ROGER MCNAUGHT -
Penha, cidade do Rio de Janeiro. Uma escola estadual que funciona dentro de instalações cedidas
pela prefeitura opera de forma precária. Alunos da rede estadual que estudam no
período noturno no edifício da escola municipal Conde de Agrolongo, na penha,
sofrem com o total descaso do poder público e sofrem com assédio moral.
Não
bastasse a falta de um edifício próprio para a escola, os alunos desde o início
do ano estão sem o RioCard, sendo sujeitos a todo tipo de humilhações para
exercer seu direito ao passe livre. Segundo os alunos a máquina de recarga se encontra defeituosa desde
fevereiro, e os mesmos tem de portar “declarações” da escola para exercerem o
seu direito de ir e vir gratuitamente para as aulas. Porém, como era de se
esperar, as empresas de ônibus não facilitam em nada e motoristas –
provavelmente sob orientação das empresas – por diversas vezes impedem o acesso
dos estudantes com as “declarações”.
Embora
segundo os alunos a merenda seja regular e de boa qualidade, os demais serviços
deixam muito a desejar. Banheiros sem
papel higiênico, água dos bebedouros quente e distribuição irregular – e
insuficiente – de uniformes pioram a situação.
As aulas de educação física constituem outro desafio: sem acesso aos
chuveiros (acesso negado pela direção da escola segundo os alunos) torna-se
impraticável assistir aulas suado após o exercício físico. O uso de aparelhos de refrigeração também é
negado pela direção.
Muitas
pessoas atribuem o corte do RioCard apenas às ocupações e escolas ocupadas, mas
esta escola é a prova do contraditório.
Ela não é, não foi nem será ocupada, é uma escola mista (estado e município)
e mesmo assim se encontra sem a recarga do RioCard – mais uma vez o direito ao
passe livre está sendo ameaçado pela má gestão (ou má intenção).
Outro
fator curioso e altamente perigoso foi o fato da escola – que no turno diurno é
frequentada por crianças – ser situada em uma via onde não há o menor controle
de velocidade dos veículos. Em poucos
minutos em frente à mesma, foi possível flagrar diversos veículos em alta
velocidade, sem nenhum tipo de sinalização ou impedimento por se tratar de uma
área escolar. Mais uma vez, o poder
público parece não se importar com nossas escolas e nossos estudantes, lamentável.