MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
O PSDB, agora dirigido pelo governador Geraldo Alckmin, está mostrando a sua verdadeira cara golpista e que objetiva fazer o Brasil continuar andando para trás. Em seu discurso investiu contra o PT e Lula, como fazem os políticos que querem ter mais pontos nas pesquisas, mas em pouco tempo caem na realidade segundo a qual o discurso não leva a lugar nenhum, a não ser o apoio de setores que se deixam empolgar por mentiras que procuram repetir inúmeras vezes até virarem verdades.
Alckmin é uma figura trágica que governa São Paulo e agora se apresenta para tentar novamente, como aconteceu em 2006, ocupar o governo brasileiro. Para tanto quer se colocar como uma opção anti-Lula e não esconde mais o jogo, ou seja, o projeto do PSDB, repudiado pelo povo brasileiro quatro vezes seguidas e que retornou ao governo por meio de um golpe parlamentar, midiático e judicial que está levando o Brasil para o abismo representado pelo modelo colocado em prática pelo lesa pátria Michel Temer.
Como Alckmin sabe que só poderá empolgar os incautos que se deixam iludir com a manipulação da informação, decidiu logo de saída investir contra Lula culpando-o por uma situação de responsabilidade do atual governo ilegítimo apoiado pelo PSDB. Alckmin quer aprofundar a entrega de mão beijada das riquezas nacionais, inclusive ampliar o atual modelo colocado em prática com a ajuda do próprio PSDB, que agora tenta se apresentar como não participante do atual governo golpista, uma mentira que não cola, mesmo sendo repetida inúmeras vezes pelos que querem iludir os incautos.
E ainda por cima, os colunistas de sempre tentarão de todas as formas apresentá-lo como uma opção de centro, quando na verdade Alckmin não passa de um direitista, até agora disfarçado, mas que para tentar angariar votos não está escondendo o jogo. Mas certamente quem dará a última palavra, se ocorrer mesmo a eleição presidencial, serão os eleitores brasileiros.
Mas como o grupo que apóia Alckmin não se sente seguro com a possibilidade de vencer no voto, golpistas de plantão, entre os quais o próprio lesa pátria Michel Temer, articulam uma possível mudança do jogo político, ou seja, a mudança do regime para o Parlamentarismo ou mesmo um semi-presidencialismo, mas sem nenhuma consulta popular para efetivar a mudança. Nesse sentido o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltará a ser acionado na medida em que a possibilidade de derrota do projeto atual se confirmar.
Está até cristalino que os golpistas não querem correr o risco de perder o governo e para tanto são capazes de partir para um novo golpe que seria não correr o risco de terem de abandonar o projeto colocado em prática ao serem repudiados pelo voto.
Alckmin é uma nova tentativa, pois o candidato que não esconde o jogo extremista de direita de nome Jair Bolsonaro pode não resistir a uma consulta popular e ficar resumido aos apoiadores que querem o retorno do esquema autoritário de abril de 1964 sem nenhum disfarce, como fazem os golpistas de 2016, que diante dos últimos acontecimentos, como as investidas policiais contra a Universidade Federal de Minas Gerais e Santa Catarina, para não falar do jogo sórdido de esconder a corrupção do mercado e do setor financeiro.
Mas o principal agora, sem dúvida, é pressionar os golpistas a não impedirem a realização da consulta popular que colocará em julgamento o projeto atual que vem sendo colocado em prática pelos correligionários do PSDB e que tentam iludir os incautos através de Geraldo Alckmin.
Essa é a realidade atual que atravessa o Brasil, o resto é jogada de marketing dos golpistas repudiados quatro vezes seguidas pelos eleitores brasileiros, seja com o próprio Alckmin, com José Serra duas vezes e mais recentemente com o atual Senador Aécio Neves, um político que em um primeiro momento procurou derrubar a Presidenta eleita Dilma Rousseff e foi um dos que mais incentivou com o seu partido o golpe de 2016.
Em suma, os brasileiros e brasileiras conscientes devem se empenhar para evitar a continuidade do golpe iniciado no ano passado e que ainda quer fazer o Brasil andar ainda mais para trás o quanto seja possível e impossível.
O primeiro discurso do governador de São Paulo e agora presidente do PSDB deve ser entendido como uma tentativa de aprofundar o projeto golpista, que perdoa dívidas dos banqueiros, haja vista o Banco Itaú, e se volta contra os trabalhadores como a contra reforma trabalhista e o empenho do lesa pátria Michel Temer em aprovar a contra reforma da Previdência, que objetiva basicamente fortalecer a Previdência privada.
Em suma: a campanha eleitoral já começou e ao longo dos meses provavelmente aparecerão novidades e mais tentativas de retrocessos de responsabilidade do PSDB e demais partidos apoiadores do projeto em curso que faz o Brasil recuar pelo menos cem anos.
* Via Blog Jornal da ABI/Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-presidente na Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói.