Via Congresso em Foco -
Parlamentares terão acesso à investigação da
Polícia Federal sobre possíveis desvios de recursos públicos na
construção da refinaria Abreu e Lima. Caso envolve ex-diretor da
Petrobras e doleiro Alberto Youssef.
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal
em Curitiba, determinou hoje (13) o compartilhamento das provas da
investigação da Operação Lava Jato com a CPI da Petrobras. Os
parlamentares terão acesso à investigação da Polícia Federal sobre
possíveis desvios de recursos públicos na construção da refinaria Abreu e
Lima, em Pernambuco. O processo envolve o ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Os
detalhes sobre supostas contas bancárias secretas do ex-diretor em
bancos da Suíça também chegarão aos senadores.
De acordo com o juiz, a CPI poderá
auxiliar na investigação. “Considerando que o compartilhamento irá
instruir investigação criminal realizada pelo Congresso e de crimes
apenados com reclusão (corrupção, peculato e lavagem, aparentemente) e
que as provas colhidas neste feito e nos conexos podem servir
eventualmente a outras investigações, não havendo ainda princípio da
especialidade a impedir o compartilhamento das provas, é o caso de
deferir o requerido”, decidiu Moro.
De acordo com o Ministério Público
Federal (MPF), os desvios na construção da refinaria pernambucana
ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que
prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Segundo o MPF, a obra
orçada em R$ 2,5 bilhões, custou mais de R$ 20 bilhões. A investigação
indica que os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa,
então diretor de Abastecimento, e de Alberto Youssef, dono de empresas
de fachada.
Nesta semana, o Ministério Público da
Suíça informou à Justiça Federal brasileira que foram descobertas
naquele país contas bancárias no valor de US$ 29 milhões ligadas ao
caso. Foram identificadas 12 contas em bancos suíços sob o controle de
Paulo Roberto Costa, suas duas filhas, genros e de um funcionário do
doleiro Alberto Youssef. Do total, US$ 23 milhões pertencem ao
ex-diretor da Petrobras, segundo o levantamento suiço.
Paulo Roberto Costa é suspeito de
ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis
estados e no Distrito Federal, desarticulada na Operação Lava Jato, da
Polícia Federal. Em um dos processos, Costa e Youssef estão envolvidos
em desvio de dinheiro na construção da refinaria pernambucana. Na
segunda ação penal, Costa é acusado de obstruir as investigações com a
cumplicidade das duas filhas, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros.