EUSÉBIO PINTO NETO -
Foram 11 reajustes nos preços dos combustíveis nos últimos
17 dias. Apesar de anunciar pequena redução nos combustíveis após reunião de
emergência ontem (22), Pedro Parente disse que a Petrobras não mudará sua
política para os preços dos combustíveis. Segundo ele, a redução no preço da
gasolina e diesel anunciada ontem, ocorreu pela variação do câmbio. “Não foi em
resposta à greve dos caminhoneiros”, disse o presidente da Petrobras.
Desde julho de 2017 , o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumula alta de 58,76% e do diesel de 59,32%, segundo o Valor Online. Essa
política de preços está mexendo com nossa categoria. Somada à nova e nefasta lei
trabalhista, temos um quadro extremamente preocupante, com precarização e
demissões por todo país. Se essa política de preços persistirem, a situação
ficará cada vez mais complicada para os trabalhadores em postos de combustíveis
e lojas de conveniência.
Desde julho de 2017
Contra a política neoliberal de Temer - com bloqueios,
barricadas e manifestações nas rodovias e postos de gasolina, a greve dos
caminhoneiros contra a alta do óleo diesel prosseguiu nesta terça-feira (22) atingindo
23 estados brasileiros, segundo informes da categoria aproximadamente 200 mil trabalhadores
aderiram aos protestos contra os altos tributos impostos pelo governo aos combustíveis.
Com elevada taxa de impopularidade e desastrosas opções de
política econômica, os aumentos frequentes nos preços de gasolina e diesel
também passaram a pesar nas contas da classe média, além do impacto nos índices de inflação em razão do uso generalizado dessa fonte
de energia pelo Brasil afora. A população já perceber que a tal política de
preços do Pedro Parente só opera para aumentos, nunca para baixo. Nas ocasiões em que o preço do petróleo na refinaria havia sido reduzido, os
efeitos de queda jamais foram sentidos nos postos de combustíveis.
Não faz sentido que o Brasil adote essa política que só se
justifica para países que dependem totalmente do petróleo importado. No nosso
caso, pelo contrário, somos autossuficientes graças à nossa grande produção
interna. Enquanto não tivermos um governo sério, que atenda as demandas dos
trabalhadores, seremos usados e explorados pelas elites interna e externa.
Agora que a greve literalmente travou a economia e com os empresários
da área de transportes exercendo um poderoso lobby, o governo talvez seja
obrigado a ceder ao movimento dos caminhoneiros, isso mesmo depois de ignorar
os pleitos generalizados de diversas categorias, inclusive dos Frentistas por
mudanças na política econômica, contra o desmonte da CLT e da entrega da Petrobras.
Os trabalhadores caminhoneiros representam o sentimento
generalizado de descontentamento popular com esse desgoverno, vai aqui nossa fraternal
solidariedade e apoio aos companheiros de pista. Até a vitória final!
* Eusébio Luis Pinto Neto - Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da FENEPOSPETRO.