Via Brasil de Fato -
O Chile é um dos três países americanos que proíbem o
procedimento em todos os casos; Apesar de pressões da igreja, o
procedimento deve ser legalizado em caso de estupro, em caso de risco de
vida para a mãe e a inviabilidade do feto.
A presidenta do Chile, Michele Bachelet, assumiu o poder pela segunda
vez no país no início do ano. O cenário era de grande convulsão nas
ruas após o governo de Sebastian Piñera e Bachelet foi eleita para
realizar grandes mudanças estruturais no país, como a reforma
educacional, a diminuição da desigualdade e a legalização do aborto no
país.
Em entrevista ao jornal El País, Bachelet se diz animada
com os primeiros 100 dias de seu segundo governo e que, apesar de todas
as pressões contrárias, o Congresso vai aprovar a descriminalização do
aborto até o final do ano.
“Essa discussão tem transcorrido no
Parlamento [durante outros mandatos]. E há uma enorme quantidade de
moções parlamentares na Câmara e no Senado. Estamos na etapa de revisar
todas essas moções e olhar qual vamos apoiar, como vamos apoiar, de modo
que possamos avançar na descriminalização.
Analisaremos o procedimento
legislativo, mas até o fim do ano esse projeto vai sair”, prometeu.
Bechelet
se diz confiante em conseguir fazer todas as mudanças que o país
necessita neste segundo mandato, mas sabe das dificuldades que terá pela
frente.
“Eu já esperava (dificuldades). Eu tinha consciência de
que este Chile queria resultados já. E, portanto, que isso vai demandar
muito mais de mim. O que importa, por fim, é que se fale a verdade. E se
algo não vai dar, explicar de frente ao país. Em todas as pesquisas a
grande maioria das pessoas apoia que haja reformas. E, no entanto, uma
porcentagem importante acredita que não vamos conseguir fazê-las. Mas,
se eu voltei de Nova York, foi porque decidi que se eu tinha um capital
político que havia ganhado em minha gestão anterior, era para usá-lo”,
explicou.