HELIO FERNANDES –
Até agora ninguém sabe se a CPI do Senado morreu, se vai ser
fundida com a CPI mista, ou se continuará vivendo e existindo. Três grupos
lutam por uma dessas “soluções”. Mas todos só dizem alguma coisa depois de
conversar (com quem?) no Planalto.
180 dias da CPI
quando terminam?
Sobre essas três possibilidades, o Planalto vai decidir qual
é a mais danosa para Dona Dilma e sua candidatura. Mas em relação ao prazo, é
de 180 dias, seis meses. Quer dizer: a CPI ultrapassa a eleição, pode explodir
no segundo turno, se existir. Vexame completo, vergonha para todos os lados.
Convocação do ex-diretor
em LIBERDADE
Finalmente depois de muita divergência, Paulo Roberto Costa
vai depor na próxima terça feira. Movimentou 10 bilhões, ganhou a liberdade.
Dona Graça diz que não pode depor contra ele. Nos dois depoimentos, (no terceiro
não falou sobre ele), garantiu: “Só encontrei com ele uma vez”. Os dois têm
dezenas de anos de Petrobras e só se encontraram uma vez?
O perigo do cartão parcelado
e do cheque especial
O consumidor, na ânsia de comprar, e muitas vezes na necessidade
e obrigação de consumir para viver e sobreviver, vão comprando de todas as
formas. Às vezes nem sabem quanto pagam de juros. Existem duas fórmulas,
financeiramente suicídios. E mortais.
1 – Cartão de crédito ou de débito, parcelado. É a maior armadilha
montada pelos bancos contra o cidadão. Cobram 10, 11 e às vezes até mais,
mensalmente. Por ano chega a 200 e até 300 por cento, “juros sobre juros”, como
se aprende na escola primária.
2 – O outro subterrâneo no qual o cidadão mergulha e não sai
mais, é o famigerado crédito especial. A fórmula é a mesma, trágica, cruel, que
leva ao desespero o cidadão e à felicidade os donos dos bancos.
Vão comprando, escalonando, não sabem em quanto são
roubados. Não há um jeito de haver esclarecimento, para que esse suicídio não
se concretize?
Os poderosos
banqueiros sanguessugas
Ninguém pode fazer
nada. Agora está sendo julgado nos dois mais altos tribunais do país, a questão
dos prejuízos de centenas de milhares de cidadãos. Foram roubados, (é a palavra
a partir de 1990 em diante, os bancos acumularam).
José Roberto Cardoso
quer ir para o Supremo
Antes mesmo de ser empossado, não escondia: “Quero que minha
carreira se encerre no Supremo”. Dona Dilma precisava dele, disse apenas, “depois”.
Mas não será agora, na vaga de Joaquim.
Se Dilma for reeleita, terá muitas vagas para ele. Ministros
da Justiça foram para o Supremo, o inverso também já ocorreu. Sem surpresas,
apenas pela “expulsória constitucional dos 70 anos”, Dona Dilma terá muitas
vagas para preencher.
Celso de Mello em menos de 2 anos. Marco Aurélio em 3.
Lewandowski, que assume a presidência agora, deixa o Supremo no início de 2018,
Dilma sai em janeiro de 2019.
Rosa Weber e Teori Zavascki completam 70 anos em 2019, Dona
Dilma já fora do Poder. Se for mantido nele, apesar das tremendas dificuldades
que criou para si mesma. Mas não para seu Ministro da Justiça, que com
reeleição, continuará no cargo.
Um grupo do PT resiste
a Maluf
O partido inteiramente “rachado”, embora Lula consiga
controlar tudo. Ou quase tudo. Quando lançou a candidatura Haddad a prefeito,
foi à casa do próprio Maluf, coordenou o apoio do ex-prefeito. Saiu nas fotos,
na televisão. Agora não queria que Maluf apoiasse Padilha para governador.
Só que Dona Dilma não resiste a qualquer “parcela” de tempo
na televisão, mesmo que seja 1 minuto e 17 segundos. O ex-Lula foi contra esse
acordo, não admitiu nem telefonar para Maluf. Acusado de corrupção na construção
da “marginal”. (Nome que Maluf escolheu baseado na sua própria imagem).
Agora, um grupo da cúpula do PT, engrossa e quer desfazer o
acordo com o ex-prefeito. Dona Dilma não admite.
A
democracia-ditatorial de Assad na Síria em terrível guerra civil
Quase três anos de mortes brutais do povo, o ditador da
Síria há 14 anos no Poder, com “eleição” exatamente igual à de agora. Fora o
tempo em que ficou no cargo.
Com 168 mil mortos e mais de um milhão fugidos obrigatoriamente
para fora do país, ganhou mais sete anos. Só votaram os que ainda vivem no seu
setor.
Nas cidades dominadas pelos rebeldes, não houve votação. Assad somou 87
por cento dos votos. E a ONU e mundo não protestam contra esse tipo de
democracia ditatorial? Enganou até o presidente dos EUA, que fez ameaças,
intimidação, bravata, nada mais do que isso.
A política do Rio vai
se confirmando
E Pezão se garantindo, indo para bem longe dos adversários.
Só quem pode dar uma recuperada e afrontá-lo: Lindberg e Garotinho. Mas
difícil. Pezão como governador, inteiramente diferente do vice.
Cabral será mesmo
candidato a senador
Não tem outra saída. Se ficar sem cargo, ostracismo
completo, seus projetos para 2018, sejam quais forem, enfraquecidos. Esperava
conhecer os adversários. Eleitoralmente respeitava Dornelles e Jandira Feghali.
Agora, decidiu.
Que ninguém se
esqueça do 6 de junho de 2013
Hoje, um ano dos primeiros, gloriosos e admirados protestos
contra a incompetência e a imprudência dos poderes. Foi o aparecimento dos
manifestantes do “Passe Livre”, aplaudidos e admirados pela comunidade. Seus brados
retumbantes, atingiram os que só queriam o poder e o enriquecimento,
repercussão enorme.
“Vocês não nos
representam”
Quando pronunciavam essa frase visando diretamente o
Legislativo e o Executivo, medo, susto, pânico. Mais de 200 ou 300 mil pessoas
no Rio e em São Paulo. Parecia uma verdadeira Revolução da Comunidade.
A mudança inesperada
Neste ano decorrido, façamos reflexão ligeira, constatemos e
contabilizemos os ganhos democráticos que aparentemente vinham para ficar. Os
representantes dos dois Poderes também concluíram com esse resultado, mas logo
tudo mudava.
A PEC 37
Deputados e senadores se preparavam para votar a emenda constitucional
que tinha esse nome, cassava os direitos do Ministério Público fazer
investigação e a consequente denúncia.
Essa PEC 37 que ia ser aprovada como represália à atuação do
Ministério (um avanço da Constituição de 1988) e voltaram atrás, VETARAM essa
emenda, também por unanimidade.
Corrupção: “crime
hediondo”
É evidente que o povão era contra a corrupção. Mas não pedia
tanto. Inesperadamente tudo mudou, os membros dos dois Poderes perceberam,
voltaram a dominar tudo. Conclusão melancólica: as ruas ficaram vazias e
silenciosas. O que parecia promissor, ficou apenas constrangedor.
As ditaduras, de
30-37-45 e a de 64-85, perderam todas as Copas
PS – Na primeira
em 30, Vargas estava a caminho do Poder. Em 34 transformou a eleição direta em
indireta, se manteve. Em 37 rompeu tudo, tirou a máscara, implantou a ditadura
do Estado Novo. Não ganhou 38. Em 42 e 46 não houve.
PS1 – Derrubado em
45, voltaria em 50, numa das eleições mais tumultuadas. No “maracanazo” ainda
não estava no poder. O Brasil perdeu, ele se elegeu em outubro. Não ganhou em
julho de 54, iria embora em agosto, o único ato genial de sua vida sempre rondando
ou se atrelando ao cargo máximo.
PS2 – A segunda
ditadura que fragilizou o país para sempre, assumiu em 1964. Logo em 66, na
Inglaterra, tivemos o primeiro grande fracasso depois do “maracanazo”. O Brasil
foi logo eliminado na chave, vergonha e vexame. Perderam a seguir em 1974, 78,
82, 86, já na transição dominada pelos militares.
PS3 – Pulei 1970,
deliberadamente. Essa seleção venceria a de qualquer país, “governada” por
estadistas ou carrascos. Lincoln, Hitler, Roosevelt, Stalin, De Gaulle,
Churchill, qualquer um levaria essa seleção ao pódio da vitória e da
consagração.
PS4 – De 30 a 45,
de 64 a 85, não ganharam uma só Copa do Mundo. Adorariam, festejariam, seriam
capazes de garantir um período sem tortura. Não foi possível.
PS5 – Hoje, em
São Paulo, o último amistoso quase inamistoso da seleção brasileira. A Sérvia é
o Panamá do outro lado do mundo, o resultado terá que ser o mesmo da terça
feira.
PS6 – Na verdade,
a pergunta obrigatória: Neymar terá a mesma atuação? É evidente que um jogador
sozinho não ganha jogo, mas ajuda muito.
PS7
– Se Neymar não estivesse em campo contra o
fraquíssimo Panamá, o resultado teria sido o mesmo?


