EMANUEL CANCELLA -
O chefe da Lava Jato, nos EUA, juiz Sergio Moro, disse que não julgou casos relacionados ao PSDB porque investigações sobre o partido não chegaram a ele (1).
Agora é o PGR, Rodrigo Janot, que vai a Davos, no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, entre outros pontos, para falar sobre a corrupção no Brasil (2). Lembramos ao procurador que não vale dizer que não denunciou nenhum tucano por falta de materialidade. Isto porque o governo do tucano FHC foi várias vezes citado na Lava Jato e o próprio FHC reconhece em seu livro, Diários da Presidência, que havia corrupção na Petrobrás, em seu governo. E ainda, senadores tucanos foram várias vezes delatados como Antônio Anastasia, Aloysio Nunes e Aécio Neves, este sete vezes.
E ainda, o filho de FHC foi denunciado por corrupção na Petrobrás pelo diretor da Petrobrás, preso Nestor Cerveró (5) e pelo operador do PMDB, Fernando Baiano (6).
E agora, o tesoureiro de campanha à presidência do tucano Jose Serra, em 2009, o banqueiro Ronaldo Cezar Coelho, admitiu que recebeu para o PSDB R$ 500 milhões na Suíça (3).
E também há a minha denúncia, feita em novembro de 2016, ao MPF acusando a lava Jato de omissão na gestão do tucano Pedro Parente na Petrobrás (7). E agora, quase três meses depois, o PGR-CAC me envia a seguinte mensagem, com copia ao PGR, Rodrigo Janot: “...Solicitamos que faça sua denúncia/pedido pelo canal devido, para que ele possa ser encaminhado de maneira mais eficiente e precisa. Segue abaixo o passo a passo para fazê-lo :...”
É bom lembrar que cerca de um mês depois da denúncia sobre a Lava Jato, fui intimado pelo MPF, a pedido do juiz Sérgio Moro. Fui acusado de possível crime contra a honra do servidor público.
Creio que, em se tratando de defender a Petrobrás, portanto o patrimônio público, o MPF nem precisaria de minha denúncia, pois deveria agir de ofício. Até porque, em 2001, o tucano Pedro Parente, quando presidiu o Conselho de Administração da Petrobrás, foi alvo de ação sobre venda de termoeléctrica, que tramita até hoje (4), como sempre, sem qualquer conclusão de nossa Justiça. Como se não bastasse, Parente está fazendo um feirão com os ativos da Petrobrás. Até petróleo do pré-sal, do campo de Carcará, sem licitação foi vendido a preço de um refrigerante o barril, quando o preço no mercado internacional do barril de petróleo hoje, 13/01/17, é de US$ 55. Até o TCU mandou suspender o feirão de Parente e a lava Jato continua calada.
Hoje a sociedade tem consciência de que, em nome do combate à corrupção e com o aval de nossa ‘Justiça', temos o governo mais corrupto de nossa República.
Meu livro “A outra face de Sérgio Moro”, é fruto de uma coletânea de artigos sobre a Lava Jato, desde seu nascedouro e enviados aos principais jornais do país que nunca os publicaram (7). Será que é para impedir que a sociedade conheça a outra face da historia da Lava Jato que o autor foi intimado pelo MPF? Vale lembrar que Pedro Parente, presidente da Petrobras, também recentemente interpelou o autor e toda diretoria do Sindipetro-RJ, com certeza querendo calar o sindicato. E a mesma imprensa, que esconde as críticas ao juiz Moro, que não são poucas e de muitas pessoas, agora não fala do livro nem do feirão na Petrobrás.
Vamos ficar de olho no que Janot vai dizer na Suíça.
Fonte:
4- http://jornalggn.com.br/noticia/desde-2001-pedro-parente-e-reu-em-acao-sobre-prejuizo-a-petrobras
*Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)