26.9.16

JAIR BOLSONARO XINGA MOLON DE “BOSTA” E “CUZÃO” EM INTERVALO DE DEBATE NA RECORD; PSOL OCUPA VÁCUO DO PT E PODE CHEGAR AO 2º TURNO EM AO MENOS TRÊS CAPITAIS

REDAÇÃO -


Irritado com uma resposta de Alessandro Molon (Rede) ao seu filho, Flávio Bolsonaro (PSC), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) dirigiu-se ao candidato a prefeito do Rio com ofensas, durante intervalo do primeiro para o segundo bloco do debate da TV Record, que é realizado na noite deste domingo.

“Você é um bosta, um merda”, disse Bolsonaro, dedo em riste, para Molon, antes de correr para dar sugestões ao filho no intervalo. Na volta, o deputado parou novamente à frente de Molon e continuou. “Você é um c*. Não bato em você porque se apaixona por mim”, disse, afirmando que “na Câmara ele não debate comigo”.

A irritação do parlamentar foi com a acusação de Molon, que ao ser questionado sobre meio ambiente por Flávio Bolsonaro, rebateu dizendo que o pai dele respondia a crime ambiental por pescar numa área de proteção. Na réplica, Flávio revidou: “Você é o verdadeiro candidato melancia. Verde por fora e vermelho por dentro. Você saiu do PT, mas o PT nunca saiu de dentro de você”. (Via Valor).

PSOL ocupa vácuo do PT e pode chegar ao 2º turno em ao menos três capitais

Na noite do último 26 de agosto, enquanto os principais candidatos a prefeitura do Rio de Janeiro debatiam nos estúdios da TV Bandeirantes, Marcelo Freixo lotava a Cinelândia, no centro da cidade, com cerca de 5.000 simpatizantes. Impedido de participar do encontro devido à lei eleitoral, o candidato do PSOL nestas eleições municipais montou então um telão para acompanhar o debate e rebater as afirmações de seus adversários. Dias depois, no dia 15, reuniu no Largo do Carioca ainda mais pessoas — principalmente jovens — ansiosas por mudanças na forma de fazer política e atraídas pela alternativa que o PSOL representa ao PMDB do atual prefeito, Eduardo Paes. Freixo — 49 anos, deputado estadual que presidiu a CPI das milícias no Rio, professor de história e militante dos direitos humanos desde a juventude — promete fazer um governo com mais diálogo e participação popular. Sua campanha conseguiu até agora arrecadar cerca de 550.000 reais em doações de pessoas físicas. São quase 5.500 doadores, um recorde nacional.

A mobilização em torno a candidatura de Freixo, no Rio, retrata uma tendência dos últimos anos que parece se confirmar nas eleições municipais de 2016. O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), cujas marcas são a defesa dos direitos humanos e o combate à corrupção, disputa hoje um espaço no eleitorado que tradicionalmente pertence ao PT (Partido dos Trabalhadores) e vai se confirmando como alternativa de esquerda para setores politizados da sociedade. “É natural e legítimo que, com o PT em crise, partidos como PSOL, Rede ou PDT tentem ocupar seu espaço. Mas o PT não caiu tanto quanto se esperava. Ele divide voto com o PSOL e em alguns lugares pode haver um segundo turno sem a esquerda, como em São Paulo e até mesmo no Rio”, opina Celso Rocha de Barros, sociólogo e colunista da Folha de S. Paulo.
(Via El Pais)