5.6.14

AINDA NEYMAR

Por Nelson Rodrigues Filho - Via Rede Democrática -
 
"Minha paixão clubística é anterior ao sexo, anterior à memória" nos diz o Anjo Pornográfico, o Tricolor, Nelson Rodrigues. Meu neto, o Murilo, como eu, como sua mãe a Crica, é Tricolor desde o útero. Interessadíssimo em futebol e no seu Fluminense. Acompanhou os jogos da decisão dos campeonatos europeus e propôs que a lista de reforços para o time do Fred se resuma a três: Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo. Este último responsável por sua torcida pelo Real Madrid na final da Copa Europeia.
 
Fez sete anos agora, no dia 22 de maio, mas já consegue ver quando um jogador tem que passar a bola para o outro em determinados momentos, em especial perto do gol.
 
Reclamou muito do Dale que deixou de passar a bola para o Cristiano Ronaldo, que ficaria na cara do goleiro, preferindo um chute, mesmo estando totalmente desequilibrado.
 
O brasileiro, no entanto é o seu favorito. Adora quando ele dá uma caneta( para ele 'ovinho') em algum marcador "apressado". Ele ainda não tem o discernimento das dificuldades para determinadas jogadas.
 
Neymar faz tudo parecer muito simples. Dribles desconcertantes, vários deles absolutamente inesperados, com uma rapidez maior que um pensamento, fartos em seu inesgotável repertório, sua visão de jogo e seu equilíbrio fazem do jogador o melhor do mundo, segundo a minha modestíssima opinião.
 
O quesito do equilíbrio e a rapidez em mudar a jogada são grandes diferenciais entre outros quesitos desconcertantes.
 
Recentemente, assisti uma entrevista antiga do Zico em que o super-craque perguntado qual a melhor seleção do Brasil, a de 70 ou a de 82 e ele, sem nenhuma dúvida e peremptoriamente, afirmou que era a de 1970.
 
- Por quê? perguntou o repórter.
 
- A de 70 tinha o Pelé, acrescentou com a ênfase de quem estava chovendo no molhado.
 
- O Pelé, além de ter outros arrasadores atributos, acrescentou,  tinha um especial equilíbrio, muita  rapidez em mudar sua trajetória e imediata recuperação quando parava a jogada o que ele não tinha visto em nenhum outro jogador.
 
Pois o Neymar é o único que eu vi jogar com esta mesma condição. A mesma rapidez, as improvisações, os dribles com os dois pés, a velocidade e, como Pelé, é excelente em assistências.
 
Apesar destes atributos, Pelé é insuperável, além de que o melhor do mundo em todos os tempos era um emérito cabeceador, com uma espetacular impulsão.
 
Porém, o Neymar é o único que me faz lembrar, lembrar apenas, o Pelé que não tem em seu gigantesco repertório um "ovinho", como diz meu neto, num juiz.
 
Com Neymar sou Brasil e não abro.