9.2.19

ROCINHA E VIDIGAL PEDEM PROVIDÊNCIAS AOS GOVERNANTES

ALCYR CAVALCANTI -

As fortes chuvas do início de fevereiro deixaram um rastro de destruição na Rocinha e no Vidigal. Milhares de moradores tiveram suas casas destruídas e ficaram sem absolutamente nada. Um rastro de destruição deixou uma triste rotina de terra arrasada depois das chuvas. São tragédias que se repetem ano após ano sem que os governantes de várias conotações partidárias tenham um plano efetivo para ao menos atenuar o grave problema da falta de moradia e de soluções, muitas vezes precárias que famílias inteiras ao desespero construam um lugar para morar. A falta de políticas públicas efetivas para solucionar o grave problema das favelas vai gerar ainda muitas e muitas mortes nas mais de 950 favelas do Rio de Janeiro. Conforme definiu José Artur Rios, um dos poucos a conhecer a fundo o problema da falta de habitação na cidade.


A favela é uma exigência da estrutura social brasileira. Ela exige relações de dependência econômica que resultam na miséria permanente ou temporária, que por sua vez dá origem a esse tipo de organização, num conhecido círculo vicioso". De fato os políticos só se lembram das favelas em época de eleição com promessas e mais promessas, como num imenso santuário, mas que nunca serão cumpridas.

As duas grandes favelas que somadas tem mais de 150 mil habitantes já estão praticamente unidas em sua parte alta, que daqui a um breve tempo irão formar uma imensa favela.

Percorri na sexta dia 08 de fevereiro uma das dezoito áreas da Rocinha, a Vila Verde orientado pelo líder comunitário Valdemar do Gás, que tem feito com ajuda de seu comércio e de outros comerciantes melhorias na sua área sem o mínimo apoio dos governantes. A tragédia que se instalou em toda a cidade e fez inúmeras vítimas além de um prejuízo milionário para moradores de quase todos os bairros, poderia se não ter sido evitada, ao menos atenuada com obras de contenção, menos desvio de verbas, e a urbanização prometida e nunca cumprida.

A Vila Verde está sem luz há mais de um dia, trazendo um imenso prejuízo a tudo a todos. Uma árvore centenária que foi quase arrancada pela força das chuvas e tombou para cima de um prédio de cinco andares estava sendo cortada, pois obstruía totalmente uma das entradas da Vila Verde que fica ao lado do CIEP Bento Rubião na Curva do S e de um Posto de Saúde que teve a entrada totalmente coberta pela lama. Na minha caminha verifiquei o desalento dos moradores e um comércio totalmente paralisado. Em uma das inúmeras vielas um "soldado do movimento" cumpria fielmente as instruções do "dono do morro" e vigiava atentamente minha caminhada. A seu lado um jovem com um rádio transmissor monitorava tudo. Afinal era sexta feira e seu comércio tem de  continuar, apesar das chuvas e trovoadas...