11.12.17

A MAIS RECENTE DEDURAGEM ESTAPAFÚRDIA CONTRA LULA TEM GRANDE DESTAQUE NA VEJA

MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -


A deduragem, considerada pela Justiça como colaboração, tem de tudo. A mais recente foi divulgada pela revista Veja, que não se cansa em incriminar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Valeria até um estudo aprofundado sobre o espaço que a publicação confere contra o ex-presidente.

A última e das mais estapafúrdias diz respeito a uma revelação de Antonio Palocci segundo a qual o líder líbio Muammar Khadafi teria doado um milhão de dólares para a campanha de Lula em 2002.

A revista, conhecida por deturpar fatos desta vez se valeu do ex-ministro Palocci, que tem feito de tudo e muito mais para obter benefícios judiciais com as deduragens, mesmo sendo elas não comprovadas.

Palocci se esforça ao máximo para aliviar o seu lado e no vale tudo decidiu dizer que o líder líbio, assassinado pelas forças que tomaram o poder no referido país depois dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 2011, ajudou a campanha do então candidato que derrotou José Serra, o atual senador que se esforça ao máximo para satisfazer os interesses das indústrias petrolíferas, na verdade as mesmas que se apoderam das riquezas energéticas líbias depois do assassinato de Khadafi.

Serra virou senador e não poupa esforços, junto com seus correligionários do PSDB, para contemplar empresas petrolíferas que no resto do mundo, como na própria Líbia, bombardeiam, assassinam, invadem países para ficar com as riquezas, mas que no Brasil têm aliados que facilitam seus interesses e para ficar com as riquezas não necessitam invadir territórios militarmente.

No Brasil, por exemplo, contam com o apoio do próprio governo golpista de Michel Temer e de figuras como José Serra e outros parlamentares do gênero. Tanto assim que graças ao lesa pátria que se apossou do governo brasileiro, petrolíferas como a Shell tiveram isenção do pagamento de impostos no valor de um trilhão de reais, quantia que daria para cobrir dos mais variados e alegados mentirosamente déficits.

Mas como o governo brasileiro hoje está prestando inestimáveis serviços às multinacionais, a posse das riquezas vem sendo facilitada a cada dia. Se existe um Temer, um Serra e outros seguidores fiéis, o trabalho de entrega das riquezas é facilitado. E, sempre, vale lembrar, com o apoio incondicional da mídia comercial conservadora e da tal base aliada no Congresso, que na prática compõe uma verdadeira quadrilha.

Em algum momento da história do Brasil será conhecido o quanto custa essa ginástica entreguista proporcionada pelos ocupantes indevidos do governo atual, escondido do público de todas as formas, inclusive através de ações judiciais que se apresentam como justificativas de combate a corrupção e que engana incautos dos mais variados rincões.

A propósito, por que será que a mídia comercial simplesmente ignorou as graves denúncias de Tacla Duran contra o Juiz Sérgio Moro, o grande herói inventado pela própria mídia comercial?

Como se pode observar, muitos fatos ignorados pela mídia comercial deveriam estar sujeitos a rigorosas investigações, mas isso não tem acontecido. É preferível dar destaques a denúncias estapafúrdias do tipo envolvendo Muammar Khadafi e Lula, mas que com o passar do tempo se limitarão a se transformar em mais uma denúncia da série anti-Lula, que revistas como a Veja e Isto É divulgam para na verdade enganar a opinião pública, que deixa de ser informada sobre questões relevantes como a mencionada denúncia de Tacla Duran ou outras revelações sobre a corrupção do setor financeiro.

A propósito, qual o motivo do silêncio em torno do perdão dado ao Banco Itaú de uma dívida de impostos no valor de 25 bilhões de reais? O setor bancário vem sendo contemplado a todo momento pelo governo lesa pátria de Temer, mas o culpado pela situação dramática atual são os funcionários públicos, inclusive até os barnabés. E não se deve esquecer que o atual ocupante do Banco Central, Illan Goldfjn é um dos sócios do Banco contemplado pelo governo do lesa pátria Temer.

Mas enquanto tal perdão acontece, a revista Veja e outros órgãos integrantes da mídia comercial preferem silenciar sobre esse gênero de corrupção, ultra lesivo aos interesses nacionais. Fica mais fácil informar sobre temas que enganam os incautos, como a mais recente acusação envolvendo Lula e Khadafi.

* Via e-mail/Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-presidente na Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói.