HELIO FERNANDES -
Conforme venho antecipando diariamente, a Comissão do Senado votou pelo afastamento da presidente Dilma. Não errei nem no resultado. Desde o primeiro dia, até ontem, garanti que seria 16 a 5, o que aconteceu. Não adivinhei nada, sabia desde o começo, o que vinha sendo tramado, combinado, coordenado, sob a honrosa superveniência de Eduardo Cunha.
E não poderia ser de outra maneira. Na mesa de todos os senadores, até mesmo os que combatiam o impeachment. O relator io, io "vitorioso" na Câmara, até ontem, sob o comando criminoso de Eduardo Cunha, brandido pessoal e pejorativamente por ele mesmo.
Os senadores seguiram inflexivelmente o relatório, até na forma de se exprimirem. Não chegaram á baixaria da Câmara, mas seguiram o mesmo discurso do "parabenizo meus dedicados colegas". E insistiam no exibicionismo desvairado e ininterrupto, até serem advertidos pelo paciente Raimundo Lira.
A decisão do Senado foi o que se esperava: humilhante, deprimente, ultrajante, as mesmas palavras que utilizei no domingo calamitoso, quando Eduardo Cunha, sozinho, cabalou e intimidou, de tal maneira, que chegou aos 367 votos. Que durante 15 dias serviram de roteiro e caminho intransitável mas transitado de forma penosa e sofridamente. Sabendo que a recompensa estava á vista: a posse da presidência, sem voto, povo, urna.
Consumaram julgamento equivocado, sem base, sem fundamento, inteiramente distante da realidade democrática. Não tiveram tempo ou calma para esperar o verdadeiro e autentico julgamento que acontecerá no TSE.
Quando serão condenados inapelavelmente, tanto Dilma quanto seu vice, Michel Temer. A propósito: ontem o TSE recusou pedido de Temer, para separar a chapa portanto serão julgados e cassados juntos.
PS- O resultado final ficou em 15 a 5, o presidente disse que não podia votar.