DANIEL MAZOLA -
Fernando Bandeira. Foto: Roger Mcnaught/TIS. |
Buscando
permanentemente boas práticas sindicais e dirigentes que jamais se resignaram,
reencontrei um brizolista dos velhos tempos. Fernando Bandeira, ex-deputado
estadual (PDT-RJ), é presidente do Sindicato
dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio do Município do Rio de
Janeiro – SINDAUT,
diretor nacional da Nova Central Sindical de
Trabalhadores – NCST. A entrevista foi realizada na ultima quinta-feira na sede do
SINDAUT, no tradicional bairro da Lapa.
Fernando Bandeira
disse que a categoria é feita de trabalhadores terceirizados, com a crise atual, provavelmente a maior da história brasileira, não param de “pipocar” homologações. Ele
afirmou que com o fim dos megaeventos na cidade, aprofundou muito o desemprego
no seguimento dos agentes de segurança e vigilantes. “Os trabalhadores terceirizados são os que mais
sofrem sempre, com a crise atual está assustador. Atualmente os valores de
contratos dos terceirizados com as empresas está sendo revisto e reduzido, estão
reduzindo os efetivos também, isso ocorre até com a Petrobras. As empresas não querem
sequer cumprir o reajuste da inflação, a conjuntura social e econômica está
gravíssima”, afirma.
Com diversos serviços
prestados à sociedade, seja como advogado, jornalista, ativista político, militante
brizolista (nunca abandonou o PDT) ou sindicalista, Fernando Bandeira nos falou
da imensa luta que foi fundar o SINDAUT na
década de 80.
A
entidade surgiu da necessidade de organizar os trabalhadores até então sem
representação própria. Com esse objetivo, Bandeira fundou em 1980 a Associação
Profissional dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio e Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Município do Rio. Cerca de
quatro anos depois a Associação teve seu registro profissional reconhecido na Delegacia
Regional do Trabalho (DRT) e em 1985 a entidade foi transformada em Sindicato,
representando várias categorias prestadoras de serviços.
Com
a carta sindical na mão, começaram as campanhas de sindicalização e negociações
com as empresas e o sindicato patronal. Foi o início da sonhada dignidade
social para a categoria. Empregados da Bolsa de Valores, da CEASA, das Empresas
de Cartões de Crédito entre outras, passaram a ter acordos isolados, com
vantagens específicas. No geral, o Sindicato conseguiu fixar piso salarial e
benefícios como tíquete refeição, plano de saúde, entre outros. Hoje os
sindicalizados tem a disposição setores jurídicos, de homologação, assistência
médica e dentária. E através de permanente fiscalização da diretoria junto aos
prestadores de serviços trouxe ânimo aos trabalhadores, que passaram a dispor
também de banco de emprego.
Na
entrevista concedida à TRIBUNA DA IMPRENSA Sindical, o presidente do SINDAUT, Fernando Bandeira rasgou o verbo com indignação e
esperança. Falou que muitas manifestações de rua e pressões para a classe política vêm aí, voltarão
ainda maiores que em 2013. Pediu um pacto social responsável e que o governos federal reveja seus planos, sacrifícios por parte dos
empresários e respeito ao trabalhador. Assista:
*Edição de texto, Daniel
Mazola. Edição de imagens, Roger Mcnaught.