MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Os golpistas estão em uma corrida desenfreada para a aprovação da “reforma” da Previdência ainda neste mês de dezembro. Para tanto se valem de mentiras divulgadas diariamente, mas se negam a discutir, por exemplo, o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que indica que não há déficit na Previdência como desinforma a mídia comercial diariamente.
O PMDB e o PSDB, juntamente com outros partidores que jogam contra os interesses da população brasileira se reúnem todos os dias para sondar os correligionários. Aí entra em cena o aposentado do Banco de Boston e Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para chantagear e ameaçar o país no caso da “reforma” não ser aprovada ainda este ano e mesmo se ela for rejeitada.
Para entender ainda mais o que fazem os golpistas que tomaram conta do governo vale acrescentar aqui uma declaração da diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde: “os idosos vivem demasiado e isso é um risco para a economia global. Há que tomar medidas urgentes”. Os ocupantes indevidos do governo brasileiro não querem perder tempo e fazem de tudo para enfiar goela adentro do povo a reforma imediata da Previdência e contemplar madame Lagarde.
Realmente é de causar espécie o que vem sendo feito pelos golpistas para levar adiante o projeto que executam desde que se apossaram do governo. São mentiras atrás de mentiras para aprovar com rapidez tudo que querem. O povo brasileiro, mesmo a parte que segue anestesiada, vai arcar com as conseqüências mais cedo ou mais tarde se os golpistas conseguirem o que ameaçam.
Por essas e outras está a cada dia ficando mais do que claro que a pressa dos golpistas se relaciona ao que pode acontecer no ano de 2018 que bate as portas. É impressionante a falta de respeito ao povo com a sucessão de mentiras, chantagens e ameaças que acontecem. Os golpistas sabem perfeitamente que seu projeto será rejeitado nas urnas e por isso já se armam no sentido de dar continuidade ao golpe, ou seja, evitar que o povo brasileiro decida sobre o que vem sendo feito pelos atuais ocupantes do Palácio do Planalto.
Parlamentarismo ou algo como semi-presidencialismo são as armas que pouco a pouco vão ganhando ressonância para evitar que os golpistas percam o controle da situação. Os golpistas temem que amanhã seja vitorioso o candidato que se comprometa a submeter a apreciação popular tudo o que está sendo feito neste momento.
E para realmente o Brasil mudar será necessário o fortalecimento do Estado, porque sem isso não será possível um desenvolvimento que verdadeiramente atenda os interesses do povo e não do setor empresarial, como vem fazendo o atual governo ilegítimo chefiado pelo lesa pátria Michel Temer, que é considerado, por mais de 80% da população como corrupto, segundo revelam as mais recentes pesquisas.
É preciso relacionar os ocupantes indevidos do governo com a mais forte corrupção, a do mercado e do setor financeiro. É necessário também conhecer como Eliseu Padilha, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima, entre outros, manejam nesse setor, porque se não for feita essa investigação, o povo brasileiro será enganado imaginando que a roubalheira se resume as malas de dinheiro escondidas em um apartamento em Salvador.
Essa corrupção que vem sendo escondida é, contando por baixo, pelo menos cem vezes maior do que a divulgada diariamente, com provas ou não. É a corrupção inerente ao modo de produção capitalista, mas os defensores desse regime preferem o silêncio do que o povo conhecer a verdade, para evitar maiores consequências para o grupo que se locupleta.
Em tempo, ainda não se conhece o que acontecerá com o presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Laerte Rimoli, protagonista de uma ação racista contra a atriz Tais Araújo. E William Waack, também protagonista de uma ofensa racista, que fim levou? Continua suspenso da tela da Globo, mas não se fala mais do tema. Essa pode ser a melhor forma de nada acontecer de concreto ao âncora racista, que de repente não mais do que de repente poderá voltar a exercer as funções.
* Via Blog Jornal da ABI/Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-Presidente na Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV., transmitido pela Unitevê, Canal Universitário de Niterói, Universidade Federal Fluminense (UFF).