31.8.17

VENDE-SE TUDO, UM PAÍS À VENDA A PREÇO DE BANANA

ALCYR CAVALCANTI -

Negócio bom assim ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui é só vir pegar
A solução é alugar o Brasil (Raul Seixas)


O Brasil é um país com imenso território e um sem número de reservas de toda espécie. Mas uma a uma estão a ser vendidas a preço de bananas para tampar um rombo que não é de hoje, mas que de um ano para cá desde que um golpe, com aparência de legal colocou no poder um desgoverno que ao que parece veio com uma única finalidade, desmontar tudo que resta de nosso patrimônio. O regime militar com todos os defeitos procurou preservar algumas joias, como no caso da reserva ambiental assinada pelo general João Figueiredo e agora à venda a preço vil para tampar um imenso rombo e destruir nossa reserva florestal. Um presidente colocado no poder por um grupo que na sanha de arrecadar, com rara incompetência para gerir qualquer comércio de botequim, despeja discursos estapafúrdios que se assemelham à novilíngua do livro de George Orwell 1984, que chegou ao Brasil, ao que parece, para ficar por longo tempo.

O empolado e enrolado "supremo mandatário", que vive cercado por um raro grupo de suspeitos de todo o tipo de crimes de colarinho branco, uns poucos trancafiados e outros, em número maior a zombar da justiça com beneplácito de um grupo de togados que mais se assemelham a uma Família de Vampiros, mas que em realidade sugam todo nosso sangue. A palavra de ordem é Reforma. A ordem é votar a favor da aprovação a toque de caixa, sem a mínima participação da população. Para o grupo palaciano pra que a opinião de 200 milhões se tem a "máquina", isto é um talonário de cheques para cobrir qualquer ideologia, que a bem da verdade estão bem escassas em terras tropicais. E quando o talonário vai ficando no final, vendemos alguma coisa.  É um país surreal, que vive na base do simulacro onde muito se fala mas pouco se diz. Em uma país em que a cultura do descrédito foi implantada passo a passo, onde o número de abstenções na última eleição foi o mais importante, embora os "democratas" ainda ficam apregoando as maravilhas do sufrágio universal, que na prática é muito pouco universal e bastante antidemocrático. No século passado durante a posse de Fernando Collor, talvez o mais ilustre convidado Fidel Castro, em um de seus longos discursos respondeu a uma pergunta insistente: Porque não havia eleições em Cuba, da mesma forma que em muitos países? Fidel calmamente respondeu que o modelo usado dá uma aparente sensação de ser democrático, mas é influenciado por vários fatores e vários comprometimentos em que dificilmente seria eleito o melhor candidato. Muitas vezes o marketing simula o melhor candidato, que de fato é o pior.

O Brasil, como nos versos do poeta popular "Vem descendo a Ladeira", com péssimas administrações, com gatunos investidos de poder, com representantes do povo que não representam nem eles mesmos. Estamos no reino do Fufuca, do Índio, do Gato Angorá, do Pezão, no reino em que "O Rabo abana o Cachorro" e do jeito que a carruagem caminha, estamos quase no fundo poço, com poucas perspectivas de salvação, nem a curto nem a médio prazo. A solução é vender o Brasil, então caminharemos sorridentes para uma ladeira onde o final é um buraco sem fundo onde não existem vencedores nem vencidos. Todos no Brasil sairão derrotados.