Por ALTAMIRO BORGES - Via blog do Miro -
A bancada do PT protocolou nesta quinta-feira (26) o pedido
para ampliar as investigações da CPI da Petrobras criada na Câmara Federal. A
partir da “delação premiada” do ex-diretor da estatal, Pedro Barusco, de que o
milionário esquema de propinas teve início em 1997, os petistas avaliam que é
indispensável analisar as origens da corrupção na Petrobras. Durante o reinado
privatista de FHC, várias medidas suspeitas foram tomadas na empresa –
inclusive a que anulou os processos de licitação pública. Na época, até
jornalistas da direita tupiniquim, como o falecido Paulo Francis, denunciaram
que a Petrobras havia virado um antro de maracutaias, enriquecendo diretores da
estatal e executivos das empreiteiras.
Como se tornou hábito na gestão do PSDB, as denúncias foram
arquivadas. No reinado tucano, a Polícia Federal não investigava – já que
estava aparelhada por delegados ligados à legenda; o Ministério Público Federal
quase não existia; e o procurador-geral da República ganhou o irônico apelido
de “engavetador-geral”. Por sua vez, a mídia chapa-branca – regada com milhões
da publicidade oficial, com vários subsídios e isenções e com outras regalias –
blindava o ex-presidente FHC. Por razões políticas, ideológicas e comerciais,
ele era tratado como santo, como o homem da “modernidade neoliberal”. Até o
chefão do Grupo Folha confessou recentemente que a mídia foi “muito cordial”
com o “príncipe da Sorbonne”.
Diante deste histórico, nada mais justo de que a CPI da Petrobras – novamente
criada com o objetivo político de desgastar o governo Dilma e com o intento
entreguista de destruir a principal estatal do Brasil – ampliar o período de
apuração sobre a corrupção na empresa. Caso não ocorram novamente os
lamentáveis acordos pragmáticos de bastidores, o certo inclusive seria convocar
o ex-presidente FHC para prestar esclarecimentos. Isto serviria, ao menos, para
inibir as bravatas do grão-tucano, que adora posar de vestal da ética. A CPI
poderia ajudar, inclusive, a desvendar como se deu o criminoso processo da
“privataria tucana” – quem ganhou fortunas e remeteu para o exterior a grana do
povo brasileiro!
Além de solicitar a ampliação do alcance da CPI da Petrobras, o PT também
protocolou nesta segunda-feira (23) representações às corregedorias do
Ministério Público Federal e da Polícia Federal questionando a linha de
investigação da Operação Lava Jato. Segundo a sigla, a apuração das denúncias
de corrupção tem sido conduzida de forma partidarizada. “A necessidade de
apuração sobre a eventual ocorrência de direcionamento político torna-se
necessária, pois a utilização política da investigação representa em verdade
uma grave violação à democracia”, afirma o texto da representação. Os advogados
da legenda criticam os “vazamentos seletivos” e os métodos truculentos para obter
as “delações premiadas”.