ANDRÉ MOREAU -
O jogo do Brasil contra a Suíça (17), serviu para mostrar que nem nas quatro linhas da Copa do Mundo da Rússia 2018, o Povo brasileiro tem vez com juízes. O fato ficou explícito quando Miranda foi empurrado na pequena área pelo do meio-campo Zuber, autor do gol de empate da Suíça: 1 X 1, logo no começo do 2º tempo. Tanto o juíz César Ramos Palazuelos que aos 34 anos, apita o torneio pela primeira vez, quanto o árbitro de vídeo, ignoraram a falta, ao que tudo indica na desastrada tentativa de demonstrar ao público que futebol não é esporte para fracos, oriundos das camadas sociais pobres.
Assim que a torcida suíça começou a aplaudir o gol, os jogadores mais próximos da falta, praticada antes da cabeceada, confiando na integridade do juíz, gesticularam mostrando que Miranda havia sido empurrado. Quando as imagens do lance foram exibidas no telão, Neymar chamou a atenção de Palazuelos, para o óbvio, apontando para o telão do Estádio Rostov, mas do alto do monte Olimpo, o pequeno Palazuelos limitou-se a sacudir negativamente a cabeça e instantes depois correu para o meio de campo, indicando que o gol oriundo da falta e do seu ato de ilegalidade, foi validado, mesmo diante das imagens que provaram o contrário. Em seguida Palazuelos soprou o apito de forma autoritária e mandou o jogo seguir.
Outro lance que eternizará a arbitragem, chamando a atenção dos mais atentos para o vírus do poder desafeto às regras que contaminam diversas organizações como, por exemplo, FIFA e CBF, ligadas a rede neoliberal, ocorreu quando os juízes ignoraram o pênalti contra Gabriel Jesus, agarrado por trás na pequena área pelo zagueiro Akanji, que desequilibrado caiu no chão e ficou sem o direito ao pênalti diante das câmeras de dezenas de repórteres fotográficos e cinematográficos que registraram as imagens transmitidas para o Brasil, com a "exclusividade" das Organizações Globo, que detém o maior número de propriedades cruzadas de comunicação do planeta, mas fatura mesmo com a satanização de adversários políticos com base na ocultação de informações, dentre outros expedientes de nível semelhante.
Futebol a paixão da geral que deixou de existir para os pobres
Os canhotos dizem que futebol não tem nada a ver com política, no entanto, ao raciocinar sobre a expansão do jogo entre os mais pobres e fatos que marcaram o futebol no Brasil, a partir de 1970, podemos constatar justamente o contrário. Nessa fase mais dura da ditadura empresarial/militar, o gigante João Saldanha não foi afastado da Seleção do Brasil, por não ter o perfil de galã, mas por defender o futebol arte exercitado por jovens pobres das periferias, para todos.
O exemplo mais recente do esquema de satanização para derrubar governos, ocorreu às vésperas do golpe de Estado contra a Presidenta Dilma Rousseff: a goleada de 7 X 1 da Alemanha, exibido pela "grande imprensa" como o País dos cidadãos mais civilizados do mundo, constituído por uma nação caridosa, que ajuda os pobres das favelas brasileiras, sem nada pedir em troca. É preciso não esquecer que foi essa mesma "grande imprensa" que metralhou diariamente o Governo da Mandatária até derruba-la, através de um impeachment, sem mérito, promovido pelo consórcio dos meios de comunicação sob o comando dos Marinho do O Globo, como um câncer a ser extirpado do Planalto. "Grande imprensa" que opera com empenho, até hoje, na promoção da mudança do sistema de governo, sem o voto do Povo.
Cumpre ressaltar para os que como Pelé, tem problema de visão que: a criança ao receber a palmada quando nasce, faz política porque chora. Segundo os médicos, quem não reage a dor, tem algum grau de deficiência. Seguindo essa lógica podemos enxergar o interesse dos mais ricos no pobre ignorar a política, já que são os direitos dos mais pobres, os mais atingidos quando não há estado de direito e as instituições públicas são diminuídas.
O que os juízes da índole dos que favoreceram a Suíça fizeram na Rússia, Palazuelos talvez por inexperiência, visa promover o medo. O medo que gera a ignorância sobre a força política que há dentro de cada cidadão. O sentimento mais usado na Comunicação na tentativa de diminuir a força de alguém que no coletivo tem mais força.
O futebol é um traço da cultura, brasileira, diferente de todas as outras, porque permite aos mais pobres, sonhar com um futuro sem tantas desigualdades.
Nesse clima os capitães do mato que ajudaram a promover o extermínio de povos ancestrais no nosso Continente, podem ressuscitar em outros corpos, mas a serviço do mesmo império que defende o acumulo de grandes fortunas dos oligarcas locais, porque eles também usam os paraísos fiscais, em detrimento dos mais pobres.
Quando se admiti tais ações sem crítica, sem reação, sem abrir os olhos, para ver todo contexto do jogo político, se corre o risco de ser conduzido como gado para o abate.
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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.