29.4.19

PAULO PRETO, OPERADOR DO PSDB, DESAPROPRIOU MESMA ÁREA TRÊS VEZES

REDAÇÃO -


Apontado pela Lava Jato como operador de propinas do PSDB, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi responsável pela desapropriação de uma mesma área três vezes durante obras do trecho sul do Rodoanel Mário Covas, na região metropolitana de São Paulo.

Segundo informações do jornalista Aiuri Rebello, da Folha de S. Paulo, nas três vezes, a Dersa pagou pouco mais que o dobro do que a área valia. O prejuízo aos cofres públicos apurado neste caso é de pelo menos R$ 3,5 milhões em valores da época.

Segundo o jornalista, em 2007, em meio às desapropriações de áreas por onde passaria a obra do Rodoanel, Paulo Preto e o então presidente da Dersa Thomaz de Aquino Nogueira Neto, autorizaram o pagamento de R$ 2 milhões por uma área de 162 mil metros quadrados —um sobrepreço de R$ 1 milhão em relação ao valor apontado na avaliação da área.

No mesmo ano, a dupla autorizou a compra de mais 90 mil metros quadrados, supostamente um enclave no mesmo terreno. De acordo com a Dersa no processo de improbidade, a existência do enclave nunca foi demonstrada no processo de desapropriação. O valor desembolsado foi de R$ 1 milhão.

Dois anos depois, em 2009, Souza e Neto voltaram a desapropriar mais 161 mil metros quadrados do mesmo terreno, por R$ 2,2 milhões. O valor é novamente R$ 1 milhão acima do valor atribuído ao terreno pela própria Dersa.

Somadas, todas as áreas indenizadas pela Dersa chegam a 414 mil metros quadrados, mas a área total registrada em nome da empresa indenizada é de 324 mil metros quadrados.

Fora isso, caso existisse, a área total desapropriada, de acordo com cálculos do valor do metro quadrado na região feitos pela área técnica da Dersa, valeria R$ 2,6 milhões —menos da metade dos cerca de R$ 5,5 milhões pagos pela Dersa.

Fonte: 247