Por JOÃO VICENTE GOULART -
Ontem (29), presenciamos
diante do Senado da Nação a defesa intransigente da democracia pela presidente
legítima deste país, Dilma Rousseff.
Diante do grave risco institucional que será
praticado por membros do Senado, através de um golpe parlamentar, tão grave ou
pior que o golpe militar de 1964, pois naquela época se sabia claramente quem
eram os golpistas, foi traçado, nas palavras da presidente, uma analogia entre
as duas rupturas constitucionais.
Foi construído ontem, uma imagem dialética entre a
destruição de uma árvore cortada por um machado, ou seja, definitivamente à luz
das armas, e uma outra, tomada por bactérias e fungos, que a iriam consumir lentamente.
Esta árvore é a nossa democracia.
A imagem destes fungos e bactérias, ficou aquém das
expectativas, pois eu diria, que os traidores da democracia são bem piores que
estes referidos organismos que costumam tomar de assalto outros seres vivos, aniquilando-os
lentamente, em seu próprio benefício. Diria neste momento que são, na verdade,
vermes que consomem nossas forças e resistência orgânica. São tênias agarradas
intrinsicamente em nosso corpo, em nossas vidas e em nosso destino.
A tênia echinococcus é uma espécie parasita que se
aloja nas entranhas dos intestinos e vai corroendo a saúde à medida que cresce
e desprende seus pedaços degenerativos, para reproduzir-se e destruir outros
hospedeiros.
Nossa democracia e o destino de nosso povo,
legalizado por cinquenta e quatro milhões de votos está sendo corroído por esta
tênia no Senado Federal da Republica, desprendendo-se em pedaços, criando
vermes; antropofagicamente destruindo a saúde de nossa sociedade, subtraindo
forças para lutar, direitos para vencer e entregando parte de nosso sangue para
o crescimento de nossa anemia, cada vez mais profunda, diante do poder
subjugante e golpista do entreguismo.
Tênias que sofismam a democracia diante do golpe. Apoderaram-se desse organismo da Nação, e, vão lentamente apropriando-se
da capacidade de reação, que já doente, se submete ao falso diagnóstico.
Em nome do embuste, constroem discursos sofistas e
diante da realidade do “impedimento” que receitam, através do poder
representativo que lhes é outorgado pelas urnas, construídas a base da
corrupção de vários senadores que figuram na lista da empresa Odebrecht, darão
o golpe final no organismo democrático, cassando toda e qualquer intervenção
daqueles que deram o voto para eleger constitucionalmente o destino que as
eleições livres determinaram.
São vários vermes implicados sim, relacionados em
uma lista de fornecimento de recursos escusos, que agora como um bando de
echinococcus douradas, vão sugar o direito à nossa Pátria submetendo-nos a
falsas profecias, encarcerando a esperança de nosso povo, que observa a
farra do entreguismo de nossas riquezas, e, vê tristemente seus direitos a
saúde, trabalho, educação e desenvolvimento esvair-se através dos votos destes
seres parasitas que mesmo não tendo procuração para produzir uma mudança desta
envergadura, vão golpear a nossa democracia.
Está na hora sim, de elaborar-nos nossa lista, e
dela, construir nossa bandeira de luta, de resistência, de contestação e de
denúncia Brasil afora, com os nomes de cada um dos golpistas, dos vermes que se
incrustam no seio de nossos destinos e nos quitam a esperança neste momento
furtivo.
São vermes que se nutrem com nosso destino,
manipulam-no dentro de nosso parlamento, dentro de nossa tênue democracia.
Façamos nossa lista de nomes para o desafio da
eleição de 2018. Façamos dos traidores o alvo de nossa indignação.
São vermes hediondos que afundam e rompem nossas
entranhas, nossa democracia, nossa liberdade de escolha, nosso direito e nosso
destino.
É a nossa vida.
É o nosso caminho.
*Enviadopor e-mail (redacao@tribunadaimprensasindical.com)
João Vicente Goulart, Diretor-IPG.Instituto João Goulart.