6.6.14

SEM DEBATER A QUESTÃO SOCIAL, A CAMPANHA ANDA MORNA

CARLOS CHAGAS -
 
A presidente Dilma não pode prometer grandes mudanças no país. Seria reconhecer o fracasso de seu governo. Assim, enfatiza o que fez, ou não fez, sabendo da disposição do eleitorado de exigir alterações de vulto no capítulo da prestação de serviços públicos.

A sorte da candidata é que consegue apresentar realizações no campo social, em benefício das camadas menos favorecidas, ao tempo em que seus adversários só podem prometer a preservação do bolsa-família. O passado e os compromissos de Aécio Neves e Eduardo Campos impedem maiores incursões na ampliação de direitos trabalhistas, hipótese que abalaria os alicerces da campanha pela reeleição da presidente.

Esse suposto impasse é responsável pelo clima morno do processo sucessório. Falta um candidato capaz de prometer que dobrará o salário mínimo, restabelecerá a estabilidade no emprego, aplicará o princípio da participação dos empregados no lucro das empresas e obrigará as multinacionais a reinvestirem a maior parte de seus lucros aqui no Brasil, multiplicando o número de empregos.

Quem desenvolvesse essas e outras conquistas, viáveis ou irreais, polarizaria a sucessão presidencial, obrigando os outros concorrentes a enfrentar a questão social. Do jeito que as coisas vão, o desinteresse popular continuará a pairar sobre as campanhas.

O GRANDE VEXAME

Pior não poderia ficar. Inaugurado dias atrás, com direito à presença da presidente Dilma, o aeroporto de Brasília inundou. Na metade de suas instalações, virou uma piscina. Imagens desse vexame correram o mundo, às vésperas da copa do mundo. A pergunta que se faz é se ficará tudo como antes, ou seja, não há quem puna os responsáveis. A empresa encarregada das obras pôs a culpa na chuva, as autoridades engoliram. Como começou o período de seca no Distrito Federal, só em setembro deveremos preocupar-nos com nova inundação…

QUEM SABE ELE VEM?

Pelo número de diplomatas, agentes do FBI, da CIA e de fuzileiros navais reunidos em Natal, é bem possível que o presidente Barak Obama desembarque na capital do Rio Grande do Norte, dia 16, para assistir a estreia do selecionado americano de futebol. A presidente Dilma está preparada para receber o vice-presidente, naquele dia, mas já foi informada da hipótese mais importante.