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Mesmo afastada do Tribunal de Justiça do Amazonas desde junho de 2016, a desembargadora Encarnação das Graças Salgado, alvo da Operação La Muralla 2, da Polícia Federal, recebeu, entre aquele mês e outubro, subsídios de R$ 261 mil – ou R$ 212.106,78 líquidos.
A magistrada é investigada pela PF por suspeita de ligação com a facção criminosa Família do Norte (FDN), envolvida em uma série de assassinatos, roubos e tráfico de drogas. Integrantes da FDN são acusados de promover o massacre de 56 presos em Manaus. (via Estadão)
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PF sabia há mais de um ano de plano de facção em Manaus
O massacre dos presos no Amazonas poderia ter sido evitado. Por meio de escutas telefônicas, a Polícia Federal sabia há mais de um ano da intenção da facção criminosa Família do Norte (FDN) de matar “todos os membros” do grupo paulista PCC em presídios de Manaus. As informações constam em um relatório da instituição. As informações são de O Globo:
O plano de criminosos da facção amazonense Família do Norte (associada ao grupo carioca Comando Vermelho) de eliminar presos supostamente ligados à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) era de conhecimento da Polícia Federal do Amazonas desde outubro de 2015. Somente na segunda-feira à tarde, depois do massacre, o Ministério da Justiça, ao qual a PF está subordinada, anunciou a liberação de recursos para a transferência de detentos para presídios federais.
As informações de que as mortes poderiam ocorrer constam em um relatório de mais de 600 páginas, com cerca de 800 mil mensagens e chamadas telefônicas de criminosos interceptadas pelos policiais federais. O documento tem trechos de conversas do chamado núcleo central da facção amazonense, em que é revelado o propósito de eliminar “todos os membros da facção paulista que se encontravam presos em Manaus”.
No dia 19 de outubro de 2015, todo o material foi encaminhado à 2ª Vara Federal do Amazonas pelo delegado Rafael Machado Caldeira, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Drcor), da PF do Amazonas. O material foi usado como base para a deflagração da Operação La Muralla, no final de 2015, levando à denúncia e à expedição de 127 mandados de prisão. Todos acusados de tráfico de drogas, armas, avagem de dinheiro, evasão de divisas, assassinatos e torturas.