20.5.18

PAPA FRANCISCO DENUNCIA: FALSAS NOTÍCIAS FAZEM PARTE DE MODUS OPERANDI PARA DAR GOLPE DE ESTADO

ANDRÉ MOREAU -


Atento as injustiças sociais que vem ocorrendo no Brasil, Papa Francisco celebra o Evangelho de João (17), que se refere a unidade da oração sacerdotal de Jesus e na prisão de Paulo, condenado com base em mentiras e fala de golpe de Estado na Missa que presidiu.

O Papa mencionou o exemplo de Jesus Cristo que no Domingo de Ramos foi recebido em Jerusalém como "bendito o que vem em nome do senhor", que na sexta-feira ouviu "Crucifiquem-no", sem falar no nome de Dilma Rousseff e Lula, mas falou que: "(...) Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói (...) Cria-se condições obscuras para condenar uma pessoa (...) na vida civil, na vida política, quando se quer dar um golpe de Estado (...) A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas (...) e no final se dá um golpe de Estado (...)".

Na celebração o Papa lembrou que "(...) Notícias falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas à difusão de arrogâncias e ódio. Esse é o resultado final da mentira". O Papa pediu "(...) dignidade do jornalismo".

A celebração do Papa Francisco foi feita no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelou as conseqüência do desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), dentre outras ações de redução de direitos, que afeta 27,7 milhões de brasileiros desempregados, ou "desalentados" de acordo com o IBGE (17). Por falta de vaga ou por não ter a qualificação necessária, uma entre cada quatro pessoas desistiu de procurar emprego.

O número equivale a um quarto da força de trabalho do país. A pesquisa trata dos sub-ocupados que vivem do trabalho precário (que trabalham menos de 40 horas por semana), atendendo interesses de empregadores que deixam de pagar encargos da seguridade social, mas a pesquisa do IBGE deixa de fora as pessoas que trabalham em condições análogas a escravidão.

O desmonte travestido de modernização das leis do trabalho pelo governo ilegítimo de Michel Temer, retoma as relações entre trabalhadores ambulantes (ex-escravos) e senhores de engenho, prática que se arrasta há 130 anos e agora depois desse golpe de Estado, foi ressuscitada visando atender empresários de corporações internacionais e oligarcas locais.

A portaria 1129 de 16 de outubro de 2017, que alterava o conceito de trabalho escravo e das empresas que passariam a figurar na lista suja, denunciou a manobra visando atender a bancada ruralista, que nos remete ao trabalho forçado em jornadas exaustivas com base em condições degradantes de servidão, para pagar dividas de alimentação e moradia, uma herança maldita da escravidão mais longa da América Latina, mantida segundo estimativas com cerca de 160.000 pessoas trabalhando em condições análogas a escravidão.

---
*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.