Via ESPN -
No melhor estilo Libertadores da América, o Brasil está nas quartas
de final da Copa de 2014, quando irá enfrentar Uruguai ou Colômbia. Não
só por superar um adversário sul-americano, o Chile. Mas por ganhar um
jogo cheio de faltas, com arbitragem polêmica, bate boca entre
jogadores, simulações, muito drama e que foi decidido apenas nas
cobranças de pênaltis, após empate de 1 a 1 no tempo normal e na
prorrogação.
O herói da vaga foi Júlio César. Ele defendeu as
cobranças de Pinilla, se adiantando muito, Alexis Sánchez e ainda viu o
lateral Jara chutar na trave. Pelo lado brasileiro, Willian bateu para
fora, e Hulk teve sua cobrança defendida por Bravo. Mas ainda assim o
Brasil converteu outras três, e acabou vencendo o desempate por 3 a 2.
Tudo que é típico do principal torneio sul-americano de clubes, em
que muitas vezes o nível técnico não é dos mais altos, como foi a
seleção brasileira neste sábado.
Depois de ensaiar três trocas em
treino coletivo, e de correr o risco de perder David Luiz, com dores nas
costas, Felipão escalou o mesmo tempo que iniciou o segundo tempo
contra Camarões, efetivando a troca de Paulinho por Fernandinho.
O
time entrou em campo com todos os jogadores com a mão direita no ombro
do companheiro à frente. E sem o risco de ver um Mineirão dividido. A
esperada invasão chilena não aconteceu: eles não eram nem 10% dos quase
60 mil presentes. E tentaram também cantar o hino à capela, mas foram
impedidos por vaias mal educadas dos brasileiros.
Mais uma vez o Brasil começou o jogo sem conseguir pressionar e ainda
bastante nervoso: com três minutos de jogo, já eram três faltas, uma
violenta de Fernandinho, que merecia o cartão amarelo, mas que não foi
mostrado pelo juiz inglês Howard Webb.
No entanto, o primeiro
lance de perigo foi a favor do Brasil, em chute da entrada da área de
Marcelo que passou perto da trave direita de Bravo.
O Chile tocava a bola, e chegava a ficar com todos jogadores de linha
no campo brasileiro, o que dava a chance para o contra-ataque a Neymar e
companhia. Webb sofria para apitar um jogo entre sul-americanos. Aos
13min, Hulk foi tocado levemente na área, e caiu. Os brasileiros pediram
pênalti, ignorado pelo inglês.
O time de Felipão era mais
faltoso, mas o Chile foi o primeiro advertido com cartão amarelo, depois
que o santista Mena colocou a mão na bola. Na sequência da jogada,
escanteio a favor do Brasil, e a prova que tamanho, é sim, documento
para zagueiro.
Com um zagueiro como Medel, de 1,71 m, o Chile foi vazado, clado,
numa bola área. Neymar bateu o escanteio Thiago Silva desviou levemente
para David Luiz, aos 18min, dividir com um rival e abrir o placar. Foi o
primeiro gol de um zagueiro do Brasil na Copa.
Sinal para o Chile
querer atacar mais, e dar ainda mais espaço para o Brasil. Neymar
recebia livre, e começou a ser parado com faltas. Numa delas, o
coordenador Carlos Alberto Parreira saiu da área permitida para reclamar
com Webb e foi repreendido pelo quarto árbitro, o alemão Felix Brych.
A
altura dos andinos é um problema na defesa, mas também tem vantagem no
ataque pela agilidade, e foi assim que o time empatou o jogo, aos 32min.
Marcelo bateu mal um lateral, Hulk devolveu na fogueira, Vidal se
antecipou, recuperou a bola e tocou para Alexis Sanchéz, livre, marcar e
fazer a festa chilena.
Pelo menos o empate não deixou o Brasil
perdido. O time manteve a calma e passou a pressionar. Aos 39min, Fred
tocou pelo alto em jogada iniciada por Neymar.
Mas a grande
chance de mudar o placar antes do intervalo foi dos chilenos. Aos 46min,
novo erro na saída de bola, desta vez de Luiz Gustavo. A bola acabou
nos pés de Aránguiz, que só não marcou porque foi bloqueado antes de
chutar. Na saída para os vestiários, muita discussão entre os jogadores.
O segundo tempo começou sem alterações, e o jogo continuou aberto.
Aos 4min, Fernandinho, em chute de fora da área, quase desempatou. Webb
sofria.
Aos 10min, o lance mais polêmico. Hulk foi lançado e bateu
para marcar o que seria o segundo gol brasileiro. Mas Webb considerou
que ele dominou a bola com a mão. Pelo lance, o camisa 7 foi advertido
com o amarelo e ficou pendurado.
Pior aconteceu com Luiz Gustavo,
que fez falta violenta e também recebeu o amarelo, Foi seu segundo na
Copa, que o tiraria do jogo das quartas de final.
O jogo ficou
nervoso. Fred novamente era inoperante, e Felipão perdeu a paciência com
ele aos 18min, colocando Jô em seu lugar. Logo no lance seguinte, o
Chile, com Aránguiz, quase fez o segundo dos visitantes; Júlio César fez
grande defesa.
Felipão tentava de tudo, e colocou Ramires no
lugar de Fernandinho. Jô perdia chance livre, furando. A torcida pelo
menos continuava a empurrar o time. A partida não tinha mais estratégia.
Era desespero puro. Aos 38min, Hulk se livrou da marcação e chutou para
outra grande defesa de Bravo, o goleiro chileno que agora vai defender o
Barcelona.
Mas ninguém teve força para marcar até o fim do
segundo tempo, e a partida ganhou mais drama, indo para a prorrogação
após cinco minutos de descanso.
No tempo extra, o calor mineiro deixava os times ainda mais
extenuados. Do lado brasileiro, Hulk era quem mostrava mais gana e
também o que criava as melhores jogadas. Mas não o suficiente para fazer
um gol na primeira metade da prorrogação.
Felipão ainda tinha uma
substituição para queimar. E a fez no intervalo da prorrogação, sacando
Oscar, em atuação muito fraca, para a entrada de Willian, destaque em
boa parte dos treinos em Teresópolis, mas com poucas chances de jogar
nesta Copa.
Sem mais força para atacar, os chilenos faziam de tudo
para fazer o tempo passar, como ficando longos segundos no chão
reclamando de dores. Mas ainda tiveram a grande chance de evitar os
pênaltis, aos 15min do segundo tempo da prorrogação, quando Pinilla
entrou livre e chutou forte para acertar o travessão.
Enquanto
Felipão definia os cobradores, Júlio César chorava, assim como fez David
Luiz na comemoração de seu gol. E ele brilhou nos pênaltis.
Classificada,
a seleção tem folga até o começo da tarde de segunda-feira, quando
volta a treinar em Teresópolis, na região serrana do Rio. Dois dias
depois, vai para Fortaleza, onde enfrenta uruguaios ou colombianos na
sexta-feira, dia 4 de julho.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 1 (3) X 1 (2) CHILE
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: sábado, 28 de junho de 2014
Horário: 13h (de Brasília)
Público: 57.714
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos ING)
Gols: David Luiz, aos 18min, Alexis Sánchez, aos 32min do primeiro tempo
Data: sábado, 28 de junho de 2014
Horário: 13h (de Brasília)
Público: 57.714
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos ING)
Gols: David Luiz, aos 18min, Alexis Sánchez, aos 32min do primeiro tempo
Cartões amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (BRA); Mena, Silva, Pinilla (CHI)
BRASIL:
Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz
Gustavo, Fernandinho (Ramires) e Oscar (Willian); Hulk, Fred (Jô) e
Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHILE: Bravo; Jara, Isla, Medel (Rojas) e Mena; Silva, Díaz, Aránguiz e Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez
Técnico: Jorge Sampaoli
Técnico: Jorge Sampaoli