CARLOS CHAGAS -
Mesmo revendo antigas hesitações e perplexidades, o presidente Michel Temer decidiu encaminhar o projeto de reforma da Previdência Social ao Congresso antes das eleições municipais de outubro. Ponto para ele, ainda que por cautela devemos aguardar o texto, daqui até 2 de outubro.
Em paralelo, movimentam-se as centrais sindicais e os grandes
sindicatos na tentativa de barrar a iniciativa, ao menos naquilo em que a
reforma suprimirá direitos e tornará mais difícil a vida de quem
estiver para se aposentar.
Insistem ministros mais próximos do presidente Temer que direitos
adquiridos serão respeitados e que as novas regras valerão apenas para
quem não alcançou 50 anos de idade.
Mesmo assim, é bom tomar cuidado, porque o sentimento de agradar as
elites, até porque fazem parte delas, continua o mesmo no governo. As
dificuldades para cumprir a promessa só aparecerão quando as chamadas
reformas chegarem ao Congresso. Junto com as mudanças na previdência
social virá a reforma trabalhista, também com sérias restrições por
parte das organizações sociais.
As atenções gerais estão voltadas para a próxima segunda-feira,
quando a Câmara dos Deputados julgará o ex-presidente da casa, Eduardo
Cunha, processado por ofensa ao decoro parlamentar. São necessários 257
votos, sobre 511 deputados. Mesmo previsto para sessão marcada para as
19 horas, há dúvidas sobre a existência de quórum para o julgamento.