1.9.14

JÁ ESTÃO DESESPERADOS

CARLOS CHAGAS -
A cada pesquisa divulgada mais parece crescer o desespero no governo e no PT. Evidência disso foi a inusitada reação de Dilma, sexta-feira, em Salvador, ao comentar   declarações de Marina a respeito de, em seu governo, vir a dar ao pré-sal um papel secundário. Pode  ter sido   uma  precipitação, até  uma  bobagem da ex-senadora, mas só a iminência da derrota justificaria que a presidente a tivesse chamado de “fundamentalista, retrógrada e obscurantista”.  Ao defender o pré-sal, mesmo sem citar a adversária nominalmente, Dilma perdeu-se em  explicações sobre política energética, defendendo a implantação de  mais hidrelétricas e sustentando que a  energia eólica e o etanol são  complementares do  petróleo,  não seus substitutos.

No fundo da discussão, para Dilma, estavam os mais recentes números divulgados pelo  Datafolha: Marina vence no primeiro  e no segundo turno por diferença de dez pontos, por enquanto.

Mil tratados serão   escritos a respeito das causas de tão profunda reviravolta no quadro sucessório. Cada um  que selecione seu cientista político preferido, mas  não haverá como fugir da evidência: o eleitor se identifica em Marina. Como candidata a vice, não aparecia e não empolgava, sequer servia de contraponto à arrogância e à soberba de Dilma. Com a tragédia atingindo Eduardo Campos, virou o jogo: Marina reivindicou a candidatura, que recebeu de modo natural. Era o que o cidadão comum não estava esperando mas recebeu como um presente: uma  candidata igual a todos nós.

Alega-se, no ninho dos  tucanos e no bunker do PT, que em um mês as coisas poderão mudar. Na teoria, claro. Na prática, muito difícil. As tendências, quando se firmam, não  costumam desaparecer. Marina é uma delas.

Importa menos saber de ela vai proibir a implantação  de hidrelétricas, se vai subsidiar o  etanol ou voltar à energia  nuclear. A verdade é que  caiu no  gosto popular. Para o PT,Lula, Dilma e penduricalhos, fica a lição maior da humildade: ninguém é insubstituível…