JEFERSON MIOLA -
O TSE deu hoje monumental demonstração da insignificância e da absoluta intranscendência deste tribunal para a democracia e para a lisura da eleição.
O que foi anunciado como entrevista coletiva daquele que deveria ser o órgão máximo da justiça eleitoral, na realidade foi um evento social de vaidades que ocupam postos oficiais.
Na farta mesa da “entrevista coletiva”, não faltaram excelências.
Além da óbvia presença da patética presidente Rosa Weber, participaram da fanfarrice outras celebridades não-menores e não-menos repugnantes da república, como os integrantes da cleptocracia do Temer [Raul Jungmann, Sergio Etchegoyen, Grace Mendonça], os colegas da presidente do TSE [Og Fernandes, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Humberto Jacques]; o presidente da OAB [o “operoso” Claudio Lamachia] e 1 delegado da PF [Elzio Vicente da Silva].
O evento foi montado com esse formato de propósito:
– primeiro, para aparentar normalidade a uma eleição contaminada pela manipulação em larga escala e financiada por empresários com recursos de caixa 2; e
– segundo, para ser uma espécie de solenidade coletiva de prevaricação, em que as autoridades reunidas simplesmente descumprem suas responsabilidades funcionais e assumem, em público, a leniência com o crime.
A pantomima foi completa. Teve de tudo, menos o essencial; ou seja, só faltaram as devidas explicações do TSE sobre as providências adotadas diante da magnífica fraude eleitoral do Bolsonaro financiada pelo poder econômico.
Ficou claro que o TSE nada fez e nada fará, porque deixará a fraude correr solta.
O judiciário está dominado pelo bolsonarismo e pela ascendência militar – maior prova disso é o poder que o general Fernando Azevedo e Silva, o presidente de fato do STF, exerce sobre Dias Toffoli, o presidente de fachada do STF.
A intimidação militar sobre as autoridades constituídas é inocultável. Neste 21 de outubro o TSE apenas cumpriu o script de obediência ao comando militar; assumiu-se como tribunal fake news; tribunal faz-de-conta, “para inglês ver”.
O acompanhamento da apuração da denúncia dos crimes eleitorais pela Missão da OEA, como solicitado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, é um imperativo para se buscar o mínimo de lisura da eleição.
O TSE perdeu totalmente a credibilidade e não transmite a menor confiança, porque atua como quartel general do bolsonarismo.