Via Congresso em Foco -
Por razões até agora não esclarecidas, rede
social tira do ar post sobre o caso dos deputados que tiveram pacotes de
TV por assinatura com filmes adultos e futebol pagos com verba pública.
Mensagem publicada pelo Facebook ao anunciar a retirada da reportagem do Congresso em Foco. Clique na imagem para vê-la em tamanho maior |
A matéria “Câmara paga até canal pornô para deputados”
mostrou que os deputados Flaviano Melo (PMDB-AC), José Airton (PT-CE) e
Renato Molling (PP-RS) pediram e obtiveram da Câmara o reembolso por
despesas com os chamados canais adultos. Após a publicação neste site,
a reportagem foi divulgada no Facebook com a reprodução de uma das
faturas da TV a cabo e uma sinopse, além do respectivo link para os
leitores acessarem a reportagem completo.
As faturas que embasam a reportagem do Congresso em Foco
estão no portal da própria Câmara dos Deputados. São, portanto,
documentos públicos que dizem respeito à utilização do dinheiro dos
contribuintes brasileiras. A censura ocorreu na tarde da última
sexta-feira (29). Imediatamente, a nossa redação entrou em contato com
assessoria de imprensa do Facebook no Brasil em busca de explicações
para o fato.
Essas explicações não foram fornecidas até este momento. A assessoria
de imprensa da empresa alega que o retorno é demorado porque o caso foi
enviado para a matriz do Facebook, que fica nos Estados Unidos. O que,
evidentemente, aumenta as inquietações deste Congresso em Foco:
então, decide-se nos Estados Unidos aquilo que os cidadãos do Brasil
devem ler ou não a respeito dos atos dos seus deputados federais ou dos
gastos do Poder Legislativo?
No aviso sobre a exclusão, o Facebook se limitou a dizer que a
publicação não seguia os “padrões da comunidade Facebook”. De acordo com
a lista de “padrões”, “violência e ameaças”, “discurso de ódio” e
“nudez”, entre outros, não são aceitáveis.
Como o caso não se enquadra em nenhuma dessas situações, o Congresso em Foco espera que o mal-entendido se desfaça e o post seja republicado, juntamente com as centenas de comentários e milhares de visualizações, compartilhamentos e likes que ele gerou.
De acordo com a legislação em vigor, a cota parlamentar deve ser
usada exclusivamente para arcar com despesas relativas ao exercício da
atividade parlamentar de deputados e senadores.
Foi o ativista digital Lúcio Big, também colunista do Congresso em Foco,
quem descobriu o uso indevido da cota parlamentar pelos três deputados.
Lúcio, que é comerciante em Brasília, criou a Operação Política
Supervisionada (OPS) e mantém um canal no YouTube para fiscalizar como autoridades – sobretudo , políticos – usam os recursos financeiros recolhidos pela população.
Leia a matéria censurada: Câmara paga até canal pornô para deputados