CARLOS CHAGAS -
A presidente Dilma não pode prometer
grandes mudanças no país. Seria reconhecer o fracasso de seu governo.
Assim, enfatiza o que fez, ou não fez, sabendo da disposição do
eleitorado de exigir alterações de vulto no capítulo da prestação de
serviços públicos.
A sorte da candidata é que consegue apresentar
realizações no campo social, em benefício das camadas menos favorecidas,
ao tempo em que seus adversários só podem prometer a preservação do
bolsa-família. O passado e os compromissos de Aécio Neves e Eduardo
Campos impedem maiores incursões na ampliação de direitos trabalhistas,
hipótese que abalaria os alicerces da campanha pela reeleição da
presidente.
Esse suposto impasse é responsável pelo clima morno
do processo sucessório. Falta um candidato capaz de prometer que dobrará
o salário mínimo, restabelecerá a estabilidade no emprego, aplicará o
princípio da participação dos empregados no lucro das empresas e
obrigará as multinacionais a reinvestirem a maior parte de seus lucros
aqui no Brasil, multiplicando o número de empregos.
Quem desenvolvesse essas e outras conquistas, viáveis
ou irreais, polarizaria a sucessão presidencial, obrigando os outros
concorrentes a enfrentar a questão social. Do jeito que as coisas vão, o
desinteresse popular continuará a pairar sobre as campanhas.
O GRANDE VEXAME
Pior não poderia ficar. Inaugurado dias atrás, com
direito à presença da presidente Dilma, o aeroporto de Brasília inundou.
Na metade de suas instalações, virou uma piscina. Imagens desse vexame
correram o mundo, às vésperas da copa do mundo. A pergunta que se faz é
se ficará tudo como antes, ou seja, não há quem puna os responsáveis. A
empresa encarregada das obras pôs a culpa na chuva, as autoridades
engoliram. Como começou o período de seca no Distrito Federal, só em
setembro deveremos preocupar-nos com nova inundação…
QUEM SABE ELE VEM?
Pelo número de diplomatas, agentes do FBI, da CIA e
de fuzileiros navais reunidos em Natal, é bem possível que o presidente
Barak Obama desembarque na capital do Rio Grande do Norte, dia 16, para
assistir a estreia do selecionado americano de futebol. A presidente
Dilma está preparada para receber o vice-presidente, naquele dia, mas já
foi informada da hipótese mais importante.