Via Esquerda.net -
Em 2012 na Europa havia mais 800 mil crianças vivendo na pobreza
do que em 2008, aponta um relatório da Organização Internacional do
Trabalho.
A Organização Internacional do Trabalho
(OIT) divulgou, anteontem, o “Relatório sobre a proteção social
no mundo, 2014-2015”, o texto original em inglês pode ser acessado neste link.
Segundo
a agência Lusa, o relatório, no capítulo com o título “Erosão do modelo
social europeu” assinala: "Em 2012, 123 milhões de pessoas nos 27 (na
altura) Estados membros da União Europeia, ou 24% da população, estavam
em risco de pobreza ou exclusão social (...) e cerca de mais 800.000
crianças viviam na pobreza que em 2008".
O documento sublinha que
o agravamento da pobreza e da desigualdade nos países da União Europeia
não resultou apenas da recessão, "mas também de decisões políticas
específicas de redução das transferências sociais e de limitação do
acesso a serviços públicos de qualidade", que se juntam "ao desemprego
persistente, salários baixos e impostos mais altos".
"O custo do
ajustamento foi transferido para as populações, já confrontadas com
menos empregos e rendimentos mais baixos há mais de cinco anos. Os
ganhos do modelo social europeu, que reduziu significativamente a
pobreza e promoveu a prosperidade no pós II Guerra Mundial, foram
erodidos por reformas de ajustamento de curto prazo", realça o documento
da OIT.
O relatório assinala ainda que contrariamente à ideia
generalizada, a austeridade não atingiu apenas os países europeus. "As
medidas de contenção orçamental não se limitaram à Europa. Em 2014, nada
menos que 122 governos reduziram a despesa pública, 82 deles de países
em desenvolvimento", refere o documento, assinalando medidas como:
"reformas dos regimes de aposentação, dos sistemas de saúde e de
segurança social (...), supressão de subvenções, reduções de efetivos
nos sistemas sociais e de saúde".
O relatório sobre a proteção
social no mundo sublinha ainda que mais de 70% da população mundial não
tem uma cobertura adequada de proteção social, que 39% da população
mundial não tem acesso a um sistema de cuidados de saúde, que faltam
cerca de 10,3 milhões de profissionais de saúde no mundo para garantir
um serviço de qualidade a todos os que dele necessitam.