Via Opera Mundi -
Em nota, Ministério das Relações Exteriores diz que manteve contato com
governo venezuelano e Unasul após prisão de prefeito opositor de Caracas.
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em ato público na segunda (24/02). |
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota
na noite desta terça-feira (24/02) afirmando acompanhar "com grande
preocupação" a situação na Venezuela. Na última semana, o prefeito de
Caracas, o oposicionista Antonio Ledezma, foi preso pelo Serviço de Inteligência sob a acusação de conspirar para derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro.
"São motivos de crescente atenção medidas tomadas nos últimos dias, que
afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente
eleitos, assim como iniciativas tendentes a abreviar o mandato
presidencial", afirmou no comunicado o Itaramaty, que nos últimos dias
manteve contato direto com o governo venezuelano e com a Unasul (União
das Nações Sul-Americanas) para acompanhar a situação no país vizinho.
Sem mencionar especificamente a prisão do prefeito opositor de Caracas,
o Itamaraty diz ainda considerar "imperiosa a pronta retomada do
diálogo político" no país, pedindo que "atores políticos" e "forças
sociais" não pratiquem atos que dificultem o apaziguamento do conflito.
"A finalidade última é ajudar a Venezuela, no marco da sua
Constituição, a desenvolver as condições para que o país possa retomar o
seu desenvolvimento econômico e social em um clima de paz e concórdia",
conclui o Itamaraty, ministério chefiado pelo diplomata de carreira
Mauro Vieira.
Protesto tem morte de adolescente
Também hoje, a Promotoria da Venezuela informou que um adolescente de
14 anos morreu durante uma manifestação em San Cristóbal, no oeste do
país. As circunstâncias do falecimento do menino ainda não foram
esclarecidas pelo investigadores.
Nas redes sociais, algumas informações apontaram que o adolescente
recebeu um tiro na cabeça, embora a causa da morte não tenha sido
confirmada oficialmente. Segundo essas informações, o adolescente,
Kliver Roa, teria sido atingido na altura da cabeça quando estava perto
da Universidad Católica do Táchira.
Abaixo, leia a íntegra da nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil:
O Governo brasileiro continua a acompanhar com grande preocupação
os acontecimentos na Venezuela, em especial por meio da Comissão de
Chanceleres da UNASUL, integrada pelos Chanceleres do Brasil, Colômbia e
Equador, e por contatos diretos com o Governo venezuelano. São motivos
de crescente atenção medidas tomadas nos últimos dias, que afetam
diretamente partidos políticos e representantes democraticamente
eleitos, assim como iniciativas tendentes a abreviar o mandato
presidencial.
O Governo brasileiro considera imperiosa a pronta retomada do
diálogo político auspiciado pela Unasul por meio da Comissão de
Chanceleres, que tem contado com o decidido apoio da Santa Sé. Nesse
sentido, reitera sua disposição de contribuir de forma ativa com o
Governo venezuelano e com todos os setores envolvidos na Venezuela para a
retomada desse diálogo.
O Governo brasileiro insta os atores políticos venezuelanos, assim
como as forças sociais que os apoiam, a absterem-se de quaisquer atos
que possam criar dificuldades a esse almejado diálogo. A finalidade
última é ajudar a Venezuela, no marco da sua Constituição, a desenvolver
as condições para que o país possa retomar o seu desenvolvimento
econômico e social em um clima de paz e concórdia.