29.9.18

A VENDA DAS SOCIEDADES DE PROPÓSITO ESPECÍFICO DA ELETROBRAS

Por EDUARDO MOTA SILVEIRA - Via Instituto Ilumina -

Nesta quinta-feira, 27/09/2018, ocorreu o leilão concebido pela Eletrobras, para vender suas participações em Sociedades de Propósito Específico – SPEs, empresas com foco em parques eólicos e linhas de transmissão.


De início, é importante notar que estamos a dez dias das eleições presidenciais, o que significa que um novo gestor da nação pode discordar in totum da ação hoje empreendida pelo MME/Eletrobrás. A boa prática recomendaria cautela no processo, deixando-o para data futura mais adequada, evitando-se assim, inclusive, a reclamação de interessados que se queixaram do pouco tempo que tiveram para avaliar os projetos. Daí, a ocorrência de vários lotes vazios, sem nenhum lance. O açodamento dos gestores do Setor Elétrico propiciou essa condição.

Do leilão, como um todo, faço a seguir um rápido comparativo sobre o emblemático caso das eólicas que eram partilhadas pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, com o grupo Brennand.

Foram vendidos no leilão de hoje 49% do controle das SPEs referentes a um conjunto de eólicas pertencentes aos sócios Brennand e Chesf, perfazendo este parque uma potência total de 250 MW.

Em outras palavras o setor estatal ELB/Chesf abriu mão da posse de 122,5 MW de potência eólica instalada na região Nordeste, mais precisamente nas proximidades do rio São Francisco, e o valor da venda foi o próprio preço mínimo fixado para o Leilão, qual seja, R$ 232 milhões. Nenhum centavo a mais.

Daí compõe-se um preço unitário de R$ 1.893.877,60 por MW para a potência descartada pela ELB/Chesf. Atenção, não descurar que se trata de um conjunto de parques eólicos EM OPERAÇÃO, de construção recente.

Saindo do Leilão de hoje, conforme dados que podem ser consultados na página da ANEEL, no 28º Leilão de Energia Nova A-6 ocorrido recentemente, no dia 31/08/2018, os projetos eólicos totalizaram uma potência vendida de 1.250,7 MW. O investimento total estimado correspondente é igual a R$ 5.834.750.180,00. Ou seja, constatou-se  nesse leilão um valor médio unitário estimado de R$ 4.665.187,64/MW, para construção, montagem e colocação em operação de cada um dos novos projetos.

Daí, caberia ao investidor o seguinte questionamento: por que vou correr o risco de começar um projeto do zero, se vem o gestor máximo da Eletrobrás e coloca no tabuleiro do jogo um projeto pronto, em perfeitas condições operacionais, para ser vendido a risco zero, por menos da metade do preço de um novo? (...) continua no site do Instituto Ilumina.