22.9.16

RUMO À GREVE GERAL

EMANUEL CANCELLA -


A Greve Geral chegará! Será inevitável! Entretanto só acontecerá  quando os trabalhadores se conscientizarem de que o governo golpista de Michel Temer, além de tirar seu emprego, também quer retirar seus direitos trabalhistas e previdenciários.

A nova presidente do STF, Carmem Lúcia, já admitiu, em sua posse, que o negociado prevalece sobre o legislado. Isso quer dizer que, durante uma negociação entre patrões e sindicatos, os direitos anteriormente consagrados pela CLT, como férias, 13º e jornada de trabalho, se forem rebaixados na negociação, vale o negociado, ou seja, se a categoria não for muito forte pode perder, férias 13º, etc!

Na verdade, os patrões sempre se aproveitam da crise para, além de retirar direitos, rebaixar salários dos trabalhadores. Pois com base no negociado, nenhuma categoria de trabalhadores, mesmo unida e com greve, como é o caso dos bancários, está conseguindo aumento real de salário.

Entretanto os privilegiados de sempre vão ter um aumento, mesmo com a crise. São os deputados e senadores; Judiciário, incluindo a presidente do STF, este além do aumento ainda recebe auxílio moradia e educação. E são aumentos muito além da inflação de até de 41% como o concedido a justiça!

A mídia golpista, principalmente a Globo, está escondendo que é o governo golpista, com apoio do Judiciário, que está retirando o pouco que o trabalhador brasileiro estava conquistando: seus empregos; seus direitos trabalhistas e previdenciários; o sonho da casa própria, com a paralisação do Minha Casa Minha Vida e os Mais Médicos. E ainda roubam a possibilidade de seus filhos entrarem na escola técnica, através do Pronatec, e na universidade, através do Fies e da política de cotas. Tudo isso vai ficar agravado com a proposta do governo golpista de congelar, por vinte anos, o orçamento dos estados.

Com essa decisão os golpista decretam o rebaixamento, por duas décadas, do nosso PIB e dão adeus ao SUS, Bolsa Familia, Bolsa Esporte, que resultou na maioria das medalhas nas olimpíadas. A coisa é tão grave que, no Rio, até os restaurantes populares que fornecem 37 mil refeições, por dia, a R$ 2 estão fechando. E estas pessoas estão, na rua, com fome!

Como a União é acionista majoritária na Petrobrás, o governo golpista, contrariando a lei de Partilha,  está mandando construir plataformas, navios e sondas no estrangeiro.

E mais, de forma absurda, a Petrobrás está saindo da área do gás, fertilizantes, bicombustíveis e petroquímico! Saindo e simplesmente passando tudo isso para as multinacionais estrangeiras, gerando assim milhares de emprego e renda para os gringos. Ao invés de combater a crise e o desemprego no Brasil, parece estar preocupado com os gringos!

Por conta dessa decisão estapafúrdia, os estaleiros no Brasil estão fechando e demitindo milhares de trabalhadores!

Diante desse quadro desolador, uma greve geral é inevitável e, se ainda não aconteceu, é porque o trabalhador, apesar de estar perdendo tudo, ainda tem uma TV em casa, onde a mídia golpista, principalmente a Globo, o ilude.

E a mesma mídia que foi a articuladora da saída da presidente Dilma, eleita pela maioria dos brasileiros, dizendo que ela era a responsável pela crise, e só agora concorda que a crise é mundial e também só agora sem nenhum fundamento diz que tudo vai melhorar.

Inclusive agora, no governo golpista, com aprovação no Congresso Nacional as pedaladas foram legalizadas, as mesmas que serviram de pretexto para a saída de Dilma. Dezesseis governadores pedalaram e só Dilma citada pelo TCU (1).

Está também sendo discutido no Congresso Nacional, a anistia ao financiamento empresarial de campanha, “o caixa dois”, que foi usado principalmente contra parlamentares e os governos do PT (2)!

Além de golpe todo o combate a corrupção não passou de uma grande farsa para tirar o PT do Governo.

Só uma greve geral pode barrar o golpe, recuperar os diretos dos trabalhadores e denunciar os picaretas do governo golpista, da mídia, do  Judiciário e do Congresso Nacional!

Fonte:

*Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).