28.11.16

ENTREVISTA – “TERCEIRIZADOS SÃO DESRESPEITADOS, PRESSÕES E MANIFESTAÇÕES CONTRA POLÍTICOS VOLTARÃO”, FERNANDO BANDEIRA, PRESIDENTE DO SINDAUT-RJ E DIRETOR DA NCST [VÍDEO]

DANIEL MAZOLA -

Fernando Bandeira. Foto: Roger Mcnaught/TIS.
Buscando permanentemente boas práticas sindicais e dirigentes que jamais se resignaram, reencontrei um brizolista dos velhos tempos. Fernando Bandeira, ex-deputado estadual (PDT-RJ), é presidente do Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio do Município do Rio de Janeiro – SINDAUT, diretor nacional da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST. A entrevista foi realizada na ultima quinta-feira na sede do SINDAUT, no tradicional bairro da Lapa.

Fernando Bandeira disse que a categoria é feita de trabalhadores terceirizados, com a crise atual, provavelmente a maior da história brasileira, não param de “pipocar” homologações. Ele afirmou que com o fim dos megaeventos na cidade, aprofundou muito o desemprego no seguimento dos agentes de segurança e vigilantes. “Os trabalhadores terceirizados são os que mais sofrem sempre, com a crise atual está assustador. Atualmente os valores de contratos dos terceirizados com as empresas está sendo revisto e reduzido, estão reduzindo os efetivos também, isso ocorre até com a Petrobras. As empresas não querem sequer cumprir o reajuste da inflação, a conjuntura social e econômica está gravíssima”, afirma.

Com diversos serviços prestados à sociedade, seja como advogado, jornalista, ativista político, militante brizolista (nunca abandonou o PDT) ou sindicalista, Fernando Bandeira nos falou da imensa luta que foi fundar o SINDAUT na década de 80.

A entidade surgiu da necessidade de organizar os trabalhadores até então sem representação própria. Com esse objetivo, Bandeira fundou em 1980 a Associação Profissional dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio e Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Município do Rio. Cerca de quatro anos depois a Associação teve seu registro profissional reconhecido na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e em 1985 a entidade foi transformada em Sindicato, representando várias categorias prestadoras de serviços.

Com a carta sindical na mão, começaram as campanhas de sindicalização e negociações com as empresas e o sindicato patronal. Foi o início da sonhada dignidade social para a categoria. Empregados da Bolsa de Valores, da CEASA, das Empresas de Cartões de Crédito entre outras, passaram a ter acordos isolados, com vantagens específicas. No geral, o Sindicato conseguiu fixar piso salarial e benefícios como tíquete refeição, plano de saúde, entre outros. Hoje os sindicalizados tem a disposição setores jurídicos, de homologação, assistência médica e dentária. E através de permanente fiscalização da diretoria junto aos prestadores de serviços trouxe ânimo aos trabalhadores, que passaram a dispor também de banco de emprego.

Na entrevista concedida à TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, o presidente do SINDAUT, Fernando Bandeira rasgou o verbo com indignação e esperança. Falou que muitas manifestações de rua e pressões para a classe política vêm aí, voltarão ainda maiores que em 2013. Pediu um pacto social responsável e que o governos federal reveja seus planos, sacrifícios por parte dos empresários e respeito ao trabalhador. Assista:

*Edição de texto, Daniel Mazola. Edição de imagens, Roger Mcnaught.