2.5.16

NO PODER, O QUARTETO FANTÁSTICO DO PMDB

CARLOS CHAGAS -


Cercado por Eliseu Padilha, na Casa Civil, Geddel Vieira Lima, na Coordenação Política, Romero Jucá, no Planejamento, e Moreira Franco, num ministério de nome ainda indefinido, conseguirá o presidente Michel Temer romper a barreira da tutela gerada pela confiança e a intimidade pessoal? Porque esses quatro ministros chegarão ao palácio do Planalto com missão específica que vai se misturar com o poder: blindar o novo chefe do governo, senão isolando-o dos demais ministros, ao menos preservando-o do convívio diário com eles.

Seu dever de casa será não permitir que José Serra, Meirelles e outras estrelas de primeira grandeza furem o bloqueio da convivência prolongada.

Desde que não quebrem a maciça barreira que os une internamente, já chamados de  quatro grandes do novo governo, ou de o “quarteto fantástico”,  ficará difícil aos demais ministros aproximar-se do chefe a ponto de afetar-lhe o relacionamento especial.

UM TIPO DE TUTELA

O passado está pleno desse tipo especial de tutela, mas até agora limitada a um ou no máximo dois personagens. Só para ficar em poucos dos muitos modelos: o general Golbery foi essencial para o presidente Ernesto Geisel, já nem tanto para o presidente João Figueiredo, que o trocou pelo general Otávio Medeiros. Itamar Franco teve em Henrique Hargreaves sua sentinela permanente.

Fernando Collor não quis ninguém, Dilma seguiu seu exemplo e por isso ambos terminaram da mesma forma.  Mas de um quarteto fantástico como o já definido, não se tinha notícia. Pode ser que em pouco tempo um ou mais do grupo seja lançado ao mar, mas por enquanto o acordo começa nessa praia.

Padilha, Geddel e Jucá enfrentam problemas singulares, dos quais Moreira Franco escapa, mas todos tomarão cuidado para não abrir a guarda.

Em suma, Michel Temer deverá tomar cuidado. Quem sabe a fórmula dará certo?