10.12.17

E NÃO ME VENHAM COM A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO! [VÍDEO]

Por ANDRÉ MOREAU -

A divisão de classes é uma das marcas do golpe de estado de 2016 que carrega as mesmas tinturas dos golpes em Honduras, Paraguai, com maior contraste no que foi tentado contra a Venezuela, tendo setores do judiciário uniformizados pelo Departamento de Estado norte-americano, chancelando os ataques.

Honduras: Alianza opositora reitera manipulaciones en actas de votación


El expresidente de Honduras, Manuel Zelaya, ofreció declaraciones a la prensa. El exmandatario recordó las declaraciones de la misión de la Organización de Estados Americanos en las que reconoce las diversas irregularidades en el proceso electoral, principalmente en el traslado y manipulación de las maletas que contenían las actas de votación y en los problemas sistémicos que le impiden "tener certeza sobre los resultados"teleSUR

O caso das eleições de 2017 em Honduras, no entanto, é a variação golpista a partir de fraudes que coloca o Brasil novamente como laboratório dos golpes no Continente. As urnas usadas nas eleições de Honduras, foram emprestadas pelo governo ilegitimo do Brasil, modelo DRE, de primeira geração, fabricadas nos EUA. 

E o TSE não permite auditar os votos (votos sem a geração de recibos impressos). 

Voltando a Honduras, o quadro foi atualizado na América Latina, em uma flagrante fraude, aferida quando: 58,39% das atas já haviam sido contadas e o candidato Nasralla estava com 45,05% dos votos, sendo seguido por Hernández com 40,28% e Zelaya com 13,81%, houve um apagão. Um dia depois o sistema voltou a funcionar, mas o quadro já era outro: o candidato liberal Hernández estava com 42,98 %, Nasralla ficou 41,38% e Zelaya cotado nas pesquisas como o candidato que seria eleito, passou para 14,73%

As fraudes avançam com a velocidade das usurpações da tecnologia informática, ao estilo Chicago boys, mas no lugar de conspirações apenas nas economias ou ditadores militares, entraram em cena os premiados promotores dos ministérios públicos e os juizes, promovidos por oligarcas da comunicação que os transformaram em estrelas de noticiários e filmes, destacando a posição dos cavalos de força da máquina de guerra que vem rasgando constituições de países progressistas da América Latina. Além de prender empresários, os agentes públicos togados deram as costas à possibilidade de acordos de leniência, desmontando empresas estatais e privadas como, por exemplo, a Petrobrás, a Eletro Nuclear e a Eletrobrás e por tabela, criminalizando cientistas como o Almirante Othon Pinheiro, políticos do PT, além de propiciarem a entrega de bandeja do nosso capital estratégico aos estrangeiros.

Apesar das inúmeras manifestações que denunciam essa onda golpista no Continente, a máquina de guerra cibernética avança destruindo reputações, pregando a queda da inflação como lastro para as ações jurídicas, mas sem falar nos congelamentos de programas sociais que vêm empurrando os mais pobres para a miséria absoluta.

O Brasil reassumiu a posição de laboratório dos golpes no Continente, depois de ser atingido pelo golpe de estado que cassou os direitos da Presidenta Dilma Rousseff. E agora o plano que se anuncia na minuta do discurso de saída do Ministro 
do Superior Tribunal Eleitoral, Gilmar Mendes, indicando que caso não se consiga implantar o parlamentarismo, sem o voto do povo, as urnas nas eleições de 2018, serão fraudadas.

O setor de promoção da conspiração midiática ficará a cargo de editores e "informantes não oficiais", destacados pela Associação Interamericana de Imprensa que vem intensificando noticiários sobre pesquisas eleitorais, mas manipuladas, intercalados por propagandas, novelas e filmes com conteúdos que visam confundir telespectadores e ouvintes, ou seja, tratando questões relevantes como liberação das drogas, superação do racismo, igualdade de gênero, como peças de diversionismo, para colocar uns contra os outros.

Cumpre ressaltar que os objetivos das "forças ocultas" que financiam as manipulações das constituições e da comunicação que vem forjando a idéia de salvar o Continente dos governos "populistas", é operar a dominação dos mais pobres através da fome e da falta de cultura, conforme prega o relatório Kissinger dos anos 70, atualizado pelo Lawfare, usando leis e mídias, para "constranger o inimigo político, até que ele se torne vulnerável". 

A diferença é que no lugar dos gorilas que torturaram e assassinaram milhares de pessoas, taxadas de "comedores de criancinhas", hoje as delações que citam o ex-Presidente Lula, sem provas, são chanceladas por setores do judiciário capitaneados pela força tarefa da lava jato, mas da mesma forma que em 62/64, com a repetição de informações superficiais nos meios de comunicação conservadores, visando criar um clima de justiçamento que justifique a implantação da nova arma de guerra: o Lawfare. 

Voltando a 2018, quem quiser aferir as suspeitas de que haverá manipulação nas urnas de primeira geração, deve acompanhar a retirada de páginas que denunciam tais fatos da grande rede, sob a acusação de promoverem mentiras e se perguntar por que depois de doze anos não passamos do estágio das urnas de primeira geração, para as urnas de terceira ou quarta geração usadas nas eleições do Ecuador e da Venezuela?

Por que a decisão de anular o impeachment, sem mérito, não foi apreciada até hoje pelos ministros do STF?

A fraude das urnas que vem sendo tramada será chancelada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) ou, como bem denominou o Comandante Hugo Chavez, pelo "Ministério das Colônias", a mesma OEA que sob ordens do Comando Sul dos EUA, tramou invadir a República Bolivariana da Venezuela, mesmo que para isso fosse necessário assassinar o Presidente Nicolás Maduro.

Por que o caso de Honduras, o mais recente exemplo dessa onda de golpes, não é noticiado pela OEA?

O que não se pode admitir é o judiciário usar as leis para perseguir políticas, rasgar constituições. Porque o "modus operandis"
 dos tribunais da Santa inquisição, se tornará novamente jurisprudência.

Diante de tais fatos, estamos a beira da maior depressão de todos os tempos no Continente. Sem a reação dos trabalhadores brasileiros organizados em centrais sindicais, na Greve Geral, o retrocesso que estamos vivendo hoje, poderá arrastar o Continente a uma depressão comparável a vivida pelos povos nativos, durante as colonizações.

* Via e-mail/André Moreau (foto), é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.