muitos analfabetos, o regime socialista retomou a cultura coreana e a incentivou na população, tornando isso uma marca, a valorização das artes e culturas regionais nunca mais parou, seguem até hoje”.
Disciplinada, esta sargento orienta o trânsito nas exemplarmente limpas e pacatas ruas coreanas. Estas belas comunistas com frequência atraem a atenção das câmaras ocidentais /Fotos: flickr RPDC. |
O editor Daniel Mazola lembrou que vivemos numa sociedade de consumo, que o capitalismo vende a ‘promessa de felicidade’ em quase todos os produtos da indústria cultural, claro que essa promessa é tão falsa quanto o sorriso de um carrasco ou da promessa de liberdade dada a todos recém-chegados nos campos de extermino nazistas na Segunda Guerra Mundial. Lucas disse que na Coreia Socialista: “a população tem grande nível cultural e acesso as artes, principalmente cinema, teatro e música. Lá as artes servem ao povo, algumas coisas que aqui no ocidente são chamadas de arte e que degradam as pessoas, as mulheres, ou a nação de alguma forma, não ocorrem na Coreia Socialista, que reflete nas artes um extremo respeito às mulheres e a nação (...). Após o expediente nas fábricas, que possuem salas de teatro e tocam músicas, os operários e camponeses tem acesso ao teatro ou cinema (...). Eles têm o costume de realizar festas gigantescas extremamente organizadas como o festival Arirang, que é realizado no maior estádio do mundo (capacidade 150 mil), é o Estádio 1º de Maio, fica na capital Pyongyang. O país possui um dos maiores estúdios de arte do mundo, que produz muitos filmes e desenhos animados. Muitos desses desenhos são vendidos para o Ocidente e acabam não levando a assinatura original. Podemos ver na Europa, vários desenhos de ótima qualidade que foram produzidos na Coreia Socialista e que as pessoas não sabem que vieram de lá”.
Esporte
Esporte
Nosso colaborador explicou que o incentivo na área dos esportes também é muito forte: “nas escolas, empresas, indústrias e nas faculdades todos tem acesso, é muito grande o incentivo a pratica de esportes. O estado investe em total infraestrutura para que a população usufrua. A seleção feminina de futebol foi campeã por vários anos de campeonatos na Copa Asiática, eles gostam muito de futebol o que gera identificação com os brasileiros (...). Também gostam de vôlei (foto baixo), basquete, natação e são uma potência no tênis de mesa. Na RIO 2016, a norte Coreana Song Kim I foi medalhista de bronze”.
Mulheres
Lucas Rubio fez questão de frisar que o respeito às mulheres e as pessoas mais velhas na Coreia Socialista é essencial, eles não aceitam a degradação da mulher. “As condições são iguais para homens e mulheres, desde 1946 quando foi assinado a Lei de Igualdade pelo presidente KIM IL SUNG. Metade do Exercito Popular da Coreia é composto por mulheres, não existe paralelo no mundo. As mulheres ocupam cargos de comando nas indústrias, fábricas, empresas e também cargos na política, muito diferente daqui, onde poucas mulheres estão na vida pública e, no entanto a maioria da população é de mulheres”.
Habitação e Transporte
As mulheres da capital Pyongyang e jovens marinheiras na parada dos 65 anos do Partido dos Trabalhadores da Coréia |
Segundo Lucas, “na Coreia Socialista a falta de habitação é inaceitável. O estado é o responsável, não existe propriedade privada, o setor da construção é um dos mais ativos e que mais se desenvolvem por lá, eles constroem prédios de apartamentos magníficos para os cidadãos, a aparência dos imóveis é de luxo, são distribuídos gratuitamente à população, respeitando alguns critérios (...), as pessoas ganham moradias que sejam bem próximas ao local de trabalho. Os estudantes que saem do campo para estudar em Pyongyang, tem garantido sua moradia, muito diferente daqui por exemplo, as grandes universidades não conseguem acomodar todos os seus alunos que vem de fora da cidade. O metrô em Pyongyang é uma coisa fora do comum, semelhante ao modelo russo, eles possuem grandes obras de artes, estátuas e lustres, justamente para aproximar a arte ao dia-a-dia das pessoas, seus trens são produzidos na Coreia Socialista”.
A capital Pyongyang, foto tirada durante a ultima parada militar |
Quando o editor voltou a perguntar sobre assuntos militares, especialidade do entrevistado, ele falou: “Os norte coreanos desenvolveram uma tecnologia muito avançada no campo balístico, que a maiorias dos outros países não possui, como um míssil pequeno de longo alcance. Isso é uma facada no coração do imperialismo, uma nação pequena, tão independente e desenvolvida”.
Seguiremos trazendo informações exclusivas e diferenciadas, desmistificado conceitos e opiniões a respeito da Coreia Socialista. Visite a página flickr da RPDC e vejam milhares de fotos que confirmam a entrevista, essa é a verdadeira Coreia Socialista. Agora, confira na íntegra a segunda parte da entrevista com Lucas Rubio.
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A BANCA, A CORRUPÇÃO E A GUERRA
Por PEDRO AUGUSTO PINHO -
Militares norte coreanos.
Vivemos um mundo que muitos analistas e escritores denominam pós-industrial, outros da informação ou da inteligência ou ainda da globalização, implicitamente indicando uma época de liberdade e de paz.
Muito diferente é meu entendimento. Fomos conduzidos a uma armadilha pelo capital financeiro que acumulou conhecimentos de dominação ao longo dos dois últimos séculos e criou uma verdadeira universidade perpetradora de crimes contra a humanidade.
Um dos crimes será objeto de nossas reflexões neste artigo: a corrupção.
Penso que, qualquer que seja o modo de colocar a mão em seu bolso, provocará um dano incomparavelmente menor do que a colocar em seu cérebro. E é isso que a banca (sistema financeiro, nova ordem mundial ou que alcunha se use) vem fazendo desde o momento que, destruindo culturas, assassinando etnias, forjando falsas realidades e, com insustentáveis pretextos, guerreando todo mundo implantou seu sistema colonial.
Não se iludam, caros leitores, com eventuais progressos econômicos ou avanços tecnológicos que lhes mostrem aqui ou ali; perguntem primeiro quem mais se beneficia senão quem é o único beneficiado com este resultado. E surgirá a banca, os rentistas.
Vou buscar um exemplo difícil para quem me lê e está se informando pela grande mídia: a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) ou Coreia do Norte, retratada em todo ocidente na forma caricatural de uma ditadura familiar comunista, oprimindo um povo faminto para construir armas nucleares.
Comecemos pelo conceito básico sobre o qual se funda o pensamento e a sociedade coreana: o confucionismo.
No milênio que antecedeu a era cristã, surgiram quatro vertentes de pensamento que influenciariam a humanidade: o pré-socrático, do mundo grego, o monoteísmo hebraico, no Oriente Médio, o induísmo (budismo), no subcontinente indiano e o confucionismo. Este último com a fundamental diferença em relação a todos os demais: a origem não divinatória do homem. Confúcio propõe, na sua consolidação do pensamento chinês (Os Analectos), pela primeira vez, a concepção ética do homem, em sua integralidade e universalidade, ao invés de uma criação divina. Pode-se imaginar a consequência para o cotidiano da pessoa e de seus relacionamentos o que significa esta diferença.
Permitam-me tratar de três questões que serão importantes para compreensão da vida na Coreia do Norte. Diz Confúcio: é raro um homem que é bom como filho e obediente como jovem ter a inclinação de transgredir contra seus superiores (Analectos I.2). Também nesta obra encontramos: governar é estar na retidão (A XII.17) e, a terceira, aprender alguma coisa para poder vivê-la a todo momento, não é isso fonte de grande prazer? (A I.1).
Vejamos quais as consequências destas três proposições. Afirma uma das maiores autoridades sobre a História e vida coreana, Charles K. Armstrong: “A reverência à família, ao lider e à distinção social, por exemplo, não foi abolida na Coreia do Norte, mas transferida e reformulada” (The North Korean Revolution, 2003, em Visentini, Pereira e Melchionna, A Revolução Coreana, UNESP, 2015).
O sistema político hereditário, num modelo de círculos concêntricos, que está no pensamento confucionista, se encontra, na verdade, em muitas civilizações, como apontam o historiador indiano Sardar K. M. Panikkar, o ganense Godwin Dogbe e outros analistas da desestruturação de civilizações africanas e asiáticas pelo colonialismo europeu, em especial o inglês. A palavra traduzida por governar significa mais do que uma ação gerencial; zheng tem o sentido de organizar o mundo, originariamente restabelecer o equilíbrio. Logo o que se acusa de ditatorial hereditário está na própria estrutura do pensamento social e político dos norte-coreanos.
Diz Confúcio que o homem se faz ao caminhar, poderíamos até entender que a pedagogia dos saberes surge do confucionismo, mas, efetivamente, a educação com os pés no chão, com crítica e transformadora, é um traço que aproxima a RPDC de Cuba, daí a resiliência com que ambos enfrentaram os bloqueios e os transformaram em fator de maior unidade nacional.
Este aspecto do nacionalismo é extraordinariamente forte na Coreia. Além dos conteúdos filosóficos, houve a dura realidade da colonização japonesa em toda península. Podemos especular que o recente golpe na presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, com muitas identidades ao que foi aplicado em Dilma Rousseff e em outros dirigentes que ousavam construir um caminho à margem da banca, destinou-se a combater naquele país o mesmo pensamento nacionalista do Zuche norte-coreano.
Entender o Zuche é igualmente importante para compreender a RPDC. Charles Armstrong, na mesma citação anterior, alerta: “a nação tornou-se uma espécie de substituto para a classe operária como sujeito primordial da revolução, um movimento que pode ser chamado de nacionalismo proletário”.
A divisão da península coreana pelo Paralelo 38 foi mais um exemplo de atos arbitrários que o colonialismo adota à revelia da humanidade. Ao fazê-lo, no entanto, ao tempo que os Estados Unidos da América (EUA) colocavam um títere, retornando daquela nação imperial onde vivera 37 de seus 60 anos, Syngman Rhee, no poder ao Sul, o norte contou com a liderança de um herói da guerra contra os japoneses, não só na Península como na Manchúria, Kim Il Sung. Este não se submeteria à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a quem coubera o Norte. O Norte era, desde a ocupação japonesa, industrial, com exploração mineral e energia abundante. O sul era agrário, produtor de alimentos.
Kim Il Sung promoveu a reforma agrária com maior e melhor aproveitamento da terra e obtendo o apoio dos camponeses. Dispondo de recursos hidrelétricos desenvolveu o setor industrial com especial atenção à construção civil, têxteis e indústria pesada. Os planos plurianuais até a eclosão da guerra aumentaram de modo significativo a produção do Norte. A Guerra na Coreia foi uma guerra de extermínio. Os EUA usaram napalm e bombardeio massivo para destruir cidades, infraestruturas e a população norte-coreana. A Guerra da Coreia mereceria um artigo especial.
Mas dela resultou esta mistura de confucionismo, marxismo e, principalmente, nacionalismo que se denomina Zuche. Outro estudioso da Coreia, Bruce Cumings (North Korea, 2004, também em Visentini, Pereira e Melchionna) assim descreve: “A Coreia do Norte oferece o melhor exemplo de retiro consciente do sistema mundial capitalista no mundo pós-colonial em desenvolvimento, bem como uma tentativa séria de construção de uma economia independente, autônoma; como resultado, observamos, hoje, a economia industrial mais autárquica no mundo. A Coreia do Norte nunca permaneceu ociosa, sempre avançou”. É o mesmo Cumings quem define o sistema político norte-coreano como corporativista neoconfuciano, tendo o papel revolucionário da classe operária trazido para a nação. Da tradição de Confúcio vem o ideal da família, sendo a nação a grande família, e assim o Estado forte e centralizado se justifica no controle da sociedade. O desenvolvimento autárquico dá ao país menos suscetibilidade às pressões externas, e a existência de armas nucleares estadunidenses ao sul legitima o desenvolvimento da tecnologia nuclear do Norte. Um pequeno país que buscou garantir dentro de sua filosofia a máxima independência possível em relação ao exterior.
Vejamos agora o aspecto corrupto, inerente à banca. Um país autárquico, o que de certo modo é comum na Ásia Oriental Continental, onde a filosofia confucionista prevalece, não é um país belicoso. Por que razão, senão de sua própria segurança e mesmo existência, a RPDC desenvolveria armas e instalações se não fosse para sua defesa. A Coreia do Norte investiu na construção de numerosos túneis e abrigos para proteger sua população de novos bombardeios dos EUA. Nestes abrigos há hospitais, escolas e condições de sobrevivência a um enorme custo que não se fariam necessários se não estivesse a belicosidade da banca a ameaçá-los como o faz em todo mundo.
Mas isto não lhes chega ao conhecimento. A República Popular Democrática da Coreia é um exemplo que une a banca à corrupção e à guerra.
* Enviado para o e-mail da redação. Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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Por PEDRO AUGUSTO PINHO -
Militares norte coreanos. |
Vivemos um mundo que muitos analistas e escritores denominam pós-industrial, outros da informação ou da inteligência ou ainda da globalização, implicitamente indicando uma época de liberdade e de paz.
Muito diferente é meu entendimento. Fomos conduzidos a uma armadilha pelo capital financeiro que acumulou conhecimentos de dominação ao longo dos dois últimos séculos e criou uma verdadeira universidade perpetradora de crimes contra a humanidade.
Um dos crimes será objeto de nossas reflexões neste artigo: a corrupção.
Penso que, qualquer que seja o modo de colocar a mão em seu bolso, provocará um dano incomparavelmente menor do que a colocar em seu cérebro. E é isso que a banca (sistema financeiro, nova ordem mundial ou que alcunha se use) vem fazendo desde o momento que, destruindo culturas, assassinando etnias, forjando falsas realidades e, com insustentáveis pretextos, guerreando todo mundo implantou seu sistema colonial.
Não se iludam, caros leitores, com eventuais progressos econômicos ou avanços tecnológicos que lhes mostrem aqui ou ali; perguntem primeiro quem mais se beneficia senão quem é o único beneficiado com este resultado. E surgirá a banca, os rentistas.
Vou buscar um exemplo difícil para quem me lê e está se informando pela grande mídia: a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) ou Coreia do Norte, retratada em todo ocidente na forma caricatural de uma ditadura familiar comunista, oprimindo um povo faminto para construir armas nucleares.
Comecemos pelo conceito básico sobre o qual se funda o pensamento e a sociedade coreana: o confucionismo.
No milênio que antecedeu a era cristã, surgiram quatro vertentes de pensamento que influenciariam a humanidade: o pré-socrático, do mundo grego, o monoteísmo hebraico, no Oriente Médio, o induísmo (budismo), no subcontinente indiano e o confucionismo. Este último com a fundamental diferença em relação a todos os demais: a origem não divinatória do homem. Confúcio propõe, na sua consolidação do pensamento chinês (Os Analectos), pela primeira vez, a concepção ética do homem, em sua integralidade e universalidade, ao invés de uma criação divina. Pode-se imaginar a consequência para o cotidiano da pessoa e de seus relacionamentos o que significa esta diferença.
Permitam-me tratar de três questões que serão importantes para compreensão da vida na Coreia do Norte. Diz Confúcio: é raro um homem que é bom como filho e obediente como jovem ter a inclinação de transgredir contra seus superiores (Analectos I.2). Também nesta obra encontramos: governar é estar na retidão (A XII.17) e, a terceira, aprender alguma coisa para poder vivê-la a todo momento, não é isso fonte de grande prazer? (A I.1).
Vejamos quais as consequências destas três proposições. Afirma uma das maiores autoridades sobre a História e vida coreana, Charles K. Armstrong: “A reverência à família, ao lider e à distinção social, por exemplo, não foi abolida na Coreia do Norte, mas transferida e reformulada” (The North Korean Revolution, 2003, em Visentini, Pereira e Melchionna, A Revolução Coreana, UNESP, 2015).
O sistema político hereditário, num modelo de círculos concêntricos, que está no pensamento confucionista, se encontra, na verdade, em muitas civilizações, como apontam o historiador indiano Sardar K. M. Panikkar, o ganense Godwin Dogbe e outros analistas da desestruturação de civilizações africanas e asiáticas pelo colonialismo europeu, em especial o inglês. A palavra traduzida por governar significa mais do que uma ação gerencial; zheng tem o sentido de organizar o mundo, originariamente restabelecer o equilíbrio. Logo o que se acusa de ditatorial hereditário está na própria estrutura do pensamento social e político dos norte-coreanos.
Diz Confúcio que o homem se faz ao caminhar, poderíamos até entender que a pedagogia dos saberes surge do confucionismo, mas, efetivamente, a educação com os pés no chão, com crítica e transformadora, é um traço que aproxima a RPDC de Cuba, daí a resiliência com que ambos enfrentaram os bloqueios e os transformaram em fator de maior unidade nacional.
Este aspecto do nacionalismo é extraordinariamente forte na Coreia. Além dos conteúdos filosóficos, houve a dura realidade da colonização japonesa em toda península. Podemos especular que o recente golpe na presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, com muitas identidades ao que foi aplicado em Dilma Rousseff e em outros dirigentes que ousavam construir um caminho à margem da banca, destinou-se a combater naquele país o mesmo pensamento nacionalista do Zuche norte-coreano.
Entender o Zuche é igualmente importante para compreender a RPDC. Charles Armstrong, na mesma citação anterior, alerta: “a nação tornou-se uma espécie de substituto para a classe operária como sujeito primordial da revolução, um movimento que pode ser chamado de nacionalismo proletário”.
A divisão da península coreana pelo Paralelo 38 foi mais um exemplo de atos arbitrários que o colonialismo adota à revelia da humanidade. Ao fazê-lo, no entanto, ao tempo que os Estados Unidos da América (EUA) colocavam um títere, retornando daquela nação imperial onde vivera 37 de seus 60 anos, Syngman Rhee, no poder ao Sul, o norte contou com a liderança de um herói da guerra contra os japoneses, não só na Península como na Manchúria, Kim Il Sung. Este não se submeteria à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a quem coubera o Norte. O Norte era, desde a ocupação japonesa, industrial, com exploração mineral e energia abundante. O sul era agrário, produtor de alimentos.
Kim Il Sung promoveu a reforma agrária com maior e melhor aproveitamento da terra e obtendo o apoio dos camponeses. Dispondo de recursos hidrelétricos desenvolveu o setor industrial com especial atenção à construção civil, têxteis e indústria pesada. Os planos plurianuais até a eclosão da guerra aumentaram de modo significativo a produção do Norte. A Guerra na Coreia foi uma guerra de extermínio. Os EUA usaram napalm e bombardeio massivo para destruir cidades, infraestruturas e a população norte-coreana. A Guerra da Coreia mereceria um artigo especial.
Mas dela resultou esta mistura de confucionismo, marxismo e, principalmente, nacionalismo que se denomina Zuche. Outro estudioso da Coreia, Bruce Cumings (North Korea, 2004, também em Visentini, Pereira e Melchionna) assim descreve: “A Coreia do Norte oferece o melhor exemplo de retiro consciente do sistema mundial capitalista no mundo pós-colonial em desenvolvimento, bem como uma tentativa séria de construção de uma economia independente, autônoma; como resultado, observamos, hoje, a economia industrial mais autárquica no mundo. A Coreia do Norte nunca permaneceu ociosa, sempre avançou”. É o mesmo Cumings quem define o sistema político norte-coreano como corporativista neoconfuciano, tendo o papel revolucionário da classe operária trazido para a nação. Da tradição de Confúcio vem o ideal da família, sendo a nação a grande família, e assim o Estado forte e centralizado se justifica no controle da sociedade. O desenvolvimento autárquico dá ao país menos suscetibilidade às pressões externas, e a existência de armas nucleares estadunidenses ao sul legitima o desenvolvimento da tecnologia nuclear do Norte. Um pequeno país que buscou garantir dentro de sua filosofia a máxima independência possível em relação ao exterior.
Vejamos agora o aspecto corrupto, inerente à banca. Um país autárquico, o que de certo modo é comum na Ásia Oriental Continental, onde a filosofia confucionista prevalece, não é um país belicoso. Por que razão, senão de sua própria segurança e mesmo existência, a RPDC desenvolveria armas e instalações se não fosse para sua defesa. A Coreia do Norte investiu na construção de numerosos túneis e abrigos para proteger sua população de novos bombardeios dos EUA. Nestes abrigos há hospitais, escolas e condições de sobrevivência a um enorme custo que não se fariam necessários se não estivesse a belicosidade da banca a ameaçá-los como o faz em todo mundo.
Mas isto não lhes chega ao conhecimento. A República Popular Democrática da Coreia é um exemplo que une a banca à corrupção e à guerra.
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ENTREVISTA – “O SONHO SEGUE VIVO NA COREIA SOCIALISTA” LUCAS RUBIO, COORDENADOR DO CENTRO DE ESTUDOS DA POLÍTICA SONGUN-BRASIL [VÍDEO]
O entrevistado de hoje é também novo colaborador do site TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, o convite surgiu durante o bate papo com o editor Daniel Mazola. Universitário, LUCAS RUBIO, 20 anos, cursa Letras (Português e Russo) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e representa o Centro de Estudos da Política Songun no Brasil (CEPS-BR). Com sede no Rio de Janeiro, o CEPS-BR visa estudar a doutrina militar da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
Lucas Rubio (foto) começou a se interessar por política no inicio da adolescência, ficava impressionado ao assistir o noticiário televisivo divulgar bizarrices sobre o pequeno país asiático, absurdos como: “todos os civis estão apoiando o regime assassino e assistindo o desfile militar, pois do contrário não terão comida e morrerão de fome”. Foi assim que passou a ter grande interesse em conhecer a fundo o regime socialista da Coreia do Norte e entender como de fato a população vivia naquele pequeno país, com aproximadamente o tamanho do Estado de Roraima e 24 milhões de habitantes.
No atual cenário, Lucas explica que “a ida da esquadra do EUA foi um jogo teatral para intimidar a Coreia do Norte, o país não está disposto a sofrer intimidações, nem se dobrar a provocações. Na parada militar que ocorreu no dia 15 de abril em comemoração aos 105 anos de nascimento do patriarca KIM IL SUNG, avó do atual líder da nação, KIM JONG UN, a Coreia do Norte mostrou que tem sim um míssil intercontinental, e está muito preparada no programa militar, isso da à Coreia Socialista poder de negociação muito maior no jogo geopolítico”.
Parada militar em comemoração ao 105º aniversário de nascimento do fundador da Nação, KIM IL SUNG
A Revolução da Coreia Socialista nasce da luta contra o imperialismo japonês na década de 1920 e seguiu posteriormente contra os Estados Unidos. Lucas destacou: “Após a independência política em 1948, se consolidou a Política Songun para garantir a soberania e defesa do seu povo. O que possibilitou a sobrevivência do regime da Coreia Socialista, durante décadas, foi o investimento em pesquisa militar e armamento. O país sofre até hoje com embargos econômicos iguais aos sofridos pelo regime Cubano, mesmo assim mantêm a nação alimentada, com saúde e educação de primeira qualidade, totalmente gratuito, consciente e politizada. As palavras soberania e independência tem uma importância enorme para a Coreia Socialista, eles lutam para manter isso, a manutenção da nação é vital. A Coreia do Norte não está conduzindo um programa nuclear para bombardear o mundo, apenas para existir, se defender contra o imperialismo dos EUA. (...) Há mais de 70 anos os EUA provocam e tentam intimidar a Coreia Socialista, mesmo assim a Coreia do Norte sempre saiu vitoriosa nas tentativas de destruição do seu regime (suposta ditadura). A Coreia Socialista mais uma vez deu as cartas e ensinou os EUA como é a regra do jogo”.
Lucas Rubio lembrou que os EUA vivem de intimidações e chantagens para garantir a própria hegemonia política e econômica, que a Coreia do Norte é atacada pelos EUA desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que sempre foram derrotados, enfatizou. No ultimo domingo publicamos o seguinte artigo do entrevistado: “A PARADA MILITAR DA COREIA SOCIALISTA [VÍDEO]”, o texto teve grande audiência e repercussão. É a versão contrária da reproduzida pelos barões da mídia, recomendo a todos (as)!
Na próxima semana publicaremos o final dessa entrevista. Agora confira a primeira parte:
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O entrevistado de hoje é também novo colaborador do site TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, o convite surgiu durante o bate papo com o editor Daniel Mazola. Universitário, LUCAS RUBIO, 20 anos, cursa Letras (Português e Russo) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e representa o Centro de Estudos da Política Songun no Brasil (CEPS-BR). Com sede no Rio de Janeiro, o CEPS-BR visa estudar a doutrina militar da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
Lucas Rubio (foto) começou a se interessar por política no inicio da adolescência, ficava impressionado ao assistir o noticiário televisivo divulgar bizarrices sobre o pequeno país asiático, absurdos como: “todos os civis estão apoiando o regime assassino e assistindo o desfile militar, pois do contrário não terão comida e morrerão de fome”. Foi assim que passou a ter grande interesse em conhecer a fundo o regime socialista da Coreia do Norte e entender como de fato a população vivia naquele pequeno país, com aproximadamente o tamanho do Estado de Roraima e 24 milhões de habitantes.
No atual cenário, Lucas explica que “a ida da esquadra do EUA foi um jogo teatral para intimidar a Coreia do Norte, o país não está disposto a sofrer intimidações, nem se dobrar a provocações. Na parada militar que ocorreu no dia 15 de abril em comemoração aos 105 anos de nascimento do patriarca KIM IL SUNG, avó do atual líder da nação, KIM JONG UN, a Coreia do Norte mostrou que tem sim um míssil intercontinental, e está muito preparada no programa militar, isso da à Coreia Socialista poder de negociação muito maior no jogo geopolítico”.
Parada militar em comemoração ao 105º aniversário de nascimento do fundador da Nação, KIM IL SUNG |
A Revolução da Coreia Socialista nasce da luta contra o imperialismo japonês na década de 1920 e seguiu posteriormente contra os Estados Unidos. Lucas destacou: “Após a independência política em 1948, se consolidou a Política Songun para garantir a soberania e defesa do seu povo. O que possibilitou a sobrevivência do regime da Coreia Socialista, durante décadas, foi o investimento em pesquisa militar e armamento. O país sofre até hoje com embargos econômicos iguais aos sofridos pelo regime Cubano, mesmo assim mantêm a nação alimentada, com saúde e educação de primeira qualidade, totalmente gratuito, consciente e politizada. As palavras soberania e independência tem uma importância enorme para a Coreia Socialista, eles lutam para manter isso, a manutenção da nação é vital. A Coreia do Norte não está conduzindo um programa nuclear para bombardear o mundo, apenas para existir, se defender contra o imperialismo dos EUA. (...) Há mais de 70 anos os EUA provocam e tentam intimidar a Coreia Socialista, mesmo assim a Coreia do Norte sempre saiu vitoriosa nas tentativas de destruição do seu regime (suposta ditadura). A Coreia Socialista mais uma vez deu as cartas e ensinou os EUA como é a regra do jogo”.
Lucas Rubio lembrou que os EUA vivem de intimidações e chantagens para garantir a própria hegemonia política e econômica, que a Coreia do Norte é atacada pelos EUA desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que sempre foram derrotados, enfatizou. No ultimo domingo publicamos o seguinte artigo do entrevistado: “A PARADA MILITAR DA COREIA SOCIALISTA [VÍDEO]”, o texto teve grande audiência e repercussão. É a versão contrária da reproduzida pelos barões da mídia, recomendo a todos (as)!
Na próxima semana publicaremos o final dessa entrevista. Agora confira a primeira parte:
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A PARADA MILITAR DA COREIA SOCIALISTA [VÍDEO]
Por LUCAS RUBIO -
Na madrugada de ontem (15), por volta das 10 da manhã em Pyongyang, a República Popular Democrática da Coreia realizou uma imensa demonstração de força, em vários sentidos. A parada militar em comemoração ao 105º aniversário de nascimento do fundador da Nação, KIM IL SUNG, deixou o mundo em alerta. E o desfile foi incrível! Até mesmo a mídia global, a mesma que adora desdenhar da Coreia, classificou o evento como "demonstração de grandeza sem precedentes" e "impressionante parada militar".
Realizar uma parada militar é mandar uma mensagem. Não é uma simples comemoração. Existe um grande simbolismo por trás de uma parada militar. E as circunstâncias em que ela acontece, bem como o que é dito e mostrado durante o evento, mostram essa mensagem clara para o mundo.
A situação na Península Coreana está muito tensa, como sabemos. As manobras dos imperialistas dos Estados Unidos para sufocar e destruir a Coreia Socialista estão mais claras do que nunca e se revelam covardes e desesperadas. Até mesmo uma frota com poderosos navios foram movidos para a costa da Coreia. Some esse fato com a recente implantação de sistemas anti-mísseis no sul da Coreia e com as declarações de guerra feitas abertamente pelos Estados Unidos.
Mas o interessante aqui é que mesmo em meio a essa situação, em que a mídia ocidental chegou a inventar que a população da capital Pyongyang estava sendo evacuada, o Marechal KIM JONG UN e seu povo decidiu realizar a parada militar. Poderíamos até mesmo fazer um paralelo com a situação soviética em 7 de novembro de 1941, em que as tropas fascistas estavam nas cercanias de Moscou e mesmo assim Stalin realizou o desfile em comemoração ao aniversário da Revolução Russa. Essa já é a primeira mensagem da parada: não importa o ambiente hostil que esteja pairando sobre eles, o povo coreano é forte e está determinado a fazer o que ele bem entender.
Os preparativos desse ano para a parada foram especiais. Algo raro de acontecer, aconteceu: mídias do mundo todo, inclusive a BBC e CNN, tiveram acesso com seus links ao vivo para transmitir o evento aos seus países via televisão ou internet. Muitos jornalistas estavam no lugar para cobrir o evento. Além disso, a Praça Kim Il Sung estava belamente decorada, com muitas bandeiras e até mesmo com edifícios novos na sua paisagem ao fundo. A banda começa a tocar para anunciar a chegada das tropas, que marcham para a formação de espera. Esse ano o tom da banda marcial estava mais alto e nitidamente mais 'forte' que nos anos anteriores.
Depois de uns minutos de espera, chega o Marechal Supremo KIM JONG UN, que, para nossa surpresa, estava vestindo um terno comum, sem seu traje mandarim tradicional. Alguns militares, como Choe Ryong Hae, vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional e ocupante de importantes cargos, acompanharam KIM JONG UN no terno. Na hora do discurso, outra surpresa: o silêncio de KIM JONG UN. Quem discursou em seu lugar foi justamente Choe Ryong Hae, talvez para preservar a imagem do Marechal ou por algum outro motivo (cansaço, talvez? Lidar com toda essa situação geralmente é muito complicado e pode nos desmotivar num discurso longo). Aqui fica a mensagem verbal. Não tive ainda o acesso ao que disse o Ministro, mas pela entonação e por já conhecermos o histórico dos norte-coreanos, podemos ter certeza que foi uma mensagem bem certeira no coração do imperialismo. Afinal o dia era de festa nacional, de comemorar a vida do homem que dedicou toda sua existência ao bem do povo coreano e libertou a Pátria dos dois mais terríveis imperialismos da História: o japonês e o americano.
Durante a revista de tropas por altos oficiais do Exército Popular da Coreia, já conseguíamos ter a noção da imensa dimensão do desfile, bem como observar novos uniformes de alguns pelotões e os novos equipamentos estacionados nas ruas próximas à Praça Kim Il Sung, esperando para desfilar.
A parada começa. O estilo de marcha dos norte-coreanos é louvável. Outra mensagem simbólica: força, sincronia, perfeição e lealdade. Milhares de soldados mostraram que estão prontos para, a qualquer momento, começar a guerra santa de libertação da Pátria e defesa do socialismo. Foram apresentados novos uniformes de camuflagem de montanha, um pelotão de forças especiais com pintura de guerra nos rostos dos soldados, algo inédito nas paradas, além de uma divisão com roupa branca de atuação na neve. Quem fechou o desfile de marcha foram pelotões de universitários.
Na hora do desfile motorizado, muitas surpresas. Novas armas foram apresentadas pela primeira vez em desfile. Armas que desde 2016 vimos em testes e vídeos, mas que finalmente hoje podemos ver em glorioso ritmo de desfile. Puxando a parte das novidades, os novos veículos fabricados totalmente na Coreia. Foram inicialmente projetados para lançar apenas um míssil, mas os que puxavam o desfile foram adaptados para lançarem até 4 mísseis de curto alcance. Depois, exibidos de uma forma inédita, em caminhões, os poderosos mísseis Puksuksong-2, capazes de carregarem ogivas nucleares e serem lançadas por submarino ou então pelos novos veículos inventados no início desse ano. Após isso, alguns tanques que tiveram os chassis aproveitados para servirem de base lançadora, com mísseis renovados em cima. E depois deles, o que para mim são os mais interessantes, os novos veículos que são os lançadores dos Pukguksong-2 em terra. Lindos e fortes! E por fim, os mais temíveis e esperados: os imensos mísseis intercontinentais! Sim, eles existem e foram demonstrados hoje no desfile. Sendo assim, comprovadamente a Coreia do Norte tem capacidade de atingir os Estados Unidos com lançamentos através do seu próprio território. E essa é uma grande conquista na geopolítica local e global. Preciso comentar que tipo de mensagem fortíssima foi essa?
Por vários momentos, aviões sincronizados cruzavam o céu formando o número 105, em referência aos 105 anos de nascimento de KIM IL SUNG.
Depois da parada militar, milhares e milhares de civis lotaram a Praça Kim Il Sung em uma grande demonstração de amor à Liderança Suprema e de apoio total ao seu governo e Pátria socialista. Imensos carros alegóricos traziam imagens triunfantes de KIM IL SUNG, KIM JONG IL e outros elementos típicos da estética jucheana: trabalhadores, soldados, armas, equipamentos de trabalho, livros, alusões à conquista científica e espacial, bem como elementos da natureza do País, como flores nacionais. Conquistas sociais como igualdade entre homens e mulheres e o desejo de reunificação da Coreia também estavam presentes nesses belos carros.
No final, a plateia aplaudiu intensamente por vários minutos o Marechal KIM JONG UN, que acenava para o público e sorria em agradecimento pelo apoio. Durante todo o desfile ele esteve atentamente analisando os destacamentos militares e saudando a população que passava pela tribuna com grande alegria.
E as consequências da grandiosa festa foram imediatas: a mídia do mundo todo correu pra classificar e analisar os novos equipamentos e toda a mensagem semiótica por trás da parada. Estamos aqui falando de milímetros de movimentos que significam coisas. A roupa, o silêncio, o novo equipamento, tudo faz parte de uma guerra com e sem palavras contra o imperialismo. Jornais do mundo transmitiram surpresa ao ver o desfile extremamente organizado, disciplinado e grandioso. A própria Rede Globo transmitiu durante todo o dia cenas do desfile e admitiu a grandeza do ato.
Por fim, fica para a gente a admiração pelo povo coreano e o desejo de que eles alcancem a vitória, alavancando a vitória dos trabalhadores no mundo todo. O desfile de hoje foi uma prova de como aquele povo pequeno em número e em tamanho é capaz de fazer frente ao gigante devastador que é os Estados Unidos e fazer até mesmo o demente do Trump recuar.
GLÓRIAS AO ANIVERSÁRIO DE KIM IL SUNG!
VIVA A LUTA DO POVO COREANO!
VIDA LONGA AO SUPREMO MARECHAL KIM JONG UN! MANSE!!!
Assista o desfile completo:
* Lucas Rubio, 20 anos, estudante de Letras na UFRJ e representante do Centro de Estudos da Política Songun-Brasil. Reproduzido do Facebook do autor
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Por LUCAS RUBIO -
Na madrugada de ontem (15), por volta das 10 da manhã em Pyongyang, a República Popular Democrática da Coreia realizou uma imensa demonstração de força, em vários sentidos. A parada militar em comemoração ao 105º aniversário de nascimento do fundador da Nação, KIM IL SUNG, deixou o mundo em alerta. E o desfile foi incrível! Até mesmo a mídia global, a mesma que adora desdenhar da Coreia, classificou o evento como "demonstração de grandeza sem precedentes" e "impressionante parada militar".
Realizar uma parada militar é mandar uma mensagem. Não é uma simples comemoração. Existe um grande simbolismo por trás de uma parada militar. E as circunstâncias em que ela acontece, bem como o que é dito e mostrado durante o evento, mostram essa mensagem clara para o mundo.
A situação na Península Coreana está muito tensa, como sabemos. As manobras dos imperialistas dos Estados Unidos para sufocar e destruir a Coreia Socialista estão mais claras do que nunca e se revelam covardes e desesperadas. Até mesmo uma frota com poderosos navios foram movidos para a costa da Coreia. Some esse fato com a recente implantação de sistemas anti-mísseis no sul da Coreia e com as declarações de guerra feitas abertamente pelos Estados Unidos.
Mas o interessante aqui é que mesmo em meio a essa situação, em que a mídia ocidental chegou a inventar que a população da capital Pyongyang estava sendo evacuada, o Marechal KIM JONG UN e seu povo decidiu realizar a parada militar. Poderíamos até mesmo fazer um paralelo com a situação soviética em 7 de novembro de 1941, em que as tropas fascistas estavam nas cercanias de Moscou e mesmo assim Stalin realizou o desfile em comemoração ao aniversário da Revolução Russa. Essa já é a primeira mensagem da parada: não importa o ambiente hostil que esteja pairando sobre eles, o povo coreano é forte e está determinado a fazer o que ele bem entender.
Os preparativos desse ano para a parada foram especiais. Algo raro de acontecer, aconteceu: mídias do mundo todo, inclusive a BBC e CNN, tiveram acesso com seus links ao vivo para transmitir o evento aos seus países via televisão ou internet. Muitos jornalistas estavam no lugar para cobrir o evento. Além disso, a Praça Kim Il Sung estava belamente decorada, com muitas bandeiras e até mesmo com edifícios novos na sua paisagem ao fundo. A banda começa a tocar para anunciar a chegada das tropas, que marcham para a formação de espera. Esse ano o tom da banda marcial estava mais alto e nitidamente mais 'forte' que nos anos anteriores.
Depois de uns minutos de espera, chega o Marechal Supremo KIM JONG UN, que, para nossa surpresa, estava vestindo um terno comum, sem seu traje mandarim tradicional. Alguns militares, como Choe Ryong Hae, vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional e ocupante de importantes cargos, acompanharam KIM JONG UN no terno. Na hora do discurso, outra surpresa: o silêncio de KIM JONG UN. Quem discursou em seu lugar foi justamente Choe Ryong Hae, talvez para preservar a imagem do Marechal ou por algum outro motivo (cansaço, talvez? Lidar com toda essa situação geralmente é muito complicado e pode nos desmotivar num discurso longo). Aqui fica a mensagem verbal. Não tive ainda o acesso ao que disse o Ministro, mas pela entonação e por já conhecermos o histórico dos norte-coreanos, podemos ter certeza que foi uma mensagem bem certeira no coração do imperialismo. Afinal o dia era de festa nacional, de comemorar a vida do homem que dedicou toda sua existência ao bem do povo coreano e libertou a Pátria dos dois mais terríveis imperialismos da História: o japonês e o americano.
Durante a revista de tropas por altos oficiais do Exército Popular da Coreia, já conseguíamos ter a noção da imensa dimensão do desfile, bem como observar novos uniformes de alguns pelotões e os novos equipamentos estacionados nas ruas próximas à Praça Kim Il Sung, esperando para desfilar.
A parada começa. O estilo de marcha dos norte-coreanos é louvável. Outra mensagem simbólica: força, sincronia, perfeição e lealdade. Milhares de soldados mostraram que estão prontos para, a qualquer momento, começar a guerra santa de libertação da Pátria e defesa do socialismo. Foram apresentados novos uniformes de camuflagem de montanha, um pelotão de forças especiais com pintura de guerra nos rostos dos soldados, algo inédito nas paradas, além de uma divisão com roupa branca de atuação na neve. Quem fechou o desfile de marcha foram pelotões de universitários.
Na hora do desfile motorizado, muitas surpresas. Novas armas foram apresentadas pela primeira vez em desfile. Armas que desde 2016 vimos em testes e vídeos, mas que finalmente hoje podemos ver em glorioso ritmo de desfile. Puxando a parte das novidades, os novos veículos fabricados totalmente na Coreia. Foram inicialmente projetados para lançar apenas um míssil, mas os que puxavam o desfile foram adaptados para lançarem até 4 mísseis de curto alcance. Depois, exibidos de uma forma inédita, em caminhões, os poderosos mísseis Puksuksong-2, capazes de carregarem ogivas nucleares e serem lançadas por submarino ou então pelos novos veículos inventados no início desse ano. Após isso, alguns tanques que tiveram os chassis aproveitados para servirem de base lançadora, com mísseis renovados em cima. E depois deles, o que para mim são os mais interessantes, os novos veículos que são os lançadores dos Pukguksong-2 em terra. Lindos e fortes! E por fim, os mais temíveis e esperados: os imensos mísseis intercontinentais! Sim, eles existem e foram demonstrados hoje no desfile. Sendo assim, comprovadamente a Coreia do Norte tem capacidade de atingir os Estados Unidos com lançamentos através do seu próprio território. E essa é uma grande conquista na geopolítica local e global. Preciso comentar que tipo de mensagem fortíssima foi essa?
Por vários momentos, aviões sincronizados cruzavam o céu formando o número 105, em referência aos 105 anos de nascimento de KIM IL SUNG.
Depois da parada militar, milhares e milhares de civis lotaram a Praça Kim Il Sung em uma grande demonstração de amor à Liderança Suprema e de apoio total ao seu governo e Pátria socialista. Imensos carros alegóricos traziam imagens triunfantes de KIM IL SUNG, KIM JONG IL e outros elementos típicos da estética jucheana: trabalhadores, soldados, armas, equipamentos de trabalho, livros, alusões à conquista científica e espacial, bem como elementos da natureza do País, como flores nacionais. Conquistas sociais como igualdade entre homens e mulheres e o desejo de reunificação da Coreia também estavam presentes nesses belos carros.
No final, a plateia aplaudiu intensamente por vários minutos o Marechal KIM JONG UN, que acenava para o público e sorria em agradecimento pelo apoio. Durante todo o desfile ele esteve atentamente analisando os destacamentos militares e saudando a população que passava pela tribuna com grande alegria.
E as consequências da grandiosa festa foram imediatas: a mídia do mundo todo correu pra classificar e analisar os novos equipamentos e toda a mensagem semiótica por trás da parada. Estamos aqui falando de milímetros de movimentos que significam coisas. A roupa, o silêncio, o novo equipamento, tudo faz parte de uma guerra com e sem palavras contra o imperialismo. Jornais do mundo transmitiram surpresa ao ver o desfile extremamente organizado, disciplinado e grandioso. A própria Rede Globo transmitiu durante todo o dia cenas do desfile e admitiu a grandeza do ato.
Por fim, fica para a gente a admiração pelo povo coreano e o desejo de que eles alcancem a vitória, alavancando a vitória dos trabalhadores no mundo todo. O desfile de hoje foi uma prova de como aquele povo pequeno em número e em tamanho é capaz de fazer frente ao gigante devastador que é os Estados Unidos e fazer até mesmo o demente do Trump recuar.
GLÓRIAS AO ANIVERSÁRIO DE KIM IL SUNG!
VIVA A LUTA DO POVO COREANO!
VIDA LONGA AO SUPREMO MARECHAL KIM JONG UN! MANSE!!!
Assista o desfile completo:
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O fundador da organização que luta pela transparência das informações, conhecida como Wikileaks, divulgou um anúncio no dia 1 de dezembro de 2016, expondo mais de 500.000 arquivos diplomáticos arquivados desde 1979, que, de modo sucinto, revelam que a CIA (Central Intelligence Agency - Agência Central de Inteligência, o maior órgão de informações, espionagem e contra-espionagem dos EUA) foi responsável pela criação do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).
O fundador da organização que luta pela transparência das informações, conhecida como Wikileaks, divulgou um anúncio no dia 1 de dezembro de 2016, expondo mais de 500.000 arquivos diplomáticos arquivados desde 1979, que, de modo sucinto, revelam que a CIA (Central Intelligence Agency - Agência Central de Inteligência, o maior órgão de informações, espionagem e contra-espionagem dos EUA) foi responsável pela criação do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).
O período de divulgação desses dados coincidiu com o sexto aniversário da divulgação "Cablegate" do WikiLeaks, que expôs as maquinações do império dos EUA. A divulgação mais recente, conhecida como "Carter Cables", expõe 531.525 novos arquivos diplomáticos aos já volumosos registros da Public Library of US Diplomacy (PLUSD - Biblioteca Pública da Diplomacia dos EUA).
Num comunicado divulgado na exposição dos arquivos do "Carter Cables", Julian Assange mapeou os eventos desde 1979, começando por uma série de eventos que culminaram com o surgimento do Estado Islâmico.
"Se podemos indicar algum ano como o 'marco zero' de nossa era, esse ano é 1979", disse Assange. Assange mostra a realidade de que as raízes do terrorismo islâmico moderno começaram a se fixar por uma parceria entre a CIA e o governo da Arábia Saudita, investindo bilhões de dólares para criar uma força "mujahideen" para lutar contra a União Soviética no Afeganistão - e que, em última análise, favoreceu a criação da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.
Assange não está sozinho nessas alegações. De acordo com uma pesquisa da Express, a maioria da população compreende que a política externa dos EUA criou o Estado Islâmico. Assange revela que o ataque do 11 de Setembro e a invasão do Afeganistão estão diretamente ligadas ao surgimento do ISIS.
"No Oriente Médio, a Revolução Iraniana, a revolta islâmica na Arábia Saudita e os acordos do Campo Davi (entre Egito e Israel) levaram não somente à atual dinâmica de poder regional, como também mudaram decisivamente a relação entre petróleo, islamismo militante e questões mundiais.
"A revolta em Meca mudou permanentemente a Arábia Saudita para o wahhabismo, levando à difusão transnacional do fundamentalismo islâmico e à desestabilização do Afeganistão", disse Assange. "A invasão do Afeganistão pela URSS fez com que a CIA investisse bilhões de dólares em guerrilheiros mujahideen como parte da Operação Ciclone, fomentando o surgimento da Al-Qaeda e o eventual colapso da União Soviética".
"A difusão da islamização havia chegado ao Paquistão, desde 1979, onde ocorreram os episódios da queima da embaixada dos EUA e o assassinato do então primeiro ministro paquistanês, Zulfikar Ali Bhutto".
"A crise dos reféns iranianos acabou minando a presidência de Jimmy Carter, levando à eleição de Ronald Reagan".
"O surgimento da Al-Qaeda eventualmente levou ao atentado do 11 de Setembro de 2001 e outros ataques aos Estados Unidos, permitindo a invasão dos EUA contra o Afeganistão e o Iraque, causando uma década inteira de guerra que, no fim, resultou na base ideológica, financeira e geográfica para o ISIS", disse Julian Assange.
Em adição ao surgimento do islamismo militante global, as últimas divulgações incluem dados sobre a eleição de Margaret Thatcher como primeira ministra britânica. O incidente na ilha Three Mile também é mostrado como parte de eventos que ligam as conexões de Henry Kissinger com David Rockefeller, que buscava um local para resguardar o xá deposto do Irã.
"Em 1979, parecia que o sangue nunca iria parar", disse Assange. "Dúzias de países foram palcos de assassinatos, golpes, revoltas, bombardeios, sequestros de políticos e guerras de liberação". Com a divulgação dos chamados "Carter Cables", o WikiLeaks já publicou um total de 3.3milhões de arquivos diplomáticos dos EUA. Mantendo-se fiel ao seu lema, o site WikiLeaks continua a expor dados secretos dos governos.
Numa entrevista com Assange, ele aponta um e-mail enviado a Podesta, expondo os governos da Arábia Saudita e do Qatar como diretamente ligados ao ISIS. No e-mail, enviado em 17 de agosto de 2014, Hillary Clinton pediu que John Podesta ajudasse a "pressionar" os governos do Qatar e da Arábia Saudita a fornecer mais apoio ao ISIS, por aqueles que são considerados geralmente como aliados próximos dos EUA (algo que os pronunciamentos oficiais dos EUA continuam a negar publicamente).
O e-mail de Hillary Clinton para Podesta revela claramente a realidade da situação. "Precisamos usar nossa diplomacia e, mais ainda, nossa inteligência tradicional para pressionar os governos do Qatar e da Arábia Saudita, que estão fornecendo financiamento e logística clandestinos para o ISIS e outros grupos radicais sunitas na região", escreveu Clinton no e-mail. (via Ação Avante)
***
EUA iniciam ofensiva sobre Mossul nos próximos dias
As forças do Iraque irão retomar sua ofensiva contra o Estado Islâmico dentro de Mossul nos próximos dias, nova fase da operação de dois meses que deixará os militares dos Estados Unidos mais perto da linha de frente da cidade, disse um comandante de batalha norte-americano.
A batalha por Mossul, que envolve 100 mil tropas iraquianas, membros de forças de segurança curdas e milicianos xiitas. É a maior operação terrestre no Iraque desde a invasão liderada pelos EUA em 2003.
Parece provável que a próxima fase dará aos soldados norte-americanos sua maior atuação em combate desde que cumpriram a promessa de seu presidente, Barack Obama, de se retirarem do país em 2011.
Soldados iraquianos de elite retomaram um quarto de Mossul. O último grande bastião dos jihadistas no Iraque. Mas seu avanço tem sido lento e custoso. Neste mês eles entraram em uma “recomposição operacional” já planejada, a primeira pausa significativa da campanha.
Duas semanas atrás, uma unidade fortemente blindada de vários milhares de policiais federais foi transferida dos arredores do sul. Para reforçar a frente leste depois que unidades do Exército assessoradas pelos norte-americanos sofreram baixas pesadas durante um contra-ataque do Estado Islâmico.
Conselheiros dos EUA, parte de uma coalizão internacional que realizou milhares de ataques aéreos. E treinou dezenas de milhares de soldados iraquianos, irão trabalhar diretamente com estas forças e com uma força de elite do Ministério do Interior.
Ataque
– Neste momento estamos, na verdade, nos aprontando para a próxima fase do ataque. Quando começaremos a penetração no interior do leste de Mossul – disse o tenente-coronel Stuart James, comandante de um batalhão de combate que assessora forças de segurança do Iraque na frente do extremo sul, em entrevista à agência inglesa de notícas Reuters no final de domingo.
– Então, neste momento, posicionando forças e posicionando homens e equipamentos no interior do leste de Mossul. Irá acontecer nos próximos dias.
A manobra irá levar as tropas dos EUA para dentro da cidade de Mossul propriamente dita e expô-las a maior risco. Embora James tenha dito que o nível de perigo ainda está caracterizado como “moderado”. Três efetivos norte-americanos foram mortos no norte do país nos últimos 15 meses.
James, que falava de um posto avançado austero localizado no leste de Mossul. Onde várias centenas de tropas de seu país estão a postos, disse que o ritmo da próxima fase no flanco leste irá depender da resistência do Estado Islâmico.(informações Reuters)
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O período de divulgação desses dados coincidiu com o sexto aniversário da divulgação "Cablegate" do WikiLeaks, que expôs as maquinações do império dos EUA. A divulgação mais recente, conhecida como "Carter Cables", expõe 531.525 novos arquivos diplomáticos aos já volumosos registros da Public Library of US Diplomacy (PLUSD - Biblioteca Pública da Diplomacia dos EUA).
Num comunicado divulgado na exposição dos arquivos do "Carter Cables", Julian Assange mapeou os eventos desde 1979, começando por uma série de eventos que culminaram com o surgimento do Estado Islâmico.
"Se podemos indicar algum ano como o 'marco zero' de nossa era, esse ano é 1979", disse Assange. Assange mostra a realidade de que as raízes do terrorismo islâmico moderno começaram a se fixar por uma parceria entre a CIA e o governo da Arábia Saudita, investindo bilhões de dólares para criar uma força "mujahideen" para lutar contra a União Soviética no Afeganistão - e que, em última análise, favoreceu a criação da Al-Qaeda e do Estado Islâmico.
Assange não está sozinho nessas alegações. De acordo com uma pesquisa da Express, a maioria da população compreende que a política externa dos EUA criou o Estado Islâmico. Assange revela que o ataque do 11 de Setembro e a invasão do Afeganistão estão diretamente ligadas ao surgimento do ISIS.
"No Oriente Médio, a Revolução Iraniana, a revolta islâmica na Arábia Saudita e os acordos do Campo Davi (entre Egito e Israel) levaram não somente à atual dinâmica de poder regional, como também mudaram decisivamente a relação entre petróleo, islamismo militante e questões mundiais.
"A revolta em Meca mudou permanentemente a Arábia Saudita para o wahhabismo, levando à difusão transnacional do fundamentalismo islâmico e à desestabilização do Afeganistão", disse Assange. "A invasão do Afeganistão pela URSS fez com que a CIA investisse bilhões de dólares em guerrilheiros mujahideen como parte da Operação Ciclone, fomentando o surgimento da Al-Qaeda e o eventual colapso da União Soviética".
"A difusão da islamização havia chegado ao Paquistão, desde 1979, onde ocorreram os episódios da queima da embaixada dos EUA e o assassinato do então primeiro ministro paquistanês, Zulfikar Ali Bhutto".
"A crise dos reféns iranianos acabou minando a presidência de Jimmy Carter, levando à eleição de Ronald Reagan".
"O surgimento da Al-Qaeda eventualmente levou ao atentado do 11 de Setembro de 2001 e outros ataques aos Estados Unidos, permitindo a invasão dos EUA contra o Afeganistão e o Iraque, causando uma década inteira de guerra que, no fim, resultou na base ideológica, financeira e geográfica para o ISIS", disse Julian Assange.
Em adição ao surgimento do islamismo militante global, as últimas divulgações incluem dados sobre a eleição de Margaret Thatcher como primeira ministra britânica. O incidente na ilha Three Mile também é mostrado como parte de eventos que ligam as conexões de Henry Kissinger com David Rockefeller, que buscava um local para resguardar o xá deposto do Irã.
"Em 1979, parecia que o sangue nunca iria parar", disse Assange. "Dúzias de países foram palcos de assassinatos, golpes, revoltas, bombardeios, sequestros de políticos e guerras de liberação". Com a divulgação dos chamados "Carter Cables", o WikiLeaks já publicou um total de 3.3milhões de arquivos diplomáticos dos EUA. Mantendo-se fiel ao seu lema, o site WikiLeaks continua a expor dados secretos dos governos.
Numa entrevista com Assange, ele aponta um e-mail enviado a Podesta, expondo os governos da Arábia Saudita e do Qatar como diretamente ligados ao ISIS. No e-mail, enviado em 17 de agosto de 2014, Hillary Clinton pediu que John Podesta ajudasse a "pressionar" os governos do Qatar e da Arábia Saudita a fornecer mais apoio ao ISIS, por aqueles que são considerados geralmente como aliados próximos dos EUA (algo que os pronunciamentos oficiais dos EUA continuam a negar publicamente).
O e-mail de Hillary Clinton para Podesta revela claramente a realidade da situação. "Precisamos usar nossa diplomacia e, mais ainda, nossa inteligência tradicional para pressionar os governos do Qatar e da Arábia Saudita, que estão fornecendo financiamento e logística clandestinos para o ISIS e outros grupos radicais sunitas na região", escreveu Clinton no e-mail. (via Ação Avante)
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EUA iniciam ofensiva sobre Mossul nos próximos dias
As forças do Iraque irão retomar sua ofensiva contra o Estado Islâmico dentro de Mossul nos próximos dias, nova fase da operação de dois meses que deixará os militares dos Estados Unidos mais perto da linha de frente da cidade, disse um comandante de batalha norte-americano.
A batalha por Mossul, que envolve 100 mil tropas iraquianas, membros de forças de segurança curdas e milicianos xiitas. É a maior operação terrestre no Iraque desde a invasão liderada pelos EUA em 2003.
Parece provável que a próxima fase dará aos soldados norte-americanos sua maior atuação em combate desde que cumpriram a promessa de seu presidente, Barack Obama, de se retirarem do país em 2011.
Soldados iraquianos de elite retomaram um quarto de Mossul. O último grande bastião dos jihadistas no Iraque. Mas seu avanço tem sido lento e custoso. Neste mês eles entraram em uma “recomposição operacional” já planejada, a primeira pausa significativa da campanha.
Duas semanas atrás, uma unidade fortemente blindada de vários milhares de policiais federais foi transferida dos arredores do sul. Para reforçar a frente leste depois que unidades do Exército assessoradas pelos norte-americanos sofreram baixas pesadas durante um contra-ataque do Estado Islâmico.
Conselheiros dos EUA, parte de uma coalizão internacional que realizou milhares de ataques aéreos. E treinou dezenas de milhares de soldados iraquianos, irão trabalhar diretamente com estas forças e com uma força de elite do Ministério do Interior.
Ataque
– Neste momento estamos, na verdade, nos aprontando para a próxima fase do ataque. Quando começaremos a penetração no interior do leste de Mossul – disse o tenente-coronel Stuart James, comandante de um batalhão de combate que assessora forças de segurança do Iraque na frente do extremo sul, em entrevista à agência inglesa de notícas Reuters no final de domingo.
– Então, neste momento, posicionando forças e posicionando homens e equipamentos no interior do leste de Mossul. Irá acontecer nos próximos dias.
A manobra irá levar as tropas dos EUA para dentro da cidade de Mossul propriamente dita e expô-las a maior risco. Embora James tenha dito que o nível de perigo ainda está caracterizado como “moderado”. Três efetivos norte-americanos foram mortos no norte do país nos últimos 15 meses.
James, que falava de um posto avançado austero localizado no leste de Mossul. Onde várias centenas de tropas de seu país estão a postos, disse que o ritmo da próxima fase no flanco leste irá depender da resistência do Estado Islâmico.(informações Reuters)
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COMANDANTE FIDEL CASTRO, PRESENTE !
Em 1959, Fidel Castro, Che Guevara e outros onze homens, vindos de barco de Miami, iniciaram a tomada de Havana, a capital cubana, e transformou em realidade o sonho de uma sociedade socialista. Ele mostrou ao mundo que outra sociedade é possível, enfrentando, por mais de meio século, o maior boicote econômico do planeta.
Se por um lado, Cuba esbarrou na economia por conta do forte bloqueio, por outro, tornou-se referência mundial nos esportes e na medicina. Inclusive acudindo pacientes estrangeiros em vários tratamentos, como no vitiligo e aos tetraplégicos. Cuba mandou médicos para ajudar vários países, inclusive o Brasil!
Os médicos cubanos vieram para o Brasil, para o programa ‘Mais Médicos’ fazer aquilo que os médicos brasileiros não fazem:atender nas periferias e aos pobres. E fizeram mais, já que os médicos cubanos destinaram a maior parte de seus salários para ajudar seu país, Cuba.
Vem de Cuba o exemplo “Milhões de crianças estão abandonadas nas ruas do mundo, nenhuma em Cuba”.
Fidel, filho de latifundiário, rompeu com sua própria irmã, que virou sua desafeta, e foi morar em Miami. A gota d’água do rompimento com a irmã foi o fato de Fidel ter iniciado a ‘Reforma Agrária’ em Cuba em terras da própria família.
Che Guevara largou o ministério de Cuba e foi estender a revolução socialista ao continente latino-americano. Foi morto pela polícia! Virou para os jovens de várias gerações um símbolo da luta pela liberdade em todo o planeta!
Os EUA conseguiram derrubar vários governos, de forma covarde, principalmente para se apossar do petróleo, inclusive no Brasil, colaborando no impeachment da presidente Dilma (3). E em Cuba não foi diferente, segundo Fidel, os EUA tentaram envenená-lo, através da CIA, por 600 vezes (2).
Fidel enfrentou o império e não caiu! Alguém vai dizer que ele teve o apoio da União Soviética. Entretanto, a URSS se dissolveu e se transformou na Rússia que, apesar de manter-se como uma das potencias mundiais, deixou de lado o apoio material a Cuba. Mesmo sem o apoio russo, Fidel resistiu!
Hugo Chávez, na Venezuela, outro líder revolucionário, furou o bloqueio econômico ditado pelos americanos, fazendo vários convênios de apoio à Ilha, que resultou no envio de médicos a Venezuela e principalmente o de fornecimento de petróleo a Cuba. O sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, mantém o apoio à Ilha e sofre uma oposição ferrenha dos EUA. Tanto Chávez quanto Maduro foram vítimas de tentativas de golpes americanos, lá sem sucesso!
Miami, o estado americano que recebe a maioria dos golpistas latino-americanos em fuga, festejou a morte de Fidel Castro. Lá foi um dos poucos locais no mundo que comemorou a morte de Fidel.
O governo brasileiro de Luiz Inácio Da Silva financiou, através do BNDES, a construção do porto de Muriel na Ilha, que vai ser fundamental na retomada econômica de Cuba e importante fator de crescimento para o Brasil (1).
Quando vi o irmão de Fidel, Raul Castro, anunciar na TV a morte do grande líder, confesso que não me contive e chorei, mas em seguida sorri, pois Fidel morreu mas deixou para o mundo a alegria de ter provado que um outro mundo, mais humano, fraterno e solidário, é possível.
Hasta la Victoria Siempre!
Fonte:
Breve declaração de Raúl Castro terminou com a frase: “Hasta la victoria, siempre”.
Em 1959, Fidel Castro, Che Guevara e outros onze homens, vindos de barco de Miami, iniciaram a tomada de Havana, a capital cubana, e transformou em realidade o sonho de uma sociedade socialista. Ele mostrou ao mundo que outra sociedade é possível, enfrentando, por mais de meio século, o maior boicote econômico do planeta.
Se por um lado, Cuba esbarrou na economia por conta do forte bloqueio, por outro, tornou-se referência mundial nos esportes e na medicina. Inclusive acudindo pacientes estrangeiros em vários tratamentos, como no vitiligo e aos tetraplégicos. Cuba mandou médicos para ajudar vários países, inclusive o Brasil!
Os médicos cubanos vieram para o Brasil, para o programa ‘Mais Médicos’ fazer aquilo que os médicos brasileiros não fazem:atender nas periferias e aos pobres. E fizeram mais, já que os médicos cubanos destinaram a maior parte de seus salários para ajudar seu país, Cuba.
Vem de Cuba o exemplo “Milhões de crianças estão abandonadas nas ruas do mundo, nenhuma em Cuba”.
Fidel, filho de latifundiário, rompeu com sua própria irmã, que virou sua desafeta, e foi morar em Miami. A gota d’água do rompimento com a irmã foi o fato de Fidel ter iniciado a ‘Reforma Agrária’ em Cuba em terras da própria família.
Che Guevara largou o ministério de Cuba e foi estender a revolução socialista ao continente latino-americano. Foi morto pela polícia! Virou para os jovens de várias gerações um símbolo da luta pela liberdade em todo o planeta!
Os EUA conseguiram derrubar vários governos, de forma covarde, principalmente para se apossar do petróleo, inclusive no Brasil, colaborando no impeachment da presidente Dilma (3). E em Cuba não foi diferente, segundo Fidel, os EUA tentaram envenená-lo, através da CIA, por 600 vezes (2).
Fidel enfrentou o império e não caiu! Alguém vai dizer que ele teve o apoio da União Soviética. Entretanto, a URSS se dissolveu e se transformou na Rússia que, apesar de manter-se como uma das potencias mundiais, deixou de lado o apoio material a Cuba. Mesmo sem o apoio russo, Fidel resistiu!
Hugo Chávez, na Venezuela, outro líder revolucionário, furou o bloqueio econômico ditado pelos americanos, fazendo vários convênios de apoio à Ilha, que resultou no envio de médicos a Venezuela e principalmente o de fornecimento de petróleo a Cuba. O sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, mantém o apoio à Ilha e sofre uma oposição ferrenha dos EUA. Tanto Chávez quanto Maduro foram vítimas de tentativas de golpes americanos, lá sem sucesso!
Miami, o estado americano que recebe a maioria dos golpistas latino-americanos em fuga, festejou a morte de Fidel Castro. Lá foi um dos poucos locais no mundo que comemorou a morte de Fidel.
O governo brasileiro de Luiz Inácio Da Silva financiou, através do BNDES, a construção do porto de Muriel na Ilha, que vai ser fundamental na retomada econômica de Cuba e importante fator de crescimento para o Brasil (1).
Quando vi o irmão de Fidel, Raul Castro, anunciar na TV a morte do grande líder, confesso que não me contive e chorei, mas em seguida sorri, pois Fidel morreu mas deixou para o mundo a alegria de ter provado que um outro mundo, mais humano, fraterno e solidário, é possível.
Hasta la Victoria Siempre!
Fonte:
Breve declaração de Raúl Castro terminou com a frase: “Hasta la victoria, siempre”.
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ONU contraria entidades e movimentos sociais e renova a Minustah
Por Daniel Mazola* - Via ABI -
A Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) assinou um manifesto, ao lado de diversas entidades e movimentos sociais, contrário à renovação do mandato da “Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti” (MINU
Contrariando a reivindicação dos diversos movimentos sociais latino-americanos e caribenhos e do próprio Haiti, o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu renovar o mandato da Missão na última quinta-feira, 10 de outubro. O anúncio foi realizado convocando os atores políticos locais a se comprometerem integralmente “ao processo democrático e os doadores internacionais a reforçar seus esforços de auxílio ao governo”.
Em resolução aprovada por unanimidade, a Missão na nação caribenha foi estendida por mais um ano e a intenção é que seja renovada em 2015 outra vez. Enquanto a presença militar no país foi reduzida de 5.145 para 2.370 soldados, o número de policiais aumentará de 2.377 para 2.601.
Os 15 membros do Conselho de Segurança reiteraram que as medidas de reforço das capacidades institucionais e operacionais da polícia nacional do Haiti ainda são cruciais. Foi destacado também que o governo haitiano possui responsabilidade primária sobre todo o processo de estabilização do país, tendo em vista principalmente o histórico de violações graves de grupos criminosos contra crianças, mulheres e meninas e a violência geral em comunidades.
Ainda há significativos desafios humanitários a serem enfrentados. Mais de 85 mil deslocados internos continuam a viver em campos, em condições de desnutrição e acesso desigual à água e ao saneamento básico.
Todas as manifestações do país continuam sendo muito reprimidas, com gás lacrimogêneo e tudo. A avaliação atual é que é desnecessária a presença dos militares, que eles atrapalham a autonomia e a independência do país. A Minustah é vista hoje como uma opressão externa, de países irmãos, coordenada pelo Brasil, em uma jogada do governo brasileiro para ter um assento no conselho de segurança da ONU. Como os Estados Unidos já estão muito queimados no Haiti, por vários processos de intervenção, o Brasil foi fazer esse papel, nada limpo, dos EUA.
Contrariando diversos ativistas políticos, entidades e movimentos sociais, ficou decidido também que a MINUSTAH vai dar suporte ao processo político do país, além de prover e coordenar assistência eleitoral ao governo. O atual mandato do Parlamento do Haiti termina em 12 de janeiro de 2015, o que vem levantando preocupações quanto a um possível “vácuo institucional”, caso não sejam realizadas eleições até o fim deste ano. Estamos de olho!
Carta de rechazo a la renovación de la MINUSTAH
ttp://www.abi.org.br/artigo-onu-contraria-entidades-e-movimentos-sociais-e-renova-a-minustah/
A Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) assinou um manifesto, ao lado de diversas entidades e movimentos sociais, contrário à renovação do mandato da “Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti” (MINU
Contrariando a reivindicação dos diversos movimentos sociais latino-americanos e caribenhos e do próprio Haiti, o Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu renovar o mandato da Missão na última quinta-feira, 10 de outubro. O anúncio foi realizado convocando os atores políticos locais a se comprometerem integralmente “ao processo democrático e os doadores internacionais a reforçar seus esforços de auxílio ao governo”.
Em resolução aprovada por unanimidade, a Missão na nação caribenha foi estendida por mais um ano e a intenção é que seja renovada em 2015 outra vez. Enquanto a presença militar no país foi reduzida de 5.145 para 2.370 soldados, o número de policiais aumentará de 2.377 para 2.601.
Os 15 membros do Conselho de Segurança reiteraram que as medidas de reforço das capacidades institucionais e operacionais da polícia nacional do Haiti ainda são cruciais. Foi destacado também que o governo haitiano possui responsabilidade primária sobre todo o processo de estabilização do país, tendo em vista principalmente o histórico de violações graves de grupos criminosos contra crianças, mulheres e meninas e a violência geral em comunidades.
Ainda há significativos desafios humanitários a serem enfrentados. Mais de 85 mil deslocados internos continuam a viver em campos, em condições de desnutrição e acesso desigual à água e ao saneamento básico.
Todas as manifestações do país continuam sendo muito reprimidas, com gás lacrimogêneo e tudo. A avaliação atual é que é desnecessária a presença dos militares, que eles atrapalham a autonomia e a independência do país. A Minustah é vista hoje como uma opressão externa, de países irmãos, coordenada pelo Brasil, em uma jogada do governo brasileiro para ter um assento no conselho de segurança da ONU. Como os Estados Unidos já estão muito queimados no Haiti, por vários processos de intervenção, o Brasil foi fazer esse papel, nada limpo, dos EUA.
Contrariando diversos ativistas políticos, entidades e movimentos sociais, ficou decidido também que a MINUSTAH vai dar suporte ao processo político do país, além de prover e coordenar assistência eleitoral ao governo. O atual mandato do Parlamento do Haiti termina em 12 de janeiro de 2015, o que vem levantando preocupações quanto a um possível “vácuo institucional”, caso não sejam realizadas eleições até o fim deste ano. Estamos de olho!
Carta de rechazo a la renovación de la MINUSTAH
ttp://www.abi.org.br/artigo-onu-contraria-entidades-e-movimentos-sociais-e-renova-a-minustah/