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O aumento exponencial dos moradores de rua em todo o país é sentido desde o golpe de 2016, executado por Michel Temer e pelo PSDB. Mas os bairros nobres de São Paulo entraram em modo "medo e preconceito" há pouco mais de um ano, quando ficou indisfarçável a catástrofe social promovida, em grande medida por seus próprios moradores, refratários a políticas públicas de moradia e integração social-econômica. "O problema são as sujeiras que deixam para os condomínios. Na frente dos prédios tem cocô, colchão no chão, restos de alimento. Aumenta a quantidade de ratos. É muito desconfortável", diz o empresário Roberto Piernikarz, 37.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca, com cifras similares de preconceito classista, o fenômeno, iniciando o relato com dizeres de moradores da região nobre de Higienópolis: "'Aí, dá um gole da água? É pra cachorra', diz Alemão, um guardador de carros, à reportagem, na esquina das avenidas Paulista e Angélica, em São Paulo. É ali, num dos metros quadrados mais caros da cidade, que ele vive sob os andaimes de um prédio em reforma. Além dele e do animal, à noite e aos fins de semana, a marquise fica cheia de colchões, barracas e cobertores, assim como as ruas ao redor e uma praça próxima. 'Tem gente que passa e ajuda. Tem gente que passa e xinga. Com a polícia não pode bobear', resume."
"Fábio Fortes, morador de Higienópolis e uma liderança da região, comenta com o dono de uma padaria próxima: 'Ele quer saber se tem muito morador de rua aqui', diz, rindo, referindo-se ao repórter. 'É só andar por aí que você vê. Aumentou muito.' A avaliação é quase unânime para quem percorre os arredores do centro: o número de pessoas que dormem na rua aumentou —o que se reflete no número de solicitações feitas à prefeitura para atender essa população. Estima-se que haja 20 mil pessoas nas ruas da cidade. A situação tem provocado reações, positivas e negativas, nos moradores e comerciantes de Santa Cecília, Higienópolis, Pacaembu e arredores."
Fonte: 247