26.9.16

DÓRIA E ALCKMIN ANTECIPAM A CAMPANHA PARA A SUCESSÃO PRESIDENCIAL DE 2018

CARLOS CHAGAS -


A súbita ascensão de João Dória na disputa pela prefeitura de São Paulo, caso mantida até domingo, significa confusão no ninho dos tucanos. Porque o alegre candidato das milionárias reuniões das elites empresariais já declarou, no fim de semana, que sua vitória será o passaporte para a consolidação da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República.

Não constitui segredo que o governador paulista disputará a indicação do PSDB. Com o peso do estado mais rico da Federação, liderando a pauliceia desvairada, Alckmin trabalha há muito tempo para superar Aécio Neves e José Serra. Dispõe de bem montada máquina que opera não propriamente em silêncio para levá-lo ao pódio. Ainda mais se dispuser da eleição do prefeito de São Paulo como trunfo.

Com a evidência de que o Lula já está lançado pelo PT, será a antecipação do processo sucessório, porque Aécio e Serra não entregarão os pontos. O atual chanceler tenta repetir com Michel Temer o episódio de Fernando Henrique com Itamar Franco, sendo que Aécio Neves aproveitará a condição de presidente do partido tucano para cooptar bases e lideranças.

ROQUE NO XADREZ – Esse movimento no tabuleiro equivale ao conhecido “roque” no xadrez. As demais peças estarão obrigadas a movimentar-se, como Marina Silva, Ciro Gomes, Ronaldo Caiado, Álvaro Dias, Jair Bolsonaro e outros.

Quem não agir no ritmo adotado pelo PSDB arrisca-se a abrir mão do sonho de chegar ao palácio do Planalto em 2018, apesar de faltarem dois anos.

Ficou faltando incluir o PMDB na relação. Michel Temer, apesar das negativas, poderá repensar a decisão, caso seu governo tenha sucesso.  Henrique Meirelles seria uma opção, na mesma hipótese. Em suma, está posta a antecipação das campanhas para as eleições presidenciais, por conta da frouxa escolha dos prefeitos.