5.1.17

FACÇÃO FAMÍLIA DO NORTE TEM TIME DE FUTEBOL QUE METE MEDO NOS ADVERSÁRIOS E NA IMPRENSA; PAPA CONVIDA A REZAR PELAS VÍTIMAS [VÍDEO]; EX-PRESIDIÁRIO, ROBERTO JEFFERSON ESCREVE QUE PRESOS MORTOS NO AMAZONAS “JÁ VÃO TARDE” E APAGA

REDAÇÃO -

Apontada como principal responsável pelas mortes durante a rebelião em um presídio de Manaus no último domingo, a Facção Família do Norte tem uma relação íntima com o esporte. O grupo criminoso sustenta o Compensão, um dos times mais populares do futebol amador do Amazonas, que costuma mobilizar mais gente que o Campeonato Estadual local.

O Compensão disputa o Peladão, tradicional torneio com mais de 40 anos, que reúne mais de 500 times em sua categoria principal – é conhecido como o maior campeonato amador do mundo e atrai jornalistas até do exterior. O time ligado à Facção Família do Norte conquistou o título em duas oportunidades (2006 e 2008) e amedronta adversários e imprensa local.

O time amador tem como principal incentivador Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, comandante da Facção Família do Norte. Em conversas interceptadas pela Polícia Federal em 2015, o criminoso admitiu ter investido cerca de R$ 320 mil para que o time participasse de um torneio local.

Dentre o pujante universo amador de Amazonas, Compensão é conhecido como um time com recursos mais abundantes que os demais. O dinheiro foi farto enquanto Zé da Compensa esteve no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), local da rebelião de domingo passado. Com capacidade de investimento, a equipe ligada ao tráfico de drogas conseguiu por muito tempo bancar ônibus para torcedores se deslocarem e material de arquibancada, como bandeiras. Mais importante, a agremiação recrutou boa parte dos melhores jogadores disponíveis, pagando bem por partida.

“Existe uma pressão muito grande para adversários que vão jogar lá no campo deles, com gritos de terror, de que vão morrer. Diz-se que certos times até entregam os jogos. É difícil trabalhar lá também, para os jornalistas, devido às ameaças. Uma equipe de reportagem quase foi agredida”, relatou um jornalista que acompanha o Peladão, em condição de anonimato. (…) (via UOL)

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