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No último país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão, há apenas 130 anos, um trabalhador branco recebeu, em média, 72,5% a mais do que um profissional preto ou pardo em 2017. Enquanto uma pessoa branca teve rendimento médio de R$ 2.615, um negro (soma da população preta e parda) recebeu R$ 1.516 em 2017. Já as mulheres negras ganham 43% menos do que as mulheres brancas. Os dados são do IBGE.
Diante dessa realidade cujas origens remontam aos mais de 350 anos de escravidão praticados no Brasil e à histórica falta de políticas governamentais que atuem para reduzir o quadro de desigualdade racial, social e de gênero, o Ministério Público do Trabalho organizou o Fórum Estadual de Prevenção e Combate à Discriminação de São Paulo.
A primeira reunião foi realizada nesta sexta-feira 8, com a participação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que integra o fórum. No encontro, os integrantes do fórum deliberaram pela atuação em três setores nos quais a população negra é sub-representada: jurídico, empresarial e midiático.
O Sindicato dos Bancários atuará no setor empresarial. Grandes empresas, incluindo os bancos, argumentam que a maior parte da população negra tem baixa escolaridade, o que impossibilita a contratação para os cargos de hierarquia mais alta.
“Nossa aposta é que, diante da existência desse drama, os bancos devem promover políticas de inclusão por meio da contratação de trabalhadores negros nos cargos iniciais, como jovens aprendizes, estagiários e trainees”, explica Júlio César Silva Santos, integrante do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato e bancário do Itaú.
Fonte: Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo