HELIO FERNANDES -
Não eram favoritos nas pesquisas, surpreenderam o mundo com a vitoria. Nos EUA, Hilary Clinton era apresentada por comentaristas famosos e respeitados, como tendo 99% de chance de vencer. Perdeu. Nem Trump acreditava na vitoria, usou e abusou de promessas arriscadas.
A mais surrealista, em duas fases, textuais: "Vou construir um muro separando e impedindo a entrada de mexicanos, que PAGARÃO a obra". Quase terminando o mandato e candidato á reeleição, usou o tempo todo para apresentar o muro, como grande objetivo, preocupação e exigência nacional. Foi sendo preterido e derrotado.
Agora, na Suprema Corte, vislumbrou a possibilidade, (nada mais do que possibilidade eventual) de construir o muro. Pelos invioláveis e repetidos 5 a 4, pode utilizar o equivalente a 10 bilhões de reais do orçamento.
Realidade indestrutível: o México não pagará coisa alguma, mesmo que o muro surja num ainda invisível segundo mandato.
Bolsonaro também se fixou em garantias futuras: "Não disputarei a reeleição e tentarei acabar com ela para sempre". 3 anos e meio antes de terminar seu primeiro mandato, já é candidatissimo ao segundo. Mesmo se submetendo a atuação e participação ultrajantes.
PS- Pesquisa publicada ante ontem: 39 por cento responderam: "Até agora, o presidente não FEZ NADA".
PS2- Essa reprovação é maioria espantosa mas não surpreendente.
PS3- Os reticentes que podem ser apontados a seu favor são mínimos. E tem até quem elogiou pelo fato de "ter acabado com o horário de verão".