HELIO FERNANDES –
As convenções
ilegítimas e sem a menor autenticidade
Está valendo tudo. Não mudam apenas os três presidenciáveis,
nem preciso citá-los. Esses devem ficar até outubro, com análise baseada no que
acontece e não no que pode acontecer. Apesar de serem apenas mais ou menos 3
meses, dominados pela insegurança e incerteza.
Alckmin, que já foi presidenciável em 2006 e pretende a
reeleição em São Paulo para ser presidenciável novamente em 2018. Fez acordo
com o PSB, ficou com o apoio de Campos sem votos, e com a repulsa de Marina, a
mais votada da legenda. Na prática, o que vale essa estapafúrdia coligação?
Um vice sem votos,
sem nome e sobrenome
Para fechar a chapa, existiam muitos nomes com história,
carreira e campanhas. Mas com medo de quem pode ameaçá-lo no futuro, indicaram
e garantiram um vago Marcio França, que superou todos os que podiam pretender a
vice. Preteriram os que pregavam mudanças, mas não mudaram o clima.
FHC: não muda a falta
de coragem
É o mesmo de sempre. Quando se elegeu presidente. Depois que
comprou a reeleição, sem se chamar mensalão porque pagou á vista. Nas
investidas contra a propriedade nacional, inventou as “moedas podres”,
recebendo com um dinheiro que não valia nada, mas entregando empresas que
valiam muitíssimo.
A desestatização
Corrupção não prescreve. Essa Comissão que citei no título,
tem que responder pelas traições e os prejuízos provocados por FHC. Um dia
haverá uma CPI para apurar essa roubalheira, que tem números incalculáveis. E a
Petrobras não entrou na lista por excesso de covardia.
Pelo mesmo motivo, não compareceu à convenção do PSDB.
Passou a semana “brigando” com Alckmin. Não recebendo o que queria, viajou para
o exterior, 72 horas antes da convenção. Mandou comunicar: “Não pode
comparecer, está no exterior”. FHC não muda.
Kassab-Skaf
O presidente da Fiesp foi o mais favorecido, o ex-suplente
de Serra, prejudicadíssimo. Se aliou a Skaf na última hora, optou não pela melhor
oferta, e sim pela mais viável e pragmática. Ninguém ganha de Alckmin, há 20
anos no poder.
O PT desgarrado e
desabitado em SP
Se os adversários não fossem tão fracos ou frágeis, Dona
Dilma correria perigo pelo desacerto no estado mais populoso e consequentemente
de maior eleitorado. Eufóricos pela plantação do poste da Prefeitura, (que
segundo pesquisas está apenas com 17 por cento da popularidade), lançaram o “mais
médicos”, Padilha. O melhor que pode pretender é um terceiro lugar. E esse
Padilha ainda pode ser desenterrado.
A eleição será
decidida em SP?
Já está não só decidida mas resolvida. Dona Dilma não tem
condições de perder, mas também de governar. Já disse e fico cada vez mais
assustado, pelo país e não pela candidata. Se ela repetir o que chama de
governar, um atentado político, administrativo, até vernacular, poder acontecer
tudo. Menos chegarmos a 2018.
Nem pessimismo ou
otimismo, apenas o visível realismo
Não adianta tentar inventar palavras ou criar realidades
falsas. Os últimos quatro anos que se completam logo depois das eleições,
catastróficos. Ficam brincando de “previsões a longo prazo”, divulgam números
tentando enganar o cidadão-contribuinte-eleitor.
E garantem: “A partir de julho de 2016, a inflação vai cair
pela metade, os juros também, o investimento dobrará”.
A perseguição à
Argentina
Tenho protestado, me irritado, mostrado revolta, com o que
estão fazendo com a Argentina. Mandou 1 bilhão de dólares para os EUA,
amortização da renegociação com os verdadeiros credores, os que fizeram acordo,
mesmo perdendo 70 por cento.
O dinheiro chegou lá, o juiz (ou “juiz”?) que trata do caso,
chegou a anunciar: “Vou embargar o dinheiro, para pagar os Fundos”. (Chamados
de “abutres”). Até agências importantes noticiaram isso.
A repercussão
negativa
Diante do barulho provocado pela suposta resposta do juiz,
ele voltou atrás, praticou um ato execrável. Devolveu o 1 bilhão de dólares
para a Argentina. Portanto, a Argentina não pode ser intitulada de “caloteira”.
Quer pagar e esse magistrado, desculpe a calúnia, não deixa. Vamos esperar o
desenvolvimento.
Reviravolta em SP
Kassab, que não tem votos, “não é de esquerda, de centro ou
de direita” (textual dele mesmo) anunciou apoio ao candidato do PMDB, Paulo
Skaf. O ex-prefeito pode mudar de posição, nada surpreendente. Mas por enquanto
“vale o que está escrito”.
Lula, que já estava preocupado com a falta de penetração do
poste Padilha, entrou em campo. O PT sugere a troca do poste por um candidato
de verdade, que seria Suplicy. Este já disse que aceita.
Nos bastidores, o ex-presidente considera que politicamente
a troca não é boa para ele, mas eleitoralmente traz vantagens.
A dúvida de Lula: em 1998, candidato pela terceira vez, Lula
foi “enfrentado” pelo próprio Suplicy, que queria votação para a escolha do
candidato. Lula não esquece, a cúpula quer obrigá-lo a esquecer.
Novo presidente da
União Europeia
Depois de 20 anos de presidente do Luxemburgo, um país
imaginário. É escolhido presidente da CE. Candidato carregado sozinho por Angela
Merkel, foi eleito contra a opção de todos ou quase todos os outros Primeiros
Ministros. Por que essa vitória espetacular da ex-comunista quando a União
Soviética existia?
Quando a União Soviética desapareceu no Natal de 1991,
Merkel atravessou pela última vez o muro de Berlim, foi para a Alemanha
verdadeira. Já apareceu como de centro esquerda, engrenou a carreira.
Presidente da CE, da
extrema direita
Não esconde sua convicção ideológica, e isso é que completa
a incógnita. Por que Merkel, que supostamente caminhava para a esquerda,
enfrenta todos para impor um candidato sem passado e cujo presente se baseia apenas
em Angela Merkel? A CE corre perigo?
Tempo de TV
Todos os acordos, por mais espúrios, enigmáticos e indignos
que sejam, têm uma exigência e um motivo: aumentar a aparição e permanência na
TV. Parece que todos têm o poder da fala de Rui Barbosa. Este, em 1910, sem
rádio, televisão, comunicação, empolgou o país com o que se chama até hoje de “campanha
civilista”. Os de agora querem falar ao vento.
PS – Expectativa
para França-Nigéria. Não pela qualidade, a França só tem um título, conquistado
em casa há 16 anos.
Até agora, 4 campeões estão em condições de ganhar o título. Como não se cruzam
nas oitavas, se ganharem seus jogos, teremos semifinal e final entre campeões.
PS1 – O jogo
começou e continuou até o fim do primeiro tempo, muito agarrado, principalmente
pela França, dominada. Aos 18 minutos, a Argélia faz o seu gol. O bandeirinha
marca impedimento, as câmeras confirmam milímetros da camisa de um jogador da
Argélia, estavam à frente jogador da França. Logo a seguir, Benzema, um metro à
frente, o bandeirinha marca o impedimento nítido, o francês não percebe mas “chuta
o vazio”.
PS2 – Aos 24
minutos, Benzema pode ter jogado fora a vitória e a própria reputação. Sozinho,
chutou, dava a impressão de que a bola entrara. Mas no campo e na televisão, a
certeza de que não passara a linha. Para evitar dúvidas, mobilizaram a
tecnologia, realmente ficaram faltando 30 centímetros para ultrapassar a linha
final e fatal.
PS3 – Aos 34, a
França que melhorara bastante e quase marcara por três vezes, abre o placar,
faz 1 a 0, que aparentemente deve ser o da vitória. Mas nos últimos minutos de vários jogos desta
Copa, houve reviravolta e prorrogação.
PS4 – Aos 45 a
França liquida o jogo com o segundo gol. O público torcia pela Nigéria, frustração.
Mas os franceses também em grande número, festejam, acreditam que podem chegar
às semi e até às finais.
PS5 – O que pode
acontecer. Basta que os quatro campeões que sobraram, não percam nenhum jogo.
Os coadjuvantes sem títulos estão dando trabalho.
PS6 – Felipão e
Carreira, perdão Parreira, abusaram da falta de credibilidade: “Existe um
complô da arbitragem contra o Brasil, não querem que ganhemos o sexto título”.
Não existe nada premeditado contra o Brasil. Só “desculpas” antecipadas, dos
dois “trêfegos peraltas”.
PS7 – Nesta Copa
está acontecendo de tudo. Os ponderáveis e os imponderáveis. Além das
classificações inesperadas, reviravoltas inimagináveis, erros clamorosos dos
árbitros, sempre favorecendo os mais poderosos. E a Holanda, a mais
privilegiada, apesar de Van Gaal, seu técnico, ter reclamado, “que iam apitar a
favor do Brasil”.
PS8 – Essa Holanda
ia sendo eliminada pelo México, aos 43 minutos, quase acabando o jogo. Aí, de
longe, o empate, acontece, legítimo. Mas surgiu o ilegítimo. O árbitro deu os
descontos certos, (6 minutos) assim que começaram, Robben se jogou no chão,
(como faz sempre na Europa), o árbitro marcou pênalti. A Holanda ganhou e
sobreviveu. Até agora com apenas uma grande vitória, contra a Espanha e mais
nada.
PS9 – O inesperado
mas legal. A Costa Rica vencia a Grécia, o jogo estava acabando. Aos 90, os
gregos acertaram um golaço, prorrogação. Como tem acontecido, nenhum gol, pênaltis.
A Costa Rica bateu os cinco com extraordinária categoria, Felipão podia
comparar com os nossos, um para fora outro em cima do goleiro.