HELIO FERNANDES –
Se o fato se confirmar, muitas justificativas. Sarney começou a carreira pela Câmara, segundo suplente. Habilíssimo, um ano depois assumia efetivamente. E surpreendentemente se filiava à Frente Parlamentar Nacionalista, o que havia de mais brilhante e progressista na época.
Agora, considera mais oito anos desnecessário, além de não correr o risco de ser derrotado, só existe uma vaga. Além do mais, trabalharia para ser presidente da Câmara, cargo que ainda não tem.
Em 1965, se candidatou a governador do Maranhão, repetia: “Quero acabar com a ditadura de 40 anos do Vitorino”. Montou a sua, que já está com 48 anos. E não é apenas estadual. Tendo servido à ditadura nacional, foi vice e assumiu a presidência por cinco anos. Queria seis, não foi possível.
Plano Verão e Bresser
Apenas de passagem: o Supremo vai julgar os prejuízos de milhões de brasileiros, atingidos por essas duas falcatruas do governo Sarney. Os bancos, que ganharam muito dinheiro com esses planos, fazem TERRORISMO com o julgamento, garantem: “Se tivermos que pagar aos que pretendem receber, o país vai quebrar”.
Só para assustar os bancos. Os cinco maiores patrimônios do Brasil: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Santander. O sexto é a Petrobras. Que República.
Que vergonha: a poderosa Petrobras, quase sem patrimônio
Como sou “petrobrasista” de sempre, desde que a empresa foi criada por um decreto vazio do final de 1951, inicio de 1952, posso não concordar com sua administração. E na verdade, discordo desde a fundação, e continuo discordando, sem deixar de defendê-la.
A União tem 51 por cento das ações, 49 por cento pertencem a acionistas populares ou privados. Eu defendia antes e não mudei de convicção: a União deveria ter 100 por cento das ações, não passaria por esse vexame de fazer cidadãos brasileiros perderem dinheiro. Que JAMAIS irão reaver. As ações já valeram 53 reais, agora quando “sobem muito”, chegam a 20 reais e voltam logo a 15 ou 20.
Administradores enriqueceram
Ao contrario dos acionistas, os que presidiram a Petrobras, não podem se queixar da vida. Foram raros ou pouquíssimos os que não aumentaram vastamente suas geografias financeiras ou bancarias.
Shigeaki Ueki
Não foi o único, mas entrou sem nada e saiu com tudo, era o “japonesinho” predileto de Geisel. Ficou anos presidindo a Petrobras, depois foi Ministro de Minas e Energia, que dominava e controlava a própria Petrobras. No seu tempo, a Petrobras importava 20 BILHÕES de óleo e combustíveis.
Um cálculo rápido, sem maquininha. 10 por cento de 20 bilhões igual a 2 BILHÕES. Um por cento, enriquecimento de 200 milhões. Que Maravilha viver.
Ueki, potência do Texas, mais rico que os Bush
Tem mais poços de petróleo do que pai e filho, 12 anos alternados de presidentes dos EUA. O “japonesinho” de Geisel quase não vem ao Brasil. Tudo é administrado pelos filhos, que não precisaram da ascensão filantrópica do pai. Já nasceram com o cheiro de petróleo nas vestes e nas contas bancarias.
Ueki não foi o único a enriquecer, longe disso. Mas ninguém “administrou” tão bem a vocação petrolífera quanto ele. E teria sido por acaso ou coincidência, que a Petrobras e o Ministério de Minas, ficaram sob seu domínio?
No Estado do Rio, surgem cada vez mais candidatos
Já são nove os que se dizem ou “falam” que são candidatos a suceder Cabralzinho no Guanabara. Na verdade existem apenas três com chances de vitória. Fora a procura do PSDB, que começou com Pedro Malan, que não quis nem conversar.
Tentou então o técnico de vôlei, Bernardinho, que disse: “aceitaria depois de 2016, quero encerrar a carreira na Olimpíada de 2016”. Mas assinou a ficha do partido. Segunda feira farei analise sobre esses nove candidatos, que na verdade não passam de três.
O Ministro da Fazenda da reeleição
Anteontem revelei que Mantega tem mais um ano no cargo, Meirelles já foi convidado, lógico, aceitou. Só toma posse em janeiro de 2015. A única possibilidade de alteração seria a derrota de Dona Dilma, a não reeleição. Não pela capacidade de vôo dela, e sim pela incapacidade dos supostos adversários, decolarem dos seus insondáveis aeroportos eleitorais.
Já surgiram varias notas e comentários, todos otimistas em relação à Mantega. E com a conclusão estapafúrdia: “Mantega dentro de três meses será o mais longevo (sic) Ministro da Fazenda do país”. Estão longe da fita de chegada. Souza Costa foi Ministro da Fazenda de Vargas durante 12 anos. Seguidos.
Delfim Netto ficou 13 anos como ministro, só que uma parte na Fazenda e outra na Agricultura, na mesma ditadura. Que ainda lhe deu o cargo de embaixador na França. Nos quatro anos com direito a duas casas. A oficial na “margem esquerda”, e a “outra”, na “margem direita”. Que maravilha viver.
Comprando o caça sueco, o Brasil cassa esperanças futuras
Levaram 12 anos deixando a compra dos caças, nas manchetes de todas as formas de comunicação. E agora, quando decidiram (decidiram?), fizeram quase tudo errado. E só receberão esses aviões em 2018, isso se o prazo for respeitado.
Resolveram comprar esses caças, com a afirmação: “Os que servem à FAB estão totalmente ultrapassados”. Então depois de quase cinco anos de espera, terão à disposição, aviões que nunca foram experimentados. Nem mesmo pela vendedora, a Suécia.
Está bem, esses aviões são mais baratos. Economia perigosa, no ar, no mesmo momento em que o governo comprador queria economizar nos freios e nos airbags.
PS – Com uma semana de antecedência, a China surpreendeu o mundo, com uma revelação. O plano ambicioso e caríssimo de ir à lua, 44 anos depois dos EUA terem ido. E a então União Soviética ter ido primeiro ao espaço, mesmo que não tenha chegado à lua.
PS2 – Por que a China surpreende o mundo? Qual a razão de gastar fortunas nesse projeto? Prestígio mundial, estúpido. O Brasil não liga para isso.
PS3 – Bernardo Mello Franco foi implacável, mas não injusto, no artigo radiografia sobre um por cento das ações do governador. Ações terrestres e aéreas, pois mesmo lá do alto, sempre de helicóptero, Cabralzinho continua governador.
PS4 – Tudo isso que o excelente repórter juntou, é parte mínima do que se constituiu no dossiê popular do “fora Cabral”. E levará o governador à derrota em outubro próximo, contra a candidata que vai enfrentá-lo: Jandira Feghali. Lá se vai e se esvai o sonho de cabralzinho de voltar ao senado e ficar “vivo no jogo eleitoral e político”.