MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Pouco antes da estréia da
seleção brasileira contra a Suíça, a TV Globo deu o ar de sua graça ao divulgar
que Vladimir Putin foi o responsável pela detenção de um torcedor colombiano
que portava cartaz condenando a perseguição a homossexuais. Pouco tempo depois
uma iraniana também foi detida por protestar que em seu país as mulheres não
podem assistir partidas de futebol.
Só que a TV Globo manipulou a informação
e não divulgou que pelo regulamento da FIFA estavam proibidas manifestações
políticas em Moscou durante a Copa do Mundo. Portanto, a detenção do colombiano
e da iraniana não ocorreu por ordem de Putin como divulgou a Globo, que desde
antes do início da Copa já fazia proselitismo político contra o dirigente
russo.
Na verdade, trata-se de mais uma ação da
emissora da família Marinho que segue orientação política e com isso divulga
informação incorreta e não corrige o erro. Por estas e outras, brasileiros e
brasileiras que se orientam pela Globo para se informar estão sujeitos a
receberem informações totalmente furadas.
O mesmo que aconteceu em Moscou acontece
com demais fatos nacionais em que a família Marinho tem opinião formada. Por
isso, muitas informações divulgadas de forma mentirosa não foram corrigidas e
os seguidores dos noticiários globais passam adiante informações deturpadas que
servem mais a interesses políticos conservadores do que outra coisa.
Daí que se torna cada vez mais clara a
necessidade de democratizar a informação e impedir que algumas poucas famílias
continuem controlando os veículos de comunicação. Uma pergunta que deve ser
feita sempre: em quais países do mundo poucas famílias têm esse controle
midiático causador de tanta desinformação?
É necessário, aí sim, que os
pré-candidatos presidenciais se posicionem de uma vez por todas e reforcem a
verdadeira liberdade de imprensa e tomem conhecimento da diferença dessa
prerrogativa para com a liberdade de empresa, que satisfaz apenas poucas
famílias que controlam a mídia comercial.
Trata-se, na verdade, de uma luta de
todos os que querem um país informado e livre das amarras das poucas famílias
que seguem há tempo controlando a informação no Brasil. Cabe então uma pergunta
a ser feita à presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ou seja, o que ela
acha da colocação aqui exposta?
Conforme a sua reposta ficará mais claro
o seu posicionamento, muito divulgado pela mídia comercial, segundo o qual, é
necessário defender a liberdade de imprensa. É claro que é necessária tal
defesa, mas para esse posicionamento ficar mais claro é imprescindível se
separar o joio do trigo, porque se não for feito isso, a defesa vira uma letra
morta e na prática favorece a um tipo de liberdade que serve apenas às poucas
família que controlam os veículos de comunicação no Brasil.
Em suma, liberdade de imprensa sim, mas
sem que isso favoreça a liberdade de empresa, que na prática demonstra que
erros como acontecidos no caso das prisões em Moscou se transformem em verdades
absolutas, já que não são corrigidas a tempo para melhor informar aos
brasileiros e brasileiras.
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* Mário
Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-presidente na Chapa
Villa-Lobos, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente
impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do
IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói.