DANIEL MAZOLA -
É inacreditável que esse
tipo de realidade continue ocorrendo no Brasil. Após diversas denúncias e
pedidos de defensores dos Direitos Humanos, e de parentes de internos do
"Centro de Recuperação Célio Teixeira Jorge", que na verdade é uma
FALSA CLÍNICA para viciados em drogas mantida ilegalmente pela igreja "Assembleia
de Deus de Todos os Santos", volto a denunciar que no Município de
Nova Iguaçu, Distrito de Austin, na Rua Antônio Soares, números 78 e 81,
localidade conhecida como "Três Fontes", funciona o lugar mais imundo
e precário que pode existir na região da Baixada Fluminense.
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Aqui funciona o "Centro de Recuperação Célio
Teixeira Jorge".
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O local não tem a menor
condição de higiene e segurança para os internos, eles são colocados ali por
famílias de baixa renda apenas porque é "gratuito". Não existe
nenhuma assistência de médico ou de psiquiatra, e os pastores que controlam o
lugar dizem para os internos que "não existe doença mental, não existe
dependência química, é o diabo que faz as pessoas se drogarem".
O único
"tratamento" que eles dispensam às pessoas é rezar e ler a Bíblia, e
participar diariamente dos cultos religiosos, celebrados no número 78 (onde
dormem os internos homens) e quando a pessoa sai de lá, está sob "lavagem
cerebral", não curada, mas "convertida" à igreja, que tem uma
doutrina tão rígida e medieval que ensina que até mesmo acessar a internet é
"pecado".
Os LGBT's são submetidos a
uma pregação religiosa mais intensa, para deixarem de ser homossexuais, pois a
"doutrina" da igreja também diz que é o "diabo" quem faz as
pessoas terem atração pelo mesmo sexo.
Trata-se de uma verdadeira
fábrica de loucos; todas as pessoas que são "tratadas" ali terminam enlouquecendo,
largam os estudos e as suas vidas para ficarem trabalhando o tempo todo para a
igreja.
Segundo fontes seguras, as
ilegalidades são inumeráveis; apenas a título de exemplo, os internos (homens e
mulheres) têm que trabalhar para manter a casa, inclusive as mulheres cozinham
para uma cantina que vende comida na vizinhança e o dinheiro fica
para os pastores.
Quem chega ali fica incomunicável pelos
primeiros 15 (quinze) dias, para se esquecer até da própria família, e qualquer
"indisciplina" é punida com privação de comida e de sono, (a pessoa
pode ficar até um mês sendo obrigada a só comer angu).
Os responsáveis pelo lugar
são o Pastor Célio Teixeira Jorge, presidente da SEMADETS, e o Pastor Carlos
Henrique, "braço-direito" do Pr. Célio, que "humildemente"
deu o seu próprio nome ao "centro". No lugar, fica o dia inteiro o
Pastor Joelson Rosa, com a sua esposa Marina Sardinha Rosa, os quais mantêm a
vigilância sobre as pessoas que ficam "internadas".
A rigor, é difícil até mesmo
falar em "internação", porque não fazem nem mesmo fichas ou
prontuários das pessoas que vão para lá; a situação, na verdade, é
um confinamento, sem que haja qualquer comunicação ao Ministério Público
ou à Secretaria de Saúde quanto a essas "internações", que atingem até
mesmo menores de idade.
Encontrei, na página
de internet da Assembleia de Deus de Todos os Santos, um
"boletim informativo", datado de 14 de janeiro de 2014, onde o
próprio pastor Célio Teixeira Jorge admite a fuga de
internos do centro, recomendando que só internassem os que com
segurança aceitassem ficar: "A despesa da SEMADETS está muito alta e já
ocorreu caso da SEMADETS ir buscar determinada pessoa e ela já tinha fugido por
não querer ir, causando despesas, por isso é necessário, antes de levar, fazer
uma triagem e ao chegar lá, será feita uma nova triagem pelo Centro de
Recuperação"; que zeloso "pastor de almas" este, pois
sabendo que há pessoas que fogem dele antes mesmo de serem levadas para o
"Centro", enche-se de cuidados para não ter "despesa" com
dinheiro e combustível à toa! Essa, certamente, é a grande preocupação desse
"homem de Deus": não gastar dinheiro e combustível, e somente levar
para o "centro" pessoas que possam depois ser "convertidas"
e dar retorno para ele.
O "Centro", em si,
é vinculado ao CNPJ de um obscuro "Instituto SustentHabilidade", que
mantém um site de internet no endereço http://www.ctjcentroderecuperacao.com.br/ (hoje
fora do ar, mas minha fonte "salvou" em pdf todos
os conteúdos disponíveis) onde apregoa ter uma ampla rede de atendimento,
inclusive com assistência de profissionais de saúde, mas é tudo mentira.
As instalações do lugar
são apenas duas casas comuns, em área favelizada, sem que nenhum médico ou
psicólogo frequente o local (aparentemente, o pastor Célio Teixeira Jorge teria
um psicólogo que assinaria documentos da instituição para enganar às
autoridades, mas tal psicólogo nunca foi visto no lugar).
Também há um perfil de Facebook do "Centro"
(https://pt-br.facebook.com/pages/CTJ-Centro-de-Recupera%C3%A7%C3%A3o/290347411125760),
onde uma das primeiras postagens elogia o
comportamento dos traficantes que expulsam candomblecistas das
favelas. Os responsáveis por esse "Centro" são monstros que fingem
"recuperar" viciados, mas elogiam a
violência do tráfico, desde que cometida contra umbandistas e candomblecistas!
Aquilo vive de doações, mas é
extremamente precário, sendo apenas duas casas, uma para os homens e outra para
as mulheres, que ficam amontoados por até 6 meses. A higiene é nenhuma, a água
é de poço, os internos contraem doenças de pele como sarna, isso foi visto
em algumas internas; as mulheres internas têm que cozinhar para si, para os
homens, e para uma "cantina" localizada em uma rua próxima que vende
comida nos dias em que há festas na localidade.
Isso é o que podemos chamar de
uma grande exploração em cima do vício
e do desespero de pessoas simples!
Aliado ao caráter clandestino de
um lugar que não tem mínimas condições sanitárias de funcionar sequer como
clínica veterinária, quanto mais, como "centro de recuperação"
de viciados em drogas. O lugar pode facilmente ser fechado, com base nos
artigos 283 e 284 do Código Penal, que tratam de charlatanismo e curandeirismo,
aliado a que exercem ilegalmente atos privativos de psicólogos.
Com a palavra as autoridades competentes.
Com a palavra as autoridades competentes.



