3.9.14

DONA DILMA PREVÊ: “GOVERNO CATASTROFICO”, PARA DONA MARINA. E O DELA, COMO SE IDENTIFICA? AGRIPINO MAIA TIRA AÉCIO DO OSTRACISMO ELEITORAL

HELIO FERNANDES - 

Churchill era um bom frasista, lógico, não tão genial quanto o Millôr. Mas às vezes acertava. Como na quase desconhecida definição da União Soviética: "É um mistério dentro de uma incógnita". É  verdade que Churchill nunca leu Marx, não por desinteresse ou falta de tempo.

Mas Churchill era tão conservador que conservava até mesmo suposta rivalidade com aqueles que pensavam a sociedade de forma diferente. Mudo uma palavra: não seria rivalidade e sim exibição de ciúme. É uma injustiça que Churchill tenha vivido antes da televisão.

Se tivesse morado no Brasil e obrigado a definir Dona Dilma, não fugiria muito disto: "Extraordinária incompetência dentro de notável desapreço pela cultura". E assim teria definido pelo menos quarenta anos da vida publica de Dona Dilma. Sem exagero ou parcimônia na utilização das palavras.

Os Institutos que fazem pesquisas nacionais, logo de saída jogaram Aécio Neves para o ostracismo eleitoral. Nem se deram ao trabalho (era obrigação) de fazer simulação Dilma-Marina, por que não mostraram ao cidadão-contribuinte-eleitoral a mesma simulação entre Marina e Aécio? A palavra simulação é autoexplicativa.

Surpreendentemente o próprio Aécio em vez de se insurgir contra a discriminação, aceitou passivamente a omissão, incorporou-a ao seu dia-a-dia eleitoral. Assim não pode nem reclamar: os Institutos têm razão, a sucessão presidencial tem apenas dois candidatos.

O que sobrou para Aécio, diante da omissão dos Institutos e dele mesmo? Não pode ficar vagando pelos "grotões e igarapés" do debate eleitoral. Tem três decisões ou opções. 1- Renunciar, por falta de votos. 2- Apoiar Dona Dilma, mas como fará essa "transposição do São Francisco" com tudo o que Dona Dilma representa e ele fingia combater? 3- Apoiar Dona Marina, e por tanto deixar explicito que concorda com as mudanças que ela prega, embora ele não tenha tido coragem publica de pregar. O terrível e até melancólico para Aécio: receberá aplausos no caso de renuncia. Indiferença total, apoiando Dilma ou Marina. Não conseguirá transferir o próprio voto.

Dona Dilma "defende" o ministério de 39 ministros

 Aceitando que são e serão apenas dois presidenciáveis, Dona Dilma resolveu acertar a pontaria, regulando-a para atingir Dona Marina. Nada de reprovável se fosse estratégia de campanha, quando diz, "não se pode governar sem apoio político". Não era construção e sim reprovação à sua própria administração (?) que não demitiu um só dos 39 ministros.

Mesmo com esse surrealismo e calamitoso sistema presidencialista-pluripartidário (que não existe em NENHUM país), poderia ter reduzido os ministeriáveis. Não precisava ficar na demissão dos sete do primeiro ano, substituídos por outros dos mesmos partidos, atingidos pelos “malfeitos”. (palavra exclusiva do dicionário de Dona Dilma, que usa e abusa dela).
Com 32 partidos, pode ser feito um mau ou bom acordo 

Eleita, Dona Dilma tem que tomar posse com as negociações feitas entre outubro (se não houver segundo turno) e janeiro, eleição e posse. Não precisa atender reivindicações de todos os partidos. Pelo menos vinte, existem por causa do Fundo Partidário e do horário eleitoral.

Com raros tempos de democracia parlamentar que o país conheceu, foram feitos vários acordos. Magnificamente identificados como “troca-troca”. Era exatamente isso o que aconteceu. Esses tempos foram curtos e raros.

Excluindo os 41 anos de “república velha” e de partido único, os 15 anos da ditadura Vargas, os 21 da ditadura dos generais, os sete meses de Janio e suas consequências, os 13 meses de Café Filho e suas conspirações baratas e mesquinhas, o que sobrou? 

Incompetente, imprevidente, inconsciente 

A campanha eleitoral de Dona Dilma está inteiramente abandonada, deixando a candidata desarvorada. Ela comete suicídio eleitoral, quando chama a atenção para a “importância de saber governar”.

E diz sobre Dona Marina: “Ela não têm nenhum conhecimento para presidir o país”. E completa, textualmente, prevendo: “Ela será uma catástrofe inimaginável”.

Não devia tratar do assunto, “prevendo” coisas, quando seu governo é uma realidade “catastrófica”, realidade e não previsão. Qualquer que seja o ângulo, todos podem utilizar palavra “ruinoso” (e irrecuperável se ela tiver outro mandato), deixando o país á beira da falência, já em recessão.

E sobre a crise mundial, Dilma e seu Ministro da Fazenda, retumbavam: “Essa crise só chegará ao Brasil como marolinha”. Textual.

PS- O senador Agripino Maia, coordenador da campanha de Aécio, “acenou” para uma possível aliança com Dona Marina, num suposto seguindo turno, ou até mesmo agora, ainda no primeiro.

PS2- Ninguém explicou como isso seria feito no momento, em plena campanha, quando supostamente poderia haver alteração. Num segundo turno poderia recomendar qualquer das duas candidatas.

PS3- Mas Agripino Maia está sendo criticado dentro e fora da campanha de Aécio, porque não deixou duvidas: “A prioridade é derrotar o mal maior que é o PT”.

PS4- Gostando ou não gostando da afirmação feita pelo senador, a verdade é incontestável: Aécio ganhou espaço na mídia, coisa que não vinha acontecendo.

PS5- Até órgãos impressos e expressos que visivelmente estão contra Dona Marina, deram cobertura á afirmação. Agripino Maia ganhou aplauso como estrategista eleitoral.