HELIO FERNANDES - Via blog do autor -
Politicamente o Rio
de Janeiro nunca teve tanto poder. Eduardo Cunha, presidente da Câmara,
encantado com o cargo, mas empolgado com o futuro. (Por isso já exige que o
governo tome posição em relação ás arbitrariedades na Venezuela. A posição é
correta, mas presidentes da Câmara jamais se preocuparam com assuntos
externos).
Picciani, líder (?)
do PMDB nacional. Agora para a CPI da Petrobrás. Cunha “trabalhou” o nome de
Luiz Sergio, do PT, para relator. Depois de muita briga, foi referendado por
causa do apoio de Cunha. Se não fosse isso, podia ser indicado mas não
escolhido.
Como é impossível
manter certas coisas em sigilo, foi acusado de ter feito acordo para que o
relator fosse do PT, colocou um nome do Rio. Revoltado com a acusação,
respondeu; “Não faço acordo nenhum”.
Mas ficou provado
que faz, não é tão inatingível quanto pensa (?). Ficou de mau humor o dia todo.
Só melhorou quando voltou para a bela residência privativa. Para quem morou
anos em hotel de “lobistas”, que maravilha viver.
A propósito da
Petrobrás: a Moodys finalmente fez o que pretendia fazer há muito tempo.
Retirou da empresa todos os pontos positivos, acentuou os negativos. A empresa
não é mais “investimento seguro”, passou á consideração de “aplicação
especulativa”.
Citou como ponto
preponderante, a corrupção. Mas sabendo muito bem o que fazia e fez, tinha
certeza de que o chamado descrédito da empresa é uma consequência provada
e comprovada da roubalheira das empreiteiras, “associadas” com diretores da
empresa, mais audaciosos por causa da omissão de Dilma e Lula.
A Moodys acertou na
classificação, “aplicação especulativa”. Mas errou completamente o alvo. Devia
ter punido os órgãos (SEC) que controlam Wall Street, os do Brasil, (CVM) que
comandam a Bovespa. Os dirigentes desses órgãos e a própria Moodys, sabem
que existe colossal “operação especulativa” com papéis da Petrobrás. Uma ação
não pode subir 10 por cento num dia e no outro subir outros 10 por cento, e
assim alternada e sucessivamente.
Uma ação da
Petrobrás já valeu 72 dólares em Wall Street, hoje oscila entre 5 e 7. No
Brasil seu valor começou com 43 reais, derrubaram agora, ESPECULAM entre 8 e 10
reais. Qual “pequeno investidor”. (o verdadeiro), teria poder de fogo para
fazer esses estragos?
Tentando diminuir o
impacto do “rebaixamento”, a própria Moodys explicou: “A punição da Petrobrás
não atinge o país”. Não sabe das coisas. A Petrobrás não é uma empresa
qualquer, mesmo de petróleo. Quase 100 mil empresas dos mais variados setores,
dependem dela.
Logo depois,
“alarmistas especulativos”, soltavam dois comunicados, que podiam ser boato ou
não. 1 – A Fitch vai rebaixar também a nota da Petrobrás. 2 – A própria Moodys,
utilizará outro recurso para reduzir ainda mais o conceito da maior empresa
brasileira.
O PT controla a
ABI
Foi marcado
movimento de trabalhadores da Petrobrás, (os petroleiros) em protesto contra os
que derrubam a empresa mas são salvos por órgãos do governo. Comandados pelo
Planalto, e alimentados por Luiz Inacio Adams, (Advogado Geral da União) tentam
salvar as 23 empreiteiras
corruptas-corruptoras-que-montaramn-quadrilha-enorme-para-assaltar-a-Petrobrás.
O encontro foi
marcado para a ABI, agora controlada, liderada e dominada pelo PT. Mas o PT
está tão dividido, que ninguém tinha a menor ideia, que o próprio Lula fosse
comparecer. Foi, deu as ordens dentro da ABI, deixou que os manifestantes e militantes do próprio partido, fossem
hostilizados pelos que "querem o impeachment". Lula comandou bobagens
inacreditáveis, só favoreceu os que acreditam que o impeachment já é realidade.
Lula: desafios
vazios
O que disse o
ex-presidente, levianamente. 1-Dilma tem que levantar a cabeça. (Quer dizer que
está de cabeça baixa). 2-"Posso usar os sem terra". 3- "Quero
paz e democracia, mas os que combatem o governo, não querem". 4-"Nós
sabemos BRIGAR também, e não recuaremos". 5-"Vocês vão saber o que é
BRIGA boa, quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas".
Perguntinha inócua,
inútil, inoperante: "O Lula que circula entre seu Instituto e Brasília,
veio ao Rio ficando horas no seu novo feudo, a ABI".
Ficou 8 anos
presidente, não fez um milímetro para que a indispensável reforma agrária
progredisse e se transformasse em realidade. Agora bajula o movimento dos sem
terra. Cada vez fica mais visível a razão do afastamento de Dilma do
ex-presidente. É que ela está desesperada e de "cabeça baixa", mas
Lula arrogante, mais desesperado do que ela, vê desaparecer a chance de
"Voltar em 2018". Não "voltou" antes, está ficando cada vez
mais longe.
Respostas
Coutinho quer saber
quanto tempo os jornais e as revistas (semanais) continuarão chegando ás
bancas. Até onde a vista alcança, para sempre. Pelo menos nos próximos 50 anos,
sem o menor risco de erro. Os jornais serão localizados, até isolados, mas não.
Isso já vem acontecendo. De Santa Catarina para "cima", não recebem
jornais do Rio, São Paulo e Minas. Os antigos Territórios hoje estados, idem,
idem.
Antigamente não era
nem raro as pessoas lerem até 3 jornais, hoje assinam ou compram 1 as vezes 2.
Contribuiu para isso também a falta de tempo, a vida ficou muito mais curta, o
transporte com dezenas de anos de atraso rouba espaço da atividade de todos.
A tecnologia
avançou de forma dinâmica, criou enorme mobilidade da comunicação mas a
internet, os sites, redes sociais são controlados pelos donos dos jornais.
Então, nas grandes cidades, existirão 1 ou 2 jornais, e digamos 1 chamado de
"tabloide de escândalo" mas vende mais de 1 milhão por dia.
O problema era o
faturamento, o poderoso "New York Times", chegou a ficar em situação
difícil. Descobriu a solução salvadora: "Cada cidadão que comprar um
exemplar do jornal, poderá acessar a internet de graça". Começou a jorrar
dinheiro.
Um só exemplo: o
dono da importante "Amazon" cego de nascença mas com enorme visão
empresarial, comprou o "Washington Post". Estava arruinado, hoje
voltou a existir. Por que um empresário vitorioso no setor "virtual",
se interessaria pelo espaço "real"?
Helio, desculpe,
mas preciso de uma explicação. Você escreveu semana passada, que na Câmara não
existe reeleição para o presidente. E o deputado Ulisses Guimarães, varias
vezes presidente? Um abraço do Aurélio Jorge Mendonça.
Não precisa pedir
desculpa, pelo menos enquanto o presidente da Câmara não puder ser reeleito. O
doutor Ulisses não foi exceção, só que criou a formula que utilizou por várias
vezes, legal e constitucional.
Fez carreira sempre
na Câmara, não tentou o senado nem o governo de São Paulo. (Só em 1989, se
lançou a presidente da Republica, teve exatos 5% dos votos). A legislatura da
Câmara tem 4 anos, divididos em dois períodos de 2 anos cada. Por tanto, um
presidente no período inicial, outro no final. Concluídos os 4 anos, a
legislatura (não confundir com sessão Legislativa) acaba, como a renovação é
total, começa tudo do zero.
A nova Câmara é
implantada, presidida pelo deputado mais velho. O doutor Ulisses se apresentava
era eleito. Longe de ser reeleito. Fez isso três vezes, precisava de tempo.
Eduardo Cunha está tentando implantar a reeleição. Afinal, FHC comprou (e
pagou) a reeleição para ele mesmo. Só que era presidencial. Cunha não está
muito longe disso, pelo menos em sonho.
O problema é só
dinheiro. Se Eduardo Cunha conseguir prorrogar o mandato, suas ações sobem
muito. As que caem como se estivessem em Wall Street ou na Bovespa, são as de
Dona Dilma e até de Lula.
PS- A
ex-corregedora Eliane Calmon, foi hostilizada, quando denunciou os “bandidos de
toga". O advogado Sergio Bermudes, não precisou de mais de 3 minutos de
televisão, para fulminar o juiz (?) Federal que fagueiramente dirigia um carro
de luxo que ele mesmo mandara apreender para levar a leilão.
PS2- Esse juiz (?)
já deveria estar preso quando foi feito o flagrante do crime (crime mesmo)
praticado por ele. Se demorar muito, dá tempo para esse juiz (?) ser aposentado
com todos os vencimentos.
PS3- Ontem á tarde
em Paris, foi lançada a nova lição do semanário Charlie. Depois do assassinato
pelos terroristas, só saiu um número, feito na redação do “Liberacion”.
Praticamente uma surpresa.