Por JUCA KFOURI - Via blog do autor -
Com seis minutos de jogo em Natal, Renato Augusto deixou Gabriel Jesus na cara do gol, mas o menino palmeirense, pressionado, chutou para fora.
Aos 10, Neymar roubou a bola na intermediária boliviana de um zagueiro, ganhou no corpo de outro, deu para Gabriel Jesus que devolveu para o ex-santista fazer o 300º gol de sua espantosa carreira, o 49º pela Seleção, atrás apenas de Pelé (77), Ronaldo (62) e Romário (55).
Quinze minutos depois, uma pintura: Daniel Alves de letra para Giuliano, deste para Philippe Coutinho e 2 a 0!
Um gol com a marca registrada dos bons times montados por Tite. Triangulação perfeita.
Aos 35, Neymar livrou-se de ir à Mérida enfrentar a Venezuela ao tomar mais um cartão amarelo, o quarto nestas eliminatórias.
Em seguida, em impedimento, deu um passe com açúcar para Filipe Luís fazer 3 a 0.
A Seleção fazia com a Bolívia o que se deve fazer com a Bolívia ao nível do mar: ensacava.
Basta dizer que o ex-corintiano Arce é titular no time boliviano.
Estava fácil, extremamente fácil.
Lembrava os melhores momentos sob Tite, com a vantagem de com jogadores melhores.
Aos 43, outra vez Neymar deu um passe sensacional para Gabriel Jesus fazer 4 a 0 de cavadinha.
Este blogueiro acabava de acertar seu palpite dado na ESPN Brasil.
E, provavelmente, acabava de errar o palpite…
Tinha o segundo tempo todo pela frente.
Mesmo que o time brasileiro descansasse, uma coisa estava clara: dá para jogar bonito e vencer, principalmente contra adversários fracos, como sempre foi e está sendo com Tite.
Lembremos que o Equador, arrasado pelo Brasil em Quito, fez hoje os mesmos 3 a 0 contra o Chile bicampeão da América.
Nem bem começou o segundo tempo e Giuliano perdeu gol feito no rebote de mais um arremate de Neymar.
Logo depois, o goleiro evitou o 5 a 0 em cabeçada de Gabriel Jesus, diante de 30 mil torcedores na Arena das Dunas.
Aos 15, coisa rara: Neymar perdeu um gol.
O palpite estava por um fio e o blogueiro torcia para errar o mais rapidamente possível.
Aos 23, saíram Gabriel Jesus e Neymar para as entradas de Roberto Firmino e William.
Compreensivelmente, a Seleção puxou o freio de mão.
Aos 30 o Brasil estava em câmara lenta, mas Roberto Firmino cumprimentou de cabeça um escanteio batido pela esquerda e fez 5 a 0.
Lucas Lima entrou no lugar de Giuliano.
Um registro obrigatório: dos 21 gols feitos pela Seleção nas eliminatórias, 11 foram feitos em seis jogos com Dunga.
Os 10 restantes, em três jogos sob Tite, como ressaltou a transmissão do Sportv.
Definitivamente, a CBF comeu mosca ao trazer Dunga de volta.
Notas:
Alisson 7, sem trabalho e sem culpa de não ter trabalho;
Daniel Alves 7,5, pelo passe de calcanhar;
Marquinhos 7, firme e fácil;
Miranda 7, fácil e firme;
Filipe Luís, 7,5, pelo gol;
Fernandinho, seguro e ousado; 7
Giuliano, 7, pelo drible seco no segundo gol e pelo gol perdido;
Renato Augusto, 7,5, pelos deslocamentos e velocidade que imprime à Seleção;
Neymar, 9, e nem precisa justificar;
Philippe Coutinho, 8, pelo gol e pela leveza;
Gabriel Jesus, 8,5, por mais um gol, pelo passe, pela alegria;
Roberto Firmino, 7,5 pelo gol e pelo rabo de cavalo;
William, 7, pela presença;
Lucas Lima, 6, porque assim que entrou errou um passe fácil e alguém precisa levar nota mais baixa;
Tite, 8,5, simplesmente porque devolveu o gosto de ver a Seleção Brasileira.