EMANUEL CANCELLA -
Mas a Lava Jato ainda continua seu jogo sujo, prendendo e condenando petistas sem provas, mas acobertando tucanos.
O golpe militar durou 21 anos. O golpe de Michel Temer durou pouco mais de um ano. Não só do Michel Temer, pois ele não conseguiria nada se não contasse com a cumplicidade da Justiça, que deu legitimidade ao golpe, como também da mídia, que manipulou maquiavelicamente a sociedade.
Seus outros principais personagens foram para a lama: Eduardo Cunha, que se autointitula autor, está preso. Aécio Neves, o autor intelectual, que entrou com o pedido de impeachment da presidente Dilma, “ Para encher o saco do PT”, transformou-se num lixo politico.
E o golpe, que veio para moralizar o país, está resumido na frase do dono da JBS, Joesley Batista: “Temer é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil” (3).
Essa declaração responde a denúncia do procurador Dallagnol, acatada pelo juiz Sergio Moro, chefe da operação Lava Jato. Ele disse que, sem provas mas com convicção, Lula era o comandante máximo da corrupção na Petrobrás. Agora ele já sabe que Temer é o chefe, com provas e convicção. Podem até deixar o Lula e paz agora!
Até porque o chefe da quadrilha, Michel Temer, nomeou o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, para liquidar mesmo a Empresa, pois ele já é réu desde quando ministro do apagão de FHC e membro do Conselho de administração da Petrobrás (5).
Ou seja, naquela época ele já fazia farra com os ativos da Petrobrás. E a Lava Jato, diante de provas gritantes do envolvimento de Temer e Parente em falcatruas na Petrobrás, insiste em desviar a atenção da sociedade, acusando pessoas sem provas e deixando a farra de Parente continuar, destruindo assim a maior empresa do Brasil.
Parente tripudia a legislação brasileira quando “vende” sem respeito à lei de licitação, por exemplo, áreas de petroquímica e do pré-sal. Vende para quem quer e pelo valor que ele mesmo determina (2,3).
Para comprovar que o golpe acabou, a nova pesquisa Datafolha mostra o PT, que eles chamavam da quadrilha estabelecida em Brasília, como o partido preferido da sociedade com 18%, e o PMDB de Temer e o PSDB de Aécio empatados como o segundo com 5% de preferência cada um.
Além das três legendas mencionadas, os únicos partidos que chegaram a alcançar 1% da preferência dos entrevistados na pesquisa foram o PSOL, o PV e o PDT, com 1% cada (1).
E a afirmação ridícula de Moro e Dallagnol não colou! Disseram que Lula era o comandante máximo da corrupção na Petrobrás, mas não tinham provas , só a convicção pessoal deles. Lula continua em ascensão e é líder de todas as pesquisas na corrida para presidência. Eles subestimaram a inteligência da sociedade brasileira!
A lava Jato, que é base do golpe, ainda continua seu jogo sujo pois, até hoje não vazou nenhuma delação dos tucanos, também não investigou e nem prendeu nenhum deles. Nem o senador tucano Aécio Neves sete vezes delatado na Operação foi sequer investigado, muito menos preso.
Se Aécio e Temer foram desmascarados foi devido a outro juízo, pois se dependesse da convicção da Lava Jato, ainda estariam dando lição de como moralizar o Brasil.
E a Lava Jato continua seu jogo porque continua prendendo e condenando petistas sem provas e acobertando tucanos. Agora condenaram o ex Ministro Antonio Palloci.
Jose Dirceu outro que foi preso sem provas foi solto pelo STF que reprovou a República de Curitiba. Veja o parecer de Rosa Weber assistida por moro: “Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” (6).
Mas o que eles querem é pegar o Lula, que sabem que é honesto, tanto que não conseguem provar nada contra ele, apesar de três anos de investigação da Lava Jato, dos milhões gastos do dinheiro público para isso, na convicção de que querem de qualquer jeito tirar Lula do páreo em 2018!
Creio que a única explicação para a ascensão do PT e do Lula é a máxima popular: É como o bolo da vovó que, quanto mais bate, mais cresce!
Fonte:
* Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”